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segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Kahlil Gibran - Mulher



Uma mulher a quem a Providência concedeu beleza e espírito e de corpo é uma verdade, ao mesmo tempo aberta e secreta, que só podemos compreender por amor e tocar apenas pela virtude; e, quando tentamos descrever uma mulher assim, ela desaparece como fumaça.

As mulheres me abriram as janelas dos olhos e as portas do espirito. Se não fossem a mulher-mãe, a mulher-irmã e a mulher-amiga, estaria dormindo entre aqueles que procuram a tranquilidade do mundo com os seus roncos.

Escritores e poetas procuram compreender a verdade sobre a mulher. Mas ate hoje jamais conseguiram compreender-lhe o coração porque a olha sob o véu do desejo e nada vêem senão a forma do seu corpo. Ou então a olham através de uma lente de despeito e nada acham nela senão fraqueza e submissão.

(Kahlil Gibran)

domingo, 12 de junho de 2011

O Profeta - A Beleza

E um poeta disse: " Fala-nos da Beleza".
E Al-Mustafa respondeu:
"Onde procurareis a beleza e como a podereis encontrar a menos que ela mesma seja vosso caminho e vosso guia?
E como podereis falar a menos que ela mesma teça vossas palavras?


Os aflitos e os feridos dizem: A beleza é amável e suave.
Como uma jovem mãe, meio encabulada na sua glória, ela caminha entre nós.
Os apaixonados dizem: Não, a beleza é uma força poderosa e temível.
Como a tempestade, ela sacode a terra abaixo e o céu acima.
Os cansados e os gastos dizem: A beleza é um murmúrio suave. Fala em nosso espírito.
Sua voz cede aos nossos silêncios como uma luz tênue que treme por medo da sombra.
Mas os turbulentos dizem: Nós a ouvimos gritar entre as montanhas,
E com seus gritos chegavam o tropel de cavalos, o bater de asas e o rugir do leões.
À noite, os guardas da cidade dizem: A beleza despontará do Oriente, com a aurora.
E, ao meio-dia, os trabalhadores e os transeuntes dizem: Nós a temos visto inclinada sobre a terra, das janelas do poente.
No inverno, os prisoneiros da neve dizem: Ela virá com a primavera, pulando sobre as colinas.
E no calor do verão, os ceifeiros dizem: Nós a vimos dançar com as folhas do outono, e havia neve no seu cabelo.


Todas essas coisas, vós dissestes da beleza.
Porém, na verdade, não falastes dela, mas de desejos insatisfeito.
E a beleza não é um desejo, mas um êxtase.
Não é uma boca sequiosa, nem uma mão vazia que se estende,
Mas, antes, um coração inflamado e uma alma encantada.
Ela não é a imagem que desejais ver, nem a canção que desejais ouvir,
Mas, antes, a imagem que contemplais com os olhos velados, e a canção que ouvis com os ouvidos tapados.
Não é a seiva por baixo da cortiça enrugada, nem uma asa atada a uma garra,
Mas, sim, um pomar sempre em flor, e uma multidão de anjos em voo.


Povo de Orphalese, a beleza é a vida quando a vida desvela seu rosto sagrado.
Mas vós sois a vida, e vós sois o véu.
A beleza é a eternidade olhando para si própria num espelho.
Mas vós sois a eternidade, e vós sois o espelho."

terça-feira, 19 de outubro de 2010

O Profeta [2]

Então, Almitra, a vidente, falou novamente e disse: "E que nos dizes do Matrimônio, mestre?"
E Al-Mustafa respondeu, dizendo:
"Vós nascestes juntos, e juntos permanecereis para todo o sempre.
Juntos estareis quando as brancas asas da morte dissiparem vossos dias.
Sim, justos estareis até na memória silenciosa de Deus.
Mas que haja espaços na vossa junção.
E que os ventos do céu dancem entre vós.
Ama-vos um ao outro, mas não façais do amor um grilhão:
Que haja, antes, um mar ondulante entre as praias de vossa alma.
Enchei a taça um do outro, mas não comais do mesmo pedaço.
Cantai e dançai juntos, e sede alegres: mas deixai cada um de vós estar sozinho,
assim como as cordas da lira são separadas e, no entanto, vibram na mesma harmonia.

Dai vossos corações, mas não confieis à guarda um do outro.
Pois somente a mão da Vida pode conter vossos corações.
E vivei juntos, mas não vos aconchegueis demasiadamente:
Pois as colunas do templo erguem-se separadamente,
E o carvalho e o cipreste não crescem à sombra um do outro."

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Jesus

A humanidade olha para Jesus de Nazaré como um homem que nasceu pobre e sofreu misérias e humilhações como todos os que são fracos. E Jesus é objetivo de compaixão, por que a humanidade pensa que Ele foi crucificado dolorosamente... E tudo o que Lhe oferece são prantos, gemidos e lamentações. Há séculos, a humanidade vem cultuando a fraqueza na pessoa do Salvador.
O Nazareno não era fraco! Era forte e é forte! Mas o povo se nega a ver o verdadeiro sentido da força.
Jesus não veio do coração do circulo da Luz para destruir os lares e construir sobre as ruínas os conventos e os mosteiros. Não persuadiu o homem forte a torna-se monge ou padre, mas veio para transmitir nesta terra um novo espírito com poder de destruir os alicerces de qualquer monarquia construída sobre ossos e crânios humanos... Veio demolir os palácios majestosos, construídos sobre as sepulturas dos fracos, e esmagar os ídolos levantados sobre os corpos dos pobres. jesus não foi mandado ao mundo para edificar templos e igrejas magnificência entre frias cabanas miseráveis e tristes tugúrios... Veio para fazer do coração humano um templo, da alma um altar e do espírito um sacerdote.
Já rezaste decerto o suficiente para levar-te até ao fim da vida, e daqui por diante não deverás entrar nas igrejas como um crente, por que o Jesus que tanto amas não é encontrado nas igrejas. Muitos são os lugares de culto, mas poucos são os que rendem culto em espírito e em verdade.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

O Profeta

E UMA mulher que carregava seu filho nos braços disse: "Fala nos dos Filhos".

E Al-Mustafa disse:

"Vossos filhos não são vossos filhos.
São filhos e as filhas da ânsia da Vida por si mesma.
Vêm através de vós mas não de vós.
E embora vivam convosco, não vos pertencem.


Podeis Outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos,
Por que eles têm seus próprios pensamentos.
Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas;
Pois suas almas moram na mansão do amanhã, que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.
Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis faze-los como vós:
Porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados;
Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas.
O Arqueiro que mira o alvo na senda do infinito e vos estica toda Sua força para que Suas flechas se projetem, rápidas e para longe.
Que vosso encurvamento na mão do Arqueiro seja vossa alegria:
Pois assim Ele ama a flecha que voa, também ama o arco que permanece estável."

(Khalil Gibran)
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