domingo, 26 de outubro de 2014

sábado, 20 de setembro de 2014

vamos tentar sofrer menos,
por um instante ou dois, por favor...

eu ainda me sinto idiota. é uma condição quase que permanente 
e de algum modo me conforta admiti-la. 

a conclusão até aqui é, por tanto:

não há o que fazer.

soframos menos, então.

sim, sim... bem menos (por um minuto ou dois).

sábado, 16 de agosto de 2014

navegante


         sábado, 26 de janeiro de 2013

eu continuo aqui, a deriva de mim.

o barco do que sou, navega

pelo mar de mim,
e só de mim.

todos os outro  já deixaram o porto,

todos os outros já naufragaram mar a fundo,

todos os outros já navegaram

e afogaram mar e vida.

todos os outros...


eu não.


permaneço aqui a deriva de mim,

e só de mim.

o barco do que fui

me navega,
e afoga.

todos os outros já se foram...


todos os outros já navegaram  tempestade,

todos os outros foram navios piratas, cruzando oceanos.

todos os outro  já deixaram o porto,
todos os outros já naufragaram.

todos os outros já se foram...


todos os outros, não sou eu.

o barco do que sou 

me navega
e apenas navega.

o barco do que sou ...


também já se vai.

domingo, 15 de junho de 2014

caos calmo

15 de junho de 2014

(sobre ter parado de escrever)

nos últimos tempos tenho me sentindo desleixada e improdutiva,

não que ser produtiva, ou qualquer coisa assim,

me interesse muito. não interessa.

o meu cabelo cresceu,

os óculos já não são os mesmos,
as calças,
camisa
jaqueta,
quarto e telefone...

parede,

rua,
caderno

e poemas...  nada me é estático.


não há nada mais banal do que ir ao banheiro a noite,

dar descarga
voltar para cama,

tomar café


ligar e desligar o computador,


escrever


e dormir...


o que temos fora de toda essa banalidade?


nada a que se agarrar ou soltar.


uma vida que tem se resumido a deixar poemas por terminar,

cinzeiros
leite
café
George Mead (fui muito bem nas provas, obrigada)
e programas ruins de domingo...

uma vida que se resume a qualquer coisa 

que no fundo não me interessa.

parede,

rua,
caderno

e poemas..


nada a que se agarrar ou soltar.  saltando em 3,2, 1... 


tomar café


ligar e desligar o computador,


escrever


e dormir... 


o que temos fora de toda essa banalidade? 


sei lá...


tomo café com leite

e escrevo isto,

com  uma esperança boba  de que faça sol pela manhã 

e chova um pouco a tarde. 

mais que isso é bobagem. 


entende o que quero dizer?

quinta-feira, 13 de março de 2014

azulejos azuis

os azulejos no banheiro,
as cortinas brancas da sala,
o barulho de construção, nos fundos da casa,

e o silêncio, de qualquer coisa, a se quebrar
verso depois
de verso...

escrever sempre foi um soco
na minha própria  cara. de outro modo não teria porquê escrever.

espero que não me entenda mal
mas também não espero que me entenda tão bem assim.

entender é sempre um tanto limitado.

e eu escreveria um livro inteiro
só com as coisas que me fogem da percepção.

isso, se escrever fosse realmente algo relevante pra mim... mas não é.

eu lembro do mar,
da janela do ônibus,

meia duzia de sorrisos,
e outras tantas coisas mais... 

eu não me lembro de mim. 

as tardes vazias,
a biblioteca,
a tela,
e o branco,

o  tédio,
o sono
e o sonho.

eu só me lembro de mim.

tem uma casinha branca,
com azulejos azuis,
prateleiras 
e silêncios, esquecida em algum canto de mim.

tudo o que eu deveria escrever.

muito além do soco 
ou
da cara amassada.

eu espero que passe bem.

eu sei que eu, passo.

azulejos azuis...

domingo, 26 de janeiro de 2014