tenham um
red hot chilli christmas
este ano
As ‘mmás’ são um espaço e um tempo para experimentação não isolada. Uma forma de sair do armário da maternidade, com liberdade para que mães, mulheres anónimas, se exponham, se interiorizem, se lembrem, se banalizem, se encontrem, se distanciem, se analisem, se ilibem ou o que bem entenderem.
terça-feira, 18 de dezembro de 2007
quarta-feira, 24 de outubro de 2007
Em terra de cegos...
Na sua escola pública, a minha filha já foi rankizada pelo professor: melhor aluna. Coisa que a deixa muito feliz. E eu penso, sempre para dentro: não podia ser de outra forma. A turma está cheia de excluídos da vida. É evidente que ela se destaca. Não podia ser de outra forma.
O termo de comparação que ela tem (não desmerecendo o seu mérito) é baixo. Falava-se aqui do facto da pública preparar as criancinhas para a vida. Mas para que vida? Para a vida que nunca terá? Poderá a minha filha ter como bitola criancinhas que invariavelmente acabarão nas caixas dos hipermercados?
Duvido que ela queira ou vá ser caixa de supermercado.
Não faço parte daquele grupo de pais que anda a sobrecarregar crianças-quase-bebés com actividades extra-curriculares que lhes afastam o papão da impiedosa competição no mundo do trabalho.
Agora, que a minha filha se ache a maior porque é melhor aluna do que os putos que nunca viram um livro à frente... anham... Não é esse o mundo dela. Não vai ser nesse mundo que se vai mover. Numa privada seria capaz de se auto-avaliar melhor. Estaria entre os seus.
É duro, é impiedoso, mas é mesmo assim.
Mimi
quinta-feira, 18 de outubro de 2007
claro!
– estou lá? (hum! Problema de identidade ou dupla personalidade?!)
– …………….
– Ah sim, diga, diga.
– ……..
– Sim!
– …………………
– Exactamente
– ………..
– Poish, exactamente (deve sher de lá de chima, o gaijo!)
– ……………………….
– Cla…, exactamen…, poisistá claro (ora aqui está uma palavra a reter: poisistá)
– ………….
– Poish, mas está a ver não é? (não resisti a olhar pelos espelhos mas não vi nada)
– ……………….
– Poish
– …………
– Está a entender não está? (eu é que não entendi nada do que ele disse)
– ……………………
– Sim, sim, estou a perceber está a ver? (tornei a espreitar)
– ………………….
– Mas está a ver? (que insistente!!!, estarei eu cega?)
– …………
– poisistá claro!
– …
– S..si…sim, sim estou a ver exactamente (se ele vê e eu estou a menos de 2 metros porque é que eu não vejo… parece-me uma vista simplificada!)
– ……….
– está decidido, eu agora não posso falar, está a ver? (ahhh, deve ser um gestor, ficou decidido algo de muito importante, tão importante que esteve este tempo todo a falar em código, por isso eles estão a ver e eu não)
– ….
– Exactamente
– ………………..
– liga depois? Estou a ver…. (caramba, a conversa vai continuar e eu não vou assistir)
– ………
– Prontus, prontus… (prontus? Poisistá claro, prontus deve ser latim, exactamente, estou a ver...)
Felizmente tocou…. Estais a ver?
Péssima
quarta-feira, 17 de outubro de 2007
Escolas, crianças e bichos.
Vão perdoar a minha intrusão, porque eu, como alguns leitores sabem, sou um mero felino, percebo bastante de sonecas, miados e, de momento, preocupo-me, sobretudo, com a parca ração da minha dieta que já me está a dar água pelos bigodes.
Dizia eu que , apesar de macho e felino, sou conhecedor de coisas de crias, já que a minha dona passa a vida a desbobinar-me os seus mais recônditos pensamentos como seu fosse invisível.
Ouvi entender debater esse assunto das escolas públicas/privadas, superpovoadas ou familiares...e , nestas coisas, a minha dona que é mulher de opiniões muito definitivas , garante que o melhor mesmo é deixar os piolhos desenvencilharem-se, de preferência, na escola pública, pois, quaisquer que sejam as dificuldades, sairão delas à sua maneira que é aquela que os ajudará na vida futura, onde os pais nem sempre estarão disponíveis. Depois, ela acha que os pequenos desde cedo aprendem a manipular os progenitores por forma a terem as soluções mais conveneientes e, qualquer cedência precipitada é logo agarrada como regra e, podem ter a certeziha que daí em diante, só escolas queques, transportes especiais, faculdades privadas, nada menos do que isso, pois se sempre foi assim...!
Eu acho que ela sabe do que fala, pois diz sempre que tem acompanhado a educação de uns quantos milhares de rebentos e quase consegue prever ( sim, pois, eu sou preto e ela também é bruxa...)a peste egocêntrica ou a cria normal que de cada caso vai sair.
Diz também, que o discurso dos pequenos é reconhecível e o dos pais, idem, pois pais embasbacados e hesitantes em frente dos petizes dá frutos menos sãos e com excesso de poder .
Isto foi o que os meus ouvidinhos atentos e curiosos captam, mas connosco, gatos, não há cá meias tintas, como sabem.
Ahhh...tens fomeca e não queres as sobras de ração?? Então amanha-te e vê lá se aprendes que amanhã a fome é a duplicar.
Por isso se pode dizer que a minha dona que diz saber de gentes, não sabe de gatos e me educou mal, pois nunca precisei de me esforçar para conquistar o que precisava para amminha sobrevivência e , eis o resultado: 90grs de raçãozinha deslavada por dieta para um macho robusto como eu!!
ronrons carinhosos,
Romeu
sexta-feira, 12 de outubro de 2007
Do paraíso ao inferno
quinta-feira, 11 de outubro de 2007
"Já sou crescido"
Dei-he uma folha de papel e escrevi "MAMÃ" (porque agora gosta de desenhar letras) e disse-lhe : "Agora podes copiar e aprender as letras da palavra mamã"...Mas que graça tem isso? (deve ter pensado) Copiar? Resultado: desenhou 3 figurinhas e chamou-me. Disse-me :"Vês? esta és tu, este é o papá e este sou eu." Apressei-me a pegar na mão dele e a escrever o que me tinha dito para que não ficasse esquecido...mas quando chegou à figurinha mais pequena largou-me a mão e escreveu sózinho e orgulhoso um F . "Vês? Esta é a minha letra...".
Felizmente ainda pede colo e diz "Também sou um bocadinho bébé..."
mmadona babada
segunda-feira, 17 de setembro de 2007
UI
Dói muito voltar ao trabalho.
Dói muito o primeiro dia de infantário.
olá MMA's
quinta-feira, 13 de setembro de 2007
Primeira Vez
Pronto. Já está. E é bem capaz de ter custado um bocadinho menos do que o parto.
A minha filha mais velha está agora na 1.ª classe, ou 1.º ano - como agora lhe chamam. Alívio, angústia.
Ainda uma nota sobre as férias de Verão, que dantes se chamavam férias grandes.
Entre vários destinos, estreámo-nos no campismo e decidimo-nos pelo naturista. Fiquei convencida de que se andássemos sempre todos nús, o mundo seria um lugar muito melhor.
A imagem, tirei-a daqui
quarta-feira, 12 de setembro de 2007
Vidas difíceis
– Não.
– Ó mãaaaaeee!!!!
Já cansando de ouvir o mesmo à tanto tempo o mais velho diz:
– Bolas! Está calado. Hás-de ir muito longe com essas atitudes…
– Ai vou vou! Não vou mãe???
– Não.
– Óooo ninguém gosta de mim nesta vida.
péssima e as piadas de caserna, à velha moda das Selecções R's D.
segunda-feira, 10 de setembro de 2007
minguante
O número 7 da Minguante está online.
A Minguante é uma das únicas revistas a nível mundial dedicada em exclusivo à micronarrativa e conta já com a participação de mais de uma centena de autores de diversas nacionalidades.
Quarenta e dois autores espelham-se neste número e aguardam a sua visita.
segunda-feira, 16 de julho de 2007
Flashback
Hoje, alguém me fez lembrá-la.
Hoje, no caminho para casa pensei, agarrada ao volante: livrei-me daquela merda!
Hoje, a pôr a minha filha a dormir voltaram a cair-me as lágrimas em bica. Só do flashback...
Na altura, fartei-me de pedir socorro e parecia que ninguém me ouvia!
Vaginawolf
Ilustração: Sky, de Yuko Shimizu
quinta-feira, 5 de julho de 2007
Calem-me se não vou presa!
Ou ando?!?!
Naaaa, não creio.
Ando é com uma crise de tédio, daquelas tipo ténia que se cola à parede do intestino delgado (que é maior) e não sai nem por forças abismais, ventrais e outras que tais.
Bem, quero dizer, tédio, tédio não é. É mais a crise dos 40 que está aqui mesmo ao virar da próxima esquina a subir por aquelas escadas enferrujadas e a pensar que depois daqui nada é como foi, tirando o que tem de ser porque tem muita força.
Agora que estou a escrever penso (que de vez em quando também me faz bem, assim como quem limpa o pó debaixo do vídeo, debaixo mesmo debaixo, tipo levantar o aparelho e limpar até ao fundo mesmo onde não se vê quando se está sentada no sofá em frente), penso escrevia eu, que ando é irritada com isto tudo que se passa. Irritada até mesmo com os pais da criancinha que berra enquanto a minha criancinha se tenta fazer ouvir no meio do palco. Irritada com a largura da minha cintura que não é como a do Miguel, ó! não a minha aumenta e faz encolher o umbigo. Ou será ao contrário? O umbigo diminui fazendo a cintura largar? Vou pensar nisto depois, sim porque novo pensamento surgiu do nada, bem ok do nada nada não foi, a culpa é da música que me alegrou e me lembrou do concerto que fui ver e da noite que passei ao relento, sentada num banco de paragem de autocarro com chuva a salpicar por todas as frestas e sem ninguém num raio de 500 metros durante as 3 e as 5 da manhã e fez-me acreditar que isto é tudo uma ilusão. Sim, nós vivemos num país de expressão livre, honesto e educado:
‘– Você é um filho da senhora de companhia menos recomendada pela minha esposa.
– É, estamos num pais bafejado pela verborreia iluminada, meu senhor.
– Ó grande e excelentíssimo senhor com cara de quem de costas se vira e baixa a apanhar os restos do lixo para alimentar a família, por quem sois, passe, passe à minha frente e diga de sua justiça.
– Por amor de deus, nem por sombras me ocorreria ultrapassa-lo, não, não, até porque assim aproveito o tempo da sua passagem para apontar os dados e tirar uma imagem fotográfica de alta definição para juntar à gravação que fiz no meu telemóvel de última geração e pensar em uma ou duas acusações dirigidas à vossa pessoa que entregarei no tribunal de seguida.’
Sim, estamos num pré-qualquer-coisa-não-muito-simpática-que-está-para vir-e-nunca-mais-vem-nem-vai, assim como uma queca mal dada.
Não, isto não é birra. É demasiada coisa a dizer e não saber por onde começar, demasiada coisa a criticar sem conseguir arranjar os adjectivos e nomes adequados, muita escuta, muita videovigilância, muita falsa segurança, muito déspota, muita gente sem formação, sem educação.
Tirando isto estou com um orgulho desmedido, disparatado, babado e outros ‘ados’ dos meus ‘pilas’, e com saudades dos nossos encontros angelicais.
E agora vou sentar-me e esperar que me contactem para formalizar o processo jurídico por ter opinião, seja ela qual for.
PS: as escutas estão de volta, mesmo com os telemóveis desligados é possível gravar as conversas dos incautos. Por isso tenham medo. Tenham muito medo! (isto é de um filme qualquer que não me recordo, o ‘ter medo’ porque as escutas é ocorrência contemporânea, não como a arte que disso, inesperadamente, estou muito contente por a terem colocado à disposição de quem quiser ver, mesmo que seja um arranjinho de armazém, que se dane, pelo menos é um armazém ao serviço dos meus e outros olhos).
E a propósito do ‘que se dane’ reli umas folhas de uma novíssima edição do ‘pão com manteiga’ livro que comprarei depois de ler as ‘fantasia eróticas’ (estou para lá do meio da digestão) e surgiu-me a conjugação do verbo danar:
Eu estou-me nas tintas
Tu dás de frosques
Ele borra-se todo
Nós estamos cá mas é como se não estivéssemos
Vós não queríeis mais nada
Eles que se lixem.
para quando é o tal piquenique?
Ou jantar, ou saída, ou cafezada ou qualquer coisa?
(péssima)
sexta-feira, 29 de junho de 2007
"Calem-me a criancinha que não consigo mastigar"
Senti-me tocado e fiz uma revisão de vida. É que eu sou daqueles que levam os filhos aos restaurantes. Mais do que isso. Sou daquela classe que Miguel Sousa Tavares considerou a mais ameaçadora e aberrante: os que levam "até bebés de carrinho!". A minha filha de três anos já infectou estabelecimentos um pouco por todo o país, e o meu filho de 14 meses babou-se por cima de duas ou três toalhas respeitáveis. É certo que eles não pertencem à categoria CSI (Criancinhas Simplesmente Insuportáveis), já que assim de repente não me parece que tenham por hábito exibir a glote cada vez que comem fora - mas, também, quem é que acredita nas palavras de um pai? E depois, há todo aquele vasto campo de imponderáveis: antes de os termos, estamos certos de que vão ser CEE (Crianças Exemplarmente Educadas), mas depois saltam cá para fora, começam a crescer e percebemos com tristeza que vêm munidos de vontade própria, que nem sempre somos capazes de controlar.
O que fazer, então? Mantê-los fechados em casa? Acorrentá-los a uma perna do sofá? É uma hipótese, mas mesmo essa é só para quem pode. Na verdade, do alto da sua burguesia endinheirada, e sem certamente se aperceber disso, Miguel Sousa Tavares produziu o comentário mais snobe do ano. Porque, das duas uma, ou os seus pais estiveram 13 anos sem comer fora, num admirável sacrifício pelo bem-estar do próximo, ou então tinham alguém em casa ou na família para lhes tomar conta dos filhinhos quando saíam para a patuscada. E isso, caro Miguel, não é boa educação - é privilégio de classe. Muita gente leva consigo a prole para um restaurante porque, para além do desejo de estar em família, pura e simplesmente não tem ninguém que cuide dos filhos enquanto palita os dentes. Avós à mão e boas empregadas não calham a todos. A não ser que, em nome do supremo amor às boas maneiras, se faça como os paizinhos da pequena Madeleine: deixá-la em casa a dormir com os irmãos, que é para não incomodar o jantar.»
João Miguel Tavares
Jornalista
jmtavares@dn.pt
segunda-feira, 11 de junho de 2007
o meu dia não
Já aprendi isso ao fim de alguns anos. Quando começo a ficar neura ao domingo e a ser difícil levantar na segunda é sinal claríssimo de desmotivação, falta de pica, e isso é a morte. Mas vamos ter um pouquinho mais de paciência.
Só mais um bocadinho e tentar achar graça às guerras palacianas e pouco inteligentes, à falta de bom senso, à falta de graça dos colegas, ao escarro constante do chefe e sua preocupação com o tempo que faz no FDS, ao facto de todos nos acharmos constantemente mal pagos, a sermos poucos a fazer o trabalho de muitos, a trabalhar mal porque é a regra, a não lamber botas e a ter de aturar por isso....
Deixei uma tese de mestrado por acabar porque simplesmente me senti perdida a dada altura: já não fazia qualquer sentido o que estava a fazer. Agora (à excepão do odenado no fim do mês) estou na mesma.
Desculpem o desbafo.....
sexta-feira, 8 de junho de 2007
Balanço e baloiço
Os meus dotes culinários estão cada dia piores.
Continuo a correr para cima e para baixo, apesar de a casa ter elevador.
Apercebo-me que a percepção imediata que temos das coisas, nomeadamente das que nos estão mais próximas, é muitas vezes turva.
Há meses que estou para ir ao ginecologista.
A minha organização é cada vez mais desorganizada.
Tenho muita vontade de comer meloa e beber sumos verdadeiros de ananás.
Este ano voltamos a apanhar o avião para a Alemanha, for a change, e se nos der para aí, ainda mudamos de poiso.
Tive consciência outro dia de que algumas desvantagens, como a de não ter emprego e ser apenas trabalhadora independente, são afinal bens de primeira de necessidade (é redundante, mas é isso, ser-se independente).
Gostava de ter um cão. Nunca gostei muito de cães.
Cheguei à conclusão de que 60 por cento da informação é manipulação e 20 por cento entretenimento.
Engordo e emagreço a velocidades estonteantes.
Preciso de uma pausa.
A minha tensão é baixa. A intenção nem por isso.
Temos de retomar as tertúlias... um 'piquenique' na Gulbenkian.
domingo, 3 de junho de 2007
O que passou passou
Passou-me a vontade, muitas vezes. Passaram os prazos dos iogurtes que sempre se escondem nas costas do frasco gordo de mostarda. Passou de moda, de boca em boca, passou o inferno, o Algarve, a ponte, dos limites, se faz favor.
Uns passaram outros chumbaram, mas o meu companheiro safou-se e voltou a ter carta, finalmente, seis anos depois de conduzir sem papéis. Passou a dor de cabeça, a impressão no estômago, a tremura nos joelhos, a má circulação, o tempo de merda, o limite para entrega do IRS, o stresse, a promoção e eu caí doente na cama.
Tinha passado um mês a deitar-me diariamente - sem folgas - às 6h00 da madrugada, puxando pelo corpo que estava morto de sono e acabado.
Bem, vinha aqui dizer que voltei. Que estava à espera que passasse tudo isto e passou, e aqui estou. Parece mentira, se querem saber. Tenho aliás vontade de subir a uma romãzeira, aconchegar-me num galho forte, à sombra, e ficar a ver as migrações de pássaros, passarem (outro dia estive horas a ver o soalho, com menos interesse, admito, mas também vidrada).
Daqui a pouco virei falar do que agora parece que tem de passar, mas por enquanto ainda não é hora disso.
quarta-feira, 30 de maio de 2007
pseudónimos
quarta-feira, 23 de maio de 2007
Personagem 3
Fala mais alto do que necessário mas com isso sabemos sempre que está lá. Tem mãos sapudas e cabelo com gel, penteado todo a direito para tràs. Sorri quase sempre, um sorriso aberto, como o gato da Alice antes de devorar quem lhe passa a poucos metros de distância do seu ego. É óbvio que come as mulheres com o olhar, é notório que, em conversa de café se arrogará mais do que com o olhar. Deve também ele ter uma lista...
Manipula de uma forma que me parece óbvia, mas muitos caem na rede. É, não obstante, arguto e inteligente, rápido a pensar. Mas claramente detesta quando percebe que está a perder o pé. Aí dá um golpe de rins e inverte as posições - sempre com um sorriso. Gosta de estar a comandar e isso vê-se - é mais óbvio do que pensa...
terça-feira, 22 de maio de 2007
terça-feira, 8 de maio de 2007
domingo, 6 de maio de 2007
sexta-feira, 4 de maio de 2007
terça-feira, 24 de abril de 2007
Sobre a importância das coisas...
quarta-feira, 18 de abril de 2007
Personagem 2
Tem a seu cargo (expressão do próprio) a responsabilidade de manter a ordem e a calma no edifício, tarefa assaz difícil nos tempos instáveis que correm. Terá outras tarefas também, mas sabemos que são ultra secretas, disse-o à boca pequena a cerca de dez pessoas tempos atrás. Aliás, diz muita coisa digna de registo – abrimos até um livro branco para não nos esquecermos de tantas pérolas....
Encontro-o por vezes (sei que é um hábito) a passear-se por entre multidões de mulheres nas lojas apinhadas à hora do almoço, com visível prazer. Certamente em missões hiper secretas, no encalço de uma terrorista que procura nos cabides da zara o melhor trajo para servir de mulher bomba!
segunda-feira, 16 de abril de 2007
Personagem 1
Não é uma figura esfíngica mas podia ser feita de pedra. A cara é dura, como o local onde nasceu: árido, e fuma cigarros encostada à parte de trás do balcão com a mão direita por baixo do cotovelo esquerdo. Não sei se o pé encosta à parede como se estivesse à espera de cliente porque do lado de cá não se consegue ver para além da sua cintura, mas podia, sim podia...
Diz bom dia a quem entra, meio a contra gosto, sobretudo a estranhos (e para uma recepcionista de um edifício de escritórios de cinco andares quase todos são estranhos).
Arranco-lhe de vez em quando um sorriso – não menos incómodo que a sisudez da face – e até acho que eu não lhe desgosto. Sabe de todos, onde andam, com quem estão, a que horas entraram e saíram. Às vezes penso que é mesmo ela que manda nisto.
terça-feira, 10 de abril de 2007
Confissão
Já não tenho medo de ser mãe. Adoro ser mãe. Adoro as minhas filhas. Adoro a minha vida com filhas lá dentro.
Foi a decisão mais acertada que tomei em toda a minha vida.
Mimi
terça-feira, 3 de abril de 2007
De novo Daniela...
a Big Woman de volta. Desta feita na "1ª expedição feminina Ibérica à Antártida, rumo ao Pólo sul!!!!"
Uma portuguesa (a Daniela), uma espanhola, numa travessia intercontinental de skis, no continente Antárctico, com o objectivo de atingir o Pólo Sul Geográfico.
Ainda na fase de promoção e patrocínio é necessário dar visibilidade ao projecto. Vamos MMA's, uma mãozinha...
segunda-feira, 26 de março de 2007
sábado, 24 de março de 2007
O Mega-Bróculo
Há três dias que só penso nisto. O que dizem? Também é um bom princípio de argumento para a BD (O Bróculo Divino).
VW
sexta-feira, 23 de março de 2007
Feira da Ladra Alternativa
quarta-feira, 21 de março de 2007
terça-feira, 20 de março de 2007
Ontem vi uma andorinha
Coisa em várias frentes.
É que podia ser coisa aqui ou ali mas não, é coisa em tudo à minha volta.
Sinto-me assim como personagem de telenovela venezuelana a passar em sentido contrário ao enredo normal (uma coisa no ecrã).
Primeiro foi o Natal, lá em casa, muita gente, muita prenda a fazer (porque eu sou daquelas que não compra nada feito), muita comida, muito trabalho, tanta coisa que se repetir a coisa é porque perdi a sanidade de vez.
Depois resolvi presentear-me a mim mesma, e sem a ajuda de ninguém a não ser de alguma intervenção divina desconhecida, com uma coisa chamada puzzle (3000 peças que acabei de montar anteontem).
Misturada com a passagem de ano a ideia-necessidade-hipótese de mudar de casa, assim tipo cocktail em shaker. Seguiram-se vinte dias de consultas coisa, visitas coisa, desesperos coisa. Claro está que a vivenda envidraçada sobre o rio não estava ao meu alcance, mais uma coisa da vida! Seguiu-se uma mudança custosa que me deixou de rastos e que implicou um mês sem internet por culpa dos coisos que andam por aí a dizer que aparecem e depois afinal não aparecem e quando aparecem nós não podemos aparecer.
A gata decidiu estranhar a nova maison e vai daí que desatou a fazer coisas húmidas em tudo o que é edredão, cobertor e coisas almofadadas, repetidamente.
Ao mesmo tempo o meu filho mais velho está a ficar coiso, isto é: não é carne nem é peixe, é uma mistura dos dois assim tipo ar de frango com cheiro a bacalhau. A única coisa que me consola é saber que esta aversão à água vai ser substituída por um excesso de higiene assim que ultrapassar a fase inicial da adolescência. E que chata que é esta coisa da adolescência, dolorosa para todos. Faz birras de choro porque o irmão mais novo reclamou um brinquedo que lhe pertence por direito e manda-nos boquinhas de comparação comportamental. Claro que tenho de usar o poder maternal: – Mas que coisa, afinal quem é que manda aqui?!
O meu filho mais novo também anda com as ‘coisíces’ típicas dos 7 anos. Já não é bebé, diz-se responsável para ir ao jardim jogar à bola e não precisa que a mãe o vá guardar por outro lado quer que o leve para a cama ao colo depois de adormecer no sofá a ver desenhos animados. Nesta altura sai-me sempre um: – Mas que coisa, ãhn!
O marido reclama coisa e tal mas como a coisa não dá para tudo vai ficando com tons de amuamento amarelado.
Eu… Bem eu já não digo coisa com coisa (daí este título) por isso vou deixando passar assim como quem não quer a coisa, pode ser que esta coisa passe…
por péssima
quinta-feira, 8 de março de 2007
Dia da mulher
Dia da mulher levantar a colher e sair para a rua a dizer
Hoje é o meu dia!
Hoje já acordei o filho, o pai
Fiz o primeiro repasto lá pelas 8 da matina
Já conduzi o filho e o pai
Já fiz 40Km e duas horas de repartições públicas de manhã
Engoli um cachorro e sorvi uma sopa
Estive a bulir mais 5 horas em frente a um monitor
Já fui buscar o filho
Já dei banho ao filho
Liguei a máquina de lavar a roupa
Estou a aquecer o forno para fazer o jantar
Para comer e dar de comer ao filho e ao pai
E espero adormecer lá para as 21h30m
Porque o corpo não tem aguentado muito mais
VIVA O DIA DA MULHER! VIVA!
quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007
PQP & Mr. Hyde
A malta que vende coisas, claro, adora.
E então desatam a publicitar as merdas inúteis que nos querem impingir.
E então é impossível ignorar que hoje é Dia de Qualquer Coisa, PQP.
Estava eu sossegadinha a ler o jornal e aparece-me uma página inteira de PUB ao dia PQP que hoje se comemora, vende, ou coisa do género. E, claro, lá vem a estúpida sugestão do costume da oferta do livro de cozinha. Pode argumentar-se que esta também pode ser uma prenda dela para ele, ou que o livro servirá para preparar um belo jantar romântico num qualquer dia que não este. Mas, francamente... o PRÓPRIO livro é idiota: "Donas de Casa Desesperadas - O livro de Cozinha". Pffff... Adiante.
Demonstrando agora a minha condição humana, logo contraditória, um episódio da vida real para derreter o coração mais empedernido (o meu, por exemplo). Como estou farta de contar, engravidei da MB (e da ML) sem querer. No primeiro mês ainda ignorava a minha nova condição, dado que não só achava que estava protegida pela pílula como ainda por cima tive uma hemorragia que pensei ser a menstruação. E serve este preâmbulo para explicar que foi o ginecologista quem determinou a data provável da concepção. Veredicto: 14 de Fevereiro de 2001. E eu gosto de acreditar que sim.
Imagem emprestada daqui
quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007
Bom título...
"AS MULHERES DESEQUILIBRADAS SÃO MAIS INTERESSANTES"
que me levou a ler uma deliciosa entrevista a António Maria Pereira, advogado, na Sábado desta semana.
Entre várias histórias bem-dispostas, deixo esta: "Uma vez fomos a Genebra para uma reunião com autoridades africanas. O ambiente era muito formal e sério. A certa altura, Mário Soares, para quebrar o gelo, contou uma história linda: estava em campanha no Alentejo e começou a pegar em crianças ao colo. De repente tentou levantar mais uma e não conseguiu. Era um anão!"
ehehehehehehehe!
terça-feira, 6 de fevereiro de 2007
"Multidão Instantânea" pelo SIM no Chiado!
Esta "multidão instantânea" irá realizar-se HOJE DIA 6 DE FEVEREIRO, 3ª FEIRA, e funcionará assim:
1) Traz 1 FOLHA DE PAPEL A4 e 1 CANETA.
2) Aparece no LARGO DO CHIADO (à frente da Brasileira, saída do metro Baixa-Chiado) ALGUNS MINUTOS ANTES DAS 19H00. Fica por ali, discretamente, como se estivesses à espera de alguém.
3) Quando o relógio do edifício FIDELIDADE MUNDIAL (o prédio que se vê logo em frente quando se sobe as escadas do metro, onde está neste momento uma exposição de José Loureiro) assinalar as 19H00 EM PONTO, DIRIGE-TE À ZONA DO PASSEIO EM FRENTE AO BANCO BPI.
4) TIRA A FOLHA DE PAPEL E A CANETA E ESCREVE "SIM" NO PAPEL EM LETRAS MUITO GRANDES. Escreve de forma a dar nas vistas (de gatas no chão, contra uma parede, contra as costas de um/a amig@), para despertar a curiosidade d@s transeuntes.
5) Quando acabares de escrever, LEVANTA A FOLHA E MOSTRA-A A QUEM PASSA DURANTE 30 SEGUNDOS.
6) Arruma a folha e DISPERSA DE IMEDIATO.
No total, a "flash mob" dura apenas 1 minuto, aproximadamente.
São esperad@s dezenas de participantes na "multidão instantânea", portanto vale mesmo a pena entrar nesta acção inédita, simples e também divertida!
Participa - um minuto pelo SIM não custa nada!
segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007
domingo, 4 de fevereiro de 2007
Sim, é fazer as contas...
Hoje resolvi navegar na net, à procura de um qualquer biscate que me permitisse, sei lá, o luxo de contratar uma mulher-a-dias. E encontrei algumas extraordinárias ofertas de trabalho neste nosso minúsculo Portugal...
Profissão: AJUDANTE FAMILIAR (M/F)
Horário: DAS 08H AS 16H DAS 16H AS 24H
Descanso Semanal: A COMBINAR
Conhecimentos Profissionais: A EMPRESA PRETENDE PESSOA COM OU SEM EXPERIÊNCIA PARA FAZER A HIGIENE DOS UTENTES E LIMPEZAS, "A EMPRESA PEDE PESSOA COM GOSTO PELO TRATAMENTO DE IDOSOS, COM FORTE HUMANIZAÇÃO, INTERESSADA E MEIGA"
Tipo de Contrato Oferecido: Temporário
Duração: 6 (meses)
Trabalho a Tempo: Completo
Remuneração oferecida: 403 Euro
Anham... Esta empresa quer alguém "humano, interessado e meigo" para tratar de idosos e fazer limpezas (o que para este empregador deve ser exactamente a mesma coisa), em horário completo, com contrato de 6 meses e provavelmente a trabalhar também aos fins-de-semana. Em troca oferece o muitíssimo humano e interessante ordenado de 403 euros (os 3 euros é que fazem a diferença, claro) por mês. Será bruto ou líquido?
O mesmo ordenado, 403 Euros, é oferecido a uma engomadora, que trabalhe com contrato a termo, das 9H ÀS 18H DE 2ª. a 6ª. FEIRA e, pasmem-se, que tenha carta de condução de ligeiros (suponho que pague a carta, o carro e a gasolina com este brilhante ordenado).
A uma esteticista com experiência, a tempo inteiro e com contrato permanente já pagam (UAU!) 550 Euros.
Uma COSTUREIRA para TRABALHO EM SÉRIE (M/F) poderá, trabalhando entre as 8H30-12H30 e as 14H-18H, com contrato de 6 meses, ter no fim do mês 405 euros no bolso, mais 2 euros(dois!) por dia de subsídio de refeição. Com sorte, caso nenhum dos 10 filhos adoeça, poderá ainda contar com um PRÉMIO DE ASSIDUIDADE DE 46 EUROS (e o prémio será semestral ou mensal?).
Enfim...
O que dizer destes salários? Como fazem estas mães para dar o mínimo dos mínimos aos filhos? Como é que conseguem alugar uma casa, comprar comida, roupa, material escolar? Como?
Não gosto da discussão em torno do aborto. Não gosto mesmo. Para mim um feto de 10 semanas é vida e disso não tenho dúvidas nenhumas. Ponderei fazer um aborto. Esta confissão custa-me: sinto-me culpada só por ter posto esta hipótese. Não fiz e ainda bem. Hoje dificilmente faria um aborto, mas tremo só de pensar nas consequências doutra gravidez não planeada.
Não gosto da pergunta do referendo. Mas desejo ardentemente que qualquer mulher possa, em consciência, decidir se pode ou não ser mãe. Ou se acode aos filhos que já tem ou aos outros que ainda não nasceram. É por isso que apelo ao voto no SIM no referendo do próximo fim-de-semana. Não é esta a minha solução. Nenhuma mulher com um contrato a termo e 400 euros no bolso pode decidir EM CONSCIÊNCIA se pode ou não ter um filho. É demasiado miserável. Não é esta a minha solução, mas é que temos disponível.
Desejo ardentemente que o Estado páre de distribuir subsídios a torto e a direito e que pergunte a cada mulher com um filho no útero com ou sem 400 euros no bolso se quer ou não prosseguir a gravidez. Quer? E se quiser, pode? Não pode? Do que precisa? Alguma coisa que o Estado possa dar? E tem noção do que é ter um filho? Sabe que pode chorar 4 meses seguidos, dia e noite, sem aparente explicação? Esta última pergunta (e as outras também) são feitas na Alemanha, país com falta de meninos e meninas, em TODAS as consultas de pré-natalidade. Na Alemanha, que se debate com o mesmo problema de envelhecimento da população, o Estado quer ter a certeza de que as pessoas SABEM o que é e PODEM e QUEREM ter um filho. Mas isso é na Alemanha. Por aqui resta-nos escolher, por enquanto, entre um SIM e um NÃO.
quarta-feira, 31 de janeiro de 2007
Eu quero fugir de casa...
Mas não.
Do alto dos seus dois anos e meio a L disse, com a clareza de palavras que lhe assiste e que muito nos orgulha: Não quero ir para casa, quero fugir de casa!
Contextualizemos: a opção era ficar dentro do carro, à porta de casa, a acabar de ouvir o CD da carochinha lá pelas 20h30, ainda sem banho e jantar... Era mesmo teimosia, vincada por aquelas palavras que ela ouviu sei lá onde (estou sempre a ficar surpreendida) mas devo dizer que, passada a enorme gargalhada que dei, espontaneamente, tudo aquilo me pareceu muito mal...
Primeira Vez
(Pelo meio, olhei de esguelha para a ML, cara de amuo como quem diz "pois, quando é comigo já não ligam nenhuma")
Já repararam que a maternidade multiplica as hipóteses de voltarmos a sentir a emoção da primeira vez?
terça-feira, 30 de janeiro de 2007
segunda-feira, 29 de janeiro de 2007
I.V.G.
A vida pouco lhe sorriu. Foi mãe aos 14 anos, fruto de violação. Acabou por casar com outro homem, por conveniência, com quem viveu até ao fim, até ao último sopro.
Aos 33 já tinha 4 filhos e uma vida de trabalho na casa de um dos Sirs que começaram a colonizar o Algarve há uns 40 anos. Essa primeira moradia, construída perto de Lagos, tem court de ténis, piscina, vinha, e muitos metros quadrados de jardim. Uma das salas é maior que o meu T3 e a casa de banho “dos senhores” (como a eles nos referíamos) tem cerca de 30 metros quadrados com uma vista soberba sobre a Meia-Praia. Além dos 4 ou 5 quartos na moradia principal ainda contempla mais 3 alojamentos, um para o filho único, onde fica quando vem de Inglaterra, sozinho ou com os amigos e outros 2 para os criados (a minha tia viveu sempre num deles: sala, cozinha, WC e 2 quartos).
Muitas vezes, e eu era pequena nessa altura, assisti aos preparativos dos jantares que davam, com direito a usar faqueiros de prata e tudo! Para terem uma ideia, a família real passava lá férias. Não sei se ainda assim é.
Curiosamente, na casa da minha tia a comida nem sempre chegava para todos. Digamos que os patrões não eram muito “mãos largas” ao final do mês. Diria mesmo que eram “mãos de vaca”!
Mas voltando ao início...
As imagens que em catadupa nos enchem a memória nestas alturas, e num exercício colectivo com os meus primos, ninguém se lembra de vê-la a carpir-se do que lhe saiu em sorte.Talvez lhe tenha valido um espírito muito infantil que soube conservar e muita fé. Para não questionar o porquê das coisas. E acreditem que esta nada tem a ver com aquelas situações em que depois das pessoas morrerem só nos lembramos das coisas boas e tendemos a esquecer as más. A gargalhada dela era mesmo presente!
Pela fé dela, pelo amor que todos lhe temos, juntámo-nos novamente ontem, pela missa de 7º dia, numa igreja de Lagos.
Reencontrei todos desfeitos ainda. A missa até foi leve, com o coro de jovens a dar um ar mais animado à coisa. No sermão, o padre lá faz referência ao aborto e toca de ler Jeremias e mais a consagração de Jesus ainda no ventre da mãe, para dizer que temos que votar “Não” em Fevereiro, porque a concepção do homem já é obra e vontade de Deus. “Ok” - pensei eu – “Segue em frente...” Apesar da ‘politiquice’, não é novidade que os padres façam referência ao tema, apesar de não concordar com a atitude.
A missa continuou e os temas mudaram para o amor, para a caridade. Mais uns cânticos e aqueles 60 minutos iam chegando ao fim. Foram referidos os nomes das pessoas que tinham morrido, o da minha tia foi o primeiro a ser invocado, com a nossa natural comoção. Para crentes e não crentes, o certo é que todos nos sentimos mais reconfortados e próximos, uns dos outros e da tia/mãe/avó/bisavó que já não temos por perto para receber um colinho.
Eis senão quando, no “ide em paz” o padre anuncia que vai falar uma pessoa, pertencente a um Movimento pelo Não à despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez!
Fiquei em estado de choque. Da terceira fila tive que levar com o senhor, a falar a partir do púlpito sagrado, sobre a aberração que seria, o Estado financiar com o dinheiro dos contribuintes a solução “asséptica” do aborto. Que esta não é a solução “para ajudar as mães que querem ter os seus filhos” – e estou a citar! E que para fazer a campanha pelo Não, o Movimento ia realizar um jantar nessa noite para a angariação de fundos. Nós fomos brindados com o convite na primeira pessoa!
Pensaria ele que na esfera do "a vida continua" eu iria ao jantar nessa noite? E lá por estar na casa de Deus, todos sobem ao púlpito para 'formar' opiniões e pedir esmola? É que eu já tinha ouvido o inevitável sermão e dado o meu contributo para os tradicionais cestinhos que fazem a ronda pelos presentes. Mas este (novo?) modelo, para mim, é, no mínimo, chocante!
Pelo direito à indignação. Pelo choque. Pela morte da minha tia. Tive que digerir todo este episódio com as MMÁS que me estiverem a ler... ainda!
terça-feira, 16 de janeiro de 2007
segunda-feira, 15 de janeiro de 2007
Nunca mais...
segunda-feira, 8 de janeiro de 2007
Foi num domingo à tarde...
Are you talking to me?
Are you talking to me? Aquela imagem do De Niro em frente ao espelho ficou-me cravada à primeira. Depois descobri porquê. É que a cena repete-se vezes sem conta na vida real.
Voltei a vê-la esta sexta-feira, na ocasião mais insuspeita do mundo: na aula de ballet das minhas filhas!
OK, eu explico. Mudei de casa e, por arrasto, as crianças mudaram de escola de ballet. Estão há já mais de um mês numa associação desportiva mesmo ao lado da nossa casa. Normalmente é o pai que as leva. Ou seja, entrega-as e vai buscá-las. Desta vez fui eu e pedi para assistir à aula. Eu própria fiz ballet e queria controlar (é mesmo essa a palavra, controlar) a técnica da professora. Ela lá acedeu, depois de uma tentativa falhada para me convencer que faria uma apresentação para os pais.
Sentei-me e fiquei a observar as 12 miúdas, umas mais cor-de-rosa do que outras. Reparei imediatamente na cumplicidade de um grupinho alargado - eram as miúdas do bairro, obviamente amigas desde o berço. Ar de rufias e com a histeria própria da idade. De fora do grupo ficavam apenas as minhas filhas, uma aluna nova e uma outra linda de morrer. Cabelo preto, olhos claros, pele muito branca, cara de boneca.
A aula estava a correr bem - a professora insistia muito na postura ("barrigas para dentro, costas direitas"), coisa em que insisto eu também. Às tantas, propõe um exercício em frente ao espelho. E enquanto está a colocar as alunas de forma a que todas se vejam, reparo numa desinquietante cena. Na primeira fila, a rufia-mor provoca a cara de boneca. "Estás olhar para mim? Estou a falar contigo! Estás a olhar para mim?". O tom era cada vez mais agressivo. A cara de boneca estava com o olhar vidrado, sem se mexer, sem responder à provocação, tentando olhar para sítio nenhum. Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. A cena acabou com o regresso da professora à primeira fila.
Fiquei realmente parva com aquilo. Estava eu preocupada com a competência da professora e afinal o perigo escondia-se noutro lado. Quem diria que aquela nuvem cor-de-rosa albergava um bando de miúdas maldosas? Durante o resto da aula, a Jessica (assim se chama a chefe do bando) foi ameaçada umas 10 vezes pela professora: "olha que desta vez estou a falar a sério, Jessica! É hoje que te ponho na rua!". Incrível! Numa aula de ballet? Extraordinário!
No final, comentei o caso com a professora, que se desculpou dizendo que as miúdas se estavam a exibir porque havia uma mãe a assistir. Insisti: a tal Jessica esteve a aula inteira a gozar e maltratar a pobre da cara de boneca. E as outras a funcionar como coro. Atenção, pedi.
Cá fora estava o pai da cara de boneca à espera. Sorridente, bem vestido, bom aspecto, sotaque francês. Ignorava em absoluto o que se tinha passado lá dentro. Senti-me mal. O pai a pensar que estava a oferecer aulas de ballet à filha, quando na verdade lhe estava oferecer 3/4 de hora de bullying. Então sorri muito à miúda, apresentei-lhe as minhas filhas, disse-lhe que era muito bonita e que dançava muito bem. Ela sorriu, de sorriso aberto. Ufff! Alívio. As minhas filhas ajudaram e começaram a falar com ela. Já vestidas, despediram-se como se fossem grandes amigas. Fiquei com a esperança de que ali se estivesse a formar novo grupo que conseguisse combater o ódio do grupinho já formado onde intrusas são mal recebidas.
Num plano paralelo, a professora dizia à avó de Jessica: "olhe que ela voltou a portar-se muito mal". Como resposta recebeu um risinho da avó e um "a minha Jessica é uma malandra".
A caminho de casa, insidiosamente, insisti que a Luísa (era esse o nome da cara de boneca) era linda, linda e que dançava muito bem, e que a Jessica era muito chata e pirosa, não fossem as minhas filhas querer juntar-se ao bando de malfeitoras cor-de-rosa.
Estou a ficar sentimental, ou hippie, ou qualquer coisa do género. De repente acredito que o ódio se combate com amor.
sexta-feira, 5 de janeiro de 2007
TODOS À CASA
segunda-feira, 1 de janeiro de 2007
Pop
"(...)
Não sei o que fazer aqui,
Não sei o que será de mim,
Estou preso neste elevador!
(...)"
Isto é uma posta de uma música de uma banda portuguesa de quem muito gosto, e que me surgiu assim de repente na cabeça. Não é nenhuma mensagem de ano novo, descansem. Mas hoje, primeiro dia de 2007, estive basicamente sem paciência nenhuma para uma série de coisas, nomeadamente, para o facto de aquele refrão lá de cima bater um tanto certo. Nunca se sabe se não invento uma Pensão em Sagres e me faço à falésia. A Pensão da Vagina!
O meu horóscopo para 2007 é promissor (disse-me a minha mãe que é uma mulher de muita confiança) .