CHELSEA ART

Um dos dias mais intensos da minha viagem a NY foi quando fiz o roteiro das galerias de arte de Chelsea. Assumi meu papel turista e coloquei um bom par de tênis, digo isto, já que sapatos é uma unanimidade naquelas galerias onde falar “Hi” chega ser excesso de simpatia. Bom, vamos ao que interessa, a concentração das galerias fica da W 21 St a W 26 St, entre a 10th e 11th Avenue, você tem que fazer uma espécie de zig-zag contemporâneo percorrendo estas ruas. São galerias de vários tamanhos, encantador ver Yayoi Kusama na imensa Gagosian Gallery da W24 St, e quase ao lado, pequenas esculturas de Jeff Koons na Mary Boone Gallery, ou se surpreender com o acervo da DJT Fine Art com Calder, Picasso, Bacon, Basquiat, Haring, Warhol, entre muitos outros. Eu me animei e fui até a W 29 St, onde existe uma concentração de oficinas mecânicas e depósitos com muito entra e sai de caminhões, lá descobri uma galeria, a Sean Kelly Gallery com o trabalho de Gavin Turk que simulou sete Polloks com a sobreposição de sua assinatura. Era impossível não lembrar dos caminhões e dos mecânicos ao lado.

YOUNGER THAN JESUS

No fim da tarde encontrei com James Kudo que estava indo ao New Museum, continuei a maratona! Lá está acontecendo uma mostra até 14 de junho com o curioso nome “The Generational: Younger Than Jesus”, com a proposta de reunir uma geração de artistas com menos de 33 anos. Ocupando os quatro andares do museu, a exposição apresenta trabalhos de cinqüenta artistas de vinte e cinco países e analisa a cultura visual desta geração, que segundo o texto informativo ainda carece de uma definição. A exposição abrange diferentes mídias como pintura, desenho, fotografia, cinema, animação, performance, instalação, dança, trabalhos com base na Internet, e videogames. Achei muito curioso o foco que os artistas novos estão dando ao conceito de tempo e História, como o trabalho da artista Liz Glynn de 28 anos que convocou um exército de voluntários que construíram uma imensa maquete de Roma em um dia utilizando papelão, depois a destruíram completamente, todo o processo foi documentado em vídeo e polaroids, que são expostos juntos aos destroços dos monumentos. Outra coisa legal na mostra é o público jovem e descolado que circula por lá. Imperdível!

www.newmuseum.org/

por Flavio Bragança de Nova York

SUGARLAND, WILLIAMSBURG

Sair à noite em NY é um problema, não pelos motivos do Rio, onde moro, mas por que as opções são muitas. Então nada melhor do que as dicas de um amigo local. Foi assim que meu roteiro na nigth nova-iorquina foi feito pelo Bob. Vou contar para você um dos lugares que conheci e você decide se é a sua cara. Pertence à nova cena do Brooklyn, mais exatamente no bairro de Williamsburg, o lugar mais descolado da cidade, lá surgiram nomes como Fischerspooner, Scissor Sisters, a cena Electroclash, blá, blá blá. Não pense num lugar abandonado, Williamsburg esta revitalizado, onde ótimos condomínios estão sendo construídos.

O clubinho chama Sugarland, esqueça a arquitetura, o design, o espaço é tosco, é boate para se jogar. Pista cheia, mezanino idem, um ótimo bar com um imenso balcão, que é uma coisa que sinto falta por aqui, e por todo lado o staff da casa em trajes mínimos vende shots de drinks em tubos de ensaio, é divertido. O povo que freqüenta é bem jovem e os meninos são conhecidos por candy boys. Os looks são bem misturados, shorts mínimos, camiseta de banda de rock, as meninas usam stretch leggings de crocodilo, os cabelos são batidos na nuca e com topete descolorido, os meninos tem mechas desalinhadas, óculos néon, tudo isto com um descuido meio hippie, você jura que está num clip do MGMT. Mas não pense em nada homogêneo, na noite que eu estava lá havia um garoto de camisa social e gravata, deslocado? Que nada, estava super enturmado. O deck outdoor para os fumantes é ótimo para colocar a conversa em dia, muita falação, eu, que nem fumo, adorei a social do espaço. Enquanto isto a pista ferve com um som que pode ir de Kudu a Blondie sem perder o rebolado. O lema é “from the indie to the new wave, from the punk to the funk.” Música para balançar o quadril, não pense muito, solte o corpo e divirta-se.

http://www.myspace.com/kudu

http://www.myspace.com/inflagranti

por Flavio Bragança de Nova York

Paul Frank Store

Avangard ou stablisment? Ou indie? Você não sabe do que estou falando? Então com certeza você tem menos de 20 anos. Existiu uma época em o mundo estava dividido em cultura alternativa, de vanguarda e a cultura imposta pelo tal “sistema”. Com o passar do tempo o cinema alternativo virou blockbuster, a música indie vendeu milhões de álbuns e se pagou muitos dólares por uma moda de vanguarda. Hoje qualquer divisão deste tipo pode parecer antiquada. A prova disto foi uma pequena loja no SoHo que visitei, a Paul Frank Store. Paul Frank é um cartunista americano que criou uma série de personagens, sendo o mais famoso o estranho macaco Julius. Nos anos 90, enquanto ainda era um estudante de arte, comprou uma máquina de costura em que fazia carteiras e mochilas para os colegas. Um pouco mais tarde criou a Paul Frank Industries http://www.paulfrank.com/, a fim de acompanhar a demanda por seus produtos, tendo atualmente lojas espalhadas pelos EUA, Europa e Oriente Médio e Ásia.
Soube que a loja do SoHo é recente e fui conhecer, ela deve ter menos de 30m², mas é incrível que neste pequeno espaço você encontre os segmentos masculino, feminino, infantil, acessórios, toys, relógios, óculos e até, bicicleta! E isto num mix de produtos impressionante para uma marca que eu acreditava ser pequena. Julius tem uma série de amigos que inclui um urso, um hamster, um elefante, uma pequena girafa e ainda uma charmosa caveira chamada Skurvy. O layout da loja é incrível, colorido e simpático. As estampas são fantásticas, tenho certeza que você vai adorar!

por Flavio Bragança de Nova Iorque

Compras no SoHo

Quando você volta de NY a sensação é que deu a volta ao mundo. E se você não resistiu e foi encarar as compras no SoHo é possível que tenha um mega jet lag, mesmo com o fuso estando com uma hora de diferença.

Lá agora você encontra a novíssima loja da Desigual, marca de Barcelona com suas T-shirts de cores brilhantes, estampas descoladas e frases, muitas frases... Na semana passada eles estavam distribuindo uma super shopping bag como campanha do lançamento da loja, eu amei, e era difícil não vê-las circulando pela cidade (na foto Erico Marmiroli desfila a sua).

Seguindo o colorido roteiro catalão, a Custo Barcelona tinha anunciado uma nova loja em NY, na Columbus Ave, soube que o espaço está vazio apenas com o banner da marca. Mas, você encontra duas lojas no SoHo, uma loja da Broome St e outra na Spring St. Faça a diferença em estampas de leopardo, penas de pavão, rosas brilhantes, dourados, fluor...

Corra até a 546 Broadway, onde você vai descobrir a flagship store da Uniqlo, marca japonesa que adoro, me falaram que em Tóquio as lojas são melhores, tenho que conferir (rs). A do SoHo são três andares com um imenso pé-direito, e um mezanino, a vitrine tem dezenas de malhas coloridas, que são o forte da marca, suspensas num trilho rolante, lembra um rodízio de sushis, na vitrine do segundo piso os manequins giram lentamente mostrando os detalhes dos looks. As estampas são fantásticas, de gravuras tradicionais de Hokusai a cartoons (Osamu Tezuka) e artistas japoneses (Tomoo Gokita) e americanos (Keith Haring e Basquiat). Dê uma olhada na linha chamada Ravex, que celebra o trabalho de Osamu Tezuka, o pai do Anime, e a Avex, empresa discográfica japonesa, as lindas T-shirt transmitem a fusão entre dança, música, J-Pop e animação.

Outra jogada da marca foi contratar Jil Sander para desenvolver uma coleção especial. Então, experimente o estilo japonês contemporâneo.

por Flavio Bragança de Nova Iorque

Lilly Pulitzer Colorful Cause Collection

Ao ir à Bloomingdales encontrei um projeto muito legal, que une cores a uma causa social, este projeto chama Lilly Pulitzer Colorful Cause Collection.

Lilly Pulitzer foi uma socialite norte-americana nos anos 50, que junto com o marido Peter, abriu uma marca de sucos. Como, ao espremer as frutas, as roupas ficavam manchadas, ela pediu a sua costureira que fizesse um vestido sem mangas num algodão estampado em cores brilhantes. Seus clientes amaram o vestido, e ela produziu mais e mais do modelo, logo, ela estava vendendo mais vestidos do que suco. Jackie Kennedy foi a primeira grande celebridade a usar seu vestido, que virou destaque na revista Life, assim, Lilly Pulitzer tornou-se uma sensação na moda.

Hoje, a empresa mantém 70 lojas de varejo, e vende em grandes lojas como a Bloomingdales.

Lilly Pulitzer sempre fez concessões das suas cores e estampas alegres para uma causa nobre e para comemorar o 50º. aniversário da marca, nove mães celebridades se uniram para um projeto muito especial chamado “A Colorful Cause”. As celebridades designers incluem: Gwyneth Paltrow, Brooke Shields, Debra Messing, Marcia Cross, Angie Harmon, Bridget Moynahan, Catherine Bell, Elisabeth Hasselbeck e Garcelle Beauvais-Nilon. Cada celebridade desenhou um exclusivo look para a mãe e outro para a filha como parte da Coleção Verão'09 da marca.

15% da venda destes produtos vão para The Epidermolysis Bullosa Medical Research Foundation (EBMRF: www.ebkids.org). EBMRF é um projeto de pesquisa e tratamento de Epidermólise Bolhosa (EB), uma doença de pele rara que afeta crianças e adultos.

A exposição Lilly Pulitzer Jubilee exibida nas vitrines da Bloomingdales é uma homenagem ao Dia das Mães, e celebra 50 anos de uma vida colorida!

por Flavio Bragança de Nova Iorque

The Line of Fashion: works of legendary illustrators

Qual de nós não ama uma bela ilustração de moda? Pois é, a Society of Illustrators em NY, tem como associados muitos dos melhores ilustradores de moda da atualidade. Estive lá vendo a exposição ‘The Line of Fashion: works of legendary illustrators’ com um acervo bárbaro de ilustrações de moda. A mostra começa com uma citação de Yves Saint Laurent enaltecendo os antigos ilustradores como artistas parceiros dos estilistas. Achei uma merecida homenagem a nomes como Kenneth Paul Block, René Bouché, Antonio, Eric, Joe Eula , Jc Leyendecker, Mel Odom, George Stavrinos, Michael Vollbracht e muitos outros grandes artistas que, segundo a Society of Illustrators, esperam pacientemente que os grandes museus abram as suas portas para acolhê-los.

Uma delícia ver as ilustrações e perceber o espírito de cada época, suas posturas, técnicas e claro, as roupas! Reparem na ilustração do modelo topetudo feito por Bil Donavan em 1987, tem todo a atitude do revival rockabilly da época. Notem a loura de vestido listrado de vermelho e branco, desenhado por Judy Francis Zankel em 1994, ela se apropriou da técnica do artista americano Coles Philips, que no inicio do século XX criou as fadeaways girls, onde o fundo colorido se fundia com as formas da roupa da modelo. Impossível não amar!

por Flavio Bragança de Nova Iorque

Model As Muse por Bergdorf Goodman

Já que não deu para ir à noite de gala no Metropolitan Museum of Art, ao menos deu para apreciar as vitrines da Bergdorf Goodman na quinta avenida. Desde a última sexta-feira elas exibem criações fantásticas inspiradas na exposição The Model As Muse do Met. Achei fantástica a recriação da clássica foto do Richard Avedon, ‘Dovima com elefantes’ que foram substituídos por girafas!!! Fofa também é a homenagem a Twiggy com fundo Op Art, so sixties.

por Flavio Bragança de Nova Iorque

Flavio Bragança para o Cajon

Como o Cajon é um blog cheio de amigos, esta semana vamos contar com uma participação mais que especial : Flavio Bragança, que é coordenador da pós graduação em Styling da UVA, ex companheiro de SENAC e queridíssimo (meu e da Carol Fernandes). Ele acaba de voltar de NY cheio de novidades que eu vou postar aqui diariamente! Aproveitem as dicas!!!!
Gracias Flavio!!!!!!!