Também os súbditos do rei viviam felizes e tinham animais e terras para cultivar.
Os dias corriam felizes no pequeno condado e num dia de má memória apareceu um Dragão com asas de morcego que tinha a pele mais dura que pedra. O Dragão enfiou o pescoço nas muralhas e quando os súbditos do Rei o viram abandonaram as ruas tropeçando uns nos outros e foram logo para as suas casas.
Alguns soldados foram avisar o Rei que perguntou ao Dragão o que queria.
- Eu podia comer os teus súbditos todos ao pequeno almoço e deixar outros para o jantar ou deitar fogo à tua cidade. - disse o Dragão.
O Rei disse ao Dragão:
- Se tu poupares as nossas vidas não te faltará de comer.
Depois o Dragão propôs que tinham de lhe entregar todos os dias quatro mulas, seis burros, quatro vacas e cinco ovelhas, três patos, oito galinhas, uma junta de bois e uma vara de porcos.
E dito isto, deu meia volta e foi para a montanha fazendo tremer a terra com cada passo que dava.
A partir daí, toda a gente passava o dia fechada em casa, ninguém se atrevia a sair para trabalhar nos campos, mas todos os dias os pastores levavam à montanha onde vivia o Dragão o que ele tinha pedido.
Entretanto, os galinheiros os estábulos e os currais ficaram vazios, o Rei mandou os seus soldados a todas as povoações para arranjar mais animais. O Rei pensou que podia alimentar o Dragão com as sementes e legumes.
A reacção do Dragão ao ver os legumes foi ainda pior do que o Rei temia e o monarca disse ao Dragão que tinha comido todo o gado.
Então o Dragão exigiu que quando chegasse a Princesa queria uma rapariga.
O Rei não quis comunicar com os seus súbditos o que o Dragão lhe pediu e chamou os mais velhos da cidade para reunirem e tentarem arranjar uma solução mas um homem de barba branca disse que, até chegar a Primavera, tinham tempo de arranjar a solução. Passou o tempo rapidamente e chegou o dia de entregar a rapariga ao Dragão.
Nenhuma família estava disposta a entregar uma das suas filhas ao Dragão quando ele se apresentou à porta da cidade.
Então a princesa apareceu na porta do castelo vestida de branco e sem dar tempo a ninguém reagir correu para se entregar ao Dragão. O Rei e a Rainha estavam a chorar e, de repente, ouviu-se um galope de um cavalo vindo nas nuvens. A cidade inteira olhou para o céu e viram um cavaleiro de armadura e dirigia-se em direcção à cidade num belo cavalo branco.
- É São Jorge!- gritaram todos.
O Dragão ficou surpreendido e contrariado. Não gostou de ver o cavaleiro e abrindo a sua grande boca lançou um jacto de fogo aos pés de São Jorge mas ele fugiu fazendo o cavalo recuar. Com a sua lança em riste foi contra o terrível Dragão e matou-o.
A feira deixou de existir e, naquele país, já nada tinham a recear. O São Jorge voltou para o céu e toda a gente voltou a ser feliz.
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