Há exatos 30 dias a imprensa brasileira nao deixa de comentar o assassinato bárbaro da menina Isabella, com tao somente 5 anos de idade.
Há exatos 30 dias venho acompanhando, apesar da distancia, este tema tao polémico e assustador que é o mau trato contra a criança.
Longe de querer (ou mesmo poder) julgar a alguém neste caso em particular, sei que o mau trato na infancia dentro do próprio lar é mais real e atual do que o que creio devesse ser em realidade.
Somos pais e supostamente os pais existem para proteger seus filhos contra tudo e contra todos. Ou pelo menos isso foi o que eu aprendi a acreditar, no amor materno e paterno acima de todas as coisas e nao consigo, por mais que tente, imaginar o que levaria (supostamente, neste caso) a que um pai e uma madrasta (também mae) a fazer uma atrocidade como a do caso Isabella.
Nosso presidente se antecipa em nao julgar os atuais suspeitos (com toda razao, pois isso é de competencia jurídica e nao executiva), mas se detém ao fato de que nao devemos fazer “pirotecnia” com o caso como se a imprensa estivesse dando mais importancia ao caso do que ele realmente merece. Eu, particularmente, discordo. Há que fazer “pirotecnia” sim, e muita, mas nao se deter a este caso unicamente, senao de todos os casos de mautratos da infancia, adolescencia e da fase adulta os quais presenciamos calados, atonitos, e, porque nao dizer, coniventes. Afinal, se quem cala, consente; quem omite, admite e é justamente a isso que devemos dar um basta, a essa omissao/conivencia que nos transformam em culpados, tanto quanto aos que ousam cometer barbaridades.
Vamos fazer “pirotecnia”, vamos fazer “estardalhaço”, vamos gritar e proteger principalmente as nossas crianças, que por suas próprias características nao podem se defender dos adultos (gigantescos a suas vistas).
Segundo o site “Observatório da Infancia”, pelo menos 3 a 4 crianças morrem diariamente no Brasil vítima de maustratos dentro da própria casa (e isso nao é pouco), em sua grande maioria por violencia vinda da própria mae, o ser que deu a vida, o ser responsável maior pelo bem estar de um filho. E isso é, sob meu ponto de vista, inexplicável e inaceitável!
Quando criança minha mae me ensinou a abrir a boca e reclamar e avisar sobre tudo o que eu visse que nao estava de acordo com o que seria o correto quanto ao trato a outras pessoas, fossem elas grandes ou pequeninas. Hoje vivo com o mesmo propósito e o mesmo ideal, embora saiba que sozinha eu possa fazer muito pouco, mas o pouco que eu fizer pode ser que seja de alguma ajuda a quem ainda nao se animou a lutar contra o que está equivocado neste nosso mundo atual. Hoje vivo de ensinar a meus filhos a lutar, a abrir a boca, a gritar e reclamar também, para que eles nao sejam vítimas nem permitam que outros o sejam.
Vamos tentar mudar o mundo, nós podemos, se é o que realmente queremos. Vamos pedir por todas as Isabellas do passado e do presente, para que novas nao venham a ser vítimas no futuro. Isso é possível! Eu quero crer que isso sim, é possível, desde que decidamos nao aceitar fatos como o caso Isabella como algo corriqueiro e sem soluçao e o pior, como algo normal!
Que Deus ilumine a todas as Isabellas de ontem, de hoje!