quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Cartão de excelente festa


Feliz Natal a todos.
E se vocês encontrarem por aí um cara de barba branca, vestido com roupa pesada de cor vermelha, bota e tudo o mais, gritando "hohohohoho" e dizendo que veio da neve... Bem... cada um acredita no que quer, né? Deixa pra lá.
Obrigada, e um feriadaço magnífico para todos.
Hohohoho...

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Debute


Em 2010 pretendo ter menos certezas
E cultivar paixão pela dúvida
Despertar o faro para os dois lados
Encontrar as razões de cada um
Ouvir os argumentos:
Lê-los nos olhos dos outros
E respeita-los,
Mesmo que ridículos ou inúteis.
Quero me importar ainda menos
Com temas que não me importam nada
E quero investigar mais a fundo
As causas das ações inumanas
Que todo humano pratica
E os motivos moribundos das leis
Feitas para não serem praticadas
Feitas para serem só castigo.
Em 2010 desejo que brote em mim
Nova onda de curiosidade e conhecimento
- Nova tentativa de compreensão –
Talvez um novo posicionamento no mundo
Percepções mais aguçadas e abertas
Explorações até intestinais.
O fim de um ciclo:
Uma readolescência.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Cara a Cara

O devaneio fenece

E volto a me ver no mundo efetivo

Aquele, sem segurança ou facilidade,

Sem espaços para o ser-eu

Habitado por marginais do sistema

E marginais ao sistema

Ou um ou outro, inefável.

O mundo do ter-que

A vida das máscaras

Os espantalhos embutidos

Palhaços sem caução

Arlequins ridículos e seus amores dramáticos

Prostrados por profissão.

A lei do ter-poder

Do parecer ao ser

Da nudez mental

Escondida em velhos hábitos

Eternos hábitos humilhantes

Malditos hábitos e habitantes.

O mundo efetivo

Movido a prazeres bizarros

A desprezo constitucional

A abandonos consagrados

A forças irreais, inexplicáveis,

A ações tão inumanas.

Desperto minhas aptidões

Constrangida pelas peças que já encenei

Nesse palco-formigueiro

E de olho nas máscaras de uso constante.

Escolho uma, visto, e escrevo.

O devaneio fenece.




domingo, 22 de novembro de 2009

Boleto Social

Em todo momento sou lembrada do preço de minhas escolhas.
É alto, como a qualquer pessoa.
A diferença é que sou minha maior credora
E não pechincho:
Pago cada centavo do aluguel dessa minha vida
(Meu maior medo é ter de levar a vida dos outros, por melhor que ela possa parecer...)

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Aos meus meninos

Mestre, aponte a rota
Dê o destino,
Pise o caminho
Siga reto em estradas curvas
Ande enquanto o presente for só presente
E corra quando o passado o perseguir
Veja a luz fora da órbita
Enxergue o porvir.
Machuque os pés em pedras macias
Alente-os em relva fresca
Descanse quando o corpo mandar
Erre entradas
Acerte os erros e aprenda com eles
Persiga o seu estradar
Esqueça da chegada
Que o bom do sonho é sonhar.
Mestre, feche seus olhes
Dê passos bambos, descuide-se
Permita-se cair rendido
Seja vergonhosamente humano
E animalescamente complexo
Planeje seus grandes passos
Mas deixe espaço para o improviso
E o provoque - quebre a rotina.
Cerque-se de sentimentos
Assim como de água e alimento
Deixe as tralhas no caminho
Para que um dia possam seguir seus rastros
Para livrar seus ombros de pesos inúteis
Para que os fantasmas não o assombrem.
E converse sempre consigo
- Nunca se esqueça de si.