O cão. O melhor amigo do Homem - segundo alguns falhados que não conseguem fazer amigos entre as gentes de duas patas - tem-no acompanhado ao longo da civilização, qual companheiro inseparável e sempre disponível para tudo. E como é que o Homem lhe paga?
Transformamo-los em montes de merda com pelos.
É isso mesmo que leram, hoje em dia existe um sem número de raças de cães cujo único propósito é aumentar a quantidade de pedaços de trampa com locomoção própria existentes. Como é que isto é possível? Para percebermos o enquadramento desta situação temos de recuar 10.000 anos no tempo e começar pelo início:
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O cão primitivo era um bicho fodido, com mais dentes que células cerebrais e capaz de arrancar uma pata a si próprio se esta por acaso se lhe atravessasse no caminho. Matilhas destas criaturas dignas de um pesadelo dantesco, lançavam o caos entre os nossos antepassados, matando e comendo pedaços importantes de um gajo sem sequer dizerem "com licença".
O Homo Sapiens, pôs o seu cérebro de grande primata a funcionar e chegou à conclusão que a melhor maneira de resolver o problema era convencer o cão a juntar-se a ele.
Na base de muita bordoada, recompensas gastronómicas e na selecção dos elementos menos homicidas do grupo de canídeos, o Homem lá conseguiu que o cão deixasse de ter como maior prioridade na sua vida a dentada na jugular do dono. As coisas até começaram a correr bastante bem, porque se descobriu que o cão ajudava a defender o Homem dos outros canídeos não domesticados, além de ser útil no pastoreio dos bichos com cornos que o Homem curtia almoçar.
Faço agora um fast forward cronológico até ao presente:
Entrámos na idade do bronze, seguida da do ferro, Alexandre o Grande distribui molho por todo o mundo antigo, os Romanos seguem-lhe o exemplo, as invasões bárbaras redifinem o conceito de bordoada, na idade média faz-se do não tomar banho uma arte, os Mongóis invadem a Europa e é um festival de sovanço, o Renascimento põe travão na masculinidade dos homens porque os põe a pensar na vida, a Era indústrial inventa novas maneiras de nos matarmos uns aos outros, entra o século XX e é porrada generalizada pelo mundo na forma de duas guerras mundiais. E então o cão fodeu-se.
***************SEPARADOR DE NATUREZA CRONOLÓGICA***************
E perguntam vocês "porquê"? Porque o Homem deixou de ser atacado pelos bichos do mato, e o cão perdeu a sua função de guarda, ganhando o estatuto de bibelot peludo que caga nos tapetes.
Isto fez com que pessoas sem mais nada que fazer começassem a utilizar a selecção artificial para transformar o cão no maior paneleiro do mundo animal.
Ao fim de algumas décadas a amaricar o canídeo, um dos resultados foi este:
Sim, este roedor é um cão, da famosa raça Chihuahua. Este pedaçito de trampa é o reflexo de dezenas de anos de mariquice concentrada e refinada, da qual um grupo de criadores se sente extremamente orgulhoso. Odeio criadores. O mais triste disto tudo é que o próprio animal ainda não se apercebeu que é uma caricatura de um cão, e age como se fosse um tipo duro na presença de outras raças de cães, situação esta que invariavelmente termina com os orgãos internos do bicho espalhados por todo o lado.
Mas o Chihuahua não está sozinho no que toca a cães de algibeira. Vejam esta parada de palhaços de 4 patas:
O clássico cão de peluche. Acabei de me aperceber que fui dono de um bicho destes durante cerca de uma década, mas nunca me apercebi que era um cão. Eu bem me parecia que não era normal que a esfregona me mordesse de cada vez que limpava a casa de banho com ela, mas como sou um tipo rijíssimo até me sentia orgulhoso por ter utensílios de limpeza maus pra camandro.
A existência destes cães só se justifica se algum dia as ovelhas se extinguirem. Até lá, era abatê-los a todos.Este cão é um belo exemplo da conjugação de duas tendências clássicas na criação de cães:
A tendência de criar cães de tamanho diminuto, ideiais para manter num apartamento, e a tendência de os fazer ter cara de parvos.
Já não chegava ser um cãozinho pequenino mete nojo, ainda tinha de ter uma fronha capaz de fazer um monge budista quebrar os seus votos de não-violência.
Voto na erradicação desta aberração.E que dizer disto? Como é possível que um animal que faz uns milhares de anos esmagava espinhas dorsais de grandes ungulados à dentada, agora tenha 10 cms de altura e FRANJA! Esta Britney Spears canina devia ser proibida de pinar de forma a não espalhar os seus genes ridículos.
Confrontado com a dura realidade, cheguei à conclusão que a melhor maneira de derrotar estes cães arraçados de zooplâncton é criar a minha própria raça. Apresento-vos o Metenojês:Como devem ter reparado, eu tive aulas de desenho com Leonardo Da Vinci tal é a qualidade deste esquemático. Segue-se a legenda:
1.- Uma das características mais proeminentes do Metenojês é a sua dentição. Estas adagas mortíferas são capazes de dilacerar tudo o que tenha menor densidade que o titânio, e vêm com uma garantia anti-risco de 2 anos. Para obter este efeito, o Metenojês foi criado utilizando genes de tubarão e de um Honda Civic.
2.- A língua do Metenojês é de pequenas dimensões, porque para este animal, manifestar afecto não é lamber a pessoa, mas sim abster-se de a desfazer em pedaços.
3.- Olhos de raio-X. Não porque sejam úteis, mas porque é fixe, e bastante mais fáceis de desenhar.
4.- O Metenojês não usa coleiras pipis. O Metenojês prefere um cinto de explosivos, para aqueles momentos practicamente impossíveis em que algo esteja prestes a dar cabo do coiro ao bicho. É o que se chama perder com estilo.
5.- Placas de urânio empobrecido revestem o Metenojês, de forma a aumentar as probabilidades de sobrevivência do canídeo na presença de artilharia anti-tanque. Metenojeses serão usados como carros de assalto nas guerras do futuro.
6.- Quadro de pontuações do Metenojês. Em cima regista-se o número de vítimas bipedais, e em baixo o número de vítimas de 4 patas.
7.- Cofre-forte onde o Metenojês guarda o júnior. Pode parecer um bocado roto usar um cinto de castidade, mas só diz isso quem não conhece as duas razões para tal aparato:
- O Metenojês tem a libido de duas companhias do exército regular isoladas em combate há três meses, mais a libido das tripulações de duas traineiras de pescadores na faina do bacalhau há meio ano. É-lhe totalmente indiferente a espécie/género/modo de locomoção dos seus parceiros sexuais, visto que quando lhe dá a vontade, tudo num raio de 200 metros é sodomizado, inclusivé objectos inanimados.
- Ser encoitado pelo Metenojo é tão saudável como tentar agarrar um obus em pleno voo. Com os dentes.
8.- A cauda do Metenojês cumpre dois propósitos: Por um lado serve de malho para o incauto idiota que se aproxime demasiado, por outro serve para abrir mines. Mines é fixe.
Portanto assim que tomar de assalto um laboratório de genética, vou fazer esta maravilha de quatro patas e soltá-la numa exposição canina.
Se estás a ler isto e o teu cão se chama Fifi ou Pantufa, e não é um mastim de 70 quilos, prepara-te que o primeiro Metenojês que sair da fornada vai-te fazer uma visita.