Nas ondas que gabas e falas
teus fatos elegantes
luzidios repletos luzidios
falas de que gentes
se caminham míseros silêncios
quando enfartado falas de AC às salas.
Nas ondas que propagas
e advogas falares-me em nome
discursos papeladas ruídos
se famintas barrigas
fome em rosto disforme
quando arrotas teus passos abastados.
E falas e desdizes números
Gráficos rankings crescimentos…
se vivências desesperos
e sofrimentos
habitam os musseques as noites nos dias
quando de smoking gravatas jactâncias.
E te abrilhantas de TV em propalas
conversas de Marte e estrelas
senhor doutor mazé patranhas
de blá conversas artimanhas
se de bocas famintas
não sabem como caminham quantas.
E sozinho te banqueteias
lambuzas o mel as colmeias
te coroas príncipe herdeiro
terras mares petróleos diamantes
que se borrem longínquas gentes
de vivência mísero viveiro.
Rádios jornais TV em falas gabarolas
Desverdades conversas desfalas
se fumega o vulcão o magma
em quase erupção lágrima
te assustas nas sombras
dos teus passos discursos de baboseiras.
Décio Bettencourt Mateus
(In Os Portões do Silêncio).
Luanda, 9 de setembro de 2010.
2 comments:
deep writing and worthy of a writer who writes with a brave heart. liked it.
deep writing and worthy of a writer who writes with a brave heart. liked it.
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