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Um ponto de encontro. Um espaço de cultura. Um local onde falamos do concelho de Oeiras, de Portugal e do Mundo.
quinta-feira, 30 de abril de 2009
Uma córnea que prestigia
Deus não salva ninguém das grandes catástrofes naturais. E, no entanto, Nuno Álvares Pereira intercedeu em nome d'Ele para curar a córnea de Guilhermina de Jesus. Como entender, então, a façanha oftalmológica do novo santo?
A canonização de D. Nuno Álvares Pereira é, evidentemente, um motivo de orgulho para o País. O milagre que o novo santo operou em Guilhermina de Jesus, de 65 anos, natural de Vila Franca de Xira, pode não ser dos maiores - mas conta. A senhora estava em casa a fritar peixe quando um respingo de óleo a ferver lhe lesionou o olho esquerdo. Nuno Álvares viu a conjuntura propícia à santidade, e não falhou: curou-lhe a úlcera na córnea e prestigiou-se a si e a nós. Os portugueses sempre tiveram uma grande capacidade de se prestigiarem por interposto compatriota. Normalmente, o compatriota está vivo e pratica um desporto qualquer, mas um homem que está morto vai para 580 anos e cura úlceras na córnea a partir da eternidade também prestigia.
Contudo, receio bem que D. Nuno Álvares Pereira, que é santo há tão pouco tempo, já esteja a arranjar problemas com colegas que são santos há mais de 1500 anos. Refiro-me especificamente a Santo Agostinho, o santo que explicou a razão pela qual Deus, sendo embora omnipotente, omnisciente, omnipresente e infinitamente bom, permite que haja mal no mundo. A razão é o livre arbítrio: Deus concedeu a liberdade ao homem, que desfruta dela como entende, e é por isso que Ele não intervém quando os homens se matam uns aos outros. Ficou explicada a existência do mal moral. E o mal natural explica-se da mesma maneira: as catástrofes naturais são, também elas, causadas pela liberdade concedida por Deus, desta vez a Satanás e seus acólitos. É por isso, dizia Santo Agostinho, que Deus não salva ninguém das grandes catástrofes naturais, sejam elas um tsunami, um terramoto, ou um respingo de óleo a ferver para o olho. E, no entanto, Nuno Álvares Pereira intercedeu em nome d'Ele para curar a córnea de Guilhermina de Jesus. Como entender, então, a façanha oftalmológica do novo santo? Talvez Deus tenha interrompido por momentos o princípio do livre arbítrio para permitir a ocorrência de uma acção pedagógica. Pode ter sido um trabalho de equipa: Deus alerta Guilhermina de Jesus para os malefícios dos fritos respingando-lhe óleo a ferver para o olho, e Nuno Álvares, depois de aprendida a lição, intervém para lhe salvar a córnea. Os caminhos do Senhor são misteriosos e, como é cada vez mais evidente, até Santo Agostinho se perde neles.
O que interessa é que o milagre foi feito, registado, e levado em conta na beatificação de Nuno Álvares Pereira, para gáudio de Cavaco Silva. O Presidente da República suspendeu por instantes o preceito da separação entre Estado e Igreja e integrou a comissão de honra da canonização. Há quem diga que as congratulações do Presidente da República a propósito de um caso estritamente religioso violam o princípio da laicidade do Estado, mas se Deus interrompeu o livre arbítrio para prestigiar o nosso país, o mínimo que o Presidente pode fazer é mandar a laicidade às malvas para agradecer.
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NÃO HÁ CIDADE SEM CAMPO
PONTOS DE VISTA por JORGE MIRANDA
OEIRAS – UM CASO EM ESTUDO
Nas últimas décadas Oeiras ganhou uma invejável dinâmica que lhe conferiu um inusitado destaque. De periferia apagada, conquistou um irradiante e modelar protagonismo. Saiu do estado de letargia em que se encontrava e, com determinação, assumiu um novo rumo. Quem acompanha o pulsar local sente a mudança de ritmo, a capacidade de realização e a transformação a operar-se. É, incontestavelmente, visível. E esta realidade tem sido motivadora de aturada observação e análise por parte de estudiosos, nas diversas áreas da sua especialização.
É sobre este manancial de exemplares situações, quer do passado (indispensável para se compreender o presente), quer da actualidade, que se têm produzido trabalhos académicos que contribuem para o conhecimento, cada vez mais alargado e aprofundado, da realidade global. E isto sem a clara definição de uma política autárquica de promoção ou de estímulo.
No espaço de uma semana, duas teses sobre realidades oeirenses foram defendidas, em diferentes instituições universitárias.
A primeira, de doutoramento em Arquitectura, verificou-se no dia 24 deste mês, na Universidade Lusíada de Lisboa, e tinha por tema “A Arquitectura de Veraneio no Concelho de Oeiras, 1860-1925: inventário, estado de conservação e proposta de algumas medidas de salvaguarda”, da autoria de Alexandra Paula de Carvalho Antunes. A este trabalho o exigente júri, perante a sua qualidade científica e a segura e competente apresentação e defesa, conferiu alta classificação.
A segunda será discutida, na tarde de hoje, dia 30, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Trata-se de tese de mestrado em Ciências da Informação e Documentação, sobre “Espaços para Jovens nas Bibliotecas Públicas – Estudo de Caso da Biblioteca Municipal de Oeiras”, apresentada por Ana Filipa Costa da Silva Ferreira.
É deveras gratificante assistir a este interesse por Oeiras. É testemunho do avanço que experimenta, mesmo quando se escalpelizam deficiências e apontam soluções.
Oeiras transformou-se, efectivamente, sob várias perspectivas, num fenómeno que motiva a dissecação.
Jorge Miranda
jorge.o.miranda@gmail.com
O "Oeiras Local" agradece ao Autor e ao "Jornal da Costa do Sol" a cedência do artigo e ao "Boletim Municipal Oeiras Actual" o uso da foto.
quarta-feira, 29 de abril de 2009
“Carnaxide vai ter primeiro hotel”
Unidade de quatro estrelas será primeiro hotel da freguesia de Carnaxide
A Câmara de Oeiras aprovou um pedido de informação prévia para edificação do primeiro hotel da freguesia de Carnaxide, uma unidade de quatro estrelas com 184 quartos.
O projecto do “Concept Hotel”, apresentado pela Sociedade de Construções Isidro Afonso, Lda., prevê um hotel com uma área bruta de construção de cerca de 14.120 metros quadrados na Estrada da Outurela, numa área onde existe um prédio com 8.207 metros quadrados, propriedade da construtora.
“Estava prevista a construção de escritórios, mas o promotor preferiu um hotel e nesta fase esta opção é de facto mais interessante. Há dois aspectos muito positivos: será o primeiro hotel da freguesia e será mais uma empresa a gerar emprego”, disse à Lusa o vereador do Turismo da autarquia oeirense, Carlos Oliveira.
O responsável acredita que, na zona onde ficará inserida, a nova unidade fomentará sobretudo o turismo de negócios, vertente turística mais desenvolvida no concelho.
SMAS forreta !
Recebi hoje mais uma comunicação do SMAS anexada à correspondente factura .
Nada a opor ao facto do SMAS, gastador dos dinheiros públicos em prol do sr. Narciso Morais, ter resolvido acrescentar duas tarifas que se destinam a apoiar munícipes em carência social.
Mas, deixem-se só fazer esta pergunta: E os desempregados senhores ?
O salário mínimo nacional está em €450. Um casal no desemprego com um filho que tenha como rendimento do fundo de desemprego € 550, está automaticamente excluído. Mas será que não lhes ocorreu outras tarifas, para neste momento de crise que Portugal atravessa, abranger outros núcleos familiares?
É só começarem a poupar na propaganda e os munícipes agradecem.
Ah! Já sei, em Oeiras não há desemprego!
Moradores acusam Câmara de Oeiras de violar PDM
Referente à Urbanização "Alto da Montanha", já foi intreposta uma Previdência Cautelar pelo Hospital de Santa Cruz por causa do funcionamento do Heliporto.
E, já vão duas. A CMO acha tudo normal e só responde em Tribunal.
Passos Coelho rejeita «equívocos» sobre bloco central
Hoje às 07:28
Pedro Passos Coelho defende que o PSD tem de ser claro na recusa de um Governo de bloco central. É o que escreve, esta quarta-feira, num artigo de opinião que publica no Jornal de Negócios.
No texto Passos Coelho, ex-candidato à liderança do partido, sublinha que o partido «não pode permitir gaffes ou equívocos» a esse respeito.
Numa entrevista esta semana à SIC, Manuela Ferreira Leite não rejeitou essa hipótese, mas veio depois esclarecer que nunca defendeu um governo de bloco central.
Pedro Passos Coelho garante que este artigo não é uma resposta à líder social-democrata, sublinhando apenas a importância de dizer ao país que o PSD não aceita uma coligação com o Partido Socialista.
«O país anseia por essa alternativa [ao Governo] e seria absolutamente inaceitável que um partido que pretende oferecer essa viragem política se servisse de uma muleta para manter a política actual», considera.
Pedro Passos Coelho garante, no entanto, que esta posição não deve ser entendida como uma crítica à líder do PSD.
«Se eu quiser criticar a doutora Manuela Ferreira Leite critico abertamente», garante.
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terça-feira, 28 de abril de 2009
A desumanização dos pequenos nadas
Está a alastrar a moda de não se usar “por favor” e “obrigada”. Também entidades oficiais deixaram de usar “Sra. Dona” na correspondência. Somos incomodados via telefónica por jovens formatados em autênticos autómatos e se alguns de nós não desligamos logo é porque sabemos que estão a ganhar a vida. Por outro lado, quando ligamos para uma empresa ou serviço público ficamos pendurados até acabarem as instruções das máquinas que nos respondem, em total desrespeito pela pessoa que está do outro lado.
Somos incomodados por vizinhos que deixam os cães a ladrar dia e noite, fazem todo o tipo de barulho, atiram com portas, gritam nas escadas e põem a música ou as televisões muito alto mostrando um défice de educação. As ruas estão inundadas com estacionamento em curvas, em cima dos passeios, em ruas sem saída e as autoridades não interferem até no sentido de prevenir a mobilidade em caso de acidente.
A escola deixou de ser um local de respeito não se exigindo que os alunos respeitem os professores e até há alunos e encarregados de educação que batem nos professores sem que lhes aconteça nada.
Esta é uma pequena lista da desumanização das relações entre pessoas. Ninguém liga aos pequenos nadas, ninguém está obrigado a respeitar o semelhante. Dizem que isto é o espelho das nossas autoridades. Para quando a obrigatoriedade de sermos bem educados e os prevaricadores serem realmente chamados à atenção e até punidos pelo seu comportamento?
(Este artigo foi publicado hoje no Público nas Cartas ao Director)
APL quer viabilizar heliporto no terrapleno de Algés
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segunda-feira, 27 de abril de 2009
MADRUGADA DA POESIA 2009
DIA 8 de MAIO à PARTIR DAS 21h00
BIBLIOTECA OPERÁRIA OEIRENSE
(Rua Cândido dos Reis, 119 – Oeiras – Tel 21 442 66 91)
Entrada livre
Aconselhada inscrição para dizer ou declamar
Maio está à porta e com ele chega a MADRUGADA DA POESIA à associação cultural, de longa tradição com sede em Oeiras, Biblioteca Operária Oeirense que organiza, de há uns anos a esta parte e com uma participação sempre crescente, um emocionante e divertido encontro de amantes de poesia.
É já a 8 de Maio a partir das 21h00. A entrada é livre, mas para dizer ou declamar os seus poemas ou os da sua escolha, convém fazer uma inscrição prévia para se irem organizando as leituras. Faça a sua inscrição pelo telefone 21 442 66 91.
Venha alimentar o seu espírito e dar alimento aos dos seus companheiros de Madrugada.
Sim, nós sabemos, o seu corpo também vai precisar de alimento ao longo da noite. É por isso que vos preparamos também uns aconchegos para o seu estômago não reclamar. Como esperamos ser muitos, se quiser pode trazer alguma coisa para ajudar à festa e ao aconchego.
Quem tem sido participante activo nestas madrugadas tudo fará para não faltar ao encontro.
Para quem ainda não passou a Madrugada connosco, aconselhamos que se junte a nós na sexta-feira 8 de Maio na Rua Cândido dos Reis, 119 em Oeiras a partir das 21h00. Vai ver que não se arrepende.
ESTAMOS MESMO A CONTAR CONSIGO.
NÃO FALTE!
2009 – Algés – 15
“Isto vai meus amigos isto vai…” – Ary. Mas às vezes parece que nunca mais vai!
- Temos mais duas farmácias: uma junto aos actuais Bombeiros e outra na Rua da Eira.
- Estão a ser avivadas – repintadas, várias passadeiras na baixa de Algés
- Os oleões continuam a faltar aqui na parte antiga onde há um número significativo de restaurantes.
- O problema do estacionamento na baixa de Algés continua sem que ninguém chame a atenção dos faltosos. Há um número significativo de carros parados em curvas, em acessos pedonais que em caso de necessidade de mobilidade para bombeiros ou outras emergências os carros não passam. E muitas vezes é apenas comodismo; é para terem o carro de baixo de olho. É falta de educação e de respeito pelos outros. Uma coisa é parar para deixar alguém entrar ou sair; outras é estar lá dia e a noite.
- Parece que agora vamos ter um heliporto aqui à beirinha. Isto ainda vai dar para correr muita tinta e muitos senhores fazerem discursos. Eu também vou ter matéria para Vos informar. Lembram-se do World Trade Center? Tem havido tanta coisa projectada e a projectar-se para o outro lado da linha férrea que até dava um romance. E o rio que tínhamos aqui quase aos nossos pés está lá longe com margem apetitosa.
Pensamento:
Do rio que tudo arrasta, diz-se que é violento. Mas ninguém chama violentas às margens que o comprimem./ Bertold Brecht
Vacinação anti-rábica
Sabia que é obrigatória a vacinação anti-rábica dos cães existentes em todo o território nacional? A campanha já iniciou no Concelho de Oeiras. A identificação electrónica de cães também é obrigatória para todos os cães nascidos após 1 de Julho de 2008 e para todos os pertencentes a determinadas categorias.
Notícia e respectivas datas »»»
Os bons e os maus
Opinião
JN 10h29m
Já há mais jornalistas a contas com a justiça por causa do Freeport do que houve acusados por causa da queda da ponte de Entre-os-Rios. Isto diz muito sobre a escala de valores de quem nos governa.
Chegar aos 35 anos do 25 de Abril com nove jornalistas processados por notícias ou comentários com que o Chefe do Governo não concorda é um péssimo sinal. O Primeiro-ministro chegou ao absurdo de tentar processar um operador de câmara mostrando que, mais do que tudo, o objectivo deste frenesim litigante é intimidar todos os que trabalham na comunicação social independentemente das suas funções, para que não toquem na matéria proibida. Mas pode haver indícios ainda piores. Se os processos contra jornalistas avançarem mais depressa do que as investigações do Freeport, a mensagem será muito clara. O Estado dá o sinal de que a suspeita de haver membros de um governo passíveis de serem corrompidos tem menos importância do que questões de forma referentes a notícias sobre graves indícios de corrupção. Se isso acontecer é a prova de que o Estado, através do governo, foi capturado por uma filosofia ditatorial com métodos de condicionamento da opinião pública mais eficazes do que a censura no Estado Novo porque actua sob um disfarce de respeito pelas liberdades essenciais. Não havendo legislação censória está a tentar estabelecer-se uma clara distinção entre "bons" e "maus" órgãos de informação com advertências de que os "maus" serão punidos com inclemência. O Primeiro-ministro, nas declarações que transmitiu na TV do Estado, fez isso clara e repetidamente. Pródigo em elogios ad hominem a quem não o critica, crucifica quem transmite notícias que lhe são adversas. Estabeleceu, por exemplo, a diferença entre "bons jornalistas", os que ignoram o Freeport, e os "maus jornalistas" ou mesmo apenas só "os maus", os que o têm noticiado. Porque esses "maus" não são sequer jornalistas disse, quando num exercício de absurdo negou ter processado jornalistas e estar a litigar apenas contra os obreiros dos produtos informativos "travestidos" que o estavam a difamar. E foi num crescendo ameaçador que, na TV do Estado, o Chefe do Governo admoestou urbi et orbi que, por mais gritantes que sejam as dúvidas que persistem, colocar-lhe questões sobre o Freeport é "insultuoso", rematando com um ameaçador "Não é assim que me vencem". Portanto, não estamos face a um processo de apuramento de verdade. Estamos face a um combate entre noticiadores e noticiado, com o noticiado arvorando as armas e o poder que julga ter, a vaticinar uma derrota humilhante e sofrida aos noticiadores. Há um elemento que equivale a uma admissão de culpa do Primeiro-Ministro nas tentativas manipulatórias e de condicionamento brutal da opinião pública: a saída extemporânea de Fernanda Câncio de um painel fixo de debate na TVI sobre a actualidade nacional onde o Freeport tem sido discutido com saudável desassombro, apregoa a intolerância ao contraditório.
Assim, com uma intensa e pouco frequente combinação de arrogância, inabilidade e impreparação, com uma chuva de processos, o Primeiro Ministro do décimo sétimo governo constitucional fica indelevelmente colado à imagem da censura em Portugal, 35 anos depois de ela ter sido abolida no 25 de Abril.
JN 10h29m
Já há mais jornalistas a contas com a justiça por causa do Freeport do que houve acusados por causa da queda da ponte de Entre-os-Rios. Isto diz muito sobre a escala de valores de quem nos governa.
Chegar aos 35 anos do 25 de Abril com nove jornalistas processados por notícias ou comentários com que o Chefe do Governo não concorda é um péssimo sinal. O Primeiro-ministro chegou ao absurdo de tentar processar um operador de câmara mostrando que, mais do que tudo, o objectivo deste frenesim litigante é intimidar todos os que trabalham na comunicação social independentemente das suas funções, para que não toquem na matéria proibida. Mas pode haver indícios ainda piores. Se os processos contra jornalistas avançarem mais depressa do que as investigações do Freeport, a mensagem será muito clara. O Estado dá o sinal de que a suspeita de haver membros de um governo passíveis de serem corrompidos tem menos importância do que questões de forma referentes a notícias sobre graves indícios de corrupção. Se isso acontecer é a prova de que o Estado, através do governo, foi capturado por uma filosofia ditatorial com métodos de condicionamento da opinião pública mais eficazes do que a censura no Estado Novo porque actua sob um disfarce de respeito pelas liberdades essenciais. Não havendo legislação censória está a tentar estabelecer-se uma clara distinção entre "bons" e "maus" órgãos de informação com advertências de que os "maus" serão punidos com inclemência. O Primeiro-ministro, nas declarações que transmitiu na TV do Estado, fez isso clara e repetidamente. Pródigo em elogios ad hominem a quem não o critica, crucifica quem transmite notícias que lhe são adversas. Estabeleceu, por exemplo, a diferença entre "bons jornalistas", os que ignoram o Freeport, e os "maus jornalistas" ou mesmo apenas só "os maus", os que o têm noticiado. Porque esses "maus" não são sequer jornalistas disse, quando num exercício de absurdo negou ter processado jornalistas e estar a litigar apenas contra os obreiros dos produtos informativos "travestidos" que o estavam a difamar. E foi num crescendo ameaçador que, na TV do Estado, o Chefe do Governo admoestou urbi et orbi que, por mais gritantes que sejam as dúvidas que persistem, colocar-lhe questões sobre o Freeport é "insultuoso", rematando com um ameaçador "Não é assim que me vencem". Portanto, não estamos face a um processo de apuramento de verdade. Estamos face a um combate entre noticiadores e noticiado, com o noticiado arvorando as armas e o poder que julga ter, a vaticinar uma derrota humilhante e sofrida aos noticiadores. Há um elemento que equivale a uma admissão de culpa do Primeiro-Ministro nas tentativas manipulatórias e de condicionamento brutal da opinião pública: a saída extemporânea de Fernanda Câncio de um painel fixo de debate na TVI sobre a actualidade nacional onde o Freeport tem sido discutido com saudável desassombro, apregoa a intolerância ao contraditório.
Assim, com uma intensa e pouco frequente combinação de arrogância, inabilidade e impreparação, com uma chuva de processos, o Primeiro Ministro do décimo sétimo governo constitucional fica indelevelmente colado à imagem da censura em Portugal, 35 anos depois de ela ter sido abolida no 25 de Abril.
domingo, 26 de abril de 2009
sábado, 25 de abril de 2009
35 anos depois
Opinião
Ontem
Há 35 anos era a Revolução. Às 6 da manhã, alguém me telefonou: "A tropa está na rua!". Corri para o jornal, inquieto. Depois do 16 de Março, falava-se que Kaúlza e sectores direitistas do Exército preparavam um golpe. Na rádio ouviam-se marchas militares, só interrompidas por um comunicado do MFA aconselhando as pessoas a ficar em casa e ordenando às forças policiais que recolhessem aos quartéis. De repente, contudo, as ruas encheram-se de gente gritando: "Liberdade! Liberdade!". A Polícia ainda carregou sobre os primeiros manifestantes, mas já era tarde: tínhamos perdido o medo.
Em breve a Praça e os Aliados transbordavam de homens e mulheres, muitos com lágrimas nos olhos, abraçando-se e festejando e, aos meus ombros, minha filha, de 3 anos, com um cravo vermelho na mão, gritava também, contagiada por tanta felicidade: "Liberdade! Liberdade!". Há 35 anos era a Revolução. Depois foi (é) [o] que se sabe. Diz Carlyle na sua "História da Revolução Francesa" que as revoluções são sonhadas por idealistas e realizadas por fanáticos, e quem delas se aproveita são os oportunistas de todas as espécies.
Ontem
Há 35 anos era a Revolução. Às 6 da manhã, alguém me telefonou: "A tropa está na rua!". Corri para o jornal, inquieto. Depois do 16 de Março, falava-se que Kaúlza e sectores direitistas do Exército preparavam um golpe. Na rádio ouviam-se marchas militares, só interrompidas por um comunicado do MFA aconselhando as pessoas a ficar em casa e ordenando às forças policiais que recolhessem aos quartéis. De repente, contudo, as ruas encheram-se de gente gritando: "Liberdade! Liberdade!". A Polícia ainda carregou sobre os primeiros manifestantes, mas já era tarde: tínhamos perdido o medo.
Em breve a Praça e os Aliados transbordavam de homens e mulheres, muitos com lágrimas nos olhos, abraçando-se e festejando e, aos meus ombros, minha filha, de 3 anos, com um cravo vermelho na mão, gritava também, contagiada por tanta felicidade: "Liberdade! Liberdade!". Há 35 anos era a Revolução. Depois foi (é) [o] que se sabe. Diz Carlyle na sua "História da Revolução Francesa" que as revoluções são sonhadas por idealistas e realizadas por fanáticos, e quem delas se aproveita são os oportunistas de todas as espécies.
De luva branca !
"O ex-presidente do PSD Luís Marques Mendes declarou hoje que aceitou o galardão atribuído pela Câmara Municipal de Oeiras, mas que recusa participar na cerimónia de entrega por esta ser presidida por Isaltino Morais." in SOL
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25 de Abril - A minha geração
RETRATO
A minha geração já se calou, já se perdeu, já amuou,
ou então morreu; já se acabou.
A minha geração de hedonistas e de ateus, de anti-clubistas,
de anarquistas, deprimidos e de artistas, e de autistas
estatelou-se docemente contra o céu.
A minha geração ironizou o coração, alimentou a confusão,
brincou às mil revoluções amando gestos e protestos e canções,
pelo seu estilo controverso.
A minha geração só se comove com excessos, com hecatombes,
com acessos de bruta cólera, de mortes, de misérias, de mentiras,
de reflexos da sua funda castração.
A minha geração é a herdeira do silêncio,
dos grandes paizinhos do céu,
da indecência, do abuso,
e um belo dia esqueceu tudo e fez-se à vida
na cegueira do comércio.
A minha geração é toda a minha solidão, é flor de ausência, sonho vão,
aparição, presságio, fogo de artifício, toda vício, toda boca
e pouca coisa na mão.
Vai minha geração, ergue a cabeça e solta os teus filhos no esplendor
do lixo e do descuido, deixa-te ir enquanto o sabor acre da desistência vai
corroendo a doçura da sua infância.
Vai minha geração, reage, diz que não é nada assim,
que é um lamentável engano, erro tipográfico, estatística imprecisa, puro
preconceito, que o teu único defeito é ter demasiadas
qualidades e tropeçar nelas.
Vai minha geração, explica bem alto a toda a gente que és por demais
inteligente para sujar as mãos neste velho processo, triste traste de Deus,
de fingir que o nosso destino é ser um bocadinho melhores do que antes.
Vai minha geração, nasceste cansada, mimada, doente por tudo e por nada,
com medo de ser inventada, o que é que te falta agora que não te falta nada?
Poderá uma pobre canção contribuir para a tua regeneração
ou só te resta morrer desintegrada?
Mas, minha geração, valeu a trapaça, até teve graça,
tanta conversa, tanta utopia tonta, tanto copo,
e a comida estava óptima! O que vamos fazer?
JP Simões - 1970
Ouvir a canção“Abril é Sempre Hoje”
.
Ontem foi ABRIL!
e houve espanto
e baionetas que floriram cravos
Ontem foi ABRIL!
e houve espanto
e baionetas que floriram cravos
e prisões de portas abertas
e lágrimas e abraços tardados.
E chegou povo do meu povo
gente que estava longe
gente que veio viver o espanto.
Ontem foi ABRIL!
e houve esperança
e as fardas eramos nós
e a ordem eramos todos
e o trabalho era pão
e a luta revolução
e lágrimas e abraços tardados.
E chegou povo do meu povo
gente que estava longe
gente que veio viver o espanto.
Ontem foi ABRIL!
e houve esperança
e as fardas eramos nós
e a ordem eramos todos
e o trabalho era pão
e a luta revolução
Ontem foi ABRIL
e tantas esperas de enfim é agora
e as casas
e os campos
e as fábricas.
Vozes de que estamos aqui
e ali……………………………
e tantas esperas de enfim é agora
e as casas
e os campos
e as fábricas.
Vozes de que estamos aqui
e ali……………………………
Era povo que se queria gente
mãos estendidas e enlaçadas.
Ontem foi ABRIL!
MAS ABRIL NÃO PODE SER ONTEM!
O SOL é de todos os dias
A ESPERANÇA é sempre AMANHÃ.
É preciso vigiar e continuar, continuar...
encontrar novos caminhos;
Ensinar os JOVENS
mãos estendidas e enlaçadas.
Ontem foi ABRIL!
MAS ABRIL NÃO PODE SER ONTEM!
O SOL é de todos os dias
A ESPERANÇA é sempre AMANHÃ.
É preciso vigiar e continuar, continuar...
encontrar novos caminhos;
Ensinar os JOVENS
acordar os velhos,
PORQUE ABRIL É SEMPRE HOJE!
PORQUE ABRIL É SEMPRE HOJE!
Maria Clotilde Moreira
sexta-feira, 24 de abril de 2009
Para Meditar
OPINIÃO na RR
Há episódios na política que nos mostram quanto a memória é curta. O caso das eventuais “pressões” sobre magistrados no caso Freeport é um deles.
Quem se lembrava que o actual ministro da Justiça fora demitido de director dos assuntos de justiça do Governo de Macau acusado de pressionar um juiz de instrução criminal num caso de peculato que, ao tempo, envolvia dois companheiros socialistas?
Aconselhava o bom senso que, com um passado assim, não voltasse o político a ocupar pastas na Justiça? E menos ainda a ser ministro?
Talvez, mas a memória não resistiu a 21 anos de branqueamento. Eis a espantosa explicação do próprio sem ponta de remorso.
A alegada pressão não passara de uma mera explicação técnica fornecida ao juiz para evitar que ele persistisse “no erro” de manter em prisão preventiva os dois acusados.
E Lopes da Mota? Alguém sabia o nome do magistrado acusado de fornecer a Fátima Felgueiras documentos do processo em que estava envolvida?
Alguém suspeitava sequer que poderia ser ele o elemento de ligação entre a investigação britânica e portuguesa no caso Freeport?
Um ex-secretário de Estado socialista? Aconselhava o bom senso que o político não tivesse regressado à sua actividade de magistrado?
Talvez, mas a ninguém ocorreu manter viva a memória.
O país está doente e o diagnóstico aponta para um estado avançado da doença de Alzheimer. Só isto explica que, depois de condenado por corrupção, Domingos Névoa possa ter sido nomeado presidente de uma empresa municipal com aval unânime dos maiores partidos.
Até aqui, foi precisa a pressão dos média para o próprio se lembrar do facto e… renunciar ao cargo.
Graça Franco
2009 – Algés – 14
Empreitada de Construção do Emissário de Monsanto – 2ª e 3ªa Fases
Estão a decorrer na área da Av. dos Bombeiros umas obras da responsabilidade da SIMTEJO que “irão possibilitar o tratamento de efluentes contribuindo para a despoluição da Ribeira de Algés, melhorando as condições sanitárias e a qualidade de vida da população”. Foi distribuído, entretanto, um comunicado detalhando a actuação e a sua finalidade acompanhado de um mapa.
Estas obras estarão concluídas em Julho próximo.
(Não quero deixar de assinalar que este comunicado tem uma capa linda com cegonhas e a letra utilizada tem um óptimo tamanho para ser facilmente lida.)
Estão a decorrer na área da Av. dos Bombeiros umas obras da responsabilidade da SIMTEJO que “irão possibilitar o tratamento de efluentes contribuindo para a despoluição da Ribeira de Algés, melhorando as condições sanitárias e a qualidade de vida da população”. Foi distribuído, entretanto, um comunicado detalhando a actuação e a sua finalidade acompanhado de um mapa.
Estas obras estarão concluídas em Julho próximo.
(Não quero deixar de assinalar que este comunicado tem uma capa linda com cegonhas e a letra utilizada tem um óptimo tamanho para ser facilmente lida.)
Pensamento:
Uma gaivota voava, voava,
asas de vento,
coração de mar.
asas de vento,
coração de mar.
Como ela, somos livres,
somos livres de voar.
somos livres de voar.
APL quer viabilizar heliporto no terrapleno de Algés
23 de Abril de 2009
A Administração do Porto de Lisboa (APL) quer ceder uma parte do terrapleno de Algés (Oeiras) a privados para construção de um heliporto comercial com quase três mil metros quadrados.
Em declarações à Lusa, a presidente da Junta de Freguesia de Algés, Alda Lima, explicou nunca ter sabido do projecto até receber em Janeiro um edital da entidade portuária, gestora daquele terreno ribeirinho, onde o presidente do conselho de administração, Manuel Frasquilho, afirmava que um privado com «direito de preferência» pedira a atribuição de título de utilização de uma parcela de cerca de 2.976 metros quadrados.
No documento, o responsável referia que o objectivo era desenvolver, na zona junto à Torre «VTS», a actividade de «exploração comercial de um heliporto e apoio ao serviço de transporte aéreo, bem como à comercialização de trabalhos aéreos por meio de helicópteros por si operados».
«Mandei logo para a Câmara para dar conhecimento e pedi esclarecimentos à APL, disseram que está tudo previsto, que estava a correr os seus trâmites e que não houve reclamações nos trinta dias de discussão pública», contou a autarca.
Segundo Alda Lima, a APL referiu que as licenças só seriam emitidas quando houvesse o parecer positivo de várias entidades, inclusive do Instituto Nacional de Aviação Civil, mas a Junta de Freguesia opõe-se à localização da infra-estrutura e defende a extensão da obra do Passeio Marítimo de Oeiras até Algés para usufruto da população.
A presidente considera mesmo que a escolha do terrapleno é «inconcebível» e uma «aberração», porque cria «mais uma barreira entre as pessoas e o Tejo» e permite a ocupação de uma área que, no seu entender, deveria destinar-se ao lazer, à cultura e ao desporto.
«Não sei o que vão argumentar, mas mesmo que seja para acorrer a tragédias, porque não fazê-lo numa zona mais deserta?», questionou.
O terrapleno de Algés tem estado desde Janeiro no centro de outra polémica entre a APL e o município relacionada com a construção da nova sede da empresa, uma obra contestada pelo executivo municipal e pela Junta e alvo de um abaixo-assinado que conta já com mais de 1500 assinaturas.
Em declarações à Lusa, a presidente da Junta de Freguesia de Algés, Alda Lima, explicou nunca ter sabido do projecto até receber em Janeiro um edital da entidade portuária, gestora daquele terreno ribeirinho, onde o presidente do conselho de administração, Manuel Frasquilho, afirmava que um privado com «direito de preferência» pedira a atribuição de título de utilização de uma parcela de cerca de 2.976 metros quadrados.
No documento, o responsável referia que o objectivo era desenvolver, na zona junto à Torre «VTS», a actividade de «exploração comercial de um heliporto e apoio ao serviço de transporte aéreo, bem como à comercialização de trabalhos aéreos por meio de helicópteros por si operados».
«Mandei logo para a Câmara para dar conhecimento e pedi esclarecimentos à APL, disseram que está tudo previsto, que estava a correr os seus trâmites e que não houve reclamações nos trinta dias de discussão pública», contou a autarca.
Segundo Alda Lima, a APL referiu que as licenças só seriam emitidas quando houvesse o parecer positivo de várias entidades, inclusive do Instituto Nacional de Aviação Civil, mas a Junta de Freguesia opõe-se à localização da infra-estrutura e defende a extensão da obra do Passeio Marítimo de Oeiras até Algés para usufruto da população.
A presidente considera mesmo que a escolha do terrapleno é «inconcebível» e uma «aberração», porque cria «mais uma barreira entre as pessoas e o Tejo» e permite a ocupação de uma área que, no seu entender, deveria destinar-se ao lazer, à cultura e ao desporto.
«Não sei o que vão argumentar, mas mesmo que seja para acorrer a tragédias, porque não fazê-lo numa zona mais deserta?», questionou.
O terrapleno de Algés tem estado desde Janeiro no centro de outra polémica entre a APL e o município relacionada com a construção da nova sede da empresa, uma obra contestada pelo executivo municipal e pela Junta e alvo de um abaixo-assinado que conta já com mais de 1500 assinaturas.
Diário Digital / Lusa
Notícia gentilmente enviada por:
Morador NO http://fundicaodeoeiraseseutermo.blogspot.com/
Imaginem o que seria se não estivéssemos em crise!
.
Parlamento gasta 1 milhão em carros de luxo
É assim...
http://www.videos.iol.pt/consola.php?projecto=27&mul_id=13129491&v_sort=&v_order=&tipo_conteudo=1&tipo=2&id_conteudo=&referer=1&query=&pagina=
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quinta-feira, 23 de abril de 2009
O quê? costuma trabalhar às 6ªs feiras?!...
.
E não se esqueçam, continuem a votar PS.
' Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas...'
Guerra Junqueiro, escrito em 1886
--------------------------------------------------------------------------------
Almeida Santos e as faltas dos deputados:
«Não se paga aos deputados o suficiente para que sejam todos apenas profissionais. Quanto às justificações para as faltas, é verdade que a sexta-feira é, em si própria uma justificação, porque é véspera de fim-de-semana. Eu compreendo isso. Talvez esteja errado que as votações sejam à sexta-feira. Não julguemos também que ser deputado é uma escravatura, porque não é, nem pode ser. É preciso é arranjar horas para a votação que não sejam as horas em que normalmente seja mais difícil e mais penoso estar na Assembleia da República».
Os deputados ganham apenas 3708 euros de salário-base,mais 10% do salário para despesas de representação, entre outras regalias
http://www.inverbis.net/sistemapolitico/deputados-abonos-duplicam-vencimento.html
Para qualquer trabalhador, a sexta-feira é, em si própria uma justificação para faltar ao trabalho, aliás, acho que tal justificação está mesmo contemplada no novo código de trabalho.
Ser deputado não pode ser uma escravatura - escravatura é para os trabalhadores a recibos verdes, para os trabalhadores que acumulam horas em cima de horas sem a devida compensação, para os trabalhadores com horários tão flexíveis que não os conseguem conciliar com a vida familiar.
É, portanto, penoso estar na Assembleia da República à 6ªF...
Pois o Sr. Almeida Santos não se apercebe de quão penoso é para nós ouvir frases tão ofensivas para quem, de facto, trabalha.
E não se esqueçam, continuem a votar PS.
' Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas...'
Guerra Junqueiro, escrito em 1886
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Almeida Santos e as faltas dos deputados:
«Não se paga aos deputados o suficiente para que sejam todos apenas profissionais. Quanto às justificações para as faltas, é verdade que a sexta-feira é, em si própria uma justificação, porque é véspera de fim-de-semana. Eu compreendo isso. Talvez esteja errado que as votações sejam à sexta-feira. Não julguemos também que ser deputado é uma escravatura, porque não é, nem pode ser. É preciso é arranjar horas para a votação que não sejam as horas em que normalmente seja mais difícil e mais penoso estar na Assembleia da República».
Os deputados ganham apenas 3708 euros de salário-base,mais 10% do salário para despesas de representação, entre outras regalias
http://www.inverbis.net/sistemapolitico/deputados-abonos-duplicam-vencimento.html
Para qualquer trabalhador, a sexta-feira é, em si própria uma justificação para faltar ao trabalho, aliás, acho que tal justificação está mesmo contemplada no novo código de trabalho.
Ser deputado não pode ser uma escravatura - escravatura é para os trabalhadores a recibos verdes, para os trabalhadores que acumulam horas em cima de horas sem a devida compensação, para os trabalhadores com horários tão flexíveis que não os conseguem conciliar com a vida familiar.
É, portanto, penoso estar na Assembleia da República à 6ªF...
Pois o Sr. Almeida Santos não se apercebe de quão penoso é para nós ouvir frases tão ofensivas para quem, de facto, trabalha.
2009 – Algés – 13
Assembleia de Freguesia
Ontem 22 de Abril na sala de Exposições do Palácio Ribamar aconteceu a primeira Assembleia da Freguesia de Algés do corrente ano. O ponto 1 foi dedicado à evocação do 25 de Abril de 1974: os 35 anos!
Imaginem que estavam pelo menos 15 fregueses a assistir e alguns até participaram com perguntas e preocupações sobre esta nossa Terra.
Representantes das Forças Políticas intervieram primeiro com palavras como cada um deseja recordar Abril, e, depois, nos vários pontos com as suas posições partidárias.
O Executivo pela voz da sua Presidente foi respondendo e clarificando as várias perguntas e problemas propostos.
Das várias palavras que ouvi fiquei preocupada por me aperceber que do PS, ao IOMAF e ao PSD os elementos que intervieram no ponto sobre o 25 Abril comunicaram que não devem estar ali para o ano. Quer dizer: não vão ter lugar nas próximas listas dos seus partidos por Algés.
Também 75% da assistência eram algesinos simpatizantes da CDU.
Pensamento:
Levanta-te meu povo. Não é tarde.
Agora é que o mar canta é que o sol arde
pois quando o povo acorda é sempre cedo.
"Vinte anos de poesia" do poeta Ary dos Santos (final do Soneto do Trabalho)
É para o Guiness?
.
Na edição nº 191, de Março de 2009, do "Boletim Municipal Oeiras Actual" há, nada mais nada menos, do que vinte e três - 23 - vinte e três fotos do Dr. Narciso Morais. Oops! Desculpem! Dr. Isaltino Morais (contadinhas com olhos de ver e auxílio da lupa de pintura).
A revista até é simpática, é impressa em papel de boa qualidade, é distribuída gratuitamente, tem artigos interessantes e variados e os artigos de opinião são assinados por pessoas de renome do nosso concelho. No entanto, convenhamos que, vinte e três fotografias do PCMO, número em expansão porque na edição anterior saldaram-se pelas 19? 20? (não se chegou bem a consenso entre os leitores do O.L.) numa edição de 48 páginas, é assim um bocadinho "demasiado".
E, já que falamos de fotografias, consta que na CMO há fotógrafos há vários anos a recibo verde e não me parece nada bem que numa câmara tão rica de um concelho onde "é bom viver e trabalhar", persistam tais situações.
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Tudo ao léu
Opinião
JN 21.4.2009
Sou um dano colateral do levantamento do sigilo bancário. As partes pudendas das minhas contas ficarão à vista das Finanças, e ou muito me engano ou não haverá folha de parra (um artiguinho da lei, ou só uma alínea ou um § único) com que alguém como eu, sem "offshores" no colchão, possa cobri-las. E agora, sempre que encarar o dr. Teixeira dos Santos na TV, não poderei deixar de sentir que me fita com ar reprovador como se me dissesse: "Com que então saldo a descoberto, hein?" ou "Vê lá se pagas a conta da luz, que já estás três dias atrasado".
A culpa foi minha, que me pus a defender a criminalização do enriquecimento ilícito e deveria saber que o Governo acabaria antes por taxá-lo (60% para o Estado, 40% para o corrupto) e, de caminho, arranjar maneira de espreitar no empobrecimento lícito geral. Dir-se-á que a lei não é para os portugueses comuns, que não terão nada a esconder. Mas quem não tem nada a esconder, um buraco nas meias que seja, ou na declaração de IRS? E já alguém viu uma lei aplicar-se aos portugueses incomuns, àqueles que financiam os partidos e têm milhões na conta bancária?
Sou um dano colateral do levantamento do sigilo bancário. As partes pudendas das minhas contas ficarão à vista das Finanças, e ou muito me engano ou não haverá folha de parra (um artiguinho da lei, ou só uma alínea ou um § único) com que alguém como eu, sem "offshores" no colchão, possa cobri-las. E agora, sempre que encarar o dr. Teixeira dos Santos na TV, não poderei deixar de sentir que me fita com ar reprovador como se me dissesse: "Com que então saldo a descoberto, hein?" ou "Vê lá se pagas a conta da luz, que já estás três dias atrasado".
A culpa foi minha, que me pus a defender a criminalização do enriquecimento ilícito e deveria saber que o Governo acabaria antes por taxá-lo (60% para o Estado, 40% para o corrupto) e, de caminho, arranjar maneira de espreitar no empobrecimento lícito geral. Dir-se-á que a lei não é para os portugueses comuns, que não terão nada a esconder. Mas quem não tem nada a esconder, um buraco nas meias que seja, ou na declaração de IRS? E já alguém viu uma lei aplicar-se aos portugueses incomuns, àqueles que financiam os partidos e têm milhões na conta bancária?
Responsabilizado todo o executivo de Isaltino Morais
Tribunal aponta ilegalidades em contratos adicionais de obra pública em Oeiras
Um relatório do Tribunal de Contas divulgado hoje aponta "ilegalidades" na adjudicação dos trabalhos adicionais, avaliados em mais de 297 mil euros, ao contrato de empreitada do viaduto de Outurela/Portela, em Oeiras, responsabilizando todo o executivo municipal.
Em Fevereiro de 2005, o Tribunal de Contas (TC) visou o contrato da obra de execução do viaduto e arruamentos adjacentes, de cerca de 2,362 milhões de euros, celebrado pela autarquia e pela construtora Tecnovia. Mais tarde, em 2006 e 2007, o município remeteu àquela entidade judicial três contratos adicionais à empreitada de 219 mil, 24 mil e 65 mil euros - valor ajustado depois pelo TC em 54 mil euros - relativos a "trabalhos a mais", como reposição de iluminação pública, pavimentação de passeios, execução de colectores, abertura de fundações ou implantação de sinais de trânsito.
De acordo com a Câmara de Oeiras, parte desses trabalhos, como o desvio da rede de esgotos ou a remoção de pavimentos, configuravam, no caso do primeiro e segundo contratos, "situações de erros ou omissões do projecto ou soluções que em obra se apresentaram as mais adequadas, devido a circunstâncias desconhecidas e não previstas pelo dono da obra no momento de abertura" do concurso do contrato inicial. Até porque, segundo o município, a sua necessidade "não podia absolutamente ter sido prevista em momento anterior".
Noutros casos, as intervenções adicionais estavam relacionadas com exigências de entidades externas já em sede de obra (alteração dos colectores, por exemplo) ou reflectiam melhoramentos e pormenorizações que permitiam uma "melhor prossecução do interesse público subjacente à empreitada" (caso do arranque de lancil).
Violação da definição legal
Em relação ao terceiro contrato posterior, o executivo liderado pelo independente Isaltino Morais explicou que as quantidades dos trabalhos descriminados no contrato principal revelaram ser insuficientes, situação sustentada pelo facto de a estimativa "não poder, pela sua própria natureza, ser absolutamente exaustiva na sua previsão das quantidades efectivamente empregues". O Tribunal de Contas concluiu, no entanto, que os conteúdos dos três contratos de 2006 e 2007 "não podem ser qualificados como 'trabalhos a mais'", por violarem a definição legal que possibilita a adjudicação por ajuste directo deste tipo de intervenções.
"Aqueles trabalhos deveriam ter sido incluídos no objecto do contrato inicial ou, em alternativa, atenta a soma dos valores dos mesmos (uma vez que se trata de trabalhos de igual espécie), a respectiva adjudicação deveria ter sido precedida de concurso público ou limitado com publicação de anúncio", aponta o relatório do Tribunal.
Segundo o documento, "não existem indícios" que justifiquem a definição de circunstâncias imprevistas, além de os erros de quantificação do terceiro contrato não poderem ser interpretados como "uma espécie de cheque em branco", passado pelo dono da obra ao empreiteiro.
Os juízes do Tribunal de Contas decidiram, por isso, responsabilizar todo o actual executivo municipal de Oeiras e dois vereadores suplentes pela aprovação dos contratos adicionais, recomendando à Câmara "rigor na elaboração e controlo dos projectos de execução de obras públicas".
Em Fevereiro de 2005, o Tribunal de Contas (TC) visou o contrato da obra de execução do viaduto e arruamentos adjacentes, de cerca de 2,362 milhões de euros, celebrado pela autarquia e pela construtora Tecnovia. Mais tarde, em 2006 e 2007, o município remeteu àquela entidade judicial três contratos adicionais à empreitada de 219 mil, 24 mil e 65 mil euros - valor ajustado depois pelo TC em 54 mil euros - relativos a "trabalhos a mais", como reposição de iluminação pública, pavimentação de passeios, execução de colectores, abertura de fundações ou implantação de sinais de trânsito.
De acordo com a Câmara de Oeiras, parte desses trabalhos, como o desvio da rede de esgotos ou a remoção de pavimentos, configuravam, no caso do primeiro e segundo contratos, "situações de erros ou omissões do projecto ou soluções que em obra se apresentaram as mais adequadas, devido a circunstâncias desconhecidas e não previstas pelo dono da obra no momento de abertura" do concurso do contrato inicial. Até porque, segundo o município, a sua necessidade "não podia absolutamente ter sido prevista em momento anterior".
Noutros casos, as intervenções adicionais estavam relacionadas com exigências de entidades externas já em sede de obra (alteração dos colectores, por exemplo) ou reflectiam melhoramentos e pormenorizações que permitiam uma "melhor prossecução do interesse público subjacente à empreitada" (caso do arranque de lancil).
Violação da definição legal
Em relação ao terceiro contrato posterior, o executivo liderado pelo independente Isaltino Morais explicou que as quantidades dos trabalhos descriminados no contrato principal revelaram ser insuficientes, situação sustentada pelo facto de a estimativa "não poder, pela sua própria natureza, ser absolutamente exaustiva na sua previsão das quantidades efectivamente empregues". O Tribunal de Contas concluiu, no entanto, que os conteúdos dos três contratos de 2006 e 2007 "não podem ser qualificados como 'trabalhos a mais'", por violarem a definição legal que possibilita a adjudicação por ajuste directo deste tipo de intervenções.
"Aqueles trabalhos deveriam ter sido incluídos no objecto do contrato inicial ou, em alternativa, atenta a soma dos valores dos mesmos (uma vez que se trata de trabalhos de igual espécie), a respectiva adjudicação deveria ter sido precedida de concurso público ou limitado com publicação de anúncio", aponta o relatório do Tribunal.
Segundo o documento, "não existem indícios" que justifiquem a definição de circunstâncias imprevistas, além de os erros de quantificação do terceiro contrato não poderem ser interpretados como "uma espécie de cheque em branco", passado pelo dono da obra ao empreiteiro.
Os juízes do Tribunal de Contas decidiram, por isso, responsabilizar todo o actual executivo municipal de Oeiras e dois vereadores suplentes pela aprovação dos contratos adicionais, recomendando à Câmara "rigor na elaboração e controlo dos projectos de execução de obras públicas".
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PONTOS DE VISTA por JORGE MIRANDA
AR FRESCO
Ainda nos separam seis meses das eleições autárquicas e já se iniciou a complexa e morosa tarefa da constituição das listas concorrentes. Se é intrincada a definição da escolha dos candidatos em posição presumivelmente elegível, a ponderação é muito mais exigente quanto aos cabeças de lista. São muitos os factores que entram em ponderação. A pressão dos interesses fala alto. E as ambições carreiristas, também.
Fora do pesado emaranhado das estruturas partidárias, o movimento independente liderado por Isaltino Morais foi o primeiro, com grande antecedência, a anunciar o seu óbvio candidato. Depois, surgiu o actual vereador Pedro Simões, com o apoio da secção de Oeiras do PSD, a “autoproclamar-se” candidato, por este partido, à presidência da câmara. No entanto, as estruturas superiores do partido e a secção de Algés mantêm cautelosa reserva e ainda não se pronunciaram. É até muito provável que não lhe dêem o seu apoio e apresentem outro cabeça de lista. Assim, pelo lado do PSD, nada está ainda definitivo.
O Partido Socialista já decidiu e parece ter optado por uma ruptura com a linha seguida, nos últimos anos, pelo autarca Emanuel Martins. A opção recaiu sobre Marcos Perestrelo, actual vice-presidente da Câmara de Lisboa, que reside na Parede, no vizinho concelho de Cascais. A sua indigitação mereceu o acordo unânime da comissão política concelhia de Oeiras, assim como da direcção nacional e da Federação da Área Urbana de Lisboa.
A experiência que o candidato adquiriu no desempenho na câmara da capital e a juventude dos seus 37 anos, fazem acreditar que desta vez o PS vai apostar forte na disputa da liderança na autarquia.
É, pelo menos, uma lufada de ar fresco que começa a soprar em Oeiras.
Jorge Miranda
jorge.o.miranda@gmail.com
quarta-feira, 22 de abril de 2009
Projecto "Echo Action"
O Projecto “Echo Action” acompanhou diversas famílias Europeias durante três anos, monitorizando o seu comportamento em matéria de utilização racional da energia.
As famílias receberam formação direccionada para a melhoria da eficiência energética no sector doméstico.
Os resultados do projecto vão ser apresentados num seminário, em Sintra, no próximo dia 30 de Abril.
Podendo ser do seu interesse, anexamos o programa do evento.
As inscrições deverão ser feitas para o e-mail: echoaction@ames.pt
OEINERGE
Agência Municipal de Energia e Ambiente de Oeiras
Estrada de Paço de Arcos, 60
Edifício Paço de Arcos, Sala 51
2770-130 Oeiras
Tel.: +351 214 214 010
Fax: +351 214 218 573
e-mail: oeinerge@oeinerge.pt
website: www.oeinerge.pt
Clique na imagem para aumentar
A minha mão à palmatória
Fundação Marquês de Pombal – Linda-a-Velha
Tardes de Música – Domingo 19 de Abril
Fui ao Concerto do 3º Domingo no Palácio dos Aciprestes um bocado de pé atrás porque o programa dizia “Percussion Concert”.
(Barulho – pensei eu, não refeita ainda do barulho da Marginal quando da última meia-Martona com partida aqui de Algés. Para festejar ou assinalar-se qualquer coisa neste Município no lugar de Música põem barulhos pior que ruídos)
Os Músicos foram Aldovino Munguambe e Vasco Ramalho. Além de, pela primeira vez, ver os instrumentos e como se toca, ouvi Música. Não posso deixar de referir uma obra em estreia “Chuva Oblíqua” de uma jovem chamada Vanessa Valério Almeida.
Um conselho: quando a Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras indicar “Percussion Concert” vão a correr.
Parece que foi escrito hoje...
'As Farpas' de Eça de Queirós
133 anos depois...
«O país perdeu a inteligência e a consciência moral.
Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada, os caracteres corrompidos.
A prática da vida tem por única direcção a conveniência.
Não há princípio que não seja desmentido.
Não há instituição que não seja escarnecida.
Ninguém se respeita.
Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos.
Ninguém crê na honestidade dos homens públicos.
Alguns agiotas felizes exploram.
A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia.
O povo está na miséria.
Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente.
O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo.
A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências.
Diz-se por toda a parte: o país está perdido!»
Isto foi escrito em 1871, por Eça de Queirós, no primeiro número de "As Farpas".
[Colaboração do amigo e leitor Fernando Lopes Rezende]
terça-feira, 21 de abril de 2009
“Câmara de Oeiras aprova loteamento de comércio e serviços junto à Lisgráfica”
.
Cidadania Queluz 21 Abril 2009
A Câmara de Oeiras aprovou um loteamento comercial e de serviços nos terrenos da Lisgráfica, em Queluz de Baixo. O empreendimento é contestado pela oposição municipal por agravar o congestionamento de uma das principais artérias da freguesia de Barcarena e por trocar as áreas de cedências previstas na lei por uma contrapartida de 535 mil euros para os cofres camarários.
O executivo de Oeiras aprovou, com votos contra do PSD e da CDU, uma proposta do presidente da autarquia, Isaltino Morais, para uma operação de loteamento numa parcela de terreno situada junto ao nó da CREL, em Queluz de Baixo. Numa área de pouco mais de dez hectares, o projecto visa a edificação de uma área bruta de construção de 83.297 metros quadrados, dos quais 20 mil em cave. A área destinada a comércio é de 7442m2 e para serviços ascende a 8830m2, sendo o resto ocupado por armazéns.
“Isto é especulação imobiliária pura”, acusou, por seu lado, o vereador Amílcar Campos, para quem o regulamento do PDM apenas admite a instalação de serviços como “actividades complementares à actividade industrial”, o que, no seu entender, não se verifica neste caso. Até porque a empresa gráfica ocupa os terrenos com um arrendamento de longa duração e nada tem a ver com a operação imobiliária. Para além da violação das normas do PDM, o eleito da CDU também salienta que se trata “de uma das zonas mais congestionadas de acesso a Queluz de Baixo” e que as medidas apontadas pelos serviços camarários “não vão resolver o problema de maior concentração de viaturas na zona”.
Cidadania Queluz 21 Abril 2009
Oposição municipal alerta para impactos do empreendimento sobre o já caótico tráfego rodoviário naquela zona, num dos principais acessos da zona ao congestionado IC19
A Câmara de Oeiras aprovou um loteamento comercial e de serviços nos terrenos da Lisgráfica, em Queluz de Baixo. O empreendimento é contestado pela oposição municipal por agravar o congestionamento de uma das principais artérias da freguesia de Barcarena e por trocar as áreas de cedências previstas na lei por uma contrapartida de 535 mil euros para os cofres camarários.
O executivo de Oeiras aprovou, com votos contra do PSD e da CDU, uma proposta do presidente da autarquia, Isaltino Morais, para uma operação de loteamento numa parcela de terreno situada junto ao nó da CREL, em Queluz de Baixo. Numa área de pouco mais de dez hectares, o projecto visa a edificação de uma área bruta de construção de 83.297 metros quadrados, dos quais 20 mil em cave. A área destinada a comércio é de 7442m2 e para serviços ascende a 8830m2, sendo o resto ocupado por armazéns.
(...)
O projecto mereceu a oposição de eleitos do PSD e da CDU. O social-democrata José Eduardo Costa lamentou que o empreendimento “não preveja as áreas de cedência para equipamentos públicos e zonas verdes”: “Havendo carência na freguesia de espaços verdes e equipamentos não se justifica que se prescinda deste tipo de áreas a troco de 120 euros por metro quadrado.” O autarca do PSD salientou também que “o loteamento irá agravar as condições de tráfego já difíceis em Queluz de Baixo”.
“Isto é especulação imobiliária pura”, acusou, por seu lado, o vereador Amílcar Campos, para quem o regulamento do PDM apenas admite a instalação de serviços como “actividades complementares à actividade industrial”, o que, no seu entender, não se verifica neste caso. Até porque a empresa gráfica ocupa os terrenos com um arrendamento de longa duração e nada tem a ver com a operação imobiliária. Para além da violação das normas do PDM, o eleito da CDU também salienta que se trata “de uma das zonas mais congestionadas de acesso a Queluz de Baixo” e que as medidas apontadas pelos serviços camarários “não vão resolver o problema de maior concentração de viaturas na zona”.
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A Igreja e a crise
Opinião
JN - 2009-04-19
A semana que passou não deixou grandes saudades. O retrato que o Banco de Portugal traçou dos efeitos da crise em Portugal deixa-nos mergulhados na certeza, aliás admitida por Vítor Constâncio, de que só sairemos do buraco pela mão da Europa e dos EUA, isto é, a nossa economia só arrancará quando a dos nossos parceiros já tiver algum lastro. Já se suspeitava. O relatório provocou as reacções habituais: confiança do Governo nas soluções que vai propondo e um pessimismo profundo da oposição. Profundo e, quase diria, alegre, porque esse pessimismo renderá votos nas próximas eleições.
É por isso que talvez valha a pena olhar para quem faz caminho sem olhar a votos. As redes sociais que pelo país todo vão lutando contra a crise e sendo o apoio mais firme aos que de repente se encontram sem emprego e sem apoios familiares consistentes deram esta semana, pela voz da Igreja, um sinal de contraste, um sinal positivo, um sinal de que, actuando em rede, é possível encontrar soluções. O exemplo veio de uma paróquia - a Serafina, em Lisboa - mas tem condição para alastrar e nisso se vai empenhar a própria Igreja. A Igreja, note-se, tem destas contradições e muitas vezes vem ao de cima o peso da sua acção social experimentada, assente em padres e em leigos que não vivem de costas para os fiéis e não rezam missa em Latim como certamente gostaria o cardeal Ratzinger, agora Papa, mas que fazem o seu dia-a-dia em comunhão com os que realmente sofrem, ao seu lado ou estudando soluções que lhes possam minorar os efeitos da crise.
A hierarquia da Igreja Portuguesa tem hoje, felizmente, gente de grande gabarito intelectual que saberá deixá-la longe da disputa eleitoral e inteiramente ao serviço dos que já são pobres ou vão empobrecer por causa da crise. Não vale a pena negar a evidência de que o Estado precisa da Igreja ao seu lado para este combate. Mais do que isso: sem a Igreja, como sem a participação de um sem número de organizações laicas habitualmente muito empenhadas, esse combate terá mais dificuldade em ser eficaz.
É bom que todos vamos tomando consciência de que estas redes podem ser o lado mais firme do combate à crise. Pelo andar da carruagem política, poderemos caminhar para uma solução sem maioria e sem consensos onde o mais natural é que ao desagregado PSD se junte depois um PS ferido, confuso e à procura de quem o conduza de novo ao poder. Numa situação de indefinição política prolongada e sem a crise estar afastada, são estas organizações, a Igreja com o seu peso e todas as outras também com a sua experiência, que sustentarão no terreno os que, vivendo fora das tricas políticas, viverão bem por dentro os efeitos da crise.
JN - 2009-04-19
A semana que passou não deixou grandes saudades. O retrato que o Banco de Portugal traçou dos efeitos da crise em Portugal deixa-nos mergulhados na certeza, aliás admitida por Vítor Constâncio, de que só sairemos do buraco pela mão da Europa e dos EUA, isto é, a nossa economia só arrancará quando a dos nossos parceiros já tiver algum lastro. Já se suspeitava. O relatório provocou as reacções habituais: confiança do Governo nas soluções que vai propondo e um pessimismo profundo da oposição. Profundo e, quase diria, alegre, porque esse pessimismo renderá votos nas próximas eleições.
É por isso que talvez valha a pena olhar para quem faz caminho sem olhar a votos. As redes sociais que pelo país todo vão lutando contra a crise e sendo o apoio mais firme aos que de repente se encontram sem emprego e sem apoios familiares consistentes deram esta semana, pela voz da Igreja, um sinal de contraste, um sinal positivo, um sinal de que, actuando em rede, é possível encontrar soluções. O exemplo veio de uma paróquia - a Serafina, em Lisboa - mas tem condição para alastrar e nisso se vai empenhar a própria Igreja. A Igreja, note-se, tem destas contradições e muitas vezes vem ao de cima o peso da sua acção social experimentada, assente em padres e em leigos que não vivem de costas para os fiéis e não rezam missa em Latim como certamente gostaria o cardeal Ratzinger, agora Papa, mas que fazem o seu dia-a-dia em comunhão com os que realmente sofrem, ao seu lado ou estudando soluções que lhes possam minorar os efeitos da crise.
A hierarquia da Igreja Portuguesa tem hoje, felizmente, gente de grande gabarito intelectual que saberá deixá-la longe da disputa eleitoral e inteiramente ao serviço dos que já são pobres ou vão empobrecer por causa da crise. Não vale a pena negar a evidência de que o Estado precisa da Igreja ao seu lado para este combate. Mais do que isso: sem a Igreja, como sem a participação de um sem número de organizações laicas habitualmente muito empenhadas, esse combate terá mais dificuldade em ser eficaz.
É bom que todos vamos tomando consciência de que estas redes podem ser o lado mais firme do combate à crise. Pelo andar da carruagem política, poderemos caminhar para uma solução sem maioria e sem consensos onde o mais natural é que ao desagregado PSD se junte depois um PS ferido, confuso e à procura de quem o conduza de novo ao poder. Numa situação de indefinição política prolongada e sem a crise estar afastada, são estas organizações, a Igreja com o seu peso e todas as outras também com a sua experiência, que sustentarão no terreno os que, vivendo fora das tricas políticas, viverão bem por dentro os efeitos da crise.
segunda-feira, 20 de abril de 2009
Convite - O Veraneio no Município de Oeiras
Realiza-se na próxima sexta-feira, dia 24 de Abril, às 10:30, num dos auditórios da Universidade Lusíada de Lisboa, (Junqueira) a prova pública de defesa do doutoramento, em Arquitectura, com o tema “Arquitectura de Veraneio no Concelho de Oeiras...” de Alexandra Antunes
Trata-se de um trabalho multidisciplinar, com abordagens nos domínios da História Local, das Construções Tradicionais, da Patologia de Edifícios Antigos, da Conservação e Reabilitação e da Salvaguarda do Património Arquitectónico
Estão encarregues da arguência os Srs. Professores M.J. Ramirez Blanco e L. Aires-Barros.
Esta arquitecta - Alexandra Antunes - foi a autora de "O Palácio Anjos e a arquitectura de veraneio em Algés" apresentado em 2004 e em 2007 "O Veraneio da Família Anjos" – Diário de Maria Leonor Anjos (1885-1887).
[Convite recebido através da Espaço e Memória]
Acesso ao Complexo Desportivo do Jamor vai ser reordenado
O Processo e a Abertura de Concurso Público para a execução da empreitada de Reordenamento da Zona de Acesso ao Complexo Desportivo do Vale do Jamor/Av. Marginal, na Cruz Quebrada, já têm a aprovação do Executivo da Câmara Municipal de Oeiras.
Após a conclusão do referido Concurso, terá início a requalificação da Av. Pierre de Coubertin, onde será feito o reordenamento viário, a construção da rotunda e do separador central entre as piscinas e o entroncamento desta artéria com a Av. Marginal.
Esta obra contempla a pavimentação do arruamento, o respectivo arranjo paisagístico e passeios. Serão também executadas as remodelações da rede de drenagem pluvial, da rede de iluminação pública e da sinalização.
O preço base do concurso é de € 755.736,33, o qual será acrescido do IVA à taxa legal em vigor.
O prazo de execução é de 270 dias, contado a partir da data de consignação.
Notícia é só aquilo que alguém quer esconder
Opinião
JN - 00h30m
A noite de sexta-feira foi frenética nas redacções por todo o país. Às 20 horas, a TVI mostrou a gravação onde Charles Smith é, pela primeira vez, visto e ouvido a descrever um acto de corrupção no licenciamento do Freeport. Um por um, jornais, rádios e TV tentaram obter comentários do gabinete do primeiro-ministro. Tornou-se clara a linha oficial de controlo de estragos dos operadores de média do Governo: nada havia de novo na transmissão da TVI, o primeiro-ministro considerava falsas as afirmações feitas no DVD e tencionava processar quem o tinha difamado.
Com mais ou menos emotividade e calor, os assistentes do primeiro-ministro contactados mostraram também o seu desagrado pelas intenções da Comunicação Social de considerar o DVD da TVI peça importante na cobertura noticiosa do caso Freeport. É de facto muito importante. O DVD do Freeport é o equivalente às gravações do Watergate que fizeram cair Nixon. Foi na consciência disso que, para desgosto dos conselheiros de São Bento, vários órgãos de Informação optaram por reproduzir excertos do scoop da TVI. Outros não. Todos estão no pleno direito de exercer o seu juízo editoral.
Assim, nos dias seguintes, quem passasse os olhos pelos jornais, ouvisse rádio ou seguisse a TV, inevitavelmente seria informado da notícia que a TVI tinha originado. A liberdade de expressão funciona assim, validando-se nesta diversidade de opções que serve o interesse público. O fundamental é que o continue a fazer em total liberdade porque, com os casos do Freeport e do BPN em roda livre e manifestamente longe de uma conclusão, há incógnitas e suspeitas transversais a todo o Estado, e a democracia tem-se vindo a esboroar. Isto não é uma só questão filosófica. É contabilística também. Os economistas sabem projectar os custos da corrupção no quotidiano das dificuldades dos portugueses. Neste mundo do dinheiro público aplica-se muito bem a lei da química de Lavoisier - nada se cria nem se perde, tudo se transforma. O problema está nessa transformação. Se no Freeport ou no BPN alguém fica com dinheiro subtraído aos lucros dos promotores, ele não entra nos impostos e não se transforma em bem-estar social. Os roubos já conhecidos no BPN (mais de dois mil milhões) e os quatro milhões que a Freeport detectou que tinham desaparecido das contas do seu investimento em Portugal deviam ter passado pelo circuito fiscal e ter sido transformados em bem-estar geral nacional. Foi dinheiro do Estado que foi roubado e, se não fosse a Comunicação Social com os seus exageros e exactidões, a sua pluralidade e o seu sectarismo, a sua independência e o seu clubismo fanático, por vezes tudo manifestado na mesma publicação, nada se saberia e o país empobreceria ainda mais depressa. Claro que é preocupante ter a democracia de um Estado dependente de um só sistema, aparentemente tão frágil e anárquico. Mas neste momento é o que nos resta. Entre segredos de justiça e segredos cúmplices, o Estado tem-se vindo a desrespeitar. O DVD do Freeport foi escondido durante anos, ocultando a verdade ou parte dela. Cinco processos judiciais contra jornalistas depois, é conhecido. Nada pode ficar como dantes. Como Bob Woodward disse, "notícia só é aquilo que alguém quer esconder. Tudo o mais é publicidade".
Há demasiada publicidade em Portugal.
JN - 00h30m
A noite de sexta-feira foi frenética nas redacções por todo o país. Às 20 horas, a TVI mostrou a gravação onde Charles Smith é, pela primeira vez, visto e ouvido a descrever um acto de corrupção no licenciamento do Freeport. Um por um, jornais, rádios e TV tentaram obter comentários do gabinete do primeiro-ministro. Tornou-se clara a linha oficial de controlo de estragos dos operadores de média do Governo: nada havia de novo na transmissão da TVI, o primeiro-ministro considerava falsas as afirmações feitas no DVD e tencionava processar quem o tinha difamado.
Com mais ou menos emotividade e calor, os assistentes do primeiro-ministro contactados mostraram também o seu desagrado pelas intenções da Comunicação Social de considerar o DVD da TVI peça importante na cobertura noticiosa do caso Freeport. É de facto muito importante. O DVD do Freeport é o equivalente às gravações do Watergate que fizeram cair Nixon. Foi na consciência disso que, para desgosto dos conselheiros de São Bento, vários órgãos de Informação optaram por reproduzir excertos do scoop da TVI. Outros não. Todos estão no pleno direito de exercer o seu juízo editoral.
Assim, nos dias seguintes, quem passasse os olhos pelos jornais, ouvisse rádio ou seguisse a TV, inevitavelmente seria informado da notícia que a TVI tinha originado. A liberdade de expressão funciona assim, validando-se nesta diversidade de opções que serve o interesse público. O fundamental é que o continue a fazer em total liberdade porque, com os casos do Freeport e do BPN em roda livre e manifestamente longe de uma conclusão, há incógnitas e suspeitas transversais a todo o Estado, e a democracia tem-se vindo a esboroar. Isto não é uma só questão filosófica. É contabilística também. Os economistas sabem projectar os custos da corrupção no quotidiano das dificuldades dos portugueses. Neste mundo do dinheiro público aplica-se muito bem a lei da química de Lavoisier - nada se cria nem se perde, tudo se transforma. O problema está nessa transformação. Se no Freeport ou no BPN alguém fica com dinheiro subtraído aos lucros dos promotores, ele não entra nos impostos e não se transforma em bem-estar social. Os roubos já conhecidos no BPN (mais de dois mil milhões) e os quatro milhões que a Freeport detectou que tinham desaparecido das contas do seu investimento em Portugal deviam ter passado pelo circuito fiscal e ter sido transformados em bem-estar geral nacional. Foi dinheiro do Estado que foi roubado e, se não fosse a Comunicação Social com os seus exageros e exactidões, a sua pluralidade e o seu sectarismo, a sua independência e o seu clubismo fanático, por vezes tudo manifestado na mesma publicação, nada se saberia e o país empobreceria ainda mais depressa. Claro que é preocupante ter a democracia de um Estado dependente de um só sistema, aparentemente tão frágil e anárquico. Mas neste momento é o que nos resta. Entre segredos de justiça e segredos cúmplices, o Estado tem-se vindo a desrespeitar. O DVD do Freeport foi escondido durante anos, ocultando a verdade ou parte dela. Cinco processos judiciais contra jornalistas depois, é conhecido. Nada pode ficar como dantes. Como Bob Woodward disse, "notícia só é aquilo que alguém quer esconder. Tudo o mais é publicidade".
Há demasiada publicidade em Portugal.
domingo, 19 de abril de 2009
De pequenino...
O PS já anunciou candidato à CMO. É um tal de Marcos da Cunha e Lorena Perestrello de Vasconcellos. UAUH!
Nome Completo : Marcos da Cunha e Lorena Perestrello de Vasconcellos
Data de Nascimento : 23-08-1971 ( 37 anos )
Habilitações Literárias : Licenciatura em Direito
Profissão : Gestor
Cargos que desempenha
- Deputado na X Legislatura
- Director do Centro de Informação, mediação e arbitragem de seguros automóveis;
- Vogal do Conselho fiscal da secção portuguesa da associação internacional de direito dos seguros;
- Secretário Nacional p/ organização do Partido Socialista;
- Vice-presidente da CML com os pelouros da Higiene Urbana e Espaço Público, Desporto, Obras Municipais e Mercados
Cargos exercidos
- Advogado
- Chefe de Gabinete do Secretário de Estado da Administração Interna;
- Adjunto do Ministro dos Assuntos Parlamentares;
Mais outro que entrou na política desde bebé e já tem direito a reforma...
O sr. Sousa mandou um seu clone para Oeiras, novinho mas já envolto em polémica. Lembram-se do escândalo "Lisboagate"? Pois... querem que ele venha para Oeiras e com o seu staff provavelmente a acompanhá-lo nomeadamente a Isabel Soares da Gebalis, como chefe de gabinete, aquela que ficou sem casinha, mas que pode vir agora, quem sabe, a resolver o problema.
A Oeiras já chegou o Isaltino 20 anos. É tempo de mudar. Não precisamos de clones do sr. Sousa, nem de políticos que se rodeiam de pessoas pouco transparentes e que revelam não se incomodar com a falta de ética ou oportunismo.
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