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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

CinePop: o ritual de passagem que me faltava



É raro, muito raro, folgar ao domingo. Já não sei o que é um domingo “normal”, de ir passear com a família à beira-mar, estar com os amigos na esplanada ou ir ao futebol, há muito tempo.

Fui ao cinema. Tão simples, certo? Mas revelou ser uma experiência normal que se tornou anormalmente especial. Mais concretamente, fui experienciar o CinePop, iniciativa com o dedo mágico do Nuno Markl, que, em última análise, como o exercício físico, também o Markl é bom para o coração, de tantas alegrias que nos dá.

Para quem não conhece, o CinePop trata de trazer, aos domingos, para uma sala de cinema “à séria” filmes de culto mais antigos. Tive uma sorte daquelas que, ainda por cima no primeiro domingo que tive livre, ter calhado passarem um dos filmes dos meus dois heróis de eleição: Indiana Jones (quando era miúda quis ser cabeleireira-arqueóloga. A primeira opção porque achava que não tinha que estudar muito, a segunda porque achava que quem estudava muito acabaria super charmoso que nem o Indy) e o Harrison Ford (que é só assim o ser humano que tenho mais ganas de conhecer de sete mil milhões que o planeta Terra tem!). O filme era o Indiana Jones and the Temple of Doom e, dado ter estreado no ano em que eu nasci, como devem calcular as minhas lembranças do seu visionamento são todas em 16’x9’. Nunca pensei ver o Indiana Jones daqueles tempos assim em tamanho XXL.

Entre a plateia (de uma casa muito, muito composta) estavam das mais variadas gerações: desde quem com certeza terá ido ao cinema na década de 80 ver o filme e agora resolveu voltar para trazer os filhos e os netos, a crianças, adolescentes e nós, os jovens adultos a quem, finalmente!, nos deram a oportunidade de assistir ao Indiana Jones no cinema, quase numa espécie de ritual de passagem, só que para a nossa juventude. Foi uma experiência do caraças!

(Re)viver estas aventuras rodeada de tanta gente quase me deu a sensação de estar a ver o filme pela primeira vez. Os meus risos eram os nossos risos, os meus medos eram os nossos medos, o meu alívio foi o nosso alívio e as minhas palmas no fim foram as nossas palmas no fim. Relembro, de um filme de 1984.


Se quiserem, espreitem a programação. Em podendo, voltava já no próximo domingo, e no outro, e no outro… ainda por cima, todas estas sensações por troca de €4. Não me digam que não é motivo para fazer 30 flexões de felicidade?

Catarina

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