Gráfico totalmente irrelevante, cuja razão de ser tem a ver com o facto de
que já não insultava as mulheres faz uns tempos e porque me apeteceu abrir o Excel.
Não posso deixar de concordar, mas parece que toda a gente se esquece de que esta época do ano também é fertil em questão de trampa. Nomeadamente existem 10 coisas no Verão que fazem apitar o alarme de ódio:
1.- Música - Durante o resto do ano ligar o rádio assemelha-se a meter os dedos num triturador de carne, mas durante o Verão quando ligo o rádio sinto que estou a enfiar o escroto numa piscina de piranhas em avançado estado de subnutrição. Tudo o que é monte de merda com acesso a um estúdio de gravação, decide por estes meses gravar músicas de cariz patético, acerca do sol, do mar e de tudo o que as massas acéfalas associem às férias. Nesta ausência de temas em condições toda a integridade artística é prontamente sacrificada, em detrimento de vender CDs como se fossem tubos de vaselina num bar gay com bebidas grátis.
Estas letras despreocupadas e mais vazias que os cofres do Boavista, não seriam tão odiosas se não fossem acompanhadas por composições musicais dignas do tracto digestivo de uma ratazana. Se tiver mais de 3 notas no refrão, não soar a reggae chunga ou tiver um deficiente de sotaque brasileiro a cantar, então não estamos a ouvir uma música de Estio.
2.- Cinema - "Blockbuster de Verão". Uma expressão já não causava tanto terror como esta, desde que Carlos Cruz aprendeu a dizer "Queres um chupa?". Eu não sou defensor de filmes intelectualóides - que de tão "artísticos" roçam o desastre - mas também não consigo ver filmes capazes de fazer um paraplégico levantar-se e fugir. Alguns destes filmes são tão maus que eu às vezes interrogo-me se o público teste que utilizam para verificar a recepção que o filme vai ter, não consiste em três macacos de rhesus cegos e com metade do cérebro removido cirurgicamente.
O tema destas trampas de Agosto é invariavelmente algum desastre natural (já percorreram quase todos, desde vulcões a tornados, passando por explosões solares e subidas de impostos) ou as aventuras de algum super-herói com escolhas de guarda-roupa que lançam fortes suspeitas acerca da sua sexualidade. Qualquer que seja o tema, uma coisa é certa: é tudo uma bela trampa.
Se bem que é um grande alívio saber que muitos franchises de super-heróis ou já deram ou estão prestes a dar o que tinham a dar, temo que ainda existam 459 heróis da Marvel por adaptar para o grande ecrã, o que quer dizer que nos esperam pelo menos 459 verões com filmes de merda (sem contar com as sequelas). Malfadado o dia em que algum produtor de Hollywood decida fazer um filme com o homem-formiga, esse herói da Marvel que discutivelmente leva para casa o título de personagem fictícia mais patética da história.
Ah ok, parece que já algum deficiente se lembrou disso.
Estes dois pontos anteriores demonstram uma coisa que não consigo perceber: no Verão as pessoas fazem questão de preferir coisas fúteis e que exijam tanto esforço intelectual quanto o exame nacional de matemática de 2008. Então durante a pôrra do Inverno, que é quando um gajo está mais stressado e ocupado, é que as pessoas preferem entretenimento mais pesado? E no verão, quando temos tempo e capacidade de encaixe maior é que somos bombardeados com tretas dignas de uma formação de como limpar o rabo a crianças? Ridículo.
3.- Emigrantes - Gente chata, barulhenta, maus condutores, porcos e com falta de civismo. Esperem aí.... acabo de me aperceber que descrevi 90% dos portugueses que cá vivem o ano todo. Portanto há que adicionar:
4.- Gente que não emigrou - Estes deficientes não só são tudo o que acabei de chamar aos emigrantes, como ainda por cima passam cá o ano todo a fazer exactamente o mesmo que os seus colegas emigrados apenas fazem em Agosto. Isto não os impede de passar julgamentos de superioridade quando confrontados com os seus primos de France. Matem-se ou emigrem, e lembrem-se que só eu é que posso julgar os outros, porque sou melhor que toda a gente.
5.- Turistas pé-rapado - Pois é, isto do turismo é muito bonito, mas a verdade é que nós sendo um país europeu ao alcance de todos os outros membros comunitários através de voos low-cost, tornámo-nos no destino turístico de eleição das massas pobres de países mais ricos que o nosso. Ainda nos poderíamos safar se o custo de vida fosse alto o suficiente para que estes deficientes sem cheta fossem para Espanha ou Itália, mas a verdade é que ainda é possível jantar, apanhar uma chiba e contratar os serviços de uma prostituta sem muitas doenças por meia dúzia de euros neste país.
Basta ir a Albufeira durante o mês de Agosto para perceber que estamos cercados pelos turistas mais pobres de todo o Reino Unido e Alemanha. São porcos, alcoólicos, gordos, não falam nenhuma língua além da materna, dão gorjetas de merda e conduzem Fords Fiesta. Se há merda que eu odeio é pobres que vão para países mais pobres para se sentirem ricos. Tipo nós, quando vamos ao Brasil ou a Marrocos. Odeio-nos e aos nossos hábitos turísticos.
Se estás a ler isto e estranhas o facto de eu dizer que odeio 10 coisas no Verão e só escrever sobre 5, então mata-te. Se me apetecer escrever o resto, assim o farei, se não fica aqui uma solução mais simples:
6.- Odeio-te a ti;
7.- Odeio a tua mãe;
8.- O teu pai, porque eu não sou sexista quando se trata de odiar;
9.- Odeio-te a ti outra vez;
10.- Coiso.