Cidadania Queluz 21 Abril 2009
Oposição municipal alerta para impactos do empreendimento sobre o já caótico tráfego rodoviário naquela zona, num dos principais acessos da zona ao congestionado IC19
A Câmara de Oeiras aprovou um loteamento comercial e de serviços nos terrenos da Lisgráfica, em Queluz de Baixo. O empreendimento é contestado pela oposição municipal por agravar o congestionamento de uma das principais artérias da freguesia de Barcarena e por trocar as áreas de cedências previstas na lei por uma contrapartida de 535 mil euros para os cofres camarários.
O executivo de Oeiras aprovou, com votos contra do PSD e da CDU, uma proposta do presidente da autarquia, Isaltino Morais, para uma operação de loteamento numa parcela de terreno situada junto ao nó da CREL, em Queluz de Baixo. Numa área de pouco mais de dez hectares, o projecto visa a edificação de uma área bruta de construção de 83.297 metros quadrados, dos quais 20 mil em cave. A área destinada a comércio é de 7442m2 e para serviços ascende a 8830m2, sendo o resto ocupado por armazéns.
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O projecto mereceu a oposição de eleitos do PSD e da CDU. O social-democrata José Eduardo Costa lamentou que o empreendimento “não preveja as áreas de cedência para equipamentos públicos e zonas verdes”: “Havendo carência na freguesia de espaços verdes e equipamentos não se justifica que se prescinda deste tipo de áreas a troco de 120 euros por metro quadrado.” O autarca do PSD salientou também que “o loteamento irá agravar as condições de tráfego já difíceis em Queluz de Baixo”.
“Isto é especulação imobiliária pura”, acusou, por seu lado, o vereador Amílcar Campos, para quem o regulamento do PDM apenas admite a instalação de serviços como “actividades complementares à actividade industrial”, o que, no seu entender, não se verifica neste caso. Até porque a empresa gráfica ocupa os terrenos com um arrendamento de longa duração e nada tem a ver com a operação imobiliária. Para além da violação das normas do PDM, o eleito da CDU também salienta que se trata “de uma das zonas mais congestionadas de acesso a Queluz de Baixo” e que as medidas apontadas pelos serviços camarários “não vão resolver o problema de maior concentração de viaturas na zona”.