terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

«Impeachment» para totós (Parte 2)

Só os mais ignorantes, estúpidos e/ou fanáticos ficaram surpreendidos pelo falhanço – que, na prática, equivale a um reconhecimento oficial de inocência – da segunda tentativa de «impeachment», de impugnação de Donald Trump, que se consumou no passado dia 14 de Fevereiro no Senado dos Estados Unidos da América, com uma votação em que o apoio à condenação recebeu 57 votos contra 43 – sim, uma maioria, mas não qualificada, não a necessária, porque para tal eram necessários 67 votos. E se a primeira tentativa, ocorrida no ano passado e igualmente falhada, já era suficientemente ridícula, esta foi ainda mais porque oficialmente se exigiu a remoção do cargo de Presidente de alguém que já não o era há quase um mês…
… Ou então esta manobra significou que, no fundo, os democratas sabem que Donald Trump é, de facto, o verdadeiro, o único Presidente dos EUA, e que Joe Biden só está na Casa Branca devido a uma fraude eleitoral alargada que (ainda) não foi devidamente investigada, punida e revertida - mas já foi admitida (surpresa!) pela Time. Porém, mais patética – e mais perversa, e mais perigosa – do que a circunstância desta «segunda via» de (tentativa) de impugnação é a acusação que esteve na sua base. Recorde-se que a anterior, em 2020, alegava que Trump havia abusado do seu poder ao pedir ao Presidente da Ucrânia que investigasse os negócios de Hunter Biden naquele país e as manobras de Joe Biden, quando era vice-presidente, para impedir uma investigação das autoridades de Kiev a esses mesmos negócios; não só Trump tinha toda a legitimidade para o fazer porque o comandante-em-chefe é-o também do attorney general, mas também porque, como confirmou a investigação do New York Post, censurada deliberadamente pela Twitter e pela Facebook, publicada antes da eleição de 3 de Novembro e o anúncio pelo próprio depois daquela, HB está mesmo sob investigação federal pelo FBI por suspeita de vários crimes financeiros. Agora, a acusação alegou que DJT causou, que ele «incitou» a ocupação do Capitólio no dia 6 de Janeiro quando se procedia à ratificação dos resultados eleitorais. O que é uma total e ridícula mentira, um completo e delirante absurdo…
… Porque Donald Trump, no seu discurso no dia 6 de Janeiro frente à Casa Branca e perante os seus muitos (milhares) de apoiantes, apelou clara e explicitamente a que aqueles fizessem ouvir as suas vozes «pacificamente e patrioticamente» - e o «motim» começou ainda ele não tinha acabado de falar. Mais: já existiam informações de que poderiam acontecer (tentativas de) infiltração e de instrumentalização das manifestações por parte de elementos, digamos, menos pacíficos, mas nem todos de «direita» – e, de facto, várias pessoas ligadas aos Antifa foram identificadas e até detidas após terem entrado no Capitólio, bem como, quem diria, um ex-agente do FBI; sabendo dessas ameaças, Trump disponibilizou previamente cerca de 10 mil soldados da Guarda Nacional, mas essa ajuda foi recusada por Nancy Pelosi e por Mitch McConnell (líderes das duas câmaras do Congresso), por Muriel Bowser (mayor de Washington) e pelo comandante da polícia do Capitólio… que depois recebeu um voto de desconfiança dos seus colegas – com efeito, não faltam as imagens, as gravações, de, surpreendentemente, vários agentes a abrirem as portas do edifício e a possibilitarem a entrada dos protestantes; cinco pessoas morreram, e todas eram apoiantes de DJT e dos republicanos – incluindo a única vítima de arma de fogo, e, sim, o polícia de que falsamente se disse ter sido atacado com um extintor.   
Os factos não poderiam ser mais claros, indiscutíveis, nítidos. Porém, e como há muito tempo se sabe, os democratas não querem saber dos factos se eles não se adequarem aos seus objectivos, e não têm quaisquer escrúpulos ou hesitações em construírem narrativas fantasiosas para tentarem desmoralizar, difamar e derrotar os seus opositores – que não são adversários políticos mas sim «inimigos domésticos». No entanto, tal estratégia está muito longe de ser infalível, e isso viu-se agora nesta segunda impugnação. Porque os «burros» abusam de acusar – falsamente – os «elefantes» dos crimes que eles próprios cometem, a equipa de advogados de Donald Trump mais não teve de fazer do que compilar, montar e exibir na sala do Senado vídeos de democratas – entre os quais algumas das suas maiores (tristes) figuras como Hillary Clinton, Cory Booker, Elizabeth Warren, Chuck Schumer, Maxine Waters, Nancy Pelosi, Kamala Harris e até Joe Biden – a fazerem sucessivos e inequívocos incitamentos, indirectos e directos, à violência, a contestarem resultados das eleições (em especial a de 2016, mas também as de 2004 e 2000) chegando a dizer (como «Crooked» Hillary, mas não só) que elas foram «roubadas» (Trump disse-o, mas ele tem razão), a tentarem impedir a confirmação dos grandes eleitores e a conclusão dos trabalhos do colégio eleitoral (mas quando são os «azuis» que o fazem já não se trata de «sedição» ou de «traição»). Pior, e confirmando pela enésima vez como os democratas são inerentemente criminosos, os ditos «gestores de impugnação» (impeachment managers) chegaram ao cúmulo de adulterarem, de falsificarem, «provas», imagens – o que, num tribunal «a sério», resultaria quase de certeza em severas sanções.
Os defensores de Donald Trump proporcionaram-lhe um segundo triunfo, e os democratas sofreram nova derrota, tão ou mais humilhante do que a primeira.  E como reagiram eles? Tão «bem» como seria de esperar: ameaçando com novas investigações, sejam elas através de uma comissão semelhante à que investigou o 11 de Setembro ou através de procuradorias estaduais «amigas» como a de Nova Iorque; com mais promessas de vingança e incitamentos à violência – com concretização quase imediata sobre Michael Van Der Veen, um dos advogados de DJT, que, após ter recebido ameaças de morte e de ter visto a sua casa vandalizada, foi forçado a esconder os filhos e a contratar segurança privada. Infelizmente, nada disto é surpreendente: os democratas são assim mesmo, incapazes de terem decência e honestidade, e é de todo inútil usar de cordialidade e de razoabilidade com eles. Todavia, o que é mais grave e preocupante é constatar o relativamente elevado número de políticos (representantes, senadores, governadores) do Partido Republicano que ainda vão na (literal) «canção do bandido» do PD, que acreditam nas calúnias e que se acobardam em momentos cruciais, como que dando «tiros nos pés», não tanto deles próprios mas dos cidadãos que é suposto representarem. E, neste aspecto, viverão em infâmia os nomes de dez na Casa e de sete no Senado,  entre os quais Liz Cheney, Adam Kinzinger, Ben Sasse, Mitt Romney (quão desprezível pode este homem ser?), Richard Burr, Pat Toomey e Lisa Murkowski, que votaram com os democratas pela condenação de Trump (note-se que nem um só dos «burros» quebrou as fileiras) – significativamente, a maioria já foi ou vai ser alvo de votos de censura ou de reprovação por parte das estruturas do GOP nos Estados a que pertencem. Uma lista à qual deve ser acrescentado o nome de Mitch McConnell, que, apesar de ter votado contra a impugnação, afirmou, mais do que uma vez, que o Nº 45 é «moralmente responsável» pelo que aconteceu no dia 6 de Janeiro – uma atitude que denuncia, para além do alinhamento com a mentira, uma imperdoável ingratidão, porque Elaine Chao, a esposa dele, foi secretária dos Transportes na anterior administração. É mais do que tempo para os republicanos no Senado terem uma nova liderança    
É aterrador, até trágico, reconhecê-lo, mas a actual investida totalitarizante (sim, sem aspas) dos democratas, auxiliada pelas purgas «estalinísticas» nas redes sociais, são incentivadas em grande medida pelas posições passivas de muitos republicanos. O partido que ainda reclama ser depositário da herança de Abraham Lincoln tem de decidir se vai permitir que, mais de 150 anos após ter sido derrotada, a Confederação – agora «reforçada» com comunismo – se levante do «caixão» da História e domine os Estados (Des)Unidos. Os muitos – degenerescentes – «descendentes» de Jefferson Davis, Woodrow Wilson e George Wallace, protegidos pelo novo Ku Klux Klan que é o «conglomerado» Antifa-Black Lives Matter, são tão ou mais adeptos da segregação do que os crápulas que os precederam nas campanhas de destruição do país. Quando Washington, por vontade dos «azuis», está rodeada de vedações (entendidas como dispensáveis na fronteira com o México) e é percorrida em permanência por tropas, e onde no Nº 1600 da Avenida da Pensilvânia o seu Residente (não é Presidente quem é um usurpador, quem beneficia de batota) emite mais de 50 ordens executivas em menos de um mês, preenchendo assim o «requisito» para ditador que ele próprio estabelecera, não restam dúvidas de que à direita a resistência necessitará de mais para além de palavras e de votos (que se sabe poderem ser falsificados). E à esquerda sabe-se isso também.