Eu já fiz vários
posts dizendo que eu não gosto do meu aniversário, porque eu não
gosto mesmo. Diz minha mãe, que eu apenas não ligo, porque eu
sempre “viro” minha idade na virada do ano, segundo ela porque eu
devo ter vivido num sei em que cultura em uma vida passada... Mas eu
me lembro muito bem dos motivos de não gostar de fazer aniversário,
apesar de gostar de reunir meus amigos.
Fora os motivos que
geralmente constrangem nas festas de aniversário, eu sempre sofri de
uma coisa chamada “período de terror pré aniversário”. Não
chamo mais de inferno astral, porque o problema não é diretamente
comigo... Eu não fico mal humorada, e a vida não me sacaneia
diretamente. Na verdade, ela sacaneia a quem eu amo. A maioria dos
meus aniversários foi precedida de mortes de pessoas
importantes pra mim, de acidentes com pessoas importantes pra mim, e
de coisas que não me trouxeram nenhum pouquinho de felicidade.
No meu aniversário de
15 anos, quase todas as pessoas que eu amava estavam lá...
A que mais fez falta, foi uma que estava em um hospital por um acidente infeliz que
mudaria o curso da vida dela. E eu fico pensando se as coisas seriam
da mesma forma, se não estivesse acontecendo uma festa naquele final
de semana. E existe também toda a saudade que meu aniversário me
traz da minha avó, que fazia aniversário 10 dias após eu, e muitas
vezes dividiu o bolo e o parabéns comigo. Aliás, quando eu dividia
o parabéns, eu não achava que ele era tão constrangedor.
Eu não reclamo tanto,
porque conheço tragédias pessoais maiores... Primeiro, o que foi
vivido pelas verdadeiras vítimas do meu “período de terror pré
aniversário”, segundo, o fato de duas pessoas que muito amo, terem
perdido suas mães, no dia ou na véspera do aniversário...
Esse ano, eu tava quase
esquecendo essa ladainha, porque ano passado meu aniversário tinha
sido relativamente feliz... E ia tudo muito bem, reuni meus amigos
em um dia feliz, e estava feliz... E de repente, o Butch, o cachorro
mais feliz do universo, mais lindo... morreu. Seis meses depois do
resgate, ele descansou. Não vou dizer que fiquei em prantos... Acho
que foi justo. Os exames dele estavam muito bons, não havia motivo
pra ele ter ido... Se não que, apesar do espírito dele ter se
recuperado, o corpo nunca mostrou a mesma coisa. Tudo estava bem, mas
ele preferia qualquer coisa a comer todos os dias, e não engordava
nunca. Alguma coisa que não estava ao alcance da medicina
veterinária tradicional, talvez... Não sei.
E quando penso na vida,
nesses 27 anos, e aplico aquele macete de pensar o que faria de
novo e o que não faria, eu sei que eu resgataria o Butch de novo,
faria a transfusão de sangue “de mãos dadas” com ele novamente,
gastaria meu dinheiro e o dinheiro dos doadores com ele.... Mas eu
não faria aniversários novamente.
Deve ter uma
maneira de envelhecer alternativa... Isso de envelhecer em abril,
quando a vida sacaneia pessoas e bichinhos que eu amo, não está
nada divertido. Nunca esteve.
que triste :( fiquei sem palavras quando li esse texto mas quis deixar um comentário mesmo assim. Fazia tempo que eu não passava por aqui... É bom estar de volta. Beijinho.
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