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(Duas adendas no final deste texto.)
Em
resumo, é assim: Barack Obama, e todos os que o acompanham na sua administração
(e no Congresso e no Partido Democrata), já admitiram que estão receptivos para falar, para negociar sobre armamentos (nucleares, químicos, e outros) –
aliás, já o fizeram – com Vladimir Putin e a Rússia, e, indirectamente, com
Bashar al-Assad e a Síria… e também, eventualmente, com Hassan Rouhani e o Irão! Entretanto, recusam-se a falar e a negociar com o Partido Republicano sobre
assuntos de política doméstica, em que se destacam o funcionamento do governo
federal e o financiamento do «ObamaCare». Aliás, o Sr. Hussein já deixou bem
claro que «tal não vai acontecer». O que dizer, pois, de um presidente disposto
a fazer cedências a inimigos estrangeiros mas não a adversários seus compatriotas?
John
Boehner e o seu gabinete rapidamente se aperceberam desta contradição e
produziram e divulgaram um vídeo que a denuncia. Entretanto, e como não podia
deixar de ser, Harry Reid e Nancy Pelosi, duas completas – e concretas –
caricaturas de tudo o que a política nos EUA tem de mais desprezível e risível,
ajudaram à «festa», acusando os membros do GOP – e em especial os mais
inconformados como Ted Cruz – de serem «anarquistas» e «incendiários» - o que
vem na sequência de «elogios» anteriores como «assassinos» e «terroristas». A votação
efectuada a 20 de Setembro, na Casa dos Representantes, de uma resolução que aprova a remuneração dos serviços públicos excepto os que tenham a ver com a
implementação do denominado «Affordable Care Act» mais enfureceu o Nº 44, que,
em novo acesso de narcisismo, se queixou de que os republicanos estavam a
«tentar meter-se com ele»! Então, neste segundo mandato, a «flexibilidade» vai
toda, apenas e exclusivamente, para o estrangeiro? Que «discriminação» tão injusta!
O
facciosismo e o fanatismo para «consumo interno» já estão de tal modo
entranhados entre os «azuis» que nem sequer a ocorrência de atentados e/ou de
tragédias os demove de criticar os opositores. A 16 de Setembro último, e
enquanto Aaron Alexis procedia a um massacre no Navy Yard de Washington, Barack
Obama não sentiu a necessidade de adiar um discurso em que acusava os republicanos de «extremistas» por – alegadamente – estarem dispostos a
«afundar toda a economia» do país unicamente para «marcarem pontos políticos». Este
(mais um) ataque partidário a partir da Casa Branca – algo que, como Brit Hume
salientou, este presidente practica mais do que qualquer um dos seus antecessores
– foi, obviamente, considerado «inteiramente apropriado» (!) por Jay Carney. Digamos
que esta prestação do Sr. Hussein foi tão má, mas mesmo tão má, que até na MSNBC
se imaginou o que aconteceria (não é difícil) se tivesse sido George W. Bush a
portar-se daquela maneira lamentável, e se avisou que, feita a asneira, já era tarde para se voltar atrás e fazer tudo de novo...
«Suave com os russos, duro com os republicanos»: como faz notar Matt K. Lewis, este não
é tanto um «paradoxo (unicamente) de Obama» porque esta tendência já existia
entre os democratas muito antes de o Nº 44 tomar posse. Porém, mais do que um
paradoxo, trata-se de uma filosofia da fraqueza, de uma doutrina da cobardia,
causa – e consequência – de uma «diplomacia macia». E essa insólita
mundividência, essa «extraordinária capacidade» que os democratas em geral – e
este presidente em particular – têm para ignorar a realidade ficou bem nítida a
24 de Setembro último: no discurso que então proferiu perante a assembleia
geral das Nações Unidas, Barack Obama afirmou que «o Mundo é mais estável agora do que era há cinco anos». Não, não é brincadeira, ele disse-o mesmo… poucos
dias depois de terroristas islâmicos terem assassinado no total mais de 200
cristãos em atentados no Quénia (aqui incluindo uma colaboradora, grávida, de Bill Clinton) e no Paquistão, poucas semanas depois de gás Sarin ter sido
utilizado contra civis na Síria, no ano de mais uma revolução – e muitos mortos
– no Egipto, em que o Irão e a Coreia do Norte (aqui apesar dos esforços desse
grande «diplomata» que é Dennis Rodman) ainda constituem ameaças nucleares, em
que as vítimas aumentaram no Iraque e no Afeganistão após o Sr. Hussein ter
anunciado as datas da retirada das tropas norte-americanas naqueles dois países…
…
Sim, tanta «estabilidade»! No entanto, o que seria de esperar por parte de
alguém que não só lê quase exclusivamente o New York Times mas que também
recorre aos colunistas daquele jornal para o aconselharem em matérias de negócios estrangeiros? O mesmo NYT que aceitou publicar um artigo de opinião de Vladimir Putin em que este aproveitou para achincalhar os EUA e o seu actual presidente? Que Garry Kasparov classificou de «patético» por providenciar ao
presidente russo uma «plataforma para propaganda condescendente»? Todavia, e
como bem recordou Sean «Jim Treacher» Medlock, a perspectiva de Putin sobre o «excepcionalismo americano» nem é diferente da de Obama. Como Charles
Krauthammer observou, estes são «os frutos de uma política externa epicamente incompetente». E o novo presidente do Irão, ao recusar um encontro na ONU com o
seu homólogo norte-americano… que este havia solicitado (!), também já sabe que pode provar e saborear esses «frutos». Fica a dúvida: quem será o próximo ditador a dar a «Obambi» uma «bofetada de luva branca» (ou de outra cor)?
(Adenda
– Barack Obama não se encontrou pessoalmente em Nova Iorque com Hassan Rouhani
porque este não quis… aliás, recusou por cinco vezes o pedido da Casa Branca nesse sentido! Porém, o presidente iraniano, para não dizerem que é de todo impaciente para com insistências «infantis», lá concordou – e já
não foi mau! – com uma conversa por telefone. E o Sr. Hussein ficou tão
contente por finalmente falar com um ayatollah que até lhe ofereceu depois uma
taça de prata, oriunda da antiga Pérsia e com cerca de 2700 anos, no valor de um milhão de dólares! Uma prenda um «pouco» mais cara do que aquelas que ofereceu
à Rainha Isabel II e a Gordon Brown – respectivamente, um iPod com os seus discursos
e uma caixa com 25 DVD’s.)
(Segunda
adenda – Barack Obama e os democratas não negoceiam – ou não querem negociar – com
republicanos, que acusam de ser «bombistas suicidas» («pessoas com bombas ligadas ao peito»). Mas negoceiam com iranianos que, de facto, apoia(ra)m
«bombistas suicidas». E acusam os republicanos de «fazerem reféns»… mas falam
com iranianos que, em 1979, aprisionaram norte-americanos da embaixada dos EUA
e que, efectivamente, fizeram deles reféns. Entretanto, descobre-se que o Sr.
Hussein «enfiou um barrete».. persa, o que não espanta, e explica muita coisa.)
…Mas
depressa se devem ter arrependido quando foi conhecido que o culpado, Aaron Alexis, era um admirador de Barack Obama! Que pode ter seguido o «conselho» de Joe Biden pois utilizou uma caçadeira! E outro motivo há que deveria levar
todos os democratas, «progressistas» e liberais a morderem a língua sempre que
ocorre um crime deste tipo e se sentem logo impelidos a expelir a sua
demagogia. Tudo pode começar pela seguinte pergunta: o que têm em comum o liceu
de Columbine, o cinema de Aurora, o campus da Virginia Tech, a escola de
Newtown, Fort Hood e o Navy Yard em Washington? Sim, são, foram, todos locais
de múltiplos morticínios… e, além disso, são, eram, todas «gun free zones»,
isto é, «zonas livres de armas», isto é, áreas nas quais os respectivos (ir)responsáveis
decidiram tornar proibido, a cidadãos legalmente autorizados a tal (isto é, sem
cadastro criminal), o porte e o uso das suas armas, e onde é frequentemente
assinalada igualmente e publicamente tal proibição – invariavelmente com o
famigerado símbolo da pistola com um risco por cima.
Pergunta praticamente
inevitável: mas então os exemplos no Texas e na capital dos EUA, ambos
instalações das forças armadas, também são «gun free zones»? Resposta: sim, são! Naquelas, tal como em todas as bases norte-americanas, as mulheres
e os homens em uniforme são obrigados a entregar e a guardar as suas armas à
entrada – uma situação tanto mais ridícula quando se sabe que elas e eles têm
como profissão, precisamente, a utilização de todas as formas de armamento, da
mais simples à mais complexa (e poderosa)! As únicas excepções são os elementos encarregados
do policiamento dessas instalações. Outra pergunta praticamente inevitável:
quem tomou uma decisão tão absurda? Resposta: Bill Clinton! Tinha de ser um democrata a instituir o gun control nas forças armadas… e os (trágicos)
resultados estão à vista!
Estas
«zonas livres de armas» (in)devidamente delimitadas, demarcadas e divulgadas mais
não são do que «zonas cinegéticas exclusivas», reservas de caça, campos de tiro, para predadores, psicopatas, homicidas de todos os tamanhos, cores e feitios. Os
assassinos podem ser loucos – e, nos casos mencionados, todos eram – mas não
são estúpidos… para o meio de uma rua, rodeados de pessoas desconhecidas (e das
quais não se sabe o que têm escondido debaixo das roupas) é que normalmente eles
não vão! É por isso que convém contabilizar e conhecer nove casos, nove
situações em que um potencial massacre foi evitado por uma pessoa com bom carácter... e
armada.
Numa coincidência curiosa… e infeliz, este
múltiplo crime em Washington ocorreu poucos dias – quase uma semana – depois
de, no Colorado, terem sido realizadas duas eleições especiais – as denominadas «recall» – que afastaram dos seus cargos dois senadores estaduais democratas por
terem apoiado e aprovado (mais) normas de controlo de armas naquele Estado –
que, ironicamente, os «burros» controlam, pois os actuais governador e (os dois)
senadores federais são «azuis». Mas nem todo o esquerdismo em Denver foi
suficiente para «aguentar» John Morse e Angela Giron, tendo esta, numa
demonstração de mesquinho mau perder, alegado – sem apresentar provas – que a sua derrota se devera a «supressão de votos»… uma atoarda que Debbie Wasserman Schultz secundou – o que não surpreende, visto o «cadastro» de estupidez dela neste
(e em outros) temas. Entretanto, na MSNBC, o «dia seguinte» foi difícil… pelo
menos para Joe Scarborough e para Lawrence O’Donnell. Já na CNN, Don Lemon
parece começar a aprender… ele não quer ser um sitting duck, «caçado como um
pato» - e, aparentemente, depois cozinhado com limão.
(Adenda
- O que haverá de mais ridículo do que um imigrante ilegal – que não obedece(u)
a leis nem a avisos, sinais, que o impedem de entrar nos EUA se não pelos canais
próprios – acreditar que um cartaz proibindo a utilização de armas num certo
espaço evitará que um criminoso entre com elas naquele?)
(Segunda adenda - Quem diria: mais um criminoso armado que não obedeceu à ordem de não entrar, armado, em mais uma gun free zone, neste caso, o campus da Universidade Central da Carolina do Norte!)
(Duas adendas no final deste texto.)
Por
causa da incompetência e da inconsciência criminosas – repito-o, criminosas - de Barack Obama e de todos os que o rodeiam, a partir de hoje,
11 de Setembro de 2013, lembra-se e lamenta-se não apenas os atentados de 11 de Setembro de 2001 mas também o atentado de 11 de Setembro de 2012. Todos foram
cometidos em território dos EUA: em Nova Iorque, Washington e Shanksville, há 12 anos; e
no consulado de Benghazi, na Líbia, há um.
O
mais triste, o mais terrível, é a sensação, a ideia, e até mesmo a certeza, de
que todas as lições, todos os ensinamentos, tudo o que se melhorou, corrigiu,
aperfeiçoou – em termos de prevenção, de coordenação, de (re)acção – depois
daquele fatídico dia do segundo ano deste século e milénio foi perdido,
desperdiçado, corrompido, estragado, pela actual administração, mais preocupada
em «parecer bem», em pedir desculpa por supostos «crimes» e «erros» do seu país
do que em assegurar a segurança dos seus cidadãos em todas as ocasiões e
circunstâncias. Desvalorizar ameaças, avisos, palpites, sinais, tornou-se
práctica corrente na Casa Branca. E não foi só no ano passado em Líbia; pode
dizer-se que o mesmo aconteceu este ano em Abril, em Boston, e em 2009, em Fort Hood. Porém, o que aconteceu em Benghazi foi particularmente grave porque foi
como que «anunciado». Recordemo-lo: antes do ataque, (vários) pedidos de mais e
melhor segurança foram feitos pelo embaixador Christopher Stevens; durante, foi
pedida ajuda a Washington, que não foi enviada – e quatro homens morreram;
depois, a actual administração mentiu quanto à causa do ataque, atribuindo a culpa a um filme
colocado no YouTube (cujo realizador continua preso na Califórnia!) e que teria
causado «protestos». Tudo para que não ficasse (ainda mais) em evidência a
outra mentira – a de que a Al Qaeda estava derrotada, destruída, depois da morte de Osama
Bin Laden; e, consequentemente, para que a reeleição do Sr. Hussein não fosse
(muito) prejudicada – o que, de facto, e infelizmente, aconteceu.
Um
ano depois, e apesar das promessas feitas nesse sentido, nenhum dos culpados foi capturado e presente à justiça – embora um deles já tenha dado entrevistas
aos media norte-americanos, e haja alegações de que os atacantes de Benghazi treinaram «colegas» na Síria; ainda não é permitido aos sobreviventes serem visitados e questionados
por congressistas e jornalistas – John Kerry «renovou» a proibição que havia sido decidida
pela sua antecessora (porque será?) – e prestarem depoimentos públicos; os
funcionários do Departamento de Estado «castigados» pelas suas… insuficiências
neste caso já foram reintegrados, enquanto Gregory Hicks, Nº 2 de Chris Stevens
em Tripoli, que, ele sim (com outros dois colegas), depôs – corajosamente –
perante o Congresso, queixa-se de ter sido punido. Entretanto, dá-se o colapso da
estrutura para os negócios estrangeiros dos EUA… Prova adicional de que a Al Qaeda não representa uma ameaça «menor» – e muito menos «inexistente» - foi dada pela
«vaga» de encerramentos de embaixadas e de consulados ocorrida em Agosto, na
sequência de alertas para eventuais atentados – algo que não foi inédito, mas
que nunca antes tinha atingido uma tal dimensão. Com Barack Obama os EUA «encolheram-se»
como nunca antes se tinham «encolhido» - os inimigos não só não passaram a
gostar da pátria de Abraham Lincoln como perderam (grande parte d)o medo que
antes lhe tinham…
…
E a grande, enorme «trapalhada» relativa à Síria mais não fez do que
«amplificar» e «consolidar» esse colapso. Já abordei a situação anteriormente,
mas justifica-se um resumo actualizado: no seguimento da transposição da «linha vermelha» (utilização
de armas químicas) estabelecida pelo Nº 44, John Kerry faz uma intervenção
apaixonada apelando a um ataque imediato… e vem Barack Obama dizer que vai
remeter a decisão ao Congresso. O presidente dá entrevistas a várias televisões
e prepara-se para fazer um discurso à nação justificando o ataque… mas o seu
secretário de Estado, respondendo uma pergunta de uma jornalista, alvitra que
se o governo da Síria entregar, no prazo de uma semana (mais uma «linha
vermelha») à «comunidade internacional» todas as suas armas químicas («oferta»
que alguém na administração considerou uma «major goof»)… então não haverá um
ataque… que, a acontecer, seria «inacreditavelmente pequeno». Vladimir Putin,
que não é, ao contrário do seu homólogo dos EUA, um amador, aproveita logo e
apela ao seu aliado de Damasco para aceitar… o que acontece – no próprio dia do
discurso de Obama a apelar e a justificar um ataque! A acontecer um tal acordo
de «entrega e verificação» de armas químicas por parte do governo sírio, tal
acontecerá sob a égide das Nações Unidas… organização que o Sr. Hussein desvalorizou, e caricaturou, como sendo dada a manobras de
prestidigitação - «hocus pocus». Conclusão: Bashar al-Assad mantém-se no poder
e o presidente da Rússia «sai por cima» desta situação – é o incontestado vencedor deste «jogo de xadrez geopolítico», por mais que alguns «yes (wo)men»
clamem que foi uma victória do seu «querido líder».
Espero
para ver se alguém em Portugal tem suficiente descaramento para falar/escrever
novamente sobre a «competência» desta administração e os seus «sucessos» em matérias
de diplomacia e de defesa. Na verdade, tudo isto foi, é, ridículo, dá (alguma) vontade de rir… mas o assunto é sério. Muito sério. E triste, quanto mais não
seja, em última análise, porque acontece, porque culmina, na véspera de mais um
aniversário do 11 de Setembro, com mais um discurso redundante de Barack Obama que
confirma a perda de poder e de prestígio dos EUA, e em que ele, para não variar, e mais uma vez, mentiu.
As
verdadeiras linhas vermelhas… de sangue estiveram lá, nas paredes de Benghazi. Ao contrário do
que alguns disseram e desejaram, o atentado de há um ano não desapareceu nem
desaparecerá. Nem a Síria nem qualquer outro tema distrairá do que aconteceu na Líbia em Setembro de 2012. E Hillary Clinton que não pense que os «fantasmas» daqueles que abandonou
não voltarão – durante a sua (mais do que provável) campanha presidencial, ou até antes – para a assombrar. Os gritos não exorcizarão a sua culpa. Porque quatro cadáveres (e bastava um...) fazem, mesmo, a diferença.
(Adenda
– David Burge, incisivo e sucinto como habitualmente, contabiliza os minutos de silêncio pelas vítimas do 11 de Setembro… as de 2001 e as de 2012.)
(Segunda
adenda – Quase 12 anos depois do início da intervenção armada dos EUA no
Afeganistão, feita em resposta aos atentados de 11 de Setembro de 2001,
verifica-se que 73% das mortes de soldados norte-americanos naquele conflito
ocorreram desde que Barack Obama é presidente. Tal como em relação à ameaça de
ataque à Síria, e ao contrário do que aconteceu durante a «era Bush», os
esquerdistas «pacifistas» mantêm-se calados (que nem ratos?) sobre este
assunto. Entretanto, há a informação de que a CIA já iniciou a entrega de armas
aos opositores de Bashar al-Assad, sobre os quais há vários relatos
(confirmados) de intolerância e de crueldade, e não só contra cristãos. Aparentemente,
a actual liderança de Washington não aprendeu com as experiências – e os erros –
anteriores.)
(Duas adendas no final deste texto.)
Neste
Verão (mais ou menos) quente de 2013 surgiram «ecos» da Guerra Fria de anos
anteriores, das décadas de 1950 e 1960… porque as relações entre os EUA e a
Rússia conheceram algumas tensões neste período estival. E isso reflectiu-se na
cimeira do G-20 realizada nestas quinta e sexta-feiras em São Petersburgo: o
mal-estar, o… «mau olhado», o incómodo, os constrangimentos, terão sido
talvez superiores ao habitual nestas ocasiões… Porquê? Por dois motivos
principais…
Em
primeiro lugar, por causa de Edward Snowden. Barack Obama e a sua administração
ficaram de tal forma desagradados com a concessão de asilo político, ao
ex-colaborador da Agência Nacional de Segurança, por parte do governo de
Moscovo, que decidiram cancelar o encontro «a dois» com Vladimir Putin que
estava previsto que ocorresse aquando da reunião dos líderes das vinte maiores
economias mundiais na segunda cidade russa. Porém, não se compreende, e não se
justifica, a desilusão, e mesmo a irritação, do Sr. Hussein em relação ao seu
homólogo russo. Porque se queixa ele agora de Putin depois de ter dito o que
disse a Dmitri Medvedev no ano passado, concretamente, que teria mais «flexibilidade» num segundo mandato? Nesse sentido, os ocupantes do Kremlin
mais não têm feito do que (se limitado a) actuar para com os da Casa Branca
segundo a carta… branca que o Nº 44 lhes deu: sem respeito algum – que também,
diga-se, não merecem. E Obama não se dá ao respeito porque, depois de ter dito que não telefonaria a Vladimir, acabou por fazer… isso mesmo, e, além disso… também
acabou por se reunir mesmo a sós com o ex-alto funcionário do KGB! Este sabe
perfeitamente que a actual administração norte-americana, apesar de ter
condenado as fugas de informação feitas por Snowden, também procedeu a algumas
por sua conta própria – as que lhe pareceram politicamente vantajosas (por
exemplo, detalhes da localização e eliminação de Osama Bin Laden no Paquistão) – e apenas condena as «fugas não autorizadas». O descaramento é tanto que, na MSNBC, até o
habitualmente fiel Chris Hayes criticou, não uma mas sim duas vezes, a
dualidade de critérios e a hipocrisia dos democratas.
O
segundo motivo principal para o corrente «desconforto» nas relações entre
Washington e Moscovo continua a ter como característica central a
«flexibilidade», e tem a ver com a Síria – e, mais concretamente, com a guerra
civil naquele país e com a recente utilização de armas químicas no conflito. A
«flexibilidade», desta vez, é visível na posição de Barack Obama relativamente
aos acontecimentos naquele país… ou será que se deve dizer «posições»? Mais do
que «flexibilidade», trata-se de autêntico «contorcionismo». Que atingiu o seu
ponto máximo – de atrevimento – na quarta-feira, em Estocolmo, escala do Sr.
Hussein na sua viagem até São Petersburgo: em conferência de imprensa, ele
declarou que tinha sido o «Mundo», e não ele, a desenhar uma «linha vermelha» -
ou seja, a fazer o aviso de que a utilização de armas químicas seria o factor
que levaria a uma intervenção militar dos EUA, ou liderada pelos EUA. No
entanto, ele fez isso mesmo, no ano passado… como John Kerry admitiu! Mais: agora
afirmou que não é a sua credibilidade pessoal que está em causa mas sim a da «comunidade internacional», a da América e a do Congresso norte-americano, ao qual o Nº 44 remeteu a responsabilidade de aprovar, ou não, um ataque a
Damasco (após o que foi jogar golfe com o seu Vice)! Por outras palavras, Obama atribui, novamente, a outros – vá lá, desta
vez não é a George W. Bush - a culpa pelas suas palavras e
pelos seus actos!
Note-se,
aliás, que esta não é a primeira vez que a actual administração é «apanhada»
numa situação dúbia referente à Síria – já em 2011, como aqui referimos, se
verificavam as insuficiências da «diplomacia macia» ao estilo Obama &
Clinton. Todavia, o panorama é bem pior dois anos – e dezenas de milhares de
mortos – depois. E que é agravado pelo facto de os EUA terem como
comandante-em-chefe alguém que anuncia previamente a toda a gente – incluindo
os supostos alvos – as características, a duração («dias, não semanas») e o
objectivo do eventual ataque («enviar uma mensagem» e não a mudança de regime)
– mas que não garante a não colocação de tropas no terreno (ou «botas no chão»,
como se tem dito). E que, agora, quer a concordância do Congresso, depois de,
em muitos casos anteriores, relativos a outros assuntos, não ter pedido àquele
a autorização que devia pedir. Os fracassos desta administração na política externa para o Médio Oriente, nomeadamente quanto à Líbia (atentado em Benghazi, e antes) e ao Egipto (tomada do poder pela Irmandade Muçulmana), comprovararam a sua incompetência. Pelo que não surpreende que Barack Obama tenha chegado
a São Petersburgo envolto em desconfiança, desautorizado, diminuído, descredibilizado,
enfraquecido, ridicularizado, depois das suas «flexões» à volta da Síria. Que
demonstram, sem surpresa, que o presidente e os seus acólitos são amadores, que
não têm uma (verdadeira) estratégia e que não dispõem de apoio nacional e internacional. E nem seria preciso que Charles Krauthammer o dissesse. Até à
esquerda se multiplicam as vozes que expressam surpresa, dúvida, embaraço, discordância
e até troça para com a «política para a Síria» do Sr. Hussein, como Charles Rangel,
Chris Mathews, David Letterman, Fareed Zakaria, Frederic Hof e Richard Wolffe. Nem
todos estão sempre dispostos a obedecer incondicionalmente ao «Querido Líder»…
O
desconforto dos democratas neste assunto é aumentado pelo – inevitável –
confronto das posições… flexíveis de algumas das suas maiores figuras perante
diferentes conflitos, ou o mesmo conflito em diferentes momentos. Nancy Pelosi,
Hillary Clinton e John Kerry, que tanto criticaram George W. Bush depois de ele ter conseguido formar uma coligação de mais de 40 países (não, ele não decidiu
«unilateralmente») contra o Iraque de Saddam Hussein que, de facto, usou armas
químicas contra a sua própria população (no instante em que escrevo ainda não há
essa certeza quanto a Bashar Al-Assad), abrigou terroristas, alvejou aviões estrangeiros, atentou contra a vida de George H. Bush e desrespeitou resoluções do Conselho de Segurança da ONU, agora apoiam um
ataque isolado e pouco (ou nada) fundamentado contra o ditador de Damasco… a quem,
ainda há poucos anos, elogiavam como «reformador» e visitavam! John Kerry que,
em 2009, jantou com o casal Assad acompanhado da esposa, agora coloca-o no
mesmo «clube» de Hitler e de Hussein (o Saddam, não o Barack)! Tal inconstância
permite que Vladimir Putin, com o maior à-vontade, chame «mentiroso» ao actual secretário
de Estado dos EUA (por este alegar que os opositores a Assad são, fundamentalmente, «moderados» e não controlados pela Al Qaeda). Entretanto, Chuck Hagel, que acusara a Rússia de fornecer
armas químicas à Síria, acabou por voltar com a palavra atrás. E Joe Biden, que
no ano passado acusava Mitt Romney de querer, irresponsavelmente, atacar aquele
país do Médio Oriente, agora afadiga-se a tentar convencer os seus camaradas no
Congresso a apoiarem o seu «chefe»… Do outro lado da «barricada», Rand Paul age de modo a justificar a expressão «tudo o que disser poderá ser usado contra si».
Antes
era assim, agora é Assad(o). Antes o lema era «forward», agora é «for war» -
basta tapar o «d»…
(Adenda
– Leituras adicionais: «A desvanecida esquerda anti-guerra», Brent Bozell; «10 diferenças principais entre o Iraque de Bush e a Síria de Obama», Joel B.
Pollak; «14 celebridades anti-guerra com princípios que receamos possam ter sido raptadas», John Ekdahl; «Porque a América está a dizer “não”», Peggy
Noonan.)
(Segunda
adenda - «Coitados» dos «jornalistas» e dos «colunistas» do New York Times, em
especial os que trabalham para a secção internacional… A sua vida tem sido tão
difícil, e algo esquizofrénica, nas últimas semanas… Como lhes deve custar
escrever e publicar «notícias» sobre o seu adorado Barack Obama, agora que ele
está armado em «war monger», e lembrando-se do que escreveram e publicaram
sobre George W. Bush… Ao anterior presidente é que não disseram para
«bombardear a Síria mesmo que seja ilegal»! E, para esse bombardeamento
eventual, a lista de alvos potenciais não pára de aumentar. Porém, e para que
os falhanços não sejam muito ostensivos, sempre se pode «aligeirar» - alterar – um título algo desfavorável… Entretanto, e para piorar as coisas, mais um conservador, mais um direitista (no caso, Mark Levin), alcança (na categoria de não-ficção) o topo da tabela de venda de livros com o nome do jornal – mas que,
apesar disso, e como habitualmente acontece com todos os autores conservadores e de
direita, não terá direito a uma recensão nas páginas do NYT. Enfim, os que neste trabalham não devem desesperar com a constante diminuição das tiragens, das receitas e da credibilidade - porque talvez Jeff Bezos os «salve» tal como fez com o Washington Post.)
(Uma adenda no final deste texto.)
E
o «culto» continua… Porém, o facto de, mais uma vez, a bandeira dos EUA ter
sido «obamizada», «personalizada» - ou seja, desfigurada, profanada – nem foi o
mais grave na «comemoração» dos 50 anos do discurso «I have a dream» de Martin Luther King em Washington. O pior acabou por ser a própria cerimónia no dia exacto da efeméride, 28 de Agosto, e, mais concretamente, os oradores e o que (vários d)eles
disseram. Uma vergonha. Um vómito. Uma ofensa inaudita, um ultraje inadmissível
à memória do líder da luta pelos direitos civis e Prémio Nobel da Paz. Ele, que toda a sua vida afrontou e enfrentou racistas, veio a ser «homenageado» por racistas! Ele,
que sempre combateu a discriminação e a segregação raciais, acabou por ser o
pretexto para uma acção de discriminação e de segregação políticas!
Aquilo
não foi uma celebração nacional mas sim uma continuação da convenção do Partido Democrata. Na verdade, Leah Daughtry, a «produtora executiva» da cerimónia, havia
sido antes CEO da Convenção Democrata de 2008 e chefe de gabinete de Howard
Dean! Nem um só republicano, nem um só conservador esteve presente no pódio
para discursar. Mas não foram convidados elementos do GOP? Uns não; outros, sim, foram… poucos, tardiamente, mesmo «em cima» do acontecimento, e quase todos para «estarem
presentes», para assistirem, sem garantia de fazerem uma alocução. Proceder-se
deste modo equivale a dizer «não venham porque não vos queremos cá». E porque,
com efeito, iriam lá? Para ouvirem as afirmações – as mentiras – mais vis, repulsivas
e divisivas? Para serem acusados de «crimes» que não cometeram? Nem Tim Scott,
actualmente o único senador afro-americano, compareceu. Nem, obviamente,
Clarence Thomas, há muito tempo odiado pelo «pecado» de ser conservador (logo,
um «preto traidor»), juiz do Supremo Tribunal, entidade que, aliás, foi comparada ao Ku Klux Klan na quarta-feira passada, na capital do país, em frente ao
monumento a Abraham Lincoln… único republicano a marcar presença, pelo menos em «espírito»
e em mármore. E não parece que tenha sido lembrada a Proclamação de Emancipação
assinada pelo 16º presidente dos EUA em 1863, ou seja, há 150 anos!
Em
«contrapartida», não podiam faltar, evidentemente, para botar discursos
demagógicos, e entre outros: Al Sharpton – que Cornel West (insuspeito de
direitismo) designou de «negro doméstico da plantação de Obama»; a família de
Trayvon Martin, tendo este sido despudoradamente equiparado aos – verdadeiros –
mártires do passado; as filhas de JFK (Caroline) e de LBJ (Lynda); Jimmy Carter
e Bill Clinton, presidentes que nasceram, cresceram e se (des)educaram no Sul
democrata e racista; Oprah Winfrey; Jamie Foxx, que teve o atrevimento de
sugerir que ele próprio, Jay-Z e Kanye West – rappers que cantam a misoginia e
a violência – poderão vir a ser os grandes defensores dos direitos civis do futuro (!); Martin O’Malley, que utilizou a expressão «pessoas de cor». Só quase
faltou desenterrarem os cadáveres de John E. Rankin, Robert Byrd e George
Wallace e colocá-los à frente do microfone! Não ficariam a destoar… muito!
Por
falar em cemitérios, o que todas estas alimárias fizeram equivaleu,
figuradamente, a cuspirem, a urinarem, a defecarem sobre o túmulo de Martin
Luther King. Não só pela intolerância ideológica e racial mas também, e talvez
principalmente, pela hipocrisia «metafísica». Repare-se, e recorde-se: MLK era
um clérigo, um pastor protestante; um homem religioso de vocação e de profissão,
que colocava Deus em practicamente todos os seus trabalhos e discursos – sim,
também no de 23 de Agosto de 1963. Acham que ele ficaria feliz se soubesse que
foi apropriado por ateus e aborcionistas, por aqueles que não só não se
importam como até incentivam a destruição das famílias, e não só das
afro-americanas? Por ser invocado por elementos e apoiantes não só da Planned
Parenthood mas também da ACLU, que querem eliminar toda e qualquer referência
ao Cristianismo nas instituições estatais e públicas norte-americanas? No entanto,
irónica e escandalosamente, são capazes, como os candidatos democratas ao cargo
de governador do Iowa, de dizerem orações pedindo-Lhe mais e melhores serviços de IVG! Serão irremediavelmente desavergonhados – ao ponto de cometerem a blasfémia mais
ofensiva – ou simplesmente não se enxergam?
A
presidir a toda esta falácia, a toda esta fantochada, está Barack Hussein
Obama, que, a 27 de Agosto, véspera de ser a principal «estrela» num «espectáculo»
de ignomínia, declarou que MLK, se fosse vivo, apoiaria o «ObamaCare»! Sim, o
mesmo «ObamaCare» que prevê a obrigatoriedade de as igrejas financiarem a contracepção
e o aborto! Enfim, qual é a surpresa? BHO é a antítese, o oposto de MLK, e do
seu discurso de há 50 anos. O conteúdo do seu carácter é mau, e só chegou onde
chegou, e é defendido, por causa da cor da sua pele. Rush Limbaugh, como habitualmente, tinha razão. E não tem escapado a ele, nem a outros
comentadores, o silêncio do Nº 44 e dos seus «acólitos» relativamente aos
(bastantes) crimes cometidos por negros contra brancos nos últimos meses, silêncio
esse «ensurdecedor» quando comparado com o barulho que fizeram a propósito de
Trayvon Martin. É contá-los: um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito.
Incluem agressões e assassinatos, como os do australiano Christopher Lane e de
Delbert Benton, veterano – octogenário! – da Segunda Guerra Mundial. Então e quanto
a estes delinquentes? Não poderia um deles ser filho de Obama? Ou ele próprio
há 35 anos? Nenhuma das vítimas, ou familiar das vítimas, merece um telefonema
vindo da «Casa Negra», como Sandra Fluke mereceu? E Al Sharpton não vai
organizar manifestações e protestos?