Hoje ao chegar em casa para o almoço, ouvi a TV ligada, exibindo um episódio do desenho "The Simpsons", no qual Lisa Simpson disse uma curiosa frase: "os 'eus' que eles rejeitam me faz chegar cada vez mais perto do 'eu'que quero ser".
A frase foi dita no contexto do desejo da aceitação, por não sentir-se amada, popular ou querida no grupo. Quantas vezes agimos da mesma forma? Vivemos usando máscaras e tentando "nos transformar" naquilo que supostamente agradaria as pessoas, apenas para nos sentirmos aceitos?
A verdade é que autenticidade é o melhor que podemos oferecer a fim de sermos aceitos. Ser verdadeiro, honesto com o próximo e consigo mesmo é fundamental para o estabelecimento de qualquer nível de relação com outra pessoa. Fingir ser aquilo que não se pode ser é desastroso, por que nosso interior nunca tomará o formato das máscaras que utilizamos. Mais cedo ou mais tarde a máscara será desfeita e nosso verdadeiro eu, tal como é, será conhecido de todos.
Não quero ter a concepção engessada de que não podemos fazer mudanças, no intuito de nos relacionarmos melhor com as pessoas. Isso faz parte do processo de amadurecimento. A medida que cometemos erros, tentamos nos consertar mudando de atitudes. Mas para isso não há necessidade de tentar fingir ser aquilo que não somos, e que sequer chegaremos um dia a ser.
Diante disso lembrei de um trecho do livro "O impostor que vive em mim" de Brennan Manning, no qual ele cita Simon Tugwell: "E assim, tal como escravos fujões, escapamos de nossa realidade ou produzimos um falso 'eu' que seja admirado pela maioria, relativamente atraente e feliz apenas na superfície. Escondendo aquilo que sabemos ou sentimos ser (que pressupomos ser inaceitável ou indigno de amor) atrás de algum tipo de aparência que, esperamos, seja mais agradável. Escondemo-nos atrás de semblantes bonitos, só para agradar os outros. Com o tempo podemos até esquecer o que estamos escondendo e passar a acreditar que temos, de fato, a mesma aparência das máscaras que usamos".
Esta trecho me choca um pouco! Acreditar nas próprias mentiras seria muito doloroso. Quando fazemos isso, vivemos em mentira e privamos a comunidade de nosso dom de cura. Uma vida dedicada às sombras, é uma vida de pecado.
Diante de tudo isso, creio que vale a pena refletir nessa breve conclusão que chego, com a ajuda de Brennan Manning, com seus escritos em "O impostor que vive em mim: Reconhecer que costumo viver num mundo irreal, que banalizei meu relacionamento com Deus e que sou conduzido por ambições inúteis é o primeiro passo para desmontar minha fachada.
Deus abençoe!