terça-feira, 15 de dezembro de 2015

eu terminei a via crucis do corpo de Clarice,
embora a minha própria ainda não. 

e nem pretendo terminar...

eu tive febre a madrugada de domingo
e a segunda toda,

tristeza me dá uma febre aguda 
e bem teimosa de passar,
saudade também...

viver tem sido isso;
uma febre teimosa de passar.

eu comecei a ver um vídeo,
desses de Facebook,
que falava sobre como manter um relacionamento longo e feliz,
baseado no que o cara chamou de "método do respeito", ou coisa assim...

me enchi de um orgulho besta, por não acreditar em manuais de autoajuda,
vai que funciona... 

não teria mais nada que escrever sem esses meus amores falidos...

não que eu queria ter o que escrever também...

na verdade tanto faz.

ter o que escrever nunca serve pra muita coisa mesmo.

a questão é que o vídeo era um saco,
e eu tomei um puta banho frio
e a febre ainda não passou. ela nunca passa.

paciência...

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

os livros atrasados da biblioteca,
a porta quebrada da sala 7 na escola,
a minha janela aberta,
os carros
e a chuva
que molha dentro e fora...

teus olhos de engolir paisagem,
olhando por trás da minha nuca,
meus dedos cumpridos
de unhas ruidas,
roendo tempo por detrás da tua nuca. 

tudo é verso a me escrever e esquecer.

tempo a me diluir
e secar.

gosto de fim na ponta da língua,
gozo
e  choro 
quentes
no canto da tarde.

amor, é só outro verso a escrever e esquecer.