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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Andropausa



Pronto, acabei.
I´ve done the deed, como disse quatrocentas e quinze vezes o protagonista do último livro do último mês do Desafio Literário 2.010!

Para Dezembro minha escolha era "Coração Andarilho", da Nélida Piñon, que tive o desprazer de não encontrar... aí tive que substituir, e descobri que no CCSP só tinha um livro com a palavra coração no título. Pois é, por pura falta de escolha lí "Coração tão branco", de Javier Marias.

Óbviamente não gostei. A vida é assim minha gente, o que começa cagado, termina cagado.

Mas vamos à resenha: Juan, nosso intrépido protagonista, é um intérprete espanhol que participa de grandes rolos da vida política mundial. E ele está em crise. Pergunto eu: tem coisa mais chata do que homem em crise? Homens em crise são irritantes. E esse livro é a descrição da crise de um homem chato.

Chato chato chato.

Na contra capa tem uma pequena apresentação do livro, como de praxe, dizendo que é um relato de situações familiares divertidas e por vezes patéticas. Patéticas, sim. Divertidas, tenho minhas dúvidas. E olha que eu sou uma pessoa suuuuper bem humorada!

Mentira, sou crítica mesmo.

O narrador e protagonista é tão insonso... e tem tantos personagens interessantes que aparecem do nada no meio da leitura!  O pai dele, por exemplo, viúvo de 3 esposas. Uma morta por acidente, a outra por suicídio, a terceira de morte morrida. E ele é genioso e tem um segredo incrível, que é a única coisa que segura o romance: o motivo do suícidio da segunda esposa.

Também é interessante o episódio de sua ex-namorada e atual amiga Berta, que sofreu um acidente e acabou um pouco manca, e é viciada em personnal ads, you know? Puteiro por correio.

Enfim, a estória até que é boa, mas foi contada pelo ângulo errado... Juan discorre sobre cenas da sua vida (chata) e traz muitas divagações sobre lembranças remotas (e chatas). Só alivia quando o foco não é ele.

Que pena, para o último título do ano merecia uma estória mega blaster...

Nota: 3/ 10

sábado, 20 de novembro de 2010

Tardo mas não falho (de novo)

Estou eu aqui de novo, resenhando. Nada como uma boa biblioteca pública para reavivar a fome das letras....

Well, o desafio deste mês era desbravar um texto de origem portuguesa. Minha 1a opção era Caim mas este estava indisponível. Não lamento, pois Eça de Queiroz compensou magistralmente a falta do Saramago.

Acredita que euzita, formada e pós graduada (inclusive em literatura, pasme) nunca tinha lido Eça de Queiroz? Pois é, nunquinha. Shame on me. Mas antes tarde do que mais tarde e fui ler O primo Basílio com a mente bem aberta.

Dizem que é uma grande obra realista. Hum, sei não, achei traços extremamente românticos. Até me agradou por demais - e eu idolatro o romantismo, não se esqueçam. A linguagem é mega rebuscada, português classicão dos difíceis de se entender. E o enredo cabe na novela da seis. Vê só: mocinha linda e mimosa casada com moço respeitável acaba cometendo adultério com um namoradinho antigo, o tal do primo Basílio, durante uma viagem do maridinho respeitável. Simples assim.

Mas a mimosa sooooooofre. A criada azeda consegue roubar umas correspondências dos amantes e fica chantageando a fofa, que sofre, sofre, sooooofre. Burra bagarai. O primo malandrinho sai fora e ela fica sofrendo, sofrendo, sofreeeeeendo.

Diz aí se não é enredo de novela das seis...

Daí pra frente é só ladeira abaixo: a fofa definha e a empregada vai se dando bem. Quando você cansa de tanto nhenhenhém a mimosa toma uma atitude, mas aí já é tarde: ela morre dos nervos. Pura utopia autoral!!!

Eu hein.

Mas eu gostei do livro. Os elementos realistas estão nos personagens, cada um representando uma faceta comum da sociedade da época e as relações estabelecidas pela aparência são escancarados em cada parágrafo. Tudo em nome da vaidade.

É o tipo de estória que te envolve né? Acabei sofrendo junto da mimosa, sabe como é. E livro bom é livro assim, que te leva junto.

domingo, 31 de outubro de 2010

2a falha do ano

É minha gente linda.... furei de novo!

É fim de mês e eu não tenho nenhuma resenha que se apresente! Shame on me!!!

Isso sempre acontece quando o título não me é tão tentador assim...... mês que vem tamo junto, vocês vão ver.... hehehehe....

Em compensação meus estudos yoguísticos estão tinindo! Descobri um livro sensacional do Paramahansa Yogananda, e não consigo largá-lo... trata-se de uma série de palestras proferidas pelo mestre indiano, muito claras e de certa forma, libertadoras. Indico pra quem tá na mesma vibe filosófica: A eterna busca do homem.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Várias variáveis

Muitas coisas pipocando no meu Universo particular... que tange o seu Universo particular....

Vejam só, eleições. Assunto do dia. Mas no fundinho, alguém se importa? Pelos números que eu ví acho que não...

Enquanto isso na sala de justiça divulgou-se calendário e temas do Desafio Literário 2.011. Isso sim é um assunto deveras importante... pelo menos é uma manifestação pública onde minha voz (cof, cof, digo, minha escrita) é ouvida (cof, cof, digo, lida). Bora participar, everybody!

Se meus planos correrem conforme o planejado, vou botar em prática uma idéia: todo o meu Desafio do ano que vem será pautado em livros de bibliotecas públicas! É claro que planejamento é algo que a gente pensa e depois faz tudo ao contrário, mas que fique claro que eu realmente pensei no assunto!

Eleiçoes, eleições: PT e PMDB estão em maioria no senado. Se o PSDB assumir o cargo mor eles vão ter muito caroço pra dissolver no angu. Se é que vocês me entendem...

Cargo mor ou cargo-mor? Socorro Pascale!

Sabadão fui almoçar no Gopala Hari com as amigue lindas. O Gopala é um restaurante indiano delícia que fica numa travessa da R. Augusta, pertinho da Av. Paulista. É bom aquele lugar, viu? Preço honesto, comida boa, companhia perfeita! Feliz de vê-las todas cheias de saúde e novidades.

 Aproveitando o movimento mulheres unidas fomos assistir "Comer, rezar, amar". Bom.... eeeeu gostei. Mas minhas celulas estão todas num momento mulherzinha power! Gostei da fotografia, das músicas, da adaptação do roteiro. Gostei de ver a Julia Roberts na ativa novamente. Gostei até do Javier Barden bancando um brasileiro! Tá bom vai, tá esquisito, mas ele pode interpretar até o Bozo que vou achar lindo assim mesmo.

Acharia mais legal se tivessem feito uma trilogia. Um filme só pra comer, um filme só pra rezar, um filme só pra amar...

E vcs acharam a boca da sra. Roberts estranha? Tipo, ela levou uma picada de abelha no beiço superior ou coisa parecida?

Ah, eleições... Segundo turno... ansiosa pra saber quem a d. Marina vai apoiar. E preparando a fantasia pra "Segunda festa da democracia"...

Hoje à noite tem aula no Shivalaya! Coragem galera, esquece o frio e vamos todos energizar o corpo e preparar a mente para me - di - tar.



Bom começo de semana!

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Mais um livro devorado!

Para o desafio de Setembro a meta era a leitura de um romance histórico. Deveras agradável! Gosto de romances históricos... geralmente são livros fofos.

Escolhi O físico, do Noah Gordon. Não sei porque enfiei na minha cabeça que era um lançamento recente e fiquei um pouco chocada ao ver que na verdade a 1a edição dessa estória foi em 1.986! Se ainda reeditam, sinal que o livro é do bom. Pelo menos vende bem... hehehehe....

Segundo choque com o dito cujo: o título original em inglês é "The physician". Quando eu era uma criancinha meiga pura e besta aprendi que physician = médico. E a tradução em português ficou como... O físico! Ai ai ai....

Terceiro e último choque: tenho a nítida impressão de que esta edição não passou por um revisor... váaaaaarios erros de ortografia e digitação!

But it's ok. O livro é bom. A estória é longa. Difícil de carregar... mas eu não larguei! Foi uma semana acompanhando o protagonista de lá pra cá, de cá pra lá.
Robert J Cole é um molequinho da Inglaterra, que era um lugar bem sujo e pobre, pelo jeito. Os pais de vida sofrida e prole numerosa logo morrem e a família é dividida pela doação dos orfãos. Rob ainda é pequeno para o trabalho, mas grande o suficiente pra "comer demais e dar preju" então não consegue uma família que o adote.

Mas ele é bem esperto e acaba sendo adotado por um barbeiro-cirurgião - profissão bem comum na época. O cara fazia umas apresentações de malabarismo, contava umas estorinhas e atendia o povo doente vendendo um tônico milagroso - que era basicamente cachaça com algumas especiarias.

O barbeiro cuida bem dele e Rob cresce forte e aprende todos os truques da pseudo-profissão. Vivem bem assim, viajando, vendendo tônicos e atendendo mal e porcamente alguns doentes.
Mas nas andanças Rob acaba conhecendo um judeu médico de verdade. Rob também quer ser um médico de verdade!

Quando o barbeiro morre ele vai atrás desse desejo. Descobre onde fica a melhor escola de medicina "do mundo" (na Pérsia!) e vai pra lá estudar com o maior médico do Oriente. Puta viagem complicada. Mas no caminho ele conhece a mulher que será sua esposa. Romântico, hein?

Bom, Rob é cristão e nunca conseguiria entrar nessa escola que fica em solo mulçumano. Ele, muito esperto, tem a brilhante idéia de fingir que é judeu. Numa das caravanas que ele fez parte se aproximou de um grupo de judeus e foi aprendendo os trejeitos, a língua, os costumes.

Quando finalmente chega na Pérsia, ele já é Jesse ben Benjamin. Cool.

Bom people, o livro tem quase 600 páginas, não vou dar conta de tudo o que o cara aprontou. Mas se eu fosse vocês, dava uma chance para o físico que na verdade é o médico!

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O espião que veio do frio!

Sr. Ken Follet, esse seu livro é bom, mas eu esperava mais. Pra quem leu "O buraco da agulha"e ficou assim, empolgada, ler este livro foi como um balde de água fria. E ninguém merece balde de água fria com este tempo que está fazendo em Sampa. Não não.

É um romance policial bem comum. Feminino demais, até. Não convence, não empolga, e o que é pior: não surpreende.

A estória é assim: a Rússia e a Inglaterra estão pra assinar um tratado de cooperação em caso de guerra, já que a Alemanha tá bombando e eles estão sentindo que vai dar merda. Os comunistas russos descobrem que vai rolar um acordo e decidem melar tudo, assassinando o representante russo. Aí, o anarquista pirado que vai pra Inglaterra matar o fofo foi amante da mulher do representante inglês. Fala sério sr. Follet, não cola!!!

Um caso de amor muito do mal contado, uma filha bastarda e uma mulher torturada pelo passado. Não lembra romance daqueles de banca?

Apesar do enredo borocoxô o autor escreve bem. O livro tá bem escrito e a estória bem amarradinha. (Também né? Que fio tem pra ficar solto???)

O homem de São Petesburgo
Ken Follet
Nota 4/ 10

terça-feira, 20 de julho de 2010

Aaaaah..... Chico.

Chico, que maravilha!

Ele me deixou o tempo todo nos pensamentos do Zsozé Kosta, este nome trajado inadequadamente... ele é humano demais.

Se afoga em vaidade, mas uma vaidade egoísta, só dele, um onanista. But respinga nos outros personagens. Sua mulher e filho ficam facilmente em segundo plano.

José Costa é um ghost-writer de escritores famosos (sacou?) e por um acaso acaba em Budapeste. E a língua o enfeitiça de tal maneira que a sua vida no Brasil passa a rescender ao etéreo. A vida só acontece em Budapeste, onde a língua deve ser domada.

Aí José vai a Zsozé. E ele é um pouco da gente que aaaaaaama as orações bem colocadas. (Chico jogou umas palavras no texto para me presentear. Quando topei com "acinte" na página 11 tive orgasmos cerebrais. A - C - I - N - T - E. Imagino que seja a mesma alegria provocada no personagem cada vez que ele ouvia uma de suas citações).

O final foi anunciado e mesmo assim lindo. Transcrevo:

"E a mulher amada, de quem eu já sorvera o leite, me deu de beber a água com que havia lavado a sua blusa"

Não sei se vou assistir a adaptação para o cinema. Gosto das cenas que imaginei, acho que vou ficar com elas.

Obrigada, Chico.


domingo, 20 de junho de 2010

A paixão de Clarisse

Peoples beautifuls,
esse livro é difícil. Existencialista master. E vou contar que ele pede dedicação. Se não estiver no mood, desencana. Espera a hora certa pra ler. É incrível, mas da um soooooonooooozzzZZzZZZzzzzz...

Como todo livro difícil ele traz n interpretações. Fiz 3 pra vocês, que compartilho abaixo:

Resenha A:

Maaaaaano que mulher porca!!!! Eca eca eca!!!! Entrou no quarto da empregada e quase morreu de nojo. Achou uma barata e quase morreu de nojo. Comeu uma barata e eu quase morri de nojo!!!! Depois entrou em crise. Ah tá.

Resenha B:

Mulher em crise (de meia idade? Hum). Faz um monólogo pra uma presença invisível (terapia necessária). Começa suas filosofias com a última frase do pensamento anterior (bêbada?). Sofre loucamente com a visão do quarto da empregada (falta de problema). Tem seu momento epifânico quanto prende uma barata na porta do armário (socorro).

Resenha C:

O vazio da vida questionado por Clarisse Lispector, essa mulher de pensamentos desnudos. Ela apresenta GH num monólogo e nos convida a participar da estória, sendo a mão que lhe dá coragem para continuar a procura de si ("Estou tão assustada que só poderei aceitar que me perdi se imaginar que alguém me está dando a mão" p. 16)

É uma leitura angustiante partindo de sua natureza introspectiva. Propositalmente Clarisse nos coloca na posição de GH, situando o momento epifânico na cena rotineira da vida.

Não há uma estória, de início meio e fim. É uma sequencia de pensamentos, de relatos psicológicos do sentido da vida de GH, que se vê de repente tomando café da manhã sem saber exatamente o que está fazendo. E entende que deve desconstruir sua identidade humana, voltar ao selvagem, ao primitivo, para se libertar do automatismo natural da vida.

E essa transcendencia acontece quando GH se depara com uma barata - um ser primitivo, tão velho que imemorial, um ser que lhe desperta o nojo e repulsa. E pela barata GH se entende como não humana, e seu mundo se desorganiza ("... estou procurando. Estou tentando entender. Tentando dar a alguem o que vivi e não sei a quem, mas não quero ficar com o que vivi." p. 9)

terça-feira, 20 de abril de 2010

Desafio Literário - Abril

O Jogo da Amarelinha, de Julio Cortázar

O título é perfeito! Os acasos, o destino, os encontros de tantos perdidos em Paris, ou Buenos Aires. O livro é um labirinto literário, não se sabe ao certo onde cada capítulo vai dar. Pra começar você escolhe de que forma irá fazer a sua leitura: a normal, do início ao capítulo 56, ou a forma aleatória sugerida pelo escritor, passando por todos os capítulos, ou quem sabe ainda a SUA PRÓPRIA sequência de capítulos. Isso mesmo, Cortázar deixou a leitura a cargo do destino...
De qualquer modo o autor nos leva a caminhar juntamente com os personagens e seus dilemas, e principalmente a compartilhar da falta de esperança de Oliveira. É através dele que Cortázar nos brinda com um triângulo amoroso que se repete (uma vez? Infinitas vezes?) mas nunca se completa.
É um livro de difícil leitura, porém apaixonante. Mesmo quebrando continuamente o ritmo da narrativa o autor consegue criar um clima de "suspense" com momentos de grande carga emocional. Os personagens são extremamente existencialistas - mesmos os menos (pseudo) intelectuais conseguem chegar em brilhantes conclusões, de certa forma contrastanto e completando os pensamentos gerados durante o capítulo em questão.
E as frases.... aaaaahhhhh.... as frases..... me - mo - rá - veeeeeis! Dá uma bisoiada nesta pérola:

Você me olha, de perto me olha, cada vez mais de perto, e então brincamos de cíclope, olhamo-nos cada vez mais de perto e nossos olhos se tornam maiores, se aproximam uns dos outros, sobrepõem-se, e os cíclopes se olham, respirando confundidos, as bocas encontram-se e lutam debilmente, mordendo-se com os lábios, apoiando ligeiramente a língua nos dentes, brincando nas suas cavernas, onde um ar pesado vai e vem com um perfume antigo e um grande silêncio. Então, as minhas mãos procuram afogar-se no seu cabelo, acariciar lentamente a profundidade do seu cabelo, enquanto nos beijamos como se tivéssemos a boca cheia de flores ou de peixes, de movimentos vivos, de fragância obscura. E se nos mordemos, a dor é doce; e se nos afogamos num breve e terrível absorver simultâneo de fôlego, essa instantânea morte é bela. E já existe uma só saliva e um só sabor de fruta madura, e eu sinto você tremular contra mim, como uma lua na água.

Ui (orgasmo cerebral, sentiu?)

Esse livro foi editado em 1.963. Imagino que deve ter feito muito barulho.... muito bem construído, é impressionante.

Obs: Vocês viram como eu consigo fazer uma resenha séria? Viram? Viraaaam????

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Desafio Literário - Abril

Amigotes,
vocês estão sofrendo este mês?

Jesusluzzzzz, como Cortázar é forte... tão bem construído, extremamente interessante e envolvente.... mas também cansativo e exigente.

O jogo da amarelinha está des(a)fiando as minhas fibras.

domingo, 21 de março de 2010

Desafio Literário - Março (reserva)


Hamlet.
Hum.
Pirei o cabeção.

Gentem, crássico é crássico e vice versa. O original de Hamlet data de 1.598. Mil quinhentos e noventa e oito. E ainda hoje é lido, comentado, estudado, encenado, admirado.
Mor de que?
Porque o cara é um gênio!!! São diálogos incríveis que revelam toda a força da condição humana, todo o poder da corrupção, da astúcia, e as consequências.
Peguei um pocket com a tradução de Millôr Fernandes. Foi ótimo porque ele deu uma "limpada" nas expressões rebuscadas sem perder o sentido original. Recomendo pra quem tentou ler outro tradutor e achou meio maçante.

Re-se-nha: Hamlet recebe a visita do fantasma do pai recém falecido, e este lhe conta que foi assassinado e quer vingança. O irmão dele matou-o visando o trono da Dinamarca e sua esposa. "Há algo de podre no reino da Dinamarca", sacou? G - Ê - N - I - O. Reconheci trocentas citações famosas no texto. E olha que nem é um livro tão grande...
Bom, voltando. Rei posto, rei morto, claaaaaaaaaama por vingança. Aí Hamlet emprega toda a sua lábia e se faz de maluco. Ou simplesmente abre mão de toda a falsidade da corte e é tomado como louco... não sei bem.... por exemplo, quando questionado sobre o corpo do conselheiro do rei (que ele matou acidentalmente):

Rei: Hamlet, onde está Polônio?
Hamlet: Na ceia.
Rei: Na ceia! Onde?
Hamlet: Na ceia. Mas não está comendo. Está sendo comido. Um determinado congresso de vermes políticos se interessou por ele. Nesses momentos, o verme é o único imperador. Nós engordamos todos os outros seres pra que nos engordem; e engordamos para engordar as larvas. O rei obeso e o mendigo esquálido são apenas variações de um menu - dois pratos, na mesma mesa; isso é tudo. (p. 98)

(Em off: GÊEEEEEEEEEEEEENIO)

Esse assassinato acidental foi a desculpa que o tio traidor precisava pra mandar Hamlet pra longe e atentar contra o fofo sem ser acusado. Mãaaas nosso herói é deveras esperto, não só se livra da armadilha como volta são e salvo pra Dinamarca.
Aí o rei traíra dá a sua cartada final. Instiga o filho do conselheiro assassinado a buscar vingança - perceba que é um tema recorrente...
Na cena final há um duelo de espadas entre Hamlet e o seu carrasco e ambos morrem, isso após a rainha morrer bebendo por engano uma taça preparada para Hamlet, e este obrigar o tio rei traíra a beber o veneno também.
Todo mundo morre no fina-al! Pronto, falei!!!

Gastei muitos neurônios nessa leitura, foi lindo.......

segunda-feira, 8 de março de 2010

Desafio Literário - Março


Mais um, tcha tcha tcha!
Nessa vida tudo tem um motivo, eu sei bem... peguei uma gripe xexelenta que vocês que me acompanham viram o registro. Massssss não foi de todo ruim pois me proporcionou alguns dias de "molho" e eu não sei o que vocês costumam fazer no molho, mas eu leio. Muito. Devorei meu livro de Março, revistas que estavam paradas há não sei quanto tempo e 425 blogs amigos e inspiradores. Ah, e viciei em Flash Foward.

Bom, vamos ao que interessa:

Livro: Persuasão, de Jane Austen
Nota: 8/ 10

Resenha: era uma vez uma família de nobres no interior da Inglaterra. Papai, mamãe e três filhinhas adoráveis. Mamãe morre e filhinha mais velha já nem tão adorável assume a posição de "mulé da casa". Papai é um velho petulante, vaidoso, orgulhoso, e péssimo administrador. Perdem grande parte da fortuna e são obrigados a alugar a casa grande e morar num lugar mais humilde. Filhinha mais nova se casa e vai embora. Filhinha do meio um exemplo de pessoa se apaixona por um marinheiro gostosão mas pobreta. Papai não gosta. Amiga da falecida mãe que Deus a tenha não quer. Filhinha do meio diz não obrigada ao marinheiro gostosão. Ele vai embora e volta rico, muuuuuitos anos depois. Descobrem que ainda se amam, mandam todo mundo a merda e se casam.

Eu achei que Jane Austen costura a estória com muito carinho pela sua heroína. Os personagens que a desprezavam são desprezados pela autora. Apesar de grande importância na construção da narrativa eles aparecem pouco. Por exemplo, temos uma descrição bem completa do caráter de Anne Elliot, a personagem central, mas do pai e da irmã mais velha só sabemos que são extremamente vaidosos e orgulhosos. É como se a autora não quisesse gastar o seu latim com mesquinharias, já que o objetivo do livro era exatamente defender o oposto!
Confesso que demorei um pouco pra "pegar" o estilo da autora, mas compreendo que muito se deve ao fato de ter lido uma edição com a adaptação para o português muito ruim. Várias partes lí no original em inglês (edição bilingue, sou chique benhê) e o sentido era muito mais amplo.
Em momento algum ela nos deixa esquecer o cerne da estória. A palavra "persuasão" aparece praticamente capítulo sim, capítulo não. Tudo gira em torno das relações familiares e as vantagens que isso pode ou não trazer, com o toque feminino do amor romântico coroando o casal principal. É um livro mega feminino, romântico, idealista. É fofo, mas um tanto quadrado. Não é sofrido como Emily Bronte, ou enérgico como Charlotte Bronte (minhas autoras inglesas românticas preferidas - resenhas anteriores aqui e aqui).
A história segue um período linear em curto espaço de tempo. Me pareceu mais uma novela que um romance. Muitos personagens, três lugares principais onde as ações ocorrem, leve descrição psicológica de todos, exceto da personagem principal.
Mais pra frente vou tentar ler mais algum título de Jane Austen, pra entender porque existem tantos apaixonados por ela. Sinceramente, não peguei...

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Desafio Literário - Fevereiro

Título: O ladrão de raios

Nuossa... fazia tempo que não lia algo sobre mitologia. E continua um assunto fascinante!
O menino é problemático e atormentado, então descobre que ele tem algumas particularidades especiais. E ele não é o Harry Potter (oi?), é Perseu Jackson!
O livro é bem fácil de ler - engoli neste final de semana. E bem gostoso, toda vez que largava o livro ficava imaginando em que buraco o menino iria se meter dessa vez. Arranjou briga com o Minotauro, a Medusa, com Ares, com a Equidina, enrolou o Caronte, seu melhor amigo era um sátiro atrapalhado.
Rola aquelas questões sentimentais do Harry Potter (oooi?), como o valor da amizade, sensação de rejeição, o amor-sacrifício da mãe. Só espero que o tom do livro permaneça alegre até o final da saga, ao contrário do bruxinho que a cada livro ficava mais soturno e melancólico.

Re - se - nha: o menino é disléxico e tem déficit de atenção, vive arranjando encrenca na escola e é expulso de todas elas. No meio das confusões que ele arranja acaba descobrindo que ele é um meio sangue, ou seja, filho de uma mortal com um deus do Olimpo. Então ele vai pra um lugar especial pra receber treinamento apropriado (e não é Hogwarts, ooooooooi?) e descobre que sua dislexia e o tal déficit de atenção nada mais é do que o seu corpinho preparado para o que se espera de um herói. E as coisas pioram quando ele descobre de quem ele é filho. Virge, aí complica!
Enfim, ele se ferra porque acaba sendo acusado de roubar o símbolo de Zeus, o tal do raio. Então ele parte numa viagem de recuperação desse objeto mágico, e no meio dessa busca ele vai entendendo o que nós sabemos dos mitos gregos: são arquétipos com todas as características de nós todos, raiva, orgulho, ciúmes. E como deuses, manipulam os pobres humanos a seu bel prazer.

Gostei bastante, vou ler as continuações. Ah! A adaptação para o cinema já está pra entrar em cartaz aqui em Sampa; muitos efeitos especiais à vista!

O ladrão de raios, de Ricky Riordan
2008 - 1a edição
Editora Intrínseca

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Desafio Literário - Janeiro



Titulo: Doce inocência, de Melanie Milburne

Amigotes de caminhada literária!
Já venci os primeiros passos dessa jornada. Acabei de ler ontem o título eleito para Janeiro.

Li essa pequena novela sem grandes pretensões. Do ponto de vista literário (ó eu me achando) não há muito o que dizer. A autora incorre por diversas vezes em clichês conhecidos e esperados. É um livro “fast food”.

Sobre a estória: uma enfermeira jovem e de boa índole se vê envolvida em um casamento arranjado como parte do testamento de seu último paciente – antes de morrer o velho altera seu testamento de forma que seu único filho vivo seja obrigado a casar com a enfermeira para receber a herança que lhe é cabida. Uma boa fortuna, claro.

Ele é maravilhoso e mulherengo, a enfermeira é virgem e inocente. Ui.

Eles se conhecem, se odeiam, se casam, se apaixonam loucamente, nessa ordem.

Hum, e eu tinha me esquecido como essas estórias tem passagens de gosto um tanto quanto duvidoso... como por exemplo na pág. 72 que me deparei com a seguinte afirmação: “(...) gaguejou ela, tentando não olhar para o corpo magnífico vestido num calção preto de lycra que delineava a forma máscula com perfeição.” E por aí vai.

Enfim, Emma (a enfermeira) é a redenção que Rafaelle (o filho safadinho) precisa para se endireitar. Com seu jeitinho inocente ela o conquista e então vivem felizes – e podres de ricos - para sempre.

Nota: 5/10. Boa distração e fácil leitura. Mas não dá vontade de ligar pra mãe pra contar....

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Desafio Literário



Está rolando uma iniciativa muito bacana entre blogs dos amantes de livros e afins. É um desafio literário pro ano de 2.010, organizado pela Vivi do Romance Gracinha. Eu aderi! E segue a lista dos livros escolhidos de acordo com a regra de cada mês:


Janeiro – Para facilitar a vida de todas, leituras rápidas para o primeiro mês do ano. O desafio é ler um Romance de Banca ao estilo da Nova Cultural, Harlequin, entre outros livros vendidos em bancas. Vale qualquer segmento, Clássico Históricos, Momentos Íntimos, Júlia, Sabrina, etc… Tenho certeza que você tem um livro na pilha esperando para ser lido. Portanto não há desculpas.
“Doce inocência” de Melanie Milburne

Fevereiro – Um livro que nos remeta aos contos de fada. É baba! Nem tudo é inovação. Há muitas histórias baseadas nos contos de fadas. Patinho Feio, A bela e a fera, Cinderela…
“O hobbit” do Tolkien
Reserva: “O ladrão de raios” de Rick Riordan

Março – Um clássico da Literatura universal. Só vale aquele que você nunca leu na vida. Sabe aquela coleção em destaque na estante que está lá só para fazer bonito? É lá que você vai pescar esse.
“Persuasão” de Jane Austen
Reserva: “Hamlet” de Shakespeare

Abril – Um livro de escritor(a)Latino-Americano. Leitura inédita só para lembrar!
“O jogo da amarelinha” de Julio Cortázar
Reserva: “Contos de Amor, de Loucura e de Morte” de Horácio Quiroga

Maio – Para aliviar, vai aí um Chick-lit. O mar está para peixe no que diz respeito ao gênero.
“Tem alguém aí?” da Marian Keyes

Junho – Um livro de uma escritora brasileira.
“A paixão Segundo G.H.” de Clarice Lispector
Reserva: “O pau” da Fernanda Young

Julho – Um livro adaptado para o cinema. O que mais há ultimamente!
“Julie & Julia” de Julie Powell
Reserva: “Budapeste” de Chico Buarque

Agosto – Um romance policial. Vale os autores mais clássicos ou autores do romance “romântico” policial.
“O homem de São Petesburgo” de Ken Follet
Reserva: “Céu de origamis” de Garcia-Roza

Setembro – Um romance histórico. Cá entre nós, esse gênero é o queridinho de muitas!
“O anel – a herança do ultimo templário” de Jorge Molist
Reserva: “O físico: a epopéia de um médico medieval” de Noah Gordon

Outubro – Um livro que contenha uma lição de vida. Pode ser ficção ou não-ficção. Viu como facilitei?
“A arte de correr na chuva” de Garth Stein
Reserva: “A cabana” de William P Young

Novembro – Um livro de escritor(a) de Portugal. Com a aproximação ortográfica porque não uma aproximação literária?
“Caim” de Saramago
Reserva: “O primo Basílio” de Eça de Queiroz

Dezembro – Um livro (ficção ou não ficção) que tenha a palavra “Coração” no título.
“Coração Andarilho” de Nelida Pinon
Reserva: “Coração apaixonado” de Chelsea Cain