Dunga e Jorginho apelam ao patriotismo para unir país após lobby frustrado
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Eu sou apaixonada pelo Flamengo, pelo Benfica e pela Seleção Brasileira. Gosto de futebol - culpa do papai (Flamenguista e Portista) que tinha o maior prazer em estimular esse gosto através de todas as pacientes explicações sobre futebol. Mas não é o meu ópio e nem desvio o olhar do resto que acontece pelo país. Tenho um olho no padre e o outro na missa.
Mas me chocou ler essa notícia. Desde quando um técnico de uma seleção de futebol no Brasil precisa apelar ao patriotismo? Futebol e samba são paixões nacionais. Deveriam ter outras paixões como educação, por exemplo, mas isso é outro assunto.
Foi impossível não deixar de comparar a atitude do Dunga a de Felipe Scolari ao convocar os portugueses a torcerem por Portugal quando assumiu o cargo de técnico da seleção portuguesa, mas com a diferença de que os portugueses estavam desabituados a torcer pela sua seleção que durante anos não se classificava para uma Copa do Mundo.
Segue a notícia:
Muito patriotismo, palavras dirigidas diretamente ao torcedor e até um desabafo. Dunga e seu auxiliar Jorginho transformaram parte da entrevista coletiva concedida nesta terça-feira em uma “convocação popular”. Aproveitaram as transmissões ao vivo das televisões para convencer a torcida da importância de apoiar o time. Isso tudo minutos depois de anunciarem a lista dos 23 jogadores que vão à Copa do Mundo sem Paulo Henrique Ganso e Neymar, pedidos por grande parcela da população na seleção.
“Ser treinador tem um preço e estou disposto a pagar por isso, assim como os jogadores. Os atletas estão prontos para se doar. Cada um que está na seleção tem que ser patriota. Peço o apoio do torcedor, que ele nos incentive. Vamos nos doar ao máximo por nosso país”, bradou Dunga.
Em pelo menos três respostas, o treinador chamou a atenção do torcedor antes de responder às perguntas feitas durante a entrevista: “você, torcedor, vai entender”, “você pode ter certeza que a seleção vai se doar”, enfatizou.
Dunga não deixou de responder nenhuma pergunta. Mas em algumas questões que o incomodaram a saída preferida foi o discurso patriótico. O treinador sabe que desagradou milhares de torcedores ao não chamar Paulo Henrique, Ganso e/ou Neymar. E aproveitou o importante momento desta terça para começar a reverter tal panorama.
“Jamais vou envergonhar o povo brasileiro. Eu tenho um único interesse, assim como a comissão técnica e os jogadores: fazer o melhor. Vamos sofrer, mas vai dar certo”, prometeu Dunga.
O auxiliar-técnico Jorginho mostrou entrosamento com o companheiro. Reforçou inúmeras ideias anteriores de Dunga e fez o mesmo quando o tema foi patriotismo. A sequência de perguntas questionando as ausências de Ganso e Neymar causou um desabafo do ex-lateral.
“Somos brasileiros, temos que torcer pelo Brasil. Vai ser bom para todo mundo. Quantos brasileiros não estão empregados graças a isso [Copa]? Por que não vemos o lado positivo das coisas?”, disse Jorginho.
Não sei quantos brasileiros estão empregados graças à Copa que acontece na África do Sul, mas vou torcer na mesma, vou achar a festa lindíssima, mas acho que não vai dar pé, e nem por isso acho o meu pessimismo uma atitude anti-patriótica.
fonte:UOL