Descobri que não sou a única. Era angustiante ser a única a ter um vício no planeta. A sociedade perdoa os vícios permitidos por lei e condena as maravilhas proibidas por lei, mas ninguém fica imune ao assunto. Aí vem você com outro vício diferente, e o preconceito é feroz. "Isso não existe". "É carência!". "Basta você controlar sua gula".
Gula é o carai. Sou é viciada. Dependente, orgânica e inorganicamente químico-dependente. A quem me fala em ter "força de vontade para superar a compulsão" eu sugiro que estude todos os sintomas de abstinência, quando não tenho o meu produto torrado e salgado à mão. E quando estou viajando, então? É certo que, em viagens, tenho na bolsa dinheiro, documentos, pelo menos uma caneta e uma folha de papel, meu MP4 e, claro, um pacote de amendoim. Pacote de verdade, não aqueles de 40g. É coisa de 120 pra cima. Mas calma, que isso não é todo dia.
Único problema detectado: amendoim engorda pra caramba. No mais, é muito mais barato que qualquer outro vício que eu conheça (só de ouvir falar, claro). É sociável, gostoso, não causa câncer (pelo menos que se saiba), mata a fome, etc. E a melhor das vantagens: combina perfeitamente com cerveja.
Podem me criticar, vou continuar com meu amendoim. E agora, então, que descobri que não sou única no mundo - um amigo do Rio também se confessou viciado -, sinto-me muito melhor de me assumir tal qual sou e gosto. Aliás, esse meu amigo também fez a homenagem ao amendoim no seu blog, O Comentarista.
Chocolate? Gosto também, mas não chega nem aos pés do amendoim. E não combina com cerveja.