sexta-feira, 14 de março de 2014

Classe

O Benfica ontem fez um dos melhores jogos dos últimos tempos europeus. Com classe. Com ritmo, segurança e qualidade, que aliadas ao facto da equipa estar cheia de confiança são passos sustentados para se repetir, pelo menos, os mesmos feitos da época passada (chegar às finais das competições com possibilidades de as ganhar).

A equipa respira confiança, não se vêem as correrias de outrora, e se há mérito a dar a Jorge Jesus, pelo menos, já aprendeu alguma coisa com o desgaste a que uma equipa com os pergaminhos do Benfica não se pode sujeitar como o Braga, Beleneneses, V.Guimarães ou Felgueiras.

Está uma equipa mais madura e com a experiência adquirida o ano passado, mais forte. Mais confiante, com vontade de ganhar e de restituir o Benfica de outros tempos. E ainda bem para todos. Nós e eles!

Mas a classe que a equipa ontem transmitiu, como já tinha transmitido em outras partidas desta época, esbarra no ego indigente de quem a dirige. O simples facto de Jesus não saber responder às provocações que Tim Sherwood (que tem de aprender muito, mas muito mais para lhe poder chegar aos calcanhares tácticos) é de uma gritante falta de classe, tão típica na figura azeiteira a que já nos habituou e que pensávamos, já tinha sido mais do que uma lição aprendida.

Não foi. E o que é que, para além de não ter dignificado naquela altura a instituição que representa, Jesus fez? Ao invés de se discutir a extraordinária táctica e estratégia colocada no jogo, os posicionamentos defensivos e ofensivos que fizeram o Benfica sofrer um golo de livre directo porque o Tottenham tem Cristian Eriksen do outro lado, as próprias substituições feitas durante o jogo, para segurar o meio-campo e dar-lhe maior capacidade de posse, o que é que se discute? Os três dedos que não pôde conter quando Luisão faz o terceiro golo, como que a querer mostrar que ele é o maior, como tem sido sempre, na sua arrogância típica.

O Benfica, para aqueles que estão mais esquecidos e hoje em dia, embevecidos por comportamentos que pouco têm a ver com o clube de que gostam, certamente estão orgulhosos do que JJ fez ontem. Eu não! Porque quando aprendi a gostar do Benfica, o Benfica sabia ganhar e sabia perder. Mas sabia, acima de tudo, comportar-se com dignidade para com os adversários, fossem eles mais fortes ou mais fracos.

A classe não se compra, mas aprende-se. E nisso, Jorge Jesus continuará a ser o mesmo de sempre...

quinta-feira, 6 de março de 2014