CARIOCA, CARIOQUÊS E CARIOCANDO
Meu novo amigo Paulo Tamburro, do HUMOR EM TEXTOS, inspirado no texto do "Cabrunco Bom e Querido" que publiquei outro dia, escreveu esta crônica que hoje publico com sua devida autorização a qual agradeço com muito carinho.
O Brasil é um país de diversidades e embora falemos o mesmo idioma teoricamente, na prática o regionalismo da fala é impressionante e muitas vezes, embora estando em um mesmo país, entender o que se fala torna-se um verdadeiro "quebra-cabeças". E é por isso que o Brasil é tão lindo e tão único e especial!
Beijos, flores e muitos sorrisos... sempre!
Carioca é aquele cara que, mesmo no enterro da mãe do amigo consegue perguntar, naturalmente:
- “Tá tudo bem?”, “Tudo legal, né mano?” Mesmo vendo aquele corpo imenso em decúbito dorsal cercado de coroas, velas e abelhas.
Mas é uma espécie em extinção. Com a maciça migração interna o carioca, hoje é minoria. Mas, sejam bem vindos os cearocas, mineirocas, pernanbocas, enfim, clientes ou não, do programa bolsa-família. O carioca está esperando mesmo, é o programa Ticket Ferrari faz tempo! Cristo Redentor de braços abertos recebe a todos sem preconceitos.
Agora, que aqui está ficando apertado pra cassete, tá! Solução encontrada: Nego tá subindo, pelos morros, taludes, escadas, paredes e, qualquer dia vai faltar encosta, para o pessoal encostar.
Mas, afinal quem é este animal carnavalesco, dono de invulgar domínio do chamado samba no pé, que o resto do Brasil diz que não trabalha, mas, já as “quatro horas da manhã, sai de casa Zé marmita, pendurado na porta do trem, Zé marmita vai e vem”, como diz o sambinha carioca.
No Rio, as gírias são, até para quem nasceu e vive aqui difícil "descolar" o sentido exato da fala dos nossos nativos. E, como contribuição à cultura nacional (êta sujeitinho mais convencido ) vamos tentar esclarecer algumas das dúvidas, mais encrencadas deste idioma carioquês. Verdadeiros fios desencapados do idioma pátrio, como:
- Cara, tu é um tremendo péla-saco: Tradução - Chato.
Arroz: além da comida favorita dos fenícios e japoneses, por aqui o cara que só acompanha, não pega ninguém. Arame liso, porque cerca, mas não “machuca” ou mestre-sala, pois só fica dançando em volta, apresenta para todo mundo, mas, não encosta, e nem deixa encostar. Ou ainda, mosca de padaria, está sempre sobrevoando o doce, mas só toma tapa. Todo carioca fala assim? Lógico que não. O malandro carioca, sim. Aquele que acorda quatro horas da manhã, não. Nem tem tempo pra falar!
Mais em geral de todos os brasileiros, o carioca é o que fala mais gíria. Saca esta frase:
- Ih, coé mermão? Mó, otário.Aê!
Tradução - Coé, aglutinação de qual é;
mermão: aglutinação de meu irmão;
Mó aglutinação de maior.
Aê é o de tradução mais complicada, pois pode ser advérbio de lugar: Ex: A mina (mulher) está por aê (aí), ou ainda pode ser usado como vocativo genérico; Ex: aê (aí) tu viu aquela mina?Coisas extraordinárias que só tem sentido na boca do malandro carioca!
Mané - vacilão, sujeito que pisa na bola. Maluco é igual à cara. Aqui foi criada, também, uma unidade monetária sem plural é o conto.
O cara fala, por exemplo:
-Paguei dez conto no rádio de pilha!. Mulher gostosa é filet, mais serve para carro, casa, enfim qualquer coisa considerada boa! É muito usado no diminutivo. Aliás, o carioca é o rei do diminutivo, tipo:
-“Hei amorzinho, apanha uma cervejinha geladinha bem rapidinho, e chega pra cá, pra gente fazer, um amorzinho?”.
Alguns termos são impagáveis, como aquele que qualifica um malandro após ter bebido todas, diz-se que está na mão do palhaço! Tal qual aquela baiana, arretada, a carioca é dez “quando ela passa tão cheia de graça, no doce balanço a caminho do mar”, Aí, é correr para o abraço da arquibancada.
(Paulo Tamburro)
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