Sim, mandem vir estes tipos governar Portugal para ver se isto vai para a frente.
Um dos maiores casos de sucesso de gestão empresarial está a humilhar a euforia capitalista dos gigantes americanos.
Deixo aqui um artigo muito interessante da revista JustLeader Nº23 de Setembro de 2007.
Editorial:
“O Fenómeno Toyota
Quando, apesar das evidências, se insiste em esconder a cabeça na areia, não há nada como a força dos números para nos trazer de volta à realidade. E destapar o que, por ingenuidade ou má gestão, quisemos esconder. Os fabricantes de automóveis norte-americanos entraram no século XXI às apalpadelas, de olhos vendados. Pior: comportaram-se como avestruzes. Do alto da sua altivez, imaginaram que o mundo sempre se inclinaria perante a superioridade dos seus veículos e que a liderança do sector (tecnológica e do negocio) seria eterna. Quando acordaram do sonho, não tinham um problema à porta, mas uma tragédia.
Os sinais de que algo ia mal avolumaram-se nos últimos anos, mas foram ignorados. Em 2003, a Toyota já tinha sido considerada “a companhia automobilística mais admirada do planeta”. Em 2005, a empresa japonesa fechou o ano com lucros recordes de 11 mil milhões de dólares, que ultrapassava os ganhos da GM, Ford e DaimlerChrysler juntas. Só depois disso os americanos meteram mãos à obra. A GM prevê fechar mais de uma dezena de fábricas e despedir 30 mil trabalhadores até ao final do próximo ano para reduzir custos. A Ford segue-lhe os passos e deve encerrar 14 fábricas. Mas é demasiado tarde. Os piores estragos estão feitos A Toyota tornou-se já este ano a maior empresa automobilística do mundo – facto que só era previsto para 2008. A administração espera consolidar esta posição nos próximos meses.
A história da Toyota revela um trajecto feito de paciência, disciplina, planeamento e discrição. Ou seja, tudo aquilo que falta num universo empresarial que corre cada vez mais frenético, muitas vezes em direcção a lado nenhum. A companhia mantém a matriz asiática, mas é hoje uma “empresa-cidadã” do mundo. Exemplo? A Toyota estreou-se em 2002 na maior competição automobilística: a Formula 1. Hoje, o quadro de funcionários da fábrica de Colónia, na Alemanha, tem mais de 550 pessoas de 27 nacionalidades, fazendo da Toyota a equipa mais multicultural do “circo” da Formula 1.
Os números são apenas o reflexo do sucesso. O grupo quer ser o primeiro fabricante do planeta a vender mais de 10 milhões de automóveis num ano. O ano passado vendeu 8.8 milhões e a barreira mítica deverá ser ultrapassada em 2009 (por enquanto o recorde de vendas num ano é da GM que em 1978 vendeu 9.55 milhões). E desengane-se que a quantidade não liga com qualidade. A empresa é perita em deixar para trás a concorrência em matéria de inovação. Exemplo? Ainda há pouco tempo apresentou a sua última novidade, o protótipo Pug-in HV, uma evolução do seu primo Prius, cujas baterias se carregam numa simples tomada eléctrica doméstica.
Empresas há que preferem comportar-se como lebres – velozes, caminhando às vezes à frente do pelotão, mas que param de vez em quando para dormitar: A Toyota nunca se importou de ser uma tartaruga, O tempo deu-lhe razão. Justamente o tempo que falta a quem tem apenas visão de curto prazo.
Luís Fonseca”
Artigo principal. (cliquem nas fotos para ampliar)
Um dos maiores casos de sucesso de gestão empresarial está a humilhar a euforia capitalista dos gigantes americanos.
Deixo aqui um artigo muito interessante da revista JustLeader Nº23 de Setembro de 2007.
Editorial:
“O Fenómeno Toyota
Quando, apesar das evidências, se insiste em esconder a cabeça na areia, não há nada como a força dos números para nos trazer de volta à realidade. E destapar o que, por ingenuidade ou má gestão, quisemos esconder. Os fabricantes de automóveis norte-americanos entraram no século XXI às apalpadelas, de olhos vendados. Pior: comportaram-se como avestruzes. Do alto da sua altivez, imaginaram que o mundo sempre se inclinaria perante a superioridade dos seus veículos e que a liderança do sector (tecnológica e do negocio) seria eterna. Quando acordaram do sonho, não tinham um problema à porta, mas uma tragédia.
Os sinais de que algo ia mal avolumaram-se nos últimos anos, mas foram ignorados. Em 2003, a Toyota já tinha sido considerada “a companhia automobilística mais admirada do planeta”. Em 2005, a empresa japonesa fechou o ano com lucros recordes de 11 mil milhões de dólares, que ultrapassava os ganhos da GM, Ford e DaimlerChrysler juntas. Só depois disso os americanos meteram mãos à obra. A GM prevê fechar mais de uma dezena de fábricas e despedir 30 mil trabalhadores até ao final do próximo ano para reduzir custos. A Ford segue-lhe os passos e deve encerrar 14 fábricas. Mas é demasiado tarde. Os piores estragos estão feitos A Toyota tornou-se já este ano a maior empresa automobilística do mundo – facto que só era previsto para 2008. A administração espera consolidar esta posição nos próximos meses.
A história da Toyota revela um trajecto feito de paciência, disciplina, planeamento e discrição. Ou seja, tudo aquilo que falta num universo empresarial que corre cada vez mais frenético, muitas vezes em direcção a lado nenhum. A companhia mantém a matriz asiática, mas é hoje uma “empresa-cidadã” do mundo. Exemplo? A Toyota estreou-se em 2002 na maior competição automobilística: a Formula 1. Hoje, o quadro de funcionários da fábrica de Colónia, na Alemanha, tem mais de 550 pessoas de 27 nacionalidades, fazendo da Toyota a equipa mais multicultural do “circo” da Formula 1.
Os números são apenas o reflexo do sucesso. O grupo quer ser o primeiro fabricante do planeta a vender mais de 10 milhões de automóveis num ano. O ano passado vendeu 8.8 milhões e a barreira mítica deverá ser ultrapassada em 2009 (por enquanto o recorde de vendas num ano é da GM que em 1978 vendeu 9.55 milhões). E desengane-se que a quantidade não liga com qualidade. A empresa é perita em deixar para trás a concorrência em matéria de inovação. Exemplo? Ainda há pouco tempo apresentou a sua última novidade, o protótipo Pug-in HV, uma evolução do seu primo Prius, cujas baterias se carregam numa simples tomada eléctrica doméstica.
Empresas há que preferem comportar-se como lebres – velozes, caminhando às vezes à frente do pelotão, mas que param de vez em quando para dormitar: A Toyota nunca se importou de ser uma tartaruga, O tempo deu-lhe razão. Justamente o tempo que falta a quem tem apenas visão de curto prazo.
Luís Fonseca”
Artigo principal. (cliquem nas fotos para ampliar)