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sexta-feira, 25 de maio de 2012

A minha vida mata-me

Pois. Vinha aqui respeitosamente anunciar que a minha vida profissional me tem impedido de vir aqui debitar uns disparates e que quando a vida profissional nos tira a capacidade de dizer uns disparates é porque batemos no fundo, dali para a frente só há dragões, cruzes credo. O que vale é que assim que senti o fundo lodoso, impulsionei-me e com as pontas dos dedos pés para fugir da viscosidade dos fundos fluviais povoados por monstros vários e lá vim eu de nariz à tona primeiro para sentir o perfume da clorofila dos arbustos nas margens, e eis-me de novo à superfície,  pronta para mais uma ronda de disparates. Agora neste preciso momento em que vos escrevo apetece-me uma fatia de bolo de chocolate e mandar bardamerda a acção de formação do GAVE, onde trauteei para a plataforma moodle 'A formiga no carreiro vinha em sentido contrário...' Ninguém me ouviu pois claro. Parece que a indignação tinha baixado sobre mim e se me escapava pelas pontas dos dedos direitinha para o teclado. Eu disse que já estava pronta para mais uma ronda de disparates. E já que não os posso mandar bardamerda o melhor é afogar as mágoas com o bolo de chocolate, mas como estou de dieta não posso, o melhor é... 

domingo, 20 de maio de 2012

Considerações femininas sobre o fabuloso mundo do futebol


Noventa minutos, uma bola, onze jogadores para cada lado abraçados por uma multidão em júbilo, uma massa exultante que se vai dividindo e esmorecendo, enquanto o tempo decorre e na proporção dos golos metidos nas respectivas balizas. Um balneário vedado aos demais e onde, ao que parece, acontece muito mais do que uma troca de roupa e massagens nos gémeos. E é isto. O futebol para mim é isto. Há contudo variáveis a incluir: se os jogadores são giros e morenos, pode abrir-se uma excepção para alguns louros, ostentam um belo par de pernas e um torso de fazer ruborizar a mais benta das mulheres. A propósito acho um nojo que a UEFA ou a FIFA ou lá quem foi, tenha instituído essa tal regra de marcar falta ou mostrar cartão amarelo aos rapazes que em explosão de felicidade arremessam à maneira masculina as camisolas transpiradas e ostentam os torsos bem definidos. É que, a menos que compremos uma dessas revistas que se ocupa da vida alheia, o povo em austeridade perdeu a oportunidade de ver os abdominais trabalhados do nosso Cristiano Ronaldo e do nosso Nani. Isso sim, é, grosso modo, futebol. O mesmo é válido para os treinadores. Alguns, evidentemente. Outros não só podem como devem manter as camisolas, camisas e blazers, e preservar-se e preservar-nos de visões dantescas. O resto é como digo: um campo, onze robustos e atléticos jovens homens transbordando testosterona para cada lado, duas balizas, uns quantos que supervisionam os excessos dos miúdos, outro que gesticula do banco e pronto. Como em outras situações, parece que estou errada. 
Devia tê-lo percebido naquele dia em que um amigo holandês me mostrou ufano um livro sobre a vitória dos holandeses sobre os alemães. Recuava aos anos oitenta e o livro estava recheado de imagens de homens cabeludos vestidos de laranja e outros igualmente cabeludos e de bigode mas vestidos de branco. Dizia ele que os holandeses toleravam tudo, menos os alemães. Bela tolerância. Fiquei impressionada. Devia tê-lo entendido naquele dia em que sentada na esplanada da Mexicana, um colega benfiquista recusou a água com gás que o empregado lhe trouxera. Diz que era do Sousa Cintra e num outro dia em que, ao passarmos pela montra de uma loja de electrodomésticos, esse mesmo afirmou que não comprava nada marca Phillips. O PSV tinha derrotado o Benfica e isso não se faz.
Acontece que ontem o Chelsea derrotou o Bayern de Munique. Diz que era um jogo importante. Para mim apenas um jogo de futebol. Visto por um outro prisma, um jogo de futebol de duas equipas provenientes de duas cidades que estão nas minhas preferências: Londres em grande destaque e Munique com carinho. O meu mundo por uma Brezel e um Weissbier na Augustiner. Mas não. A derrota dos alemães foi a oportunidade perfeita para aguçar o ressentimento contra os alemães. Como toda a gente sabe, o povo não deve ser confundido com os seus governantes. Cruzes credo se me confundem com o Passos Coelho ou com o homem do ‘coiso’. Angela Merkel não é a Alemanha nem os alemães. Nada disso interessa. Ontem quem perdeu foi a Merkel e a supremacia alemã. A derrota de Merkel ontem no Arena de Munique fez o povo acreditar que ainda há esperança de correr com os alemães. Pouco importa se era o Bayern, o Mönchengladbach, ou o Hertha de Berlim. Podia até ser o FC Badenia St. Ilgen. Nunca a Schadenfreude foi ironicamente tão bem ilustrada. E eu a pensar que o futebol eram onze caramelos e uma bola.


Também no Delito de Opinião

sábado, 19 de maio de 2012

Fruta da época e uma mousse de morangos


Gosto de me ver como uma não nostálgica com a mania de que o passado deve ficar arrumado lá onde acomodamos com carinho o que já nos serviu, o que fez de nós quem somos mas que deve repousar no berço das coisas adormecidas, embalado por memórias felizes de tempos que não voltam. Gosto de olhar para mim como alguém que olha para a frente, mais para a frente e muito pouco para trás. Acontece que entre o que achamos que somos e o que somos na realidade existe um hiato. Dias há em que pensamos que o conseguimos resolver e outros em que o sentimos como um rio intransponível e a outra margem, a margem que achamos que somos, incapaz de ser alcançada. Acontece muito.
Fui chamada ao passado pelos morangos quando um destes dias me cruzei com eles nos meus afazares domésticos. Carnudos, vermelhos e aromáticos são um festim para esta que come com os olhos e tem faro de perdigueira, uma falta a que não sei fugir, e fiquei incrivelmente nostálgica dos tempos em que havia fruta da época anunciada nos menus dos restaurantes, porque na verdade a única fruta disponível era a da época.
Nesses tempos, a fruta da época abria sempre um novo ciclo e a espera por esses momentos era feita com labor e ansiedade, a felicidade suprema quando os primeiros frutos surgiam nas bancas da praça, sem formatações nem brilhos adicionados, com os defeitos com a que a natureza os tinha parido. Laranjas e maçãs eram sempre fruta de Inverno, de recolhimento, aquecedores e humidade, e manhãs de nevoeiro gótico por aqui onde o sol se enchia de caprichos de fêmea e fazia aparições esporádicas de diva dominadora. Uvas eram fruta de Outono, o indício de que um tempo acabara. O tempo das tardes e noites longas, de roupas leves e corpos soltos. Um ciclo de inconsequências e felicidades efémeras, a transitoriedade do que se quer eterno chegara ao fim. Antes das uvas e das laranjas e maçãs, havia morangos e depois dos morangos, os pêssegos e as ameixas coroadas com o zénite do Verão. Os morangos marcavam o início do tempo quente, como eu gosto, a alvorada do sonho e a promessa de levezas várias, despreocupações múltiplas de corpos ao sol, tisnados de salgadiço, perfumados de maresia e beijados longamente pelo sol em tardes sem fim no areal imenso que me viu crescer. Que saudades do tempo dos morangos. Desse tempo de morangos. Do meu tempo de morangos.

Receita aqui.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Vida de merda

O meu dia de quarta-feira começou às 8.30. Dei as aulas do costume, cheguei a casa e agarrei-me ao computador para preparar aulas, tive uma reunião na escola das sete às onze da noite e jantei às onze e meia uma bucha mal amanhada. Hoje, que foi ontem, levantei-me pela fresca, foi feriado aqui, e vá de parir os testes que os meu alunos vão fazer na segunda-feira. O dia inteiro. Pelo caminho a p%$a da formação a que o Ministério me obriga em e-learning, coisa à distância que é mais barato, exactamente agora na altura mais crítica de todo o ano. Ele é textos para ler e comentar, participação em fóruns a debitar banalidades sobre um tema que neste momento não me interessa. Lamento, GAVE e Ministério da Educação e o raio que vos parta a todos, mas não me interessa fazer uma acção de formação sobre avaliação formativa quando vou ser classificadora de exames. Nada a ver. E estou-me nas tintas para os créditos para progredir na carreira, porque estou no mesmo sítio desde 2004 e aqui vou apodrecer, por este andar, velha e amarga, exactamente ao contrário do que gostaria. Venho de lá agora, desta tal plataforma on-line, e, olhem, além das 400 palavras que vou ter de parir ainda tenho de ir lar largar umas larachas educativas, hoje e segunda-feira. Se isto não é uma vida de merda é uma merda de vida. O raio que os parta a todos.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Lobo-antuninos e saramaguianos

José Saramago, oitenta e seis anos, o único laureado com o Prémio Nobel da Literatura, dono de um temperamento difícil e de palavra afiada, provoca a opinião pública sempre que Portugal é tema de conversa, desencadeando reacções em cadeia de repúdio e rejeição que, estou convicta, apreciará na intimidade com júbilo, cumprido que está um dos papéis principais do escritor para com o labor da escrita e para com os seus leitores: provocar. António Lobo Antunes, sessenta e seis anos, alfacinha bisonho e ensimesmado, o eterno candidato ao Nobel que desmente categoricamente a mágoa pelo seu gladiador de escrita, José Saramago, ter trazido a medalha dourada e refulgente para o cantinho luso, diz que escreve o mesmo livro há anos, afirma que ninguém escreve como ele ad nauseam e reafirma os locais da escrita como únicos.
Em comum parecem ter a nacionalidade, excepto nos dias em que Saramago lhe dá para o salero e nos momentos em que Lobo Antunes deambula por Angola, como se amanhã nunca tivesse havido e o tempo permancesse parado nas páginas d’ Os Cus de Judas, ambos partilham o mester da escrita e a atitude de permanente provocação, tanto pelo ar blasée de António Lobo Antunes, quer sempre ir para casa escrever em vez de estar a receber prémios e a largar palavras de circunstância, quer pela atitude agressiva e furiosa de José Saramago. Há sempre uma farpa afiada com que espicaçar alguém, provavelmente a sua Pilar será o único ser imaculado e incólume, aqui ganha aos pontos a Lobo Antunes. Qualquer mulher aprecia este amor maior ostentado em praça pública como grinalda da vida em comum.
Contudo, nem só pela atitude se distinguem. Existe um exército armado de palavras e argumentos, leitores e seguidores fervorosos que abraçam a causa de cada um dos escribas como se escolhessem lugares e adversários no campo de batalha ou armas num duelo A baioneta saramaguiana ou o florete lobo-antunino? Estes séquitos são incapazes de olhar apenas a escrita, que saudades dos tempos em que os escritores apenas escreviam e apareciam esporadicamente para uma sessão de autógrafos pontual, e bebem as peroradelas de cada um dos escritores grandes da contemporaneidade, como se de palavra benta se tratasse.
Percebi, pois, que os amantes da literatura portuguesa se dividiam nestes dois grupos armados, quando um dia alguém se admirou profundamente por eu gostar de António Lobo Antunes e de José Saramago, da escrita bem entendido, dispenso-os aos dois em pessoa. Até esse dia não me tinha passado pela cabeça que a literatura fosse composta por princípios activos incompatíveis - que ingénua - capazes de provocar reacções adversas caso combinados ou tomados em conjunto. Se há fenómenos que não entendo é a contenda que opõe estas duas espécies de leitores aficionados: saramaguianos e lobo-antuninos, duas castas aguerridas e belicosas capazes de disparar argumentos se e quando cada um dos dois lança um livro ou sempre que um dos dois faz uma aparição pública e larga palavras como quem atira pedras. Eu, por mim, fico-me apenas pelos livros, a maneira única que conheço de amar a literatura, o resto, como diria António Lobo Antunes em relação ao Nobel, é bullshit.


Fui repescar este texto a propósito de uma conversa com um amigo do liceu sobre Lobo-Antunes e Saramago. Aqui fica mais uma vez.


 
imagem: Richard Baumgart, "The Writer"

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Asco

Somos governados por cretinos sem o menor respeito pela dificuldade que as pessoas estão a atravessar. Conversas como 'sair da zona de conforto' e esta de hoje enojam-me. Este governo enoja-me. Enojam-me todos os que da cátedra do conforto debitam balelas completamente alheados da realidade e que ainda por cima nos governam.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Foi você que pediu uma excepção? - Take 4.559 e três quartos

Uma pessoa não pode passar um fim-de-semana soberbo com o lançamento de um livro excelentemente traduzido pela Helena Araújo à tarde e festa rija à noite com música passada pelo próprio escritor sem que a segunda-feira nos acorde com mais uma das belíssimas e decentíssimas manobras deste governo. Depois das enésimas excepções, os tais que nos exigem sacríficios com ar de beata de plástico brindam-nos com mais uma excepção aos cortes. A belíssima contemplada desta feita é a SATA. Quanto a decência e respeito pelos portugueses já tive oportunidade de me manifestar antes. Resta saber quem são os papalvos que continuam a ser roubados com a desculpa de que não há dinheiro e tal e resta saber qual é a próxima excepção. Aceitam-se apostas. Podem começar pelo próprio governo. Depois de tudo o que tenho visto nada me surpreenderá mas continuará a indignar-me. Merecíamos mais. Merecíamos melhor.

Também no Delito de Opinião.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Cortar pão e escrever sobre cinema


De entre as várias coisas que faço mal está em primeiro lugar, distanciada de todas as outras no pódio, cortar pão. Eu esforço-me, não muito, é certo, que chegada a idade vetusta posso dar-me ao luxo de não ter de provar que sim, com esforço, afinco, empenho, vou lá. Anda, miúda, tu consegues! Não consigo. Não vou. Aquilo que eu costumo dizer aos meus alunos se precisasse de uma prova morreria nas minhas mãos sempre que tenho de usar uma faca para cortar pão. Há quem diga que deve ser cortado à mão. Eu concordo. Nada como pegar num casqueiro morno e roubar-lhe um bocado deixando o miolo fumegante à mostra para depois barrar com manteiga ou comer assim mesmo sem nada, se tiver um copo de vinho na mão. E poupava-me a exibição desta total incapacidade.
Uma das outras coisas que também faço mal é escrever sobre cinema. Totalmente ignorante de planos e outras características ocultas das artes cinematográficas, limito-me a sentar-me, ouvir, ver, sentir. Se o filme me agradar é um bom filme, se não, pode ser de um outro factor qualquer mas pode ser também porque não gosto dele. Ando numa fase um bocado europeísta, políticas à parte que às vezes mais valia fazermos parte da república do Kiribati, mas o cinema americano anda a cansar-me um bocado. Tanta luz e brilho em detrimento de uma outra perspectiva mais intimista com a qual me identifico muito mais. Satura-me. Deve ser dos planos e isso, sendo que isso pode incluir algum histerismo iminente que me irrita um bocado. Acresce a tudo isto ter começado desde o ano passado a expor os meus alunos a filmes em alemão, mais, muito mais do que em anos anteriores e perceber que cada vez mais são esses os flmes que ficam. Sou fã incondicional do Adeus, Lenin!, d’ As Vidas dos Outros, caí de amores recentemente pelo Almanya, infelizmente fora do circuito português. A Onda e Die fetten Jahre sind vorbei são outros dois indispensáveis. E antes houve O Fabuloso Mundo de Amélie Poulain e Trainspotting e Quadrophenia e Billy Elliot e East is East.
Mas isto veio a propósito de dois filmes europeus que vi recentemente: Amigos Improváveis e O Exótico Hotel Marigold.  Se não viram, não percam. O primeiro narra a amizade improvável entre dois homens, um tetraplégico e outro desvairado. O enredo aparentemente simples e lamechas é transformado numa ode aos afectos, à vida, em suma, e teve o condão de me atirar certeiro neste bicho que trago aqui escondido do lado esquerdo e que é responsável por neutralizações sucessivas do órgão pensante. O segundo é sobre a velhice, sobre o que eu acho que é vedado aos velhos, velhos sim, detesto esse eufemismo “idosos”, neste país: viver. Pegar em si e viver a sua vida e ser-lhes dado o direito ao sexo, rapioqueirice, prazer de viver.  Neste último filme, homens e mulheres mostram-se como eu espero um dia ser, cheios de rugas, sem plásticas e outros artifícios com que se enganam apenas os míopes, mas sem deixar que a vida lhes passe ao lado. Viver intensamente. Sentir sempre. Que mais se pode esperar?
E pronto, por hoje é só isto: cortar pão e escrever sobre cinema. 

Judi Dench

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Cansada. Ponto.

E sabem que mais? Já não posso ouvir falar do Pingo Doce e do aproveitamento político da esquerda à direita e da oportunidade que aproveitaram para destilar ódios e ressabiamentos. É impressionante como não se consegue discutir sem permanentes acusações, rótulos, ofensas. Já era altura de se crescer. Cansada. Ponto.

terça-feira, 1 de maio de 2012

1º de Maio no mundo

Atenas

Istambul

Madrid

Moscovo


Há que primar pela diferença.
Proponho que doravante o 1º de Maio passe a ser chamado dia de S. Pingo Doce.


Também no Delito de Opinião

segunda-feira, 30 de abril de 2012

A vida e isso

O perfume que se espraia pela casa. O conforto do aroma promissor de tardes aconchegadas do mundo que nos corrói, a concha em que nos fechamos para ilusoriamente parecer que está tudo bem. Abro a porta do forno desconfiada. Esta que vos escreve desconfia quase sempre dos seus feitos culinários, uma insegurança miudinha que me assalta. Sempre. Estaria bom? Deixo passar o tempo, a espera curiosa. Abro o forno minutos depois e anuncio da cozinha 'Pode não estar bom mas, olha, dei o meu melhor'. Que melhor metáfora para a vida?

quarta-feira, 25 de abril de 2012

25 de Abril de 2012


 (...)
Ou poderemos Abril ter perdido
O dia inicial inteiro e limpo
Que habitou nosso tempo mais concreto?

Será que vamos paralelamente
Relembrar e chorar como o verão ido
O país linear e transparente

E sua luz de prumo e de projecto?


in 'Lagos II', 1975

Sophia de Mello Breyner Andresen

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Dia Mundial do Livro



Nasceu a 23 de Abril de 1564 e julga-se ter morrido também a um 23 de Abril de 1616 mas o que é verdadeiramente espantoso é que o Bardo tenha inventado ou introduzido na língua inglesa duas mil palavras. Ganda maluco, é o que é.