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segunda-feira, 30 de maio de 2011

Punição exemplar


Punição exemplar



Sem Rodeios

Punição exemplar

Ao contrário do que alguns pensam, as eleições de 5 de Junho não têm paralelo na nossa democracia. São mesmo eleições excepcionais. Desta vez, não se trata apenas de avaliar um governo que governou mal, que teve políticas erradas e que não tem obra para apresentar. É muito mais do que isso. É julgar um governo que nos deixou à beira da bancarrota, que lançou o País na maior crise social do pós-25 de Abril e que levou a política a uma degradação nunca vista.

  • 0h30

Por: Luís Marques Mendes, Ex-líder do PSD

Não fossem os 78 mil milhões de euros de ajuda externa e Portugal estaria agora a entrar em bancarrota. Sem dinheiro para salários e pensões. Sem meios para solver os seus compromissos. Já desde 1892, há mais de um século, que não se falava de bancarrota em Portugal. O vexame voltou agora através da governação de José Sócrates. O País não merecia tamanha irresponsabilidade.

Um primeiro-ministro que ganhou eleições há 6 anos a prometer 150 mil empregos deixa-nos agora mergulhados na maior crise social de sempre – 700 mil desempregados, famílias inteiras sem emprego, jovens sem oportunidades, idosos sem dinheiro para medicamentos, uma parte da classe média atirada para uma pobreza envergonhada. O mais chocante é que, para ganhar, todas as promessas de emprego serviram. Agora, nem uma palavra de solidariedade para quem caiu no drama do desemprego.

A esta falência financeira, económica e social somou-se uma degradação política nunca vista. Não foi só o abuso da propaganda, da publicidade enganosa e da chantagem. Foi muito mais do que isso. Foram a mentira e a aldrabice transformadas em instrumentos de acção política. Nem sequer em relação à versão final do acordo com a troika o primeiro-ministro agiu de forma linear e verdadeira. Não há volta a dar: este homem tem um problema estrutural e compulsivo com a verdade. Foge dela como o diabo da cruz. Tenho a certeza de que até muitos socialistas – também eles pessoas de bem – se devem sentir incomodados com esta forma insensível e degradante de fazer política.

Um primeiro-ministro assim não merece apenas ser derrotado. O que merece mesmo é uma punição exemplar. Como sucedeu na Irlanda e em Espanha. Para acabar com este desastre e terminar com este pesadelo. Sobretudo para reabilitar a imagem do País. Em política, não pode valer tudo. O País precisa de quem o sirva com seriedade. Não de quem dele se sirva sem regras nem escrúpulos.

domingo, 29 de maio de 2011

Um herói português


A voz da razão

Um herói português

O programa da troika é uma ajuda para que o PSD aplique o seu próprio programa.

  • 0h30

Por: João Pereira Coutinho, Colunista


Acusou José Sócrates. Ninguém se riu. Que pena. Com uma candura tocante, o líder do PS admitiu o que já se suspeitava: que, com ele, o programa da troika não é para cumprir.

O que, aliás, se compreende: se fosse para cumprir, o PS teria apresentado um programa eleitoral compatível com a Europa e o FMI – e, de preferência, depois de conhecidas as medidas impostas. Sem falar do recente caso dos ‘dois documentos’ (ou, melhor dizendo, três) que não batem uns com os outros: a 3 de Maio, PS, PSD e CDS assinaram uma versão da coisa; a 17 de Maio, o PS assinou outra – sem dar contas ao vigário.

Meros pormenores? Essa não é a questão. A questão é um dever de lealdade e transparência que Sócrates não tem para com o país, que ele trata como coutada sua. Claro que, nesta voragem autoritária, alguns ainda lembram que, sem cumprir o acordado, não há pataco para ninguém. Nada que perturbe um recordista como Sócrates: o homem que nos levou à bancarrota uma vez promete levar--nos uma segunda. É de herói.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Dinheiro Vivo




Me nomeia, vai!

O PS está a fazer nomeações políticas de última hora. Qual é a novidade? É haver provas documentais: mensagens de correio electrónico a pedir que retardem a publicação das nomeações para depois das eleições. São pois nomeações envergonhadas… Mas nem por isso deixam de ser o que são: uma vergonha.

Por: Pedro S. Guerreiro, Director do Jornal de Negócios



Há meses que isto acontece. Desde praticamente o início do ano que se assiste a um movimento de "colocação" de assessores e de membros dos gabinetes dos ministros em empresas do Estado, institutos, direcções. Porque cheira a fim de ciclo. E está tudo a tratar da vidinha. Em bom português: está tudo a safar-se.

É humano que as pessoas tentem "colocar-se" antes de perderem o poder. Mas é demasiado humano que o sistema o permita, com manha e sem transparência. E chegou-se a um ponto em que portugueses têm de deixar de contentar-se com a explicação habitual: "Todos o fizeram." Pois fizeram. Por isso é que desaguámos neste lodo.

O escândalo das nomeações de última hora só mostra que o Governo desrespeita os portugueses que o elegeram e que vão pagar em impostos, desemprego e desapoios sociais esta manta de favores, cunhas e negociatas que aniquilaram a economia portuguesa. Para nomear os contribuintes que pagam, nunca faltaram folhas de Diário da República.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

As palavras certas - Opinião - Sol

As palavras certas - Opinião - Sol



16 de Maio, 2011 por José António Saraiva



Por uma vez nesta crise política, Passos Coelho encontrou as palavras certas.

Na apresentação do programa eleitoral do seu partido, disse o que era preciso dizer.

Numa altura em que, do PS ao CDS, se fala disparatadamente em «compromisso», Passos Coelho disse que não quer ir para o Governo «a qualquer preço», que as eleições são uma «escolha», que para haver escolha é necessário haver «propostas diferentes» – e, finalmente, apresentou as suas próprias propostas.

Que podem arrumar-se em duas grandes categorias: pôr as contas do país em ordem e pôr a economia a crescer.

É claro que tanto uma coisa como outra são tarefas gigantescas – mas, para se atingir um objectivo, é preciso começar por enunciá-lo; caso contrário, jamais se alcançará.

PASSOS Coelho escolheu o caminho que sempre defendi: falar verdade aos portugueses.

Nestas eleições, algum partido teria de assumir corajosamente a ruptura e dizer ao país, cara a cara, quais as medidas que vai tomar para equilibrar as finanças.

E, aí, o país escolherá o caminho que prefere: fazer sacrifícios ou continuar a assobiar para o ar.

Marcelo Rebelo de Sousa classificou esta atitude como um «risco», dizendo ser difícil ganhar eleições com a franqueza revelada por Passos Coelho.

Ora eu digo o contrário: é inútil ganhar eleições não dizendo a verdade.

O país está num buraco – e precisa de saber que não sairá dele sem um grande esforço.

Dão-me vontade de rir aqueles que dizem: «Fizemos um bom acordo», como quem diz: «Não temos de fazer grandes sacrifícios».

Mas esta gente ainda não acordou?

Não percebe que sem sacrifícios não iremos a parte nenhuma?

E O ESTADO tem de dar o exemplo, emagrecendo e gastando menos.

Neste sentido, as propostas de Passos Coelho de redução do número de deputados e extinção dos governos civis, não representando uma excepcional poupança, são um bom sinal.

São sinal de que o Estado também está disposto a fazer dieta e a participar nos sacrifícios.

E os sinais que o Estado dá à sociedade são importantíssimos.

MAS quem fala de sacrifícios tem de ser capaz de transmitir, ao mesmo tempo, sinais de esperança.

Ninguém está disposto a sacrificar-se se não acreditar que o esperam dias melhores.

Foi isto que Manuela Ferreira Leite, com o seu perfil austero, não quis perceber – e é isto que Passos Coelho parece ter percebido.

O líder do PSD sabe que tem de prometer alguma coisa.

Não falsas promessas de menor austeridade.

Mas promessas de que é possível mudar o rumo da economia e pôr o país a crescer.

SÓCRATES e o PS acreditaram que poderiam fazê-lo através do Estado.

Daí a aposta nas ‘grandes obras’, que serviriam de motor.

Mas o dinheiro faltou e os projectos ficaram na gaveta.

O PSD aponta agora outra via, que está aliás de acordo com a sua matriz: apostar na sociedade civil, libertar a sociedade civil, dar asas à sociedade civil.

Defendo há muitos anos que a falta de dinamismo da sociedade civil e a sua dependência histórica do Estado é a primeira razão do nosso atraso.

Todos os países ricos têm sociedades civis fortes – e são elas as principais responsáveis pela criação de riqueza.

Por isso, acho que é este o caminho certo.

UMA palavra final para a afirmação de Passos Coelho de que não quer ser poder a qualquer preço.

Como o compreendo!

Não vale a pena integrar um Governo que não tenha condições para mudar – e um Governo onde estejam o PSD, o PS e o CDS, como muitos defendem, será um Governo tolhido por dentro, obrigado a compromissos constantes, sem capacidade de fazer as rupturas necessárias.

Ao contrário do que muitos dizem, será um Governo fraco e não um Governo forte – porque será atravessado por divisões e disputas insanáveis.

HÁ ALTURAS em que é preciso saber dizer ‘Não’.

E Passos Coelho disse-o claramente: se me quiserem e concordarem com estas propostas votem em mim, caso contrário passem bem.

Percebe-se que os socialistas estejam disponíveis para um Governo a três: isso corresponde ao seu desejo desesperado de não sair do poder.

Mas ninguém com juízo aceitará governar com a equipa que trouxe o país até aqui.

Portugal precisa de clareza e águas limpas – e não de empastelamento e águas turvas.

Portugal precisa de um Governo coeso e com uma liderança clara – e não de uma capoeira com três galos guerreando-se constantemente.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Primeiro contacto técnico do FMI - Opinião - DN

Primeiro contacto técnico do FMI - Opinião - DN



por Ferreira Fernandes

Hotel Tivoli? Daqui, do aeroporto, é um tiro... Então o amigo é o camone que vem mandar nisto? A gente bem precisa. Uma cambada de gatunos, sabe? E não é só estes que caíram agora. É tudo igual, querem é tacho. Tá a ver o que é? Tacho, pilim, dólares. Ainda bem que vossemecê vem cá dizer alto e pára o baile... O nome da ponte? Vasco da Gama. A gente chega ao outro lado, vira à direita, outra ponte, e estamos no hotel. Mas, como eu tava a dizer, isto precisa é de um gajo com pulso. Já tivemos um FMI, sabe? Chamava-se Salazar. Nessa altura não era esta pouca-vergonha, todos a mamar. E havia respeito... Ouvi na rádio que amanhã o amigo já está no Ministério a bombar. Se chega cedo, arrisca-se a não encontrar ninguém. É uma corja que não quer fazer nenhum. Se fosse comigo era tudo prà rua. Gente nova é qu'a gente precisa. O meu filho, por exemplo, não é por ser meu filho, mas ele andou em Relações Internacionais e eu gostava de o encaixar. A si dava-lhe um jeitaço, ele sabe inglês e tudo, passa os dias a ver filmes. A minha mais velha também precisa de emprego, tirou Psicologia, mas vou ser sincero consigo: em Junho ela tem as férias marcadas em Punta Cana, com o namorado. Se me deixar o contacto depois ela fala consigo, ai fala, fala, que sou eu que lhe pago as prestações do carro... Bom, cá estamos. Um tirinho, como lhe disse. O quê, factura? Oh diabo, esgotaram-se-me há bocadinho.

sábado, 26 de março de 2011

A jogada de Socrates

A jogada de Socrates


Opinião

É óbvio: José Sócrates escolheu a trapalhada do anúncio do PEC 4 para continuar no controlo do tempo político. Agora a demissão. Depois a votação que o colocará de novo à frente do PS com uma maioria norte-coreana. Depois, ainda, a aclamação num congresso onde o clima pré-eleitoral decapitará qualquer tentativa de reflexão socialista. Finalmente, a campanha, seguida de legislativas. Sócrates acredita que pode ganhar.

Por: Octávio Ribeiro

Ora, mesmo um homem com a retina deslocada da realidade poderá estar convencido de nova vitória nas urnas? Pode.

É simples – com PEC 4 ou sem ele, Sócrates já sabia que o caos anunciado estava por meses. Talvez em Abril, talvez em Maio, a ajuda externa formal irá impor-se. Sócrates tem a mão sobre ‘o pote’. Só ele sabe o quanto está vazio. Incapaz de saciar clientela e Função Pública.

A forma inaceitável como no anúncio do PEC lidou com as regras da democracia, ignorando PS, PR, Governo e AR, teve o resultado esperado.

Na tarde do debate parlamentar, Sócrates pôde escrever e treinar a longa mensagem de demissão nos seus afinados telepontos, enquanto na casa da democracia se discutia o garrote do povo sem a sua exigível presença.

Mas neste combate final pela manutenção do poder pessoal, Sócrates conta com dois aliados inesperados à direita: o PSD aparece ainda desunido, com vozes dispostas a exercícios de raiva interna. E Portas bate-se já contra a inexorável dieta de votos.

Para chegar ao poder, Passos Coelho tem de descolar da imagem de um ‘Sócrates do PSD’.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Sem desculpas

Opinião

Sem desculpas

Portugal vive um Alcácer-Quibir financeiro, mas esse desastre não aconteceu ontem. Sócrates arranjou com o chumbo do PEC 4 uma desculpa para atribuir a outros o ónus do inevitável resgate externo, mas quem esteve ao leme do Governo nos últimos seis anos não pode culpar terceiros por erros e próprios.

Por: Armando Esteves Pereira, director-adjunto

É verdade que aconteceu em Setembro de 2008 uma grave crise económica mundial e que esse terramoto colocou a nu os crimes do BPN, que nos vão custar pelo menos 1,1% do PIB, ainda não contabilizados nas contas públicas.

É verdade também que a crise grega abriu uma caixa de Pandora sobre os países mais frágeis do euro que levou à desconfiança dos credores e à especulação sobre os juros, levando a taxas que o País não pode pagar.

A culpa do Governo foi não ter conseguido travar a espiral despesista do Estado, sem contrapartida para os contribuintes, cada vez mais pressionados. Sócrates seguiu uma política antiga: parte dos gastos do Estado foram escondidos debaixo do tapete, quer nos passivos das empresas públicas, quer nas ruinosas parcerias público-privadas.

O fim do dinheiro fácil e barato acabou com o Governo de Sócrates e deixa o País à beira da falência. A ressaca vai ser dolorosa e demorará anos. E custará ainda muitos PEC.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Teatro Amélia Rey Colaço – Algés


Pois é: o teatro Amélia Rey Colaço está há muito fechado. No princípio desta década vendo este espaço utilizado para as Assembleias de Freguesia e pouco mais, não havendo uma programação contínua, houve quem conseguisse abri-lo mais de meia dúzia de vezes por ano, à tarde. Esteve sempre cheio para ouvirem a actuação de um coro e poesias. Foram amadores que não desistindo dos muitos entraves lá iam convencendo a CMO – através dos seus Serviços e depois da Oeiras Viva a abrirem-no à comunidade.

Entretanto foi cedido à Companhia de Actores e começou-se a ver aquele espaço com utilização mas foi por pouco tempo pois voltou a ficar encerrado.

As Assembleias de Freguesia e outros espaçados eventos passaram a ser realizados na Sala de Exposições do Palácio Ribamar porque, segundo informações recolhidas o Teatro tem infiltrações e precisa de obras. E pronto um Teatro fechado. Claro que agora, com a “crise”, dificilmente darão atenção a este espaço e nem se referem a ele, apesar de se continuar a propagandear mega projectos para este Município que ganha prémios. E não haverá meia dúzia de euros ou um subsídio europeu para manter aberto um Teatro que tem uma história para contar?



Maria Clotilde Moreira / Algés

(Artigo publicado no Correio dos Leitores do Jornal de Oeiras, de 19.10.2010)

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Senhoras donas, por favor! - JN

Senhoras donas, por favor! - JN








Opinião



2008-09-28

Cada país (cada língua, cada cultura) tem a sua maneira específica de se dirigir às pessoas. Mal passamos Vilar Formoso, logo toda a gente se trata por tu, que os espanhóis não são de etiquetas nem de salamaleques.

Mas nós não somos espanhóis.

Também não somos mexicanos, que se tratam por "Licenciado" Fulano. Nem alinhamos com os brasileiros, para quem toda a gente é "Doutor", seguido do nome próprio: Doutor Pedro, Doutor António, Doutor Wanderlei, etc..

Por cá, Doutor é seguido de apelido, e as mulheres, depois de passarem por aqueles brevíssimos segundos em que são tratadas por "Menina", passam de imediato - sejam casadas, solteiras, viúvas ou amigadas, sejam velhas ou novas, gordas ou magras, feias ou bonitas, ricas ou pobres - à categoria de "Senhora Dona".

Mas parece que uns estranhos ventos sopraram pelas cabeças das gerações mais novas que fizeram o "dona" ir pelos ares ou ficar no tinteiro. Quando recebo daqueles telefonemas que me querem impingir tudo o que se inventou à face da terra-- desde "produtos" bancários que me garantem vida farta, até prémios que supostamente ganhei por coisas a que nunca concorri-sou logo tratada por "Senhora Alice." Respondo sempre: " trate-me por tu, se quiser; ou só pelo meu nome, se lhe apetecer; mas nunca por Senhora Alice".

Mas o cérebro destes pobrezinhos não foi formatado para encontrar resposta a estas coisas, e exclamam logo: "ah, então não é a Senhora Alice que está ao telefone!"

Eu sei que isto não é uma coisa importante, mas que é que querem, irrita-me quando oiço este tratamento dado às mulheres.

Tal como me irrita quando vejo/oiço um jornalista tratar por você alguém com o dobro da idade dele.

É uma questão de delicadeza. De respeito. E de saber falar português. Três coisas-admito-completamente fora de moda.

Pois qual não é o meu espanto quando, aqui há dias, na televisão, oiço o Senhor Primeiro Ministro referir-se assim à mulher (também odeio a palavra "esposa"…) do Comendador Manuel Violas. "A Senhora Celeste…." (não sei se é este o nome da senhora, mas adiante).

Fico parva. Nos cursos todos que tirou, ninguém lhe ensinou que as senhoras são todas "Senhoras Donas"?

Parafraseando livremente o nosso Augusto Gil, "que quem trabalha num call-center nos faça sofrer tormentos… enfim!/ Mas o Primeiro Ministro, Senhor? Por que nos dás esta dor? Por que padecemos assim?"

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Afinal havia crise



Afinal havia crise


Sem Rodeios

Foi e é a propaganda a grande imagem deste governo. Eles nunca souberam governar.

0h30
Por: Luís Marques Mendes, Ex-líder do PSD


Durante meses, o discurso oficial era categórico: Portugal estava no bom caminho, as previsões orçamentais estavam certas, éramos os campeões do crescimento na Europa, um verdadeiro caso de sucesso. Quando muitos vaticinavam a necessidade de mudar de vida, logo o governo os apelidava de profetas da desgraça. Onde muitos viam o país a resvalar para o precipício, o primeiro-ministro só descortinava razões para optimismo.

Até que surgiu o duríssimo programa de austeridade da semana passada. Um programa que chocou o país e fez muito boa gente abrir a boca de espanto e revolta. Afinal era tudo propaganda e mentira. Afinal havia crise.

Num ápice, caiu a máscara e todos pedem explicações. Afinal o que falhou? À boa maneira dos políticos sem vergonha, o primeiro-ministro não explica. Em duas programadas entrevistas televisivas, o Hugo Chávez à portuguesa despreza tudo – a verdade, a explicação, a inteligência dos portugueses.

Em boa verdade, não há nada a explicar. Está tudo explicado há muito tempo, em três palavras: irresponsabilidade, incompetência e propaganda. Só não vê quem não quer ver.

Foi a irresponsabilidade que conduziu em 2009 às eleições mais caras de sempre. Para sacar votos, mesmo hipotecando o futuro, Sócrates fez de tudo: aumentou em grande os funcionários públicos, o abono de família e as reformas, baixou o preço dos medicamentos, meteu dinheiro a eito nas empresas do regime, até acorreu com milhões ao BPN, tentando salvar com a política aquilo que era e é um caso de polícia. Com a mesma irresponsabilidade chegámos ao desastre deste ano – mais impostos e mais despesa, menos economia e menos emprego.

Foi a incompetência que nos trouxe até aqui – cinco anos de governação que empobreceram o país, com o défice mais alto de sempre, o maior desemprego de sempre, os impostos mais altos de sempre, a maior dívida pública de sempre, as maiores desigualdades sociais de sempre, a maior desfaçatez de sempre.

Foi e é a propaganda a grande imagem de marca deste governo. Eles nunca souberam governar. Especializaram-se, sim, na propaganda. Na arte de manobrar, controlar, mentir e enganar.

Só que não é possível enganar toda a gente durante o tempo todo. Por isso, o primeiro-ministro assinou na semana passada a sua própria certidão de óbito político. É que ninguém aceitará ser enganado durante mais tempo.

Pena é que, por descobrir a verdade, todos tenham de pagar esta factura pesada. Provavelmente por muitos e bons anos.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

O discurso cro-magnon de José Sócrates

O discurso cro-magnon de José Sócrates

Talvez por estarmos na infância da democracia, o nosso debate político tem a idade mental de uma criança de cinco anos.

Por: João Miguel Tavares (jmtavares@cmjornal.pt)

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Obviamente, demitam-no



Opinião - Jornal de Notícias


Ontem

Os governos de José Sócrates conduziram o país a uma situação deplorável, a pior de que há memória. Em tudo que mexe, o Governo estraga. O desemprego atingiu uma dimensão socialmente insuportável. São já 600 mil os afectados, cerca de metade dos quais não dispõe sequer de qualquer rendimento. A dívida pública chegou aos piores valores desde os alucinantes tempos da Primeira República, o país ameaça bancarrota.

Perante cada nova dificuldade, o Governo agrava os problemas, em vez de os minorar. Sócrates não consegue reduzir o esbanjamento no Estado, aumenta impostos e estrangula a economia. Já sem rumo, o Executivo tropeça em contradições constantes. Ora apresenta medidas de apoio aos desempregados e incentivos às empresas; ora anuncia o fim das medidas de combate à crise… em nome da própria crise. Sócrates assegura que o aumento de impostos é por um ano, e, no dia seguinte, Teixeira dos Santos vem proclamar que o sacrifício perdurará no tempo.

Os portugueses sofrem amargamente os resultados destas políticas erráticas. Mas nem todos… O Governo não mexe nos interesses dos construtores e da banca, mantém a intenção de construir o TGV e o novo aeroporto. Nem tão-pouco acaba com os privilégios duma corte de assessores. Por outro lado, acentua a discriminação em termos regionais, martirizando os nortenhos com portagens nas vias rápidas, enquanto se isentam lisboetas e algarvios. O chefe do Governo faz assim tábua rasa dum princípio constitucional básico, o de tratar por igual todos os cidadãos.

O primeiro-ministro de Portugal não tem já qualquer credibilidade. Envolvido em sucessivos escândalos, da licenciatura "fast-food" ao caso Freeport, já roça o patético. No recente episódio do encontro forjado com o cantor Chico Buarque, anunciado como a pedido deste, foi desmascarado. Com mais esta mentira, deixa-nos a todos envergonhados.

Sócrates é inapto, sacrifica desfavorecidos, preserva uma estrutura de poder inútil, beneficia os amigos do regime com negócios, é caprichoso e mimado. Para mim, basta! Despeçam-no.

Esperança

Esperança - Opinião - Correio da Manhã

Da Vida Real

0h30


A solução estrutural não é taxar e taxar e taxar: é criar riqueza e diminuir a despesa pública.


Paula Teixeira da Cruz, Advogada

segunda-feira, 14 de junho de 2010

O ministério anti professor




O ministério da educação já não existe na realidade. Os pedagogos da 5 de Outubro só existem no mundo do humor. E, no meio deste humor involuntário, lá vão destruindo a figura do "professor".

Henrique Raposo www.expresso.pt


Leia a notícia e arregale os olhos. Pode ser de espanto ou de revolta. A escolha é sua.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Alecrim e manjerona



Alecrim e manjerona - Opinião - Correio da Manhã

Diário da Manhã


O mundo está perigoso e em Portugal anda muita gente à beira de um ataque de nervos. O sinal disso são as polémicas inúteis, as divergências estéreis e o tempo que se gasta a descortinar quem tem razão sobre o sexo dos anjos.

Cavaco Silva achou por bem fazer um apelo patriótico aos portugueses para fazerem férias cá dentro. O ministro da Economia, cheio de humor depois de um bom almoço de domingo, pediu a Deus que a Rainha de Inglaterra não fizesse o mesmo. O Presidente não gostou da graça e atirou-lhe à cara a dívida externa bruta do País, a maior da Europa. E alguns jornais fizeram umas continhas para saber quem tinha razão. Já não há pachorra para estas guerras de alecrim e manjerona, que só servem para disfarçar as desgraças que vêm aí. Cá dentro e lá fora.



António Ribeiro Ferreira, Jornalista

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Estado de má-fé

Estado de má-fé - Opinião - Correio da Manhã


Paulo Portas quer unir a oposição contra a retroactividade da legislação fiscal que o Governo aprovou e faz bem. É uma boa luta e uma boa escolha de combate político.

O crime compensa

O crime compensa - Opinião - Correio da Manhã


Andamos a alimentar ociosos, vagabundos, corrécios, chefes de gang. Pagamos à escória (...)

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Chamem a polícia!



Alguns laicos e republicanos reagiram com indignação à tolerância de ponto de 13 de Maio. O improvável amor ao trabalho levou mesmo a directora da Casa Fernando Pessoa a manter a instituição aberta e o garboso ISCTE a declarar que, em nome dos alunos e do estudo, o instituto não iria fechar.


Pois bem, cidadãos. Hoje, dia 3 de Junho, é feriado religioso. Celebra-se o Corpo de Deus. Em nome do rigor, da coerência e da República, é vosso dever inalienável andar vigilante por essas aldeias, vilas e cidades.

Os improváveis amantes do trabalho não podem andar por aí com os corpinhos ao sol, a dormitar em esplanadas ou escondidos nas salas escuras de um qualquer cinema. Se tal acontecer, não hesitem: chamem a polícia. Em nome da República, da Pátria e, claro, do trabalho.



António Ribeiro Ferreira, Jornalista

O consabido ladrão


Por Miguel Esteves Cardoso
Quarta-Feira 26/05/2010


Às vezes as manchetes mentem sem querer. No Público de anteontem era “Ninguém sabe dos gravadores que o deputado do PS tirou a jornalistas”. Não é possível que ninguém saiba. Alguém sabe onde estão os gravadores que Ricardo Rodrigues roubou ao meu amigo Fernando Esteves da Sábado. Mais do que uma só pessoa, se calhar. Ninguém é que não é, de certeza.
A única coisa que sabemos é que os gravadores foram roubados pelo cidadão Ricardo Rodrigues. Não eram gravadores que lhe pertencessem. Roubou-os. Falar em “acção directa” é um ultraje. Qualquer roubo, qualquer assassinato, qualquer violação, qualquer cuspir de tremoços é uma acção directa. É tudo uma questão de propriedade. Não do que é próprio e do que é decente – o sentido piroso da propriedade – mas do facto de os objectos pertencerem a quem os pagou. Ricardo Rodrigues foi um ladrão. Roubou objectos que não lhe pertenciam. O resto é conversa.
Mesmo que Ricardo Rodrigues não tivesse dito nada (ou tivesse dito tudo), nem o silêncio nem o que disse justifica o roubo. A liberdade de expressão é uma coisa. O roubo de canetas e megafones é outra.
Para mais, há um roubo intelectual. É muito menos grave – mas é mais revelador. O ladrão Ricardo Rodrigues roubou os gravadores. Mas também quis roubar as perguntas de Fernando Esteves. Só lhe faltou roubar o vídeo – mas todos os ladrões são incompletos.
Ricardo Rodrigues pode ser inocente de tudo. Menos de uma coisa. É ladrão. É ladrão. É ladrão.


No Público de 26.05.2010

terça-feira, 1 de junho de 2010