"(...) Numa carta podem ir palavras que a uns parecem banais mas que são plenas de significado para outros:as bonitas palavras de amor na correspondência trocada entre dois apaixonados ou aquelas pequenas e insignificantes notícias que matam saudades de uma mãe que está longe da sua filha. O amor, o ódio, a inveja, a maldade, a bondade ou o carinho são só alguns dos sentimentos que as cartas expressam, desajeitadamente, como sempre acontece quando se tenta traduzir aquilo que sentimos no mais profundo do nosso ser através das poucas letras do nosso alfabeto(...)
Com o telefone podemos ouvir uma voz querida e transmitir notícias mais rapidamente ,as diz-se sempre tão pouco...Existem coisas que é mais fácil escrever do que pronunciar, não é verdade?"
Com o telefone podemos ouvir uma voz querida e transmitir notícias mais rapidamente ,as diz-se sempre tão pouco...Existem coisas que é mais fácil escrever do que pronunciar, não é verdade?"
S, 16 anos, Estudante
Texto publicado pelo antigo suplemento DN Jovem em 16 de Abril de 1991, num tempo "longinquo" em que as jovens de 16 anos ainda sabiam o que era escrever cartas. Guardo, religiosamente, as folhas amareladas onde este texto foi publicado. Os responsáveis pelo DN Jovem comentaram assim: "A carta apaixonada era um bom exemplo do que afirmas no segundo texto «palavras que a uns parecem banais, mas que são plenas de significado para outros» (e vice versa, não é?). Os lugares comuns retiravam-lhe a frescura, mas a quantidade de ideias que conseguiste reunir é importante atendendo à idade. Não dava para publicar mas é saudável escrever assim"