quarta-feira, 10 de abril de 2013

Feliz aniversário pra quem?


Eu já fiz vários posts dizendo que eu não gosto do meu aniversário, porque eu não gosto mesmo. Diz minha mãe, que eu apenas não ligo, porque eu sempre “viro” minha idade na virada do ano, segundo ela porque eu devo ter vivido num sei em que cultura em uma vida passada... Mas eu me lembro muito bem dos motivos de não gostar de fazer aniversário, apesar de gostar de reunir meus amigos.

Fora os motivos que geralmente constrangem nas festas de aniversário, eu sempre sofri de uma coisa chamada “período de terror pré aniversário”. Não chamo mais de inferno astral, porque o problema não é diretamente comigo... Eu não fico mal humorada, e a vida não me sacaneia diretamente. Na verdade, ela sacaneia a quem eu amo. A maioria dos meus aniversários  foi precedida de mortes de pessoas importantes pra mim, de acidentes com pessoas importantes pra mim, e de coisas que não me trouxeram nenhum pouquinho de felicidade.

No meu aniversário de 15 anos, quase todas as pessoas que eu amava estavam lá... A que mais fez falta, foi uma que estava em um hospital por um acidente infeliz que mudaria o curso da vida dela. E eu fico pensando se as coisas seriam da mesma forma, se não estivesse acontecendo uma festa naquele final de semana. E existe também toda a saudade que meu aniversário me traz da minha avó, que fazia aniversário 10 dias após eu, e muitas vezes dividiu o bolo e o parabéns comigo. Aliás, quando eu dividia o parabéns, eu não achava que ele era tão constrangedor.

Eu não reclamo tanto, porque conheço tragédias pessoais maiores... Primeiro, o que foi vivido pelas verdadeiras vítimas do meu “período de terror pré aniversário”, segundo, o fato de duas pessoas que muito amo, terem perdido suas mães, no dia ou na véspera do aniversário...

Esse ano, eu tava quase esquecendo essa ladainha, porque ano passado meu aniversário tinha sido relativamente feliz... E ia tudo muito bem, reuni meus amigos em um dia feliz, e estava feliz... E de repente, o Butch, o cachorro mais feliz do universo, mais lindo... morreu. Seis meses depois do resgate, ele descansou. Não vou dizer que fiquei em prantos... Acho que foi justo. Os exames dele estavam muito bons, não havia motivo pra ele ter ido... Se não que, apesar do espírito dele ter se recuperado, o corpo nunca mostrou a mesma coisa. Tudo estava bem, mas ele preferia qualquer coisa a comer todos os dias, e não engordava nunca. Alguma coisa que não estava ao alcance da medicina veterinária tradicional, talvez... Não sei.

E quando penso na vida, nesses 27 anos, e aplico aquele macete de pensar o que faria de novo e o que não faria, eu sei que eu resgataria o Butch de novo, faria a transfusão de sangue “de mãos dadas” com ele novamente, gastaria meu dinheiro e o dinheiro dos doadores com ele.... Mas eu não faria aniversários novamente.

Deve ter uma maneira de envelhecer alternativa... Isso de envelhecer em abril, quando a vida sacaneia pessoas e bichinhos que eu amo, não está nada divertido. Nunca esteve.



Um comentário:

  1. que triste :( fiquei sem palavras quando li esse texto mas quis deixar um comentário mesmo assim. Fazia tempo que eu não passava por aqui... É bom estar de volta. Beijinho.

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