quinta-feira, julho 31, 2003

Feedback to "Um Pouco Mais de Sul"

Não querendo tecer considerações sobre o post de JPPsobre o RMG, porque me parece que ele próprio não tem muito mais a dizer sobre o assunto, embora pense muito mais sobre o assunto, quero só referir, que existem alguns estudos sobre o tal ciclo de pobreza, que, por exemplo nos Estados Unidos se verificou que não era quebrado com essa ajuda governamental. O caso de uma determinada comunidade em observação ter sido subsidiada durante x anos, precisamente para que os pais pudessem proporcionar aos filhos um outro tipo de vida fora da exclusão a que eles próprios estavam sujeitos. Esses x anos depois, verifica-se que continua tudo igual, ou a exclusão até se acentuou. Isso, para mim, não condena absolutamente o RMG. Julgo não ser argumento relevante para a discussão, na medida que o que importa é tirar essas pessoas do limiar de pobreza em que se encontram.
Por exemplo, uma mãe com três filhos que foi abandonada pelo pai das crianças. ela não tem qualquer possibilidade de manter uma actividade profissional regular e cuidar das crianças. É irrelevante para o caso, se algum desses filhos vai tambem abandonar uma futura mãe porque sabe que ela terá direito ao RMG, ou se alguma dessas filhas se vai sujeitar ao abandono porque terá supostamente RMG. O que importa é que a senhora possa sobreviver agora.
Acho que JPP sabe bem isto, só não o diz.

Abrupto

Porque será que quando JPP escreve sobre a actualidade, Paulo Portas parece estar sempre presente?
Terá o rapaz a habilidade de estar sempre no principio da linha?
Volta António Guterres, estás completamente perdoado!

Férias

Ilusão a minha! Desilusão, aliás!
Então não é que acreditei que, não tendo férias este ano, tudo ia ser uma maravilha.
Cidades sem transito, telefones sem telefonemas, cafés a meio gás, etc.
Pois, mas não é assim. Com o pretexto da crise, com a crise, com a falta de apoio do estado, com a tanga barrosista, a malta ficou por casa. E agora anda tudo por ai a deambular, sem nada que fazer e a moer o juízo a quem está sossegado.
Oh Dra. Ferreira Leite, dê lá o subsidiozito ao pessoal! Para ver se vai tudo para os Bebidormes, as Armações de Pêra e as Fortalezas. Vá lá Sra. Dra..
Vistas bem as coisas é uma fatia pequena do orçamento.
E a Sra. Dra., tambem não gosta de fazer as suas fériazinhas, por aqui, por acolá?
E o Sr. Primeiro-Ministro, não vai tambem para Moledo, ou Caminha, ou lá onde é?
É que nos outros anos, as cidades em Agosto tem sido simpáticas. Dá para trabalhar, estudar, namorar, etc.
Façam lá uma forcinha.

terça-feira, julho 29, 2003

Para acabar de vez com.......Guggenheim Bilbao

Guggenheim Bilbao

Choque e Espanto 2

É possivel, em Portugal, praticar um crime económico, ser julgado e CONDENADO, e ainda ficar com "massa" no bolso equivalente a uns 13463 Rendimentos Minimos Garantidos. Ah País!

segunda-feira, julho 28, 2003

Porque escrevo o meu blogue.

Porque escrevo o meu blogue se quase ninguém (o) lê?

1. Escrevo para ser lido. Por ter opinião e para dar opinião. Da mesma forma que falo, para emitir opiniões, escrevo. Também gosto de ler e ouvir opiniões.
2. Escrevo para combater a inércia de não escrever. Escrevo porque funciona como um desafio e escrevendo venço-o. (Já li isto nalgum lado).
3. Escrevo para registar aquilo que vou pensando e sentindo. Costumava escrever em papelitos que nunca relia nem nunca corrigia. Só para escrever ou para alguém um dia ler (mais tarde terei que voltar a este “alguém um dia”). Fui piorando na escrita de tal forma que eu próprio já não conseguia ler o que escrevia. Assim é bem melhor.
4. Escrevo porque tenho uma grande admiração por quem aqui escreve, e não tendo grandes pretensões na área, gosto de me sentir próximo, aconchegado.
5. Escrevo pelo risco de escrever. Escrever não é um acto desprendido, vincula-nos, expomo-nos, tornamo-nos criticáveis. Pelos outros e por nós próprios. Julgo que melhoramos.
6. E também escrevo para ser lido (tenho o desejo secreto de ser lido). Gostava de ser lido da mesma forma que eu próprio leio algumas pessoas (Francisco Manso, por exemplo).

A classe política

Há uns anos atrás ouvi, perplexo, o Dr. Mota Amaral, que então já não era presidente do Governo Regional dos Açores, declarar numa entrevista que, até ser confrontado com um caso familiar próximo, não se tinha apercebido da dimensão do problema da droga na sociedade portuguesa.
O Dr. Mota Amaral era, à data, e é ainda hoje, um daqueles políticos que respeito.
Há uns anos atrás, menos, acompanhei, ainda mais perplexo, as reflexões do Dr. Almeida Santos sobre o problema da droga, ao que julgo saber também com base num caso familiar próximo.
O Dr. Almeida Santos é um daqueles políticos cuja voz tenho aprendido a respeitar.
Estes homens, que nos surgem como sendo, de certa forma, a elite da classe política (até pelos cargos que posteriormente ocuparam, sinal de claro reconhecimento pelos seus pares) estiveram durante muito tempo da sua acção , completamente desfasados de um dos maiores problemas da sociedade que se propõem governar e não se coibiram de o revelar publicamente.
Hoje, a propósito da prisão preventiva, das escutas telefónicas e demais problemas, apercebemo-nos do distanciamento da classe política face à justiça. Como se de repente se apercebessem, com surpresa, que quase tudo está mal. Como se nunca tivessem participado na sua concretização. Como se nunca se tivessem apercebido das “penas simbólicas” para justificar o tempo já decorrido em prisão ”de facto”. Como se nunca lhes tivesse ocorrido que as escutas telefónicas são uma violação clara dos direitos, liberdades e garantias de cada um, que só deveriam ter lugar em casos, não muito, mas muitíssimo especiais e sobre apertadíssimo controle, porque são propicias a toda a espécie de facilitismos intoleráveis.
Não se trata de aqui de alterar ou não alterar legislação “a quente”. Nem de alterar porque atinge a classe política. Se está mal tem que ser alterado quanto antes, precisamente por uma questão de justiça, para todos os que se encontram em situações injustas, incluindo a classe política. Não rever a legislação para “não dar a imagem de...” está na esfera de Kubanacan, e portanto, da anedota.
Trata-se aqui de constatar, com muita preocupação, suspeitas acumuladas ao longo dos anos, de que os nossos governantes, em grande parte dos casos, não nos governam, limitam-se a ocupar este ou aquele cargo. Trata-se de perceber, que os rostos da nossa classe política, nos seus melhores casos, estão desfasados das realidades dos cidadãos. Nos outros casos, nem vale a pena aprofundar. Trata-se de concluir, que uma geração de políticos, dos vários quadrantes, passou já o seu “prazo de validade” e que é urgente a sua renovação.

sexta-feira, julho 25, 2003

Obrigado JPP!

Pela crónica de quinta-feira no público.
Existem sempre duas verdades, a verdade e a verdade credí­vel. O que conta é a verdade credí­vel, e pessoas como Ferro Rodrigues parecem ter dificuldade em perceber isso (honra lhes seja feita). Dão sistemáticos tiros nos pés por fidelidade à  verdade verdadeira.
Normalmente ninguém os atura e são rapidamente "arrumados". Aqueles personagens "redondinhos" são bem mais fáceis de aturar e convencem muito mais (a) gente.
Que é que interessa isso agora, se há ou não um esforço concertado para diminuir a liderança do PS. O que interessa é uma oposição sereninha e certeirinha, para na altura própria protagonizar a tal alternância democrática, etc., etc.
O homem, com aquela carinha e com aquela agressividade, não convence ninguem, e depois vem dizer que é tudo uma cabala, como se alguém o quisesse ouvir, bah!
E o outro, se está preso é porque está metido naquilo, sempre são juizes, bolas....
A verdade verdadeira, além de ser muitas vezes dolorosa, dá um trabalhão. É preciso pensar, querer saber, reflectir, deduzir, etc.
Chatices.....
A verdade credí­vel é muito melhor. Das larachas de cada um resulta aquela coisa "provável" que sossega as almas. De provável passa a facto, fado, destino, etc. Mas não é fortuna.
JPP tem razão, mas não toda. Não é em Ferro Rodrigues que está o ónus de completar a acusação que faz.
Se pudesse faze-lo ou se puder vir a faze-lo, com certeza que o fará. Acontece é que há "coisas" muito complicadas de materializar.
É o caso da corrupção, da pedófilia, e é claro, da conspiração, que apesar de tudo "existem na consciência de quem as pratica". Outras há que nem sequer existem de forma tão concreta e consciente.
É o caso de alguns assassinatos cometidos pela máfia. O homem ou os homens de mão do "padrinho" lêem nos olhos deste que fulano é para abater, e abatem-no. Ninguém poderá acusar o dito "padrinho" de ter dado a ordem, no entanto há uma concertação de esforços para cumprir o objectivo. O risco para os mafiosos não é grande, no caso da "ordem" ter sido mal interpretada. De qualquer maneira é menos um potencial inimigo.
Da mesma forma, qual é o problema de "queimar" Ferro Rodrigues? Nenhum, é menos um súcia a chatear. Até parece que estou a ouvi-los pensar.
Mas claro, há sempre JPP! Há alguns, muito poucos, JPP's.
Isto é que é uma grande chatice. Agora a querer saber porque é que o homem anda por aí­ a falar, ora....
E a dizer que ele é sério, ora...

quarta-feira, julho 23, 2003

Choque e Espanto 1

Um cone com duas bolas de gelado Hagen Dazz custa 3,40 € (Setecentos paus).
Inacreditável!

terça-feira, julho 22, 2003

Organização 1

Quero deixar aqui uma reflexão em jeito de pergunta.
Numa perspectiva geográfica, o que é que pervalece hoje em dia, a delimitação dos espaços ou a hierarquização dos lugares?
Identificar-se-á mais e melhor um cidadão de Tenões, ou S. Julião de Passos, com a sua qualificação como minhoto ou como bracarense?
Mais uma vez numa perspectiva geográfica, preferem os gregos a Atenas da Antiguidade ou a Grécia dos nossos dias?
Aceito contributos.

segunda-feira, julho 21, 2003

É preciso ter um blogue!

Pelo que tenho lido, não há dúvidas, é preciso ter um blogue.
Parece que os deputados tambem vão ter os seus blogues.
Estou para ver a lixeirada que por ai vai aparecer.
O que será que o deputado Silva de Águeda vai escrever? E Bernardino Soares?
Estou para ver...

Aos poucos a coisa vai!

Começam a aparecer os sinais inevitáveis de reconhecimento dos muitos aspectos positivos da governação guterrista.
Quem, como eu, tem uma visão da poli­tica muito mais abrangente do que a mera gestão económico-financeira e quem, como eu, acha que as pessoas são aquilo que realmente conta, não teve nunca dúvidas de que os governos socialistas de António Guterres versaram aspectos da governação muito diversificados de forma muito satisfatória, coisa que não estava-mos habituados a ver com Cavaco Silva e que rapidamente deixamos de ver com Durão Barroso.
Ainda que Durão Barroso se tenha revelado um Primeiro - Ministro com capacidades que nada faria prever (quem não se lembra do triste lider da oposição nos tempos de António Guterres), nomeadamente uma certa postura de Estado, É muito difí­cil ignorar a total incapacidade deste executivo.
É incapaz de incentivar, É incapaz de motivar, É incapaz de encorajar, e por isso torna-se incapaz de governar. Inclusive é incapaz de ir governando, porque as trapalhadas são demasiado frequentes.
E no entanto move-se. Move-se para se auto-afirmar, move-se para diminuir (diminuir a governação anterior tem sido o fio condutor da actuação deste governo) e move-se para oprimir.
Não deixa de ser curioso que mesmo nos dossiers em que a actuação tem sido positiva, e principalmente naqueles em que era necessário intervir para reformar, a actuação do tipo "elefante em loja de porcelanas" tem deixado marcas e criado anticorpos, que rapidamente terão a sua reacção, comprometendo a eficácia dessa actuação.
Lentamente, à  medida que as diferenças se vão tornando mais evidentes, as pessoas começam a perceber que a permanencia desta maioria no governo, é pura perda de tempo.
E as diferenças são cada vez mais evidentes. Os relatórios sobre o real estado da nação em 2001 começam a aparecer, com honrosos lugares na qualidade de vida, no sistema de saúde, etc. Mas basta só percorrer as praias e até percorrer as ruas. Que a dinamica cientifica e cultural iria sofrer sérios revezes já todos sabiamos, mas que a segurança descesse a ní­veis tão baixos não era de suspeitar. Até porque foi uma bandeira eleitoral dos partidos no governo. Agora já ninguem se preocupa com a segurança nas estradas, com o aumento da criminalidade, grande e pequena, com a segurança alimentar, com a segurança das instalações, nomeadamente contra incêndios, etc., etc.. No entanto os indicadores são cada vez mais graves. Parece até que há problemas com a nossa aviação civil.
Aos poucos as pessoas vão percebendo. Hoje é já difícil encontrar um eleitor satisfeito por Ter votado neste governo. Noutro contexto, até poderia ser bom sinal. Poderia ser sinal de que o governo não governa para as sondagens, e que as medidas difíceis mas necessárias são sempre pouco populares. Mas não é disso que se trata. Trata-se de que as medidas difí­ceis são completamente inconsequentes, e as medidas consequentes, que são as que foram tomadas para reduzir o défice, são uma desgraça. Não é fácil para ninguem entender como é que o PSD não deixou o PS vender a rede fixa da Portugal Telecom pelo preço justo e foi depois vender por um preço muito inferior. É no mí­nimo caricato e ninguem aceita, mas muito menos aceita quando a medida lhe mexe no bolso, como é o caso do PEC. Se vale tudo porque é que não vendem agora os Jerónimos, pensa o taxista e o comerciante. Ou o Alqueva ou outra coisa qualquer. Estas incompreensões, que só o são para quem não quer ou não pode ver, vão aos poucos alimentando a desconfiança. E quem acredita, como eu acredito, que os eleitores não votam só em função do dinheiro que tem no bolso, sabe que isto tem que mudar. E que não vão bastar uns tostões para satisfazer a malta em ano de eleições. Muito menos discursos rocambolescos sobre mares de rosas, semanas depois da tragicomédia da tanga.
As pessoas sentem, não são números. As pessoas contam, e cada vez mais sabem que contam. E aos poucos, com os sinais que todos os dias vão aparecendo, a diferença vai-se fazendo.

terça-feira, julho 15, 2003

As férias

Começa a debandada para férias!
Primeiro uns, depois outros, e a cidade vai ficando mais liberta, mais fácil...
Só agora percebi como andava ansioso por este momento.
Já sei, há algum tempo, que este ano não vou ter férias. Nasce mais um filho, mais uma vez no verão, enfim, não dá.
No entanto a ansiedade tem sido a mesma, tal qual estivesse à espera da partida, sabendo que não ia partir.
E de repente descubro a importância das férias dos outros. É capaz de ser mesmo o mais importante.
É capaz até de dar para readquirir algum equilibrio. E vendo bem as coisas, perde-se a aventura, a diversão, o lazer, mas ganha-se o descanso, a calma, o sossego....
Será que vai dar para por todos aqueles quadros na parede e mandar arranjar o carro?
Será que no dia-a-dia somos demais? Ou será que andamos depressa demais?
Boas férias!

quarta-feira, julho 02, 2003

Muito trabalho

Não tenho tido mesmo tempo para escrever o blog!
Isto está a tornar-se complicado.
Nem o jogo das estrelas consigo ir ver. BAH!