Resumo da minha história

Ser mãe pra mim sempre foi um desejo muito presente: ainda adolescente eu já pensava num futuro conhecer alguém especial, casar e ter filhos ( sim já assim no plural!). Em 2009 este desejo se tornou realidade, casei e com muito amor decidimos logo ser o momento de aumentar a família. Fiquei quase um ano tentando, e ao mesmo tempo me preparando para o dia que chegasse o meu positivo. Li muito, troquei experiências e aos pouquinhos fui entrando neste novo mundo MATERNIDADE! Sim, existe uma grande diferença entre a maternidade da vida real e a que a gente imagina, a começar com a ideia que era só querer engravidar e tá lá o positivo no final do mês. Mas pra mim o positivo veio então após um ano, e foi super comemorado, aliás toda gestação foi uma benção, e em fevereiro de 2011 veio ao mundo a Raquel ( de parto cesáreo pois na maternidade da vida real nem sempre se consegue o tipo de parto que se quer!). Este primeiro momento em que “nasce” uma nova mãe também é cercado de mitos: não, o dia que o bebe nasce não é o dia mais feliz da sua vida: você tá inchada , cortada, enjoada, com dor, com sono...você não se apaixona pelo bebe instantaneamente, ele não sabe mamar e nem você sabe como ensina-lo. Felizmente todos estes percalços passam, a gente vai aprendendo, se conhecendo e a maternidade começa então a se transformar em algo parecido com o que se sonhou. Tanto que quando a Raquel completou 18meses, já fomos iniciando a operação bebe parte 2 e desta vez o positivo veio no primeiro mês. Eu achei que na segunda gestação tudo seria mais tranquilo, mas o destino resolveu dar mais uma grande volta. Quando estava gravida de 35semanas, meu marido foi diagnosticado com câncer de pulmão estágio IV, sem nenhuma esperança de cura. Naquele momento crescia em mim dois sentimentos: a vida e a morte – a dádiva e o luto. Eu rezava para o bebe não nascer ainda, por que queria estar em condições mínimas para acompanhar e apoiar meu marido em inúmeros exames, consultas, biopsia e esquema de tratamento...Este desejo foi atendido: me vi com 40 semanas de gestação na frente do oncologista tentando entender o que estava acontecendo e o que iria acontecer... Neste meio tempo descobrimos também que a bebe tinha um problema na formação de um dos rins, e devo confessar que a tempestade era tanta que isso foi só uma gota a mais no meu oceano de medos... Meu estado emocional estava péssimo, tudo que eu queria era meu marido ao meu lado no parto e com a proximidade do início das quimioterapias e eu já passando das 40 semanas e nada de entrar em trabalho de parto, acabei marcando a cesárea: veio ao mundo a pequena Beatriz! Ai vem novamente em dobro todos os motivos para avaliar aqueles dias como os piores da minha vida, pois além de todos aqueles inconvenientes do pós parto, estava sem meu marido - que 3 dias depois do parto já começou a quimioterapia e ficou muito mal com efeitos colaterais - tive mastite, e ainda começar a investigação do problema renal da Beatriz... Na noite que cheguei do hospital, eu e meu marido choramos juntos muito. Eu queria sumir! Mas sobrevivi! Fomos todos pra guerra: eu me recuperei fisicamente, com 2 meses a Beatriz foi operada - retirou o rim e resolveu o problema, quanto ao papai as quimios deram resultado no controle momentâneo da doença... Essa trégua serviu para a maternidade novamente mudar o seu sentido: tantas coisas pequenas já não tinham importância, vivíamos o dia de hoje, as conquistas do momento, e o que para mim é o mais lindo: ver nascer um amor entre irmãs... Eu sabia que a trégua não ia ser longa, o câncer voltou com força, eu me vi aprendendo a dizer adeus dia após dia...Até que o derradeiro adeus chegou e ai tive que viver talvez uma das experiências mais tristes da maternidade: deixar a própria dor de lado e dizer a um filho que o pai morreu e depois a cada dia ir reestruturando o conceito de família... deixar de ser mãe e renascer como ‘pãe’ (pai + mãe). Hoje a Raquel tem 5 anos, e a Beatriz 3 anos, já faz mais de um ano que sou a “pãe”, por muitos momentos quase enlouquecendo criando estas duas pitocas sozinha ( não é moleza!) . Com certeza isso não estava nos meus planos, mas toda esta experiência meu deu muita força, aprendi a aceitar que a vida é assim, a gente não tem controle de muita coisa, e só nos resta aceitar e ser feliz no hoje. Sou feliz com cada sorriso a mim direcionado pelas minhas filhas e este amor maior do mundo que é bom demais!

Meu sonho se foi...

2015 se foi e eu nem apareci por aqui no blog e tem uma explicação: o nome do blog é minhafamiliameusonho e este ultimo ano o meu sonho teve que ser completamente reconstruido. Na minha ultima postagem falei sobre o inicio da quimioterapia, que meu marido seria submetido, mas desde o diagnostico sabíamos que seria paliativa pois o câncer estava já num estagio bem avançado. 2013 foi um ano de grandes alegrias, com a vinda da Beatriz mas de imensa tristeza com este diagnostico. 2014 começou relativamente bem, a doença controlada, mas logo em abril/2014 apareceram metástases no cérebro e ai a coisa complicou! Em novembro de 2014 meu amor partiu, fiquei viúva, com duas menininhas (com 3 e 1 ano) órfãs de pai. Minha família, meu sonho, ruiu naquele momento. E foi por isso que 2015 chegou e foi um ano dificil, mas 2016 está chegando e resolvi novamente postar para registrar que minha família, meu sonho, está se reerguendo, eu e as minhas filhas somos uma nova familia agora e as coisas vao devagarinho entrando nos eixos! Então que 2016 seja realmente um ano de recomeço!

Descobrindo o câncer

O diagnostico de câncer de pulmão do marido foi uma grande e desagradável surpresa pra gente. Primeiro: os sintomas da época (inicio de 2013) eram todos relacionados ao aparelho digestório e nada que sugerisse pulmão. Segundo: a gente nunca pensa que este tipo de câncer seja uma doença que possa acometer gente jovem ( 33 anos), não fumante e com uma alimentação saudável. Por isso quando veio o resultado da tomografia, tinha tanta informação meio confusa que a gente continuou sem saber. Consultamos com um pneumologista que fez uma punção do liquido pleural e no dia do meu aniversário, e com 35 semanas de gestação recebemos o diagnostico. Alias tenho muito elogios ao médico, que tirou nota dez no quesito saber dar más noticias: de uma forma clara e objetiva porem com a sensibilidade que a situação merecia. A partir deste dia, eu rezava para a Beatriz agüentar firme e tranqüila na minha barriga, até o desenrolar da peregrinação de mais médicos, exames, e definição de melhor tratamento, para que eu pudesse estar junto a ele sempre. Graças a Deus tudo deu certo pois ela só nasceu na semana que toda a estratégia de tratamento estava acertada.

Chegou a Beatriz! Relato do meu segundo parto cesáreo

Com 3,180 kg e 48cm... nasce a Beatriz! O significado do nome, escolhido vários meses antes: “aquela que trás felicidade”, nós não imaginávamos como precisaríamos dessa felicidade!

Não dá pra esconder que foram tempos muito difíceis: cuidados com o bebe recém nascido, eu com cuidados pós cesárea e meu marido começando a quimioterapia, tudo junto e misturado: uma loucura! Vou postar contando cada uma destes acontecimentos, mas vamos começar contando um pouquinho em relação ao parto em si. Como eu já não era mãe de primeira viagem não teve muitas surpresas. Passei por mais uma cesárea, segue algumas considerações: • a anestesia foi muito tranqüila • a equipe de filmagem do hospital não foi avisada e assim fiquei sem o registro do parto filmado, mas em compensação deu pra tirar varias fotos. • a Beatriz ficou um pouquinho comigo e depois foi com o papai para receber os primeiros atendimentos - medição, banho, vacina, vestir - depois ficou comigo na sala de recuperação ( ‘assistindo’ novela “Amor a Vida”) • naquela noite a minha mãe ficou comigo no hospital ( já que o marido estava bem debilitado devido ao câncer, e foi pra casa descansar depois do parto) • tive muito enjôo no pós operatório (assim como após a primeira cesárea, tive vomito, isso que desta vez eu já sabendo, fui sentando bem lentamente e bebendo e comendo as primeiras coisas super devagar...) • não consegui urinar após passar o efeito da anestesia (precisei passar por sondagem) • bastante dor para me movimentar nos primeiros dias • amamentar foi bem mais fácil (menos fissuras = menos dor) que com o primeiro bebe • tive mastite após 7 dias ( mas que se resolveu rapidamente com antibióticos); Assim veio ao mundo a pequena Beatriz, numa família emocionalmente muito abalada, num furacão de emoções...

Tempos de tormenta e de luz

Desde meu ultimo post, muita coisa aconteceu na minha vida. O mês de abril chegou com as ultimas semanas de gravidez que foram de uma terrível tormenta pessoal... No dia primeiro de abril fiz uma eco fetal que mostrou uma pequena má formação cardíaca na Beatriz, nos garantiam que não era nada grave, causaria no maximo um sopro ou quem sabe poderia estar ate mesmo corrigido intrautero antes mesmo do nascimento, mas sabe como é coração de mãe a gente já fica aflita! No dia 03 de abril meu sogro faleceu de forma súbita, estava muito bem, e a noite logo após se deitar de repente teve uma parada cardíaca. Para mim foi mais um choque, e um desgaste emocional. No dia seguinte, após o enterro, eu e meu marido voltamos do cemitério direto ao hospital pegar o resultado de exames dele. Fazia meses que meu marido se sentia mal, emagrecendo, com constantes diarréias e naquele momento estava investigando com uma gastroenterologista o que poderia ser. Fez exames de sangue, uma endoscopia, normais e tomografias de abdômen e tórax., e eram estas tomografias que ficaram prontas no dia do enterro do meu sogro e que quando pegamos o resultado não entendemos em nada o significado mas sabíamos que as coisas não estavam nada bem. A gastro nos indicou consultar um pneumologista, pois achava que as alterações na tomografia de tórax, espessamento na pleura e derrame pleural, poderiam ser sarcoidose. La fomos nós...dia 10 de abril consultar um pneumologista que descartou sarcoidose e solicitou uma punção pleural para tentar um diagnostico. Dia 16 de abril, dia do meu aniversário, mas que foi um dia de grande dor e sofrimento: o resultado da punção chegou e na consulta tivemos o diagnostico de que meu marido estava com câncer... Dia 23 de abril foi realizada uma biopsia....e o cirurgião após terminar o procedimento já me dizia que o nódulo retirado na axila tinha aparência de maligno, ou seja o câncer que já sabiamos que estava na pleura, já estava espalhado nos gânglios...infelizmente... Dia 25 de abril eu tive nova ecografia e agora o medico me relatava que a Beatriz estava com uma dilatação no rim.. Mais uma vez me disseram para não me preocupar mas a esta altura do campeonato eu já estava num estado que realmente parecia que tudo era um pesadelo... Abril chegou ao fim, mas maio estava chegando e eu sabia que mais momentos difíceis estavam por vir...qual seria o tratamento e prognostico do meu marido, e a Beatriz que viria ao mundo com previsão para o dia 19 de maio...eu rezava todos os dias para ela ficar na minha barriga até que a tormenta inicial passasse um pouco e eu pudesse estar todo o tempo ao lado do meu marido na maratona de consultas e exames... E assim foi, até que dia 20 de maio, eu com 40 semanas já completas de gestação eu acompanhei meu marido em uma consulta com um oncologista que deu o diagnóstico de câncer de pulmão estágio IV e o inicio da quimioterapia para 27 de maio... Eu que esperava por um parto normal, já estava em pânico da possibilidade de meu marido não poder estar comigo neste momento, eu já não estava conseguindo me alimentar bem, já tinha muitas contrações irregulares, e estava muito abalada...acabamos marcando uma cesariana. E foi então que depois de muitas semanas de escuridão, na noite do dia 23 de maio eu dei e vi novamente a luz!

É uma menininha!

Com 12 semanas na ultra já veio o palpite que esperávamos mais uma menina, com 15 semanas uma quase certeza de menina e com 19 semanas não restou mais duvidas: a Beatriz está a caminho! Mundo lilás e rosa vai continuar predominando lá em casa! Mais uma princesinha! Bem vinda!!!

Novamente grávida!

Mais uma vez esperando nosso belo sonho....Venho aqui registrar que sim, estou grávida novamente. Desta vez o positivo veio logo no primeiro mês de tentativas (agosto/12), o que nos pegou até mesmo de surpresa! Posso dizer que a expectativa agora é menor, afinal já tenho ‘experiência’ com este mundo de ‘barrigas e bebês’. Tudo é mais tranquilo... Exceção que tudo que não enjoei na primeira gravidez tive agora:, foram das 6 até as 15 semanas de um enjoo continuo, mas graças a Deus passou e já estou na fase fome de leão...rsrs. A este novo milagre só tenho a agradecer e esperar com todo amor de mãe para completar a nossa família!