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Poema (oração) ao Natal,
Na esperança de um mundo melhor.
Pelos velhos nas calçadas
que dormem sem ter abrigo,
e pelas migalhas da vida
vividas sem qualquer sentido.
Pela paz dos moribundos
de olhar apagado e sem brilho,
e pela fome que se esquece
na boca de cada filho.
Pelas estrelas apagadas
em Nagasáqui e Hiroxima,
e pelas estrelas que se apagam
por todo o Mundo ainda,
Pelo sofrimento e morte
nos campos de concentração,
e pelos Poemas de Lorca
que o poeta fez canção.
Por cada soldado morto
menino de sua mãe,
e pelas saudades da Pátria
que cada exilado tem.
Pela ternura de um beijo
de quem nada mais tem para dar,
e pelo abraço de despedida
a quem morre devagar.
Pelos campos estéreis e secos
cheirando a pinho queimado,
e pelos olhos que já não choram
Por muito já terem chorado.
Por um leito de pedra e mágoa
partilhado em cada dia,
e pelo silêncio abafado
de dor e raiva contida.
E pelas crianças das ruas
de mãos sujas e frias,
Filho de um Deus, se um dia nasceste,
Volta a nascer TODOS OS DIAS .
(autor desconhecido)