Por Germano Xavier
BORBA, Francisco. A linguística. In: Introdução aos estudos linguísticos. Campinas. São Paulo: Pontes,1991.
Diante do texto de Borba, a primeira informação a ser destacada é a de que o termo "Linguística" faz referência à ciência da linguagem (forma de expressão ou uso da palavra articulada, ou escrita, como método de comunicação entre indivíduos) e, particularmente, da linguagem articulada. Sendo assim, a linguística tem por finalidade básica determinar a natureza da linguagem e a estrutura/funcionamento das línguas.
A linguística trilha dois caminhos diferentes. Um é o de fomentar uma metodologia de trabalho para a montagem e explicação dos fenômenos linguísticos. O outro é o caminho da observação e descrição de línguas, o que serve como uma tentativa para se chegar ao entendimento de todo o "funcionamento" de uma língua, seja ela qual for.
As roupagens diacrônicas e sincrônicas que a linguística perpassa não podem, em hipótese alguma, deixar de ser reveladas. Nesse caso, a primeira faceta observa todo o arcabouço e mecanismo de uma determinada língua levando em consideração a sua maleabilidade e a sua capacidade mutacional no espaço e no tempo. Do outro lado, trabalhando com um respectivo estágio analítico, e "desprezando a questão da evolução temporária", encontra-se a linguística sincrônica.
O objeto da linguística é mais complexo e complicado de se trabalhar do que julga a nossa vã imaginação. Como é um segmento do conhecimento que acaba invadindo diversificadas matérias e, por sua vez, termina por dialogar com outras disciplinas e assuntos, o linguista, em seu papel de elaborador e organizador temático, desempenha um labor de difícil execução e que exige demasiada destreza. É o linguista o responsável pelo ordenamento, pela captação e análise das manifestações e manipulações da e na língua.
Áreas como a psicologia, a sociologia e a antropologia estão cada vez mais influenciando e sendo influenciadas pela linguística, posto que o estudo detalhado e específico dos elementos basais da comunicação entra em constantes choques e conexões com o que há de interferências sociais, culturais, comportamentais e logísticas no que concerne à relação homem-indivíduo-sujeito, o que as tornam disciplinas mais ricas e aptas a se desenvolverem ainda mais, aumentando o espaço da mediação interdisciplinar.