2024-12-25

O último Natal em Sião

 


 

Não, hoje não haverá árvore de Natal;

Apenas loucos que se julgam mal.

Também não haverá bolo-rei;

Disso estou certo, sei o que sei.

Acordai zombies que assombrais o mundo!

Apesar de tudo ainda podeis acordar,

Bem antes de cairdes no fundo!

Ou no fundo já estamos, e isto é o inferno!

Mas quero ser suave e terno,

E denunciar tudo em palavras de veludo,

Que isto é palhaçada, de alguém que quer tudo!

Porque te espanta tanta hipocrisia,

Se tu alimentas no dia-a-dia?

Palavras lindas, suaves, quase amor,

Mas tão amargas, tão cheias de horror!

Ovelha negra num papel melhor,

Rebanho que não pensa, tão sem amor.

Que importa que morram milhões?

É tudo pelo preço certo,

Pago em ouro, prata e meia-dúzia de tostões!

Desejos de macaco louco, que quer tudo!

Civilização de pantomina, símio entrudo!

Deixem-se dessas coisas nobres, das virtudes,

Porquê prosseguir, ser melhor, porque te iludes?

Tu ainda sonhas? Gastas o teu tempo...

Come mel no deserto, sai daqui, antes que percas o alento.

Nada, mesmo nada consegues mudar, nesta representação.

Vai para longe deste drama, teatro da maldição.

Baixa a voz, não te transformes em exemplo, que clamarão por bandido!

E como da outra vez, e quantas forem precisas, a ti a crucificação!

A seguir a te enterrarem, elogiar-te-ão, felizes que tenhas ido!

É sempre assim com estes incubos, filhos de Satanás,

Sim, para eles, é melhor que não voltes e para sempre te vás...

Hoje, eu sei, não faz sentido, não haverá Natal, 

Que está tudo perdido, consumado o mal!

2024-04-06

Pró Inferno

Foto de Jr Korpa na Unsplash
 
 
Aos pobres as migalhas,

As promessas falhas,

Entregá-los à sua sorte,

Conduzi-los à morte!

Dizer-lhes que é seu destino,

Vaguear sem tino,

Numa existência sem sentido.

Ou dar-lhes um, em nome de Deus!

O paraíso que aqui poderiam ter tido,

Adiado post-mortem até aos céus!

Ei-los ignorantes e carentes,

Pobres sem dentes,

Em gestos agrestes e bouçais,

Parecendo verdadeiros animais.

Massas de humanidade, 

Habitantes arrebanhados na cidade,

Comedores inúteis por acabar,

Que se a morte não os levar,

Hão-de pastar até morrer.

Que tenham decência,

E morram com urgência!

 

Criados para os deuses servir,

No papel que a eles lhes convir.

É preciso salvar o planeta,

E a nau catrineta,

Ou outra qualquer treta!

É preciso deixar de poluir,

Parar a temperatura de subir,

Em cada ano parar a subida do mar!

Os deuses preferem o gelo,

O coração não têm onde metê-lo,

Desconhecem o amor.

Querem acabar a esperança,

De um mundo melhor,

De uma pequena bonança,

Semear o medo, o desconforto.

Pandemia anunciada,

De que é melhor a vacina,

Antes do que acabar morto!

E se morrerem à mesma, é sua sina!

Tiveram imenso azar...

Não eram para ficar.

 

Oh Sim é este o mundo louco,

Que nos querem deixar!

Bando de psicopatas em cavalgada

De juízo têm pouco

Ou nada!

E na sua loucura, 

Acham-se deuses na altura,

Todo poderosos e eternos,

Arrogantes assim,

Que acham não ter fim!

Poderá este bando degenerado

Deixar-nos em sossego, de lado?

Criaturas de sangue frio,

Coração gelado,

Que a cada passo noticio!

 

Porque não morreram a seu tempo,

O dos monstros dinossauros de grande dentes?

E se fazem agora de todo presentes,

Abominação, cheios de alento!

Decididos a governar o mundo inteiro

Com altas somas de dinheiro!

 

Ei-los por aí sem medo, nem temor!

Que o Diabo os carregue por onde for,

Que os leve consigo e lhes dê guarida,

Lugar de terror de onde não haja saída!

2024-01-09

Não passarão!

 

Foto de Jack Skinner na Unsplash


Ouço os cães pela madrugada.

Aguardo a sua chegada,

Nas mãos o bastão para os acolher,

Partir os dentes, fazer doer!

Deixai-os vir, raivosos.

Parados, de pé, fazemo-los nervosos.

Espumam pela boca a sua raiva.

Estão loucos, mas não há quem saiba,

Que a morder, morderão em vão!

Não tenham medo companheiros,

Depois dos cães, chegaremos aos donos matreiros!

Irão provar a justiça de Fafe,

E que nenhum deles escape!

Basta de tanta iniquidade, exploração.

Viva a liberdade! Não passarão!


2022-05-29

Não irei sem luta


Photo by Cherry Laithang on Unsplash 
 

Ao vento norte,

Faço-me forte!

À chuva bravia,

Adejo a minha alegria!

Na borrasca do temporal,

Rio de todo o mal!


Que haja doença e fome;

Qual for o anjo negro que me tome,

Não irei sem luta, sem pugnar!

Mesmo que tal anjo maldito,

Ensurdecido por meu grito,

Acabe sempre por ganhar...

2022-01-17

Maldito

  

Photo from Tom Barrett on Unsplash

Maldito sou:

Maldito por saber demais.

Maldito por saber de menos.

Sempre Maldito.