Era uma vez dois bancos vazios, que
Há muito tempo moravam em uma praça.
E papo vai, papo vem, tornaram-se íntimos,
Contavam histórias com certa graça.
Falavam de antigos relacionamentos,
De paixões "sonrisal" efervescentes,
Como se o mundo fosse acabar,
Em borbulhas adolescentes!
Semelhantes juras de amor eternas;
Em ambos, juradas ao primeiro encontro.
Descreviam línguas virgens, ansiosas...
E corações batendo sexo pronto!
Houve também casos contados de brigas,
Em que cada um foi para o seu banco.
Disseram adeus em tristes despedidas...
Com lágrimas esquecidas num canto.
Proseando sobre as semelhanças da vida,
Os bancos perceberam que guardaram mágoas,
Mas, que também viveram muita alegria,
Pois sempre renovavam suas tábuas!
Pintavam novos anúncios;
E o romance sempre voltava,
E entre diversos assuntos,
O sol se chegava e brilhava!
Os bancos então descobriram,
Que nunca estiveram sozinhos.
Eram colos , ninhos de amor,
Para os casais de passarinhos!
De repente, como se fosse a primeira vez,
Olharam-se de maneira diferente.
Como tinham muito amor pra oferecer...
Por que não dar um ao outro esta chance?
Por viverem muitas histórias,
Descobriram que sempre esvaziavam,
A cada dia abriam espaço para o novo;
E somente agora enxergaram!
Inspirados no mesmo instante pelos pássaros,
Que limpavam o bico beijando a flor,
Os bancos brilhavam sentimentos maduros,
E trocaram juras de não sujar o amor.
Espelharam a nova nuance,
E descobriram-se enamorados,
Pintaram a essência do próprio romance,
Na tinta nova, o anúncio de apaixonados!
Elaine Barnes ( no banco da praça)