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Imaginem um lugar no mundo onde durante 3 dias e 2 noites as pessoas mais divertidas, mais simpáticas, mais interessantes, mais carismáticas, mais pacíficas, mais risonhas, mais descontraídas e mais verdadeiras se juntam... um lugar onde durante 3 dias e 2 noites nada mais existe e em mais nada se pensa - para além de música, convívio, dança, "live and let live", "accept and enjoy one another" e, para um cliché ainda maior: Peace on Earth! :D
Dia #1
Sol. Calor. Abertura oficial do festival Lowlands 2010. A adrenalina vê-se no olhar de cada pessoa que espera ansiosamente para entrar e quando as portas se abrem deixa-se de se ser um para se tornar parte de um todo - composto por 50.000 mil pessoas. Assusta, de início sentimo-nos pequenos e vulneráveis admito, mas sabe bem! Até porque muito depressa esse "medo bom" desaparece e se sente em casa, entre uma família, junto de pessoas que pedem desculpas se nos tocam sem querer com o cotovelo ou nos pisam o pé. Vê-se e sente-se logo onde se está e com o que se pode contar ao olhar em volta: desde pais com filhos que vão de tendas de campismo passar 3 dias diferentes, avós e avôs de adolescentes que se cruzam uns com os outros entre palcos de música techno e música popular holandesa (a nossa música-pimba, sem tirar nem pôr, mas cantada numa língua mais esquisita), pessoas conhecidas da televisão e rádio holandesas, bolinhas de sabão vindas sabe-se lá de onde - mas andam no ar por todo lado e a toda a hora, como o cheirinho a pipocas, cachorros-quentes, pizza e algodão doce (e erva, já que estou a falar de cheiros)... é como quando se vai pela primeira vez na vida a um parque de diversões: abre-se uma porta para uma alegria e um sorriso que se sabe, neste caso, que vai durar 72 horas!
* ponto alto deste primeiro dia: tudo acima descrito, o muito mais que vi e senti sem que consiga encontrar verbos para o descrever (nem acho que possua vocabulário sufucientemente rico que possa fazer justiça ao dia que passei) e os concertos de Selah Sue, Caribou, The Kooks, I am Kloot e The Specials.
* ponto baixo deste primeiro dia: ser mulher e, como tal, ter que enfrentar filas intermináveis para utilisar uma wc (wc's impecávelmente limpas, tenho que dizer!)
Dia #2
Sol. Calor. Tudo acima referido, mas melhor ainda, o que faz com que a minha capacidade de descrever o dia seja maior. Há coisas que se sentem, mas que por serem tão intensas não se conseguem descrever... tipo uma foto tirada de um pôr do sol único e magnífico, mas ao ver-se a foto conclui-se sempre que o resultado nunca é igual ao que se viu no momento em que se tirou a fotografia... é aquele feeling... que só se pode sentir e lembrar, mas que não se pode explicar por palavras - não de uma forma perfeita, pelo menos. Ás vezes ainda se tenta, mas fica-se sempre com aquela impressão do tipo "não, também não era bem isso, nem assim que eu queria dizer..." E para evitar essa frustração que é para mim não me conseguir exprimir, nem vou tentar fazê-lo melhor agora. Por um lado, ainda bem que é assim - acho que é isto mesmo que distingue momentos de momentos únicos.
Posso dizer que com o calor a apertar e a multidão a ambientar-se a cada minuto que passava, a roupa ía saindo do corpo e dando lugar a biquinis, calções, pés descalços, banhos de lago e mangueira e sorrisos maiores ainda!
* ponto alto deste segundo dia: duas viagens seguidas na montanha-russa Goliah, e os concertos de Jesca Hoop, Foals, Blood Red Shoes, LCD Soundsystem e Beach House.
* ponto baixo deste segundo dia: ser mulher e, como tal, ter de enfrentar filas intermináveis para utilisar uma wc (wc's impecávelmente limpas, tenho que dizer mais uma vez!)
Dia #3
Sol. Calor. E por mais que gostasse de falar deste terceiro e último dia do festival com todas as honras que acho que são merecidas, não consigo. Aqueles amigos que dizem sempre que eu escrevo e descrevo tão bem coisas, pessoas, momentos e situações, vão ficar extremamente desiludidos de certeza! Mas não dá mesmo... talvez daqui a uns tempos quando a memória ainda estiver fresca, mas as emoções menos intensas (acho que é isso que me rouba as palavras)...
* ponto alto deste terceiro dia: Ter encontrado uma tendinha excelente de um cozinheiro português (o Sr. André) onde passei o dia a encher-me de bicas e pastéis de nata, Wallis Bird, The National, Thirty Seconds to Mars, The xx, Placebo, Massive Attack e Queens of the Stone Age.
* ponto baixo deste terceiro e último dia: ser mulher e, como tal, ter de enfrentar filas intermináveis para utilisar uma wc (wc's impecávelmente limpas, refiro ainda mais uma vez por achar quase milagroso isso ser possível!), o fecho oficial do festival às tantas da manhã e o ter de abandonar o terreno em direcção ao carro, juntamente com tantas outras caras de fim de festa, debaixo de uma chuva torrencial que ajudou à "festa" de encerramento e umas bolhas nos pés a mais.
(the day after: trying very hard to return to this planet, to land on the daily life... from the Lowlands experience)...
* no way I'm missing this in 2011!..........
Thank you so much to Jules, for making this possible...
I'll never forget it!
Lots of love xx
( more pictures I took from Lowlands here: http://www.facebook.com/album.php?aid=2044990&id=1139202525&l=9a1001b606 )