quarta-feira, dezembro 24, 2008
domingo, dezembro 14, 2008
SE QUERES SABER DE MIM
não olhes os meus retratos
julgando saber-me assim.
Se queres saber quem sou
não busque nas minhas respostas
quando perguntas onde vou.
Se queres saber quem é
esta que te sorri
não olhe para a mulher.
Que não me saberás pelo sorriso,
não me conhecerás pelas respostas,
meus retratos são imprecisos,
a cada dia traço novas rotas.
Se queres porventura, um dia,
entender deste coração,
olhe meus olhos primeiro:
é neles que mora a poesia
que me explica dia após dia
e me mostra por inteiro.
Se queres saber-me de fato,
recomendo-te menos cuidado,
muito carinho, pouca fala,
mais riso e tato, muito tato.
Débora Cristina Denadai
domingo, dezembro 07, 2008
DUAS QUADRAS
Não sei se tens reparado
E eu que passo também
********
Feminista em pleno século XIX
quinta-feira, dezembro 04, 2008
A DOCE CANÇÃO
Pus-me a cantar minha pena
com uma palavra tão doce,
de maneira tão serena,
que até Deus pensou que fosse
felicidade - e não pena.
Anjos de lira dourada
debruçaram-se da altura.
Não houve,no chão,criatura
de que eu não fosse invejada,
pela minha voz tão pura.
Acordei a quem dormia,
fiz suspirarem defuntos.
Um arco íris de alegria
da minha boca se erguia
pondo o sonho e a vida juntos.
O mistério do meu canto,
Deus não soube,tu não viste.
Prodígio imenso do pranto:
-todos perdidos de encanto,
só eu morrendo de triste!
Por assim tão docemente
meu mal transformar em verso,
oxalá Deus não o aumente,
para trazer o universo
de pólo a pólo contente.
Cecília Meireles
quarta-feira, novembro 26, 2008
EM ALGUM LUGAR DO PASSADO
Em algum lugar do passado
Você existiu para mim,
E eu já sabia
Que assim virias...
Em algum lugar do passado,
Fomos, nós dois,
Brisa fresca,
Rosas em flor...
Em algum lugar do passado,
Te amei,
Te guardei,
Você me amou e cativou...
Em algum lugar do passado,
Nossos corpos e corações
Foram um só,
Melodia interminável
De nosso amor sem fim...
Em algum lugar do passado,
Nos deixamos
Com a certeza do reencontro,
Como sabemos agora,
Que nos encontramos...
Em algum lugar do passado,
Prometemos jamais nos esquecer
E, agora, no presente,
Carregamos sempre vivas as lembranças
Deste tão sublime querer...
Em algum lugar do passado,
Fomos felizes,
Fomos amantes,
Como a flor e a raiz,
O mar e a areia,
Deste amor sem igual...
Em algum lugar do passado,
Dançamos com o vento,
Corremos pela praia
E tivemos sonhos vindouros
Deste amor infinito
Que jamais nos deixaria...
Em algum lugar do presente,
Nos reencontramos...
Palavras, atitudes
Que despertam as lembranças das almas,
Que sabiam se conhecer...
Em algum lugar do presente,
Olhares, gestos, toques,
Sensações indescritíveis,
Que somente nossos corações identificam...
Em algum lugar do presente,
Saberemos o que somos
E o que fomos:Luz do sol,
Amor verdadeiro,
Nesta busca insaciável
De nós dois...
Em algum lugar do passado...
Em algum lugar do presente...
Autoria: Denise
domingo, novembro 23, 2008
Chamam-te bela, chamam-te gentil...
A rosa é linda, é bela, é graciosa,
Porém a tua graça é mais subtil.
A onda que na praia, sinuosa,
A areia enfeita com encantos mil,
Não tem a graça, a curva luminosa
Das linhas do teu corpo, amor e ardil.
Chamam-te linda, encantadora ou bela;
Da tua graça é pálida aguarela
Todo o nome que o mundo à graça der.
Pergunto a Deus o nome que hei-de dar-te,
E Deus responde em mim, por toda parte:
Não chames bela ? Chama-lhe Mulher!
Ruy de Noronha
quinta-feira, novembro 20, 2008
segunda-feira, novembro 17, 2008
NESTE TEU OLHAR
alguma coisa a mais que não defino,
algo assim inacessível
e ao mesmo tempo tão chegado.
Há, neste olhar com que me olhas,
uma luz profunda
que me embriaga
e me faz tremer,
ciente de que me vês.
Há, em teu olhar
e no teu jeito,
alguma coisa de íntimo
que me arrebata,
e me atira
num deslumbramento
febril, inebriante.
Sei que me sentes,
embora sem palavras
nos falamos.
Tu sabes que sou a meta,
eu sei que tu és o fim.
Autoria: Maura
sábado, novembro 15, 2008
CHARLIE CHAPLIN
Sorria,
embora seu coração esteja doendo.
Sorria, embora esteja se quebrando.
Enquanto houver nuvens
No céu, você sobreviverá
Se você sorrir
Através dos seus medos e tristezas
Sorria, e talvez amanhã
Você veja o sol brilhando para você.
Ilumine seu rosto com felicidade,
Esconda qualquer traço de tristeza,
Embora uma lágrima
Possa estar sempre próxima.
É o momento em que você precisa continuar tentando.
Sorria,
Qual o motivo de chorar?
Você vai perceber que a vida ainda vale a pena,
Se você sorrir.
Charlie Chaplin
domingo, novembro 09, 2008
NATUREZA
Quem me dera poder retribuir-te
Em vida, tudo aquilo que me deste,
Este sopro de vida sem pedir-me
Nada em troca, daquilo que fizeste.
Gritar em defesa do teu nome
Lamentar por teus filhos avarentos
Morrer, pra saciar tua fome.
Escrever tua saga, teu lamento...
Mãe Terra, de tantas voltas vividas,
Pérola das águas, do poder da vida.
Vida tirana que decreta a morte.
Apesar de tudo, continuas forte.
Teu ciclo de vida...
Maior que o homem
Devolvendo a vida e coroando a morte.
José Manoel dos Santos
terça-feira, novembro 04, 2008
O TEU RISO
Tira-me o pão, se quiseres,
[Pablo Neruda]
domingo, novembro 02, 2008
POEMINHA SENTIMENTAL
É como um fio telegráfico da estrada
Aonde vêm pousar as andorinhas...
De vez em quando chega uma
E canta(Não sei se as andorinhas cantam, mas vá lá!)
Canta e vai-se embora
Outra, nem isso,
Mal chega, vai-se embora.
A última que passou
Limitou-se a fazer cocô
No meu pobre fio de vida!
No entanto, Maria, o meu amor é sempre o mesmo:
As andorinhas é que mudam.
Mário Quintana
segunda-feira, outubro 13, 2008
sexta-feira, outubro 10, 2008
O VERBO AMAR
Te amei: - era de longe que eu te olhava
e de longe me olhavas vagamente...
Ah, quanta coisa nesse tempo a gente
sente, que a alma da gente faz escrava...
Te amava: - como inquieto adolescente,
tremendo ao te enlaçar... E te enlaçava
adivinhando esse mistério ardente
do mundo, em cada beijo que te dava!
Te amo: - e ao te amar assim vou conjugando
os tempos todos desse amor, enquanto
segue a vida, vivendo... e eu, vou te amando...
Te amar é mais que um verbo, é a minha lei:
- e é por ti que o repito no meu canto:
te amei, te amava, te amo e te amarei!
(J.G. de Araújo Jorge)
quarta-feira, outubro 01, 2008
segunda-feira, setembro 22, 2008
BALADA DE OUTONO
Impiedoso Setembro …
Traz a balada de Outono
Que muda na folha as cores
Seduz e despe as flores
Num sestro de abandono...
Em toada persistente
As folhas , essas coitadas
Vão caindo lentamente
Das àrvores amarguradas
Ao ficarem desnudadas
De cada folha cadente...
Será que uma folha sente
Na despedida a tristeza ?…
Como dom da Natureza !…
E que em secreta amargura
Sofre, mas nunca se queixa
Como alguém que a Pátria deixa
Por destino ou desventura ?!…
E em cada folha caída
Resta uma angústia profunda
Num frágil sopro de vida
A sussurrar moribunda:Não fez sentido viver
Esta tão curta existência…
Outono… Sem clemência
Tão cedo me fez morrer !…
Euclides Cavaco
quinta-feira, setembro 18, 2008
PARALELAS
Tu és a cumeeira e eu o alicerce oculto
Tu és a parte exposta do iceberg
Eu sou a metade submersa
Tu és o zênite e eu o nadir
Tu és a cara da moeda e eu a coroa
Eu te conheço porque és a outra parte de mim
Tu me conheces porque sou a outra parte de ti
Para que possas ser a metade exposta
É preciso que eu seja a metade implícita
Para que possas declinar versos angelicais
É preciso que eu derrame versos abismais
Eu não minto e nem tu mentes jamais
Escolhes falar da luz por opção
Escolho rasgar abismos por oposição
Caminhamos paradoxalmente na mesma direção
Para que possas suportar-te na cumeeira
Faço-me a base segura e obscura do teu altar
E nesta junção milenar
Somos qual duas linhas paralelas
Fadadas a andar lado a lado
Sem jamais poder se encontrar.
( Fátima Irene Pinto)
sábado, setembro 13, 2008
SÚPLICA
Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.
Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada.
Miguel Torga
segunda-feira, setembro 08, 2008
sábado, agosto 23, 2008
CANÇÃO
Pus o meu sonho num navio
Cecília Meireles
quinta-feira, agosto 07, 2008
O TEMPO
A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo...
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.
Mário Quintana
quarta-feira, agosto 06, 2008
POESIA
a diferença que havia
entre amor e amizade,
ele me disse essa verdade...
O Amor é mais sensível,
a Amizade mais segura.
O Amor nos dá asas,
a Amizade o chão.
No Amor há mais carinho,
a Amizade compreensão.
O Amor é plantado
e com carinho cultivado,
a Amizade vem faceira,
e com troca de alegria e tristeza,
torna-se uma grande e querida
companheira. Mas quando o Amor é sincero
ele vem com um grande amigo,
e quando a Amizade é concreta,
ela é cheia de amor e carinho.
Quando se tem um amigo
ou uma grande paixão,
ambos sentimentos coexistem
dentro do seu coração.
Willim Shakespeare
terça-feira, agosto 05, 2008
UM DIA DESTES...
Um dia destes
vou perguntar aos ventos
pela menina inquieta
que fugia para a rua
a brincar com os rapazes.
Vou perguntar
ao sol de Outono
pelos carreiros da saudade
onde ela via passar
gado e gente
a caminho
dos outeiros mais próximos;
e vou
de vereda em vereda
perguntar aos riachos
que correm
às aves que cantam
às borboletas
que esvoaçam
onde ficou essa menina
e o que foi feito dela!
Ela que conhecia
os córregos mais escondidos
os galhos
das árvores mais altas
os silvados
onde se escondiam os melros
os frutos mais doces
os campos mais floridos
os largos mais propícios
ao jogo do botão...um dia destes
vou descobrir
onde andam
o seu pião e o seu arco
o seu baloiço
da barraca da palha
a sua corda de saltar...
e vou
olhando-a nos olhos
saber que amor a prendeu
e que idade tem agora
o seu coração!..
MARIA MAMEDE
domingo, julho 27, 2008
quarta-feira, julho 23, 2008
ALMAS GÊMEAS SEPARADAS
Não viestes
expontaneamente.
Eu chamei por ti
e viestes meiga,sorrindo delicada.
Ainda permaneces aqui.
Ficastes e nos teus braços,
na tua alma agasalhei-me...
Acolhestes a minha carência
e no teu mundo entrei
Nos sonhos,na poesia,
no enternecer de melodias,
[como filho da lua],
foi o mundo em que sempre orbitei
e como entrei no teu,
para o meu te chamei
Nas confidências trocadas
entre queixas e risadas,
descobrimos tantas coisas comuns
que fazem-nos almas gêmeas,
andando por estradas separadas!
sexta-feira, julho 18, 2008
Quando nossas mãos se tocam
Ao caminhar na beira-mar, vem
Logo um gosto de casa, de calor
Das coisas feitas com amor...
Quando nossas mãos se encontram
Há luz no caminho que percorremos
Céu e mar ganham tons de rosa
E o coração fica em paz....
Quando nossas mãos se entrelaçam
O universo conspira em silêncio
Protegendo-nos de todo o mal,
Guardando este amor para sempre...
De mãos dadas você é meu guia,
É uma alma que abraça outra alma,
Para amar e ser amada,
É tarde cinza de inverno
Que se ilumina na beira mar....
Sônia Schmorantz
domingo, julho 06, 2008
*****
entre amor e amizade,
ele me disse essa verdade...
O Amor é mais sensível,
a Amizade mais segura.
O Amor nos dá asas,
a Amizade o chão.
No Amor há mais carinho,
na Amizade compreensão.
O Amor é plantado
e com carinho cultivado,
a Amizade vem faceira,
e com troca de alegria e tristeza,
torna-se uma grande e querida
companheira. Mas quando o Amor é sincero
ele vem com um grande amigo,
e quando a Amizade é concreta,
ela é cheia de amor e carinho.
Quando se tem um amigo
ou uma grande paixão,
ambos sentimentos coexistem
dentro do seu coração.
William Shakespeare
sexta-feira, junho 27, 2008
QUANDO FORES VELHA
Dormitando junto à lareira, toma este livro,
Lê-o devagar, e sonha com o doce olhar
Que outrora tiveram teus olhos, e com as suas sombras profundas;
Muitos amaram os momentos de teu alegre encanto,
Muitos amaram essa beleza com falso ou sincero amor,
Mas apenas um homem amou tua alma peregrina,
E amou as mágoas do teu rosto que mudava;
Inclinada sobre o ferro incandescente,
Murmura, com alguma tristeza, como o Amor te abandonou
E em largos passos galgou as montanhas
Escondendo o rosto numa imensidão de estrelas.
domingo, junho 15, 2008
POESIA
A hora da partida soa quando
Escurece o jardim e o vento passa,
Estala o chão e as portas batem, quando
A noite cada nó em si deslaça.
A hora da partida soa quando as árvores parecem inspiradas
Como se tudo nelas germinasse.
Soa quando no fundo dos espelhos
Me é estranha e longínqua a minha face
E de mim se desprende a minha vida.
Sophia de Mello Breyner A.
quarta-feira, junho 11, 2008
TODO O DIA É MENOS UM DIA
menos um dia para ser feliz;
é menos um dia para dar e receber;
é menos um dia para amar e ser amado;
é menos um dia para ouvir e, principalmente, calar!
Sim, porque calando nem sempre quer dizer
que concordamos com o que ouvimos ou lemos,
mas estamos dando a outrem a chance de pensar,
refletir, saber o que falou ou escreveu.
Saber ouvir é um raro dom, reconheçamos.
Mas saber calar, mais raro ainda.
E como humanos estamos sujeitos a errar.
E nosso erro mais primário, é não saber ouvir e calar!
Todo dia é menos um dia para dar um sorriso.
Muitas vezes alguém precisa, apenas de um sorriso
para sentir um pouco de felicidade!
Todo dia é menos um dia para dizer:- Desculpe, eu errei!
Para dizer:- Perdoe-me por favor, fui injusto!
Todo dia é menos um dia;
Para voltarmos sobre os nossos passos.
De repente descobrimos que estamos muito longe
E já não há mais como encontrar
onde pisamos quando íamos.
Já não conseguiremos distinguir nossos passos
de tantos outros que vieram depois dos nossos.
E se esse dia chega, por mais que voltemos,
estaremos seguindo um caminho, que jamais
nos trará ao ponto de partida.
Por isso use cada dia com sabedoria.
Ouça e cale se não se sentir bem.
Leia e deixe de lado, outra hora você vai conseguir
interpretar melhor e saber o que quis ser dito.
domingo, junho 08, 2008
QUANDO EU PARTIR
Ruy Cinatti
sábado, junho 07, 2008
sexta-feira, maio 30, 2008
CASA NA CHUVA
sábado, maio 24, 2008
CHOVE...
domingo, maio 04, 2008
PARA TI, MÃE
terça-feira, abril 22, 2008
HÁ DIAS
que todo o lixo do mundo
nos cai em cima
depois ao chegarmos à varanda avistamos
as crianças correndo no molhe
enquanto cantam
não lhes sei o nome
uma ou outra parece-se comigo
quero eu dizer:com o que fui
quando cheguei a ser luminosa
presença da graça
ou da alegria
um sorriso abre-se então
num verão antigo
e dura
dura ainda...
Eugénio de Andrade
segunda-feira, abril 21, 2008
A TUA VOZ NA PRIMAVERA
Quanta alegria na minha alma vai!
Tenho os meus lábios húmidos: tomai
A flor e o mel que a vida nos promete!
Sinfonia de luz meu corpo não repete
O ritmo e a cor dum mesmo beijo... olhai!
Iguala o sol que sempre às ondas cai,
Sem que a visão dos poentes se complete!
Meus pequeninos seios cor-de-rosa,
Se os roça ou prende a tua mão nervosa,
Têm a firmeza elástica dos gamos...
Para os teus beijos, sensual, flori!
E amendoeira em flor, só ofereço os ramos,
Só me exalto e sou linda para ti!
Florbela Espanca
quinta-feira, abril 17, 2008
SEM TITULO
Alexandre O'Neill.
sexta-feira, abril 11, 2008
SEM TITULO
Na incerteza de dias sempre iguais.
A que busca a vida na estreiteza
Destes caminhos que não terminam mais.
Eu sou a de infinitos ideais,
A que conhece da vida a aspereza,
A que mais sofre porque ama demsis,
A que mais ri porque tem mais tristeza.
Eu sou a do sonho irrealizado,
Sou a sem futuro e sem passado,
Sou quem mais esoera e mais deseja.
Eu sou um coração desfeito em pranto,
Sou barco perdido em mar de espanto,
Mas sou a que não esmola nem rasteja!
FEIA
domingo, abril 06, 2008
AMIGA!
Quantas vezes somos maltratadas
Pela vida... faz com que perdemos o rumo
O destino com suas armadilhas disfarçadas
Nos pregam peças nos tirando do prumo...
Tempestades caindo sobre a tarde
Trazendo nessas nuvens, solidão...
Nas preces, peço a dor que se retarde
Mas ouço tão somente o mesmo não...
Vencida pelas dores, indefesa,
Evito que a solidão me abraça...
medo o pavor da dor e da tristeza,
Minha lágrima perdida não se disfarça...
Ambas estamos lambendo nossa ferida
A dor tem sido difícil suportar
Nos braços que me deste, minha querida!
Eu não sei por que não soube aportar.
Solange Silva
quarta-feira, abril 02, 2008
NA MÂO DE DEUS
Descansou afinal meu coração.
Do palácio encantado da Ilusão
Desci a passo e passo a escada estreita.
Como as flores mortais, com que se enfeita
A ignorância infantil, despojo vão,
Depus do Ideal e da Paixão
A forma transitória e imperfeita.
Como criança, em lôbrega jornada,
Que a mãe leva ao colo agasalhada
E atravessa, sorrindo vagamente,
Selvas, mares, areias do deserto...
Dorme o teu sono, coração liberto,
Dorme na mão de Deus eternamente!
(Antero de Quental)
domingo, março 30, 2008
TEATRO DA BONECA
E a boneca não cabe em nenhuma gaveta.
É preciso esconder a boneca.
A boneca.
domingo, março 16, 2008
POEMA DA MENINA TONTA
quinta-feira, março 13, 2008
UM SONHO
domingo, março 09, 2008
POESIA
És por certo mais belo e mais ameno
O vento espalha as folhas pelo chão
E o tempo do verão é bem pequeno.
Ás vezes brilha o Sol em demasia
Outras vezes desmaia com frieza;
O que é belo declina num só dia,
Na terna mutação da natureza.
Mas em ti o verão será eterno,
E a beleza que tens não perderás;
Nem chegarás da morte ao triste inverno:
Nestas linhas com o tempo crescerás.
E enquanto nesta terra houver um ser,
Meus versos vivos te farão viver.
(William Shakespeare)
quinta-feira, março 06, 2008
SE
E dar eternidade a um só momento
Se eu não tivesse o meu destino preso
Ao destino das cousas nos espaços
Se eu pudesse destruir todas as leis
E dentro do universo que se move
parar meu mundo:
-havia de escolher esse segundo
em que você estivesse nos meus braços!
(desconheço o autor)
sábado, março 01, 2008
O MESMO CAMINHO
Embala-me! - são horas tentadoras...
Envolve-me na luz do teu olhar,
De pupilas astrais, encantadoras,
E deixa-me a teu lado caminhar!...
Não me abandones! - deixa-me segir
O teu caminho, que eu vejo, a sorrir,
Entre miragens de felicidade!
Seguiremos, com dúlcido carinho...
O teu será também, o meu caminho
Que nos há-de levar à eternidade!
M.Jose Alves Pereira da Silva