sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Banal?

"(...) Numa carta podem ir palavras que a uns parecem banais mas que são plenas de significado para outros:as bonitas palavras de amor na correspondência trocada entre dois apaixonados ou aquelas pequenas e insignificantes notícias que matam saudades de uma mãe que está longe da sua filha. O amor, o ódio, a inveja, a maldade, a bondade ou o carinho são só alguns dos sentimentos que as cartas expressam, desajeitadamente, como sempre acontece quando se tenta traduzir aquilo que sentimos no mais profundo do nosso ser através das poucas letras do nosso alfabeto(...)
Com o telefone podemos ouvir uma voz querida e transmitir notícias mais rapidamente ,as diz-se sempre tão pouco...Existem coisas que é mais fácil escrever do que pronunciar, não é verdade?"
S, 16 anos, Estudante
Texto publicado pelo antigo suplemento DN Jovem em 16 de Abril de 1991, num tempo "longinquo" em que as jovens de 16 anos ainda sabiam o que era escrever cartas. Guardo, religiosamente, as folhas amareladas onde este texto foi publicado. Os responsáveis pelo DN Jovem comentaram assim: "A carta apaixonada era um bom exemplo do que afirmas no segundo texto «palavras que a uns parecem banais, mas que são plenas de significado para outros» (e vice versa, não é?). Os lugares comuns retiravam-lhe a frescura, mas a quantidade de ideias que conseguiste reunir é importante atendendo à idade. Não dava para publicar mas é saudável escrever assim"

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Ser Poeta

Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Áquem e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhas de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dize-lo cantando a toda a gente!

Florbela Espanca


Se eu fosse poeta, gostava de sentir e escrever assim...

domingo, 23 de agosto de 2009

Fonte de vida, inspiração...

A água é fonte de vida, sacia-nos a sede, enche-nos o olhar quando contemplamos o mar.

Na água podemos ver o reflexo de muitos sentimentos humanos... a raiva do mar revolto, a calma de um lago, a alegria quando uma ribeira saltita pelas pedrinhas...

Para mim, a frescura da água traz-me à memória os sonhos da adolescência...