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segunda-feira, 22 de abril de 2013

O XII CONGRESSO DA UGT: a renovação do sindicalismo e do SINTAP

Durante 2 dias, 20 e 21 de Abril, esteve reunido o Congresso da UGT.
Integrado na delegação do SINTAP assumi a defesa dos trabalhadores e a necessidade de se alterarem políticas sindicais, através da aplicação de estratégias sindicais inovadoras, o que há muito venho defendendo, sem que as minhas preces sejam ouvidas.
O movimento sindical democrático e pluralista atravessa uma fase difícil, não tendo conseguido reorientar-se perante os novos problemas surgidos com a globalização e com a supremacia do sector financeiro sobre o poder político. Este é hoje um servo obediente dos grandes grupos financeiros.
O movimento sindical precisa de rejuvenescer os seus activistas, delegados e dirigentes. É uma constatação; contudo, os jovens fogem dos sindicatos e da intervenção sindical como o Diabo foge da Cruz. Como conquistar os jovens para o sindicalismo?
Numa época de grandes dificuldades financeiras, económicas e sociais, seria de esperar que a solidariedade se estendesse ao mundo laboral, ao seio dos trabalhadores.
Aqueles que atacam os sindicalistas, que de corpo, alma e coração defendem o colectivo de uma empresa, pública ou privada, esquecem-se que não fora as lutas laborais no início do século XIX na Inglaterra e em 1 de Maio de 1886 a luta dos trabalhadores de Chicago, hoje seríamos escravos, a trabalhar sem condições de Segurança, a trabalhar 12, 14 e mais horas por dia e descansando ao domingo. Talvez.
O que temos hoje foi conquistado, foi-nos dado pela luta de muitos trabalhadores, sindicalistas e sindicatos. Os direitos que hoje temos a eles se devem e não honramos a sua memória se não lutarmos para os manter.
O Congresso da UGT deve ser um ponto de viragem, de mudança quase radical, tirando os dirigentes dos gabinetes e trazê-los para a rua. Concertação e diálogo, sim, pressão e defesa dos direitos na rua, nos locais de trabalho, junto aos edifícios onde funciona o poder político.
A UGT não pode voltar a ter um secretário-geral durante 18 anos! A continuidade, a não renovação mata o sindicalismo e João Proença, apesar dos elogios simpáticos, mas não sentidos, estava a matar a UGT!
Carlos Silva comprometeu-se a fazer um único mandato de 4 anos, ainda que possa fazer um segundo. Carlos Silva tem uma tarefa hercúlea pela frente, tal o estado calamitoso em que João Proença deixa a central sindical.
O discurso de Carlos Silva foi uma entrada de leão, espero que não tenha uma saída de sendeiro.
Oeiras esteve em força no Congresso. Vi dirigentes sindicais de Oeiras, como Vitor Marques (STE), António Seixas (FNE), Rui Santos Alves.
Espero que a UGT sob a liderança de Carlos Silva reencontre o caminho da esperança trilhado desde a sua fundação.
Todos somos poucos para reerguer a UGT!

(Helder Sá)