As investigações mais recentes efectuadas no âmbito da neurologia apontam para a importância da síntese entre psicologia e biologia.
David Servan-Schreiber, no seu Curar, faz referência à necessidade de harmonizar os dois cérebros, pois acredita tal como António Damásio que "a vida psíquica é o resultado de um esforço permanente de simbiose entre os dois cérebros. De um lado, um cérebro cognitivo, consciente, racional e voltado para o mundo exterior. Do outro, um cérebro emocional, inconsciente, preocupado em primeiro lugar com a sobrevivência e antes de mais conectado com o corpo. " (Servan-Schreiber 33)
A cooperação entre os dois (o cognitivo Jekyll e o emocional Hyde) resulta pois numa harmonia interior, num bem-estar psíquico e físico. Mas se ambos disputam o controle do pensamento, das emoções e do comportamento dá-se o inevitável caos, muitas vezes culminando em ansiedade e depressão.
Considerando que 2 terços do cérebro são ácidos gordos - constituinte de base da membrana das células nervosas , rapidamente se conclui que se a alimentação não renovar essas reservas o cérebro tem dificuldade em funcionar em pleno (a tal articulação) Assim, pesquisas recentes alertam para a importância dos Omega-3 -ácidos gordos característicos das algas e plâncton que nos chegam através do peixe e crustáceos- para alimentar o cérebro. Além disso, há ainda experiências científicas que comprovam que "a fisiologia dos mamíferos se desorganiza quando as relações afectivas se degradam". (Servan-Schreiber 173) O que simplificadamente significa que o amor tem um efeito protector contra a degradação/infecção do corpo humano e se afigura muito relevante na recuperação deste.
Se outra justificação não houvesse senão o mais puro dos egocentrismos, ainda assim seria evidente que devemos sempre acarinhar as pessoas que são importantes na nossa vida e fazê-las sentir amadas constantemente. Mesmo depois daqueles momentos de fúria em que não apetece nada reconhecer que apesar do mau feitio e dos arrufos o amor prevalece inalterável.