terça-feira, 17 de dezembro de 2013



A utilidade das cadeiras.

As cadeiras detestam, quando um corpo humano as toca, detestam os tecidos que são prensados contra elas, nós as desrespeitamos dia após dia e elas gritam, gritam para mim e esse grito consiste em nos chamar atenção para sua verdadeira razão de ser, cadeiras não são para se sentar, na verdade elas são memoriais das ausências, quando são construídas, os seus fabricantes as colocam como abrigo e zeladoras do vazio, para tudo que já se foi, e as mesmas se concentram nessa função durante toda sua vida, cadeiras são muito competentes e determinadas, elas exibem o nada com  maestria de poucos objetos, repare perto de você elas estão lá duras, imóveis e vigilantes, cadeiras das ausências que sorriem quando nos atingem.

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sexta-feira, 26 de julho de 2013

Sorrisos e Ossos






Um sorriso.
Uma viagem ao tempo passado.
Éramos felizes ai no teu riso.
Esse mundo extinto.
Esse relógio que não gira.
Terrível é ver que o dia seguinte.
Leva embora os meus tesouros.
Suas pequenas palavras.
Sua voz, seu toque.
Hoje sou a sombra
Da criança que habitava ai
Hoje a solidão brinca com meus ossos.
Solidão vaidosa que ostenta suas joias.
Onde eu enxergo o mundo.

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quinta-feira, 11 de julho de 2013

....











Respeito o caos.
Pessoas do caos.
Pessoas de caos.
Turbulentas e terrivelmente sozinhas.
Exiliadas e sem lugar no imenso mundo novo.
Pessoas que explodem universos.
Amor e autocombustão.
Choros e soluços radioativos.
Cicatrizes e roupas gastas.
Esperança faltando botões.
Desastres de duas pernas.
E finais trágicos.
Pessoas soco na boca do estômago.
Ampulhetas quebradas.
Vazando o tempo
E vida.

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domingo, 5 de maio de 2013

O mistério das palavras de Amor, que não foram ditas.






Para onde vão as palavras de amor que não foram ditas, palavras afiadas e pontiagudas, rasgando as nossas entranhas, elas são quentes fervem a nossa alma e nos consomem dia após dia, alcançando os anos, levando o brilho da nossa alma e o calor da nossa pele, elas nos atrofiam, pois tem um enorme peso. Palavras de amor não ditas devem sair, despejadas por falta de pagamento, elas devem ser o cobertor que aqueça alguém, ou liberadas para que o vento as leve para as nuvens carregadas e misturadas em meio as gotas de chuva, para que caiam em qualquer um sem distinção.
Palavras de amor não ditas podem se tornar melodias, canções, trilhas sonoras de uma música inspiradora sobre a mais bela história de amor, que nunca aconteceu. Mas no fundo palavras de amor não ditas, são a pior economia que se pode fazer.

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quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Lembranças.




Deito, enquanto cai uma chuva fina lá fora, me pego olhando para o teto por longos minutos, só mais uma das minhas manias, as lembranças arranham a janela, produzindo aqueles barulhos insuportáveis. E percebo que vim me perdendo, migalha após migalha, dia após dia até chegar aqui, no melhor estilo João e Maria.

Não são pensamentos de auto piedade ou depressivos, talvez sejam pensamentos de silêncio que estão sempre a falar, não sei superar as perdas e não me avisaram que a vida seria cheia delas, mas enfim paro de pensar nas perdas, olho meus livros, meus sapatos gastos, tudo aquilo, tem um pouco de mim, meio gasto, meio silencioso.

O relógio de parede da o tom, o tempo é duro, mas enfim são ponderações demais, gotas demais, sapatos demais e pessoas de menos, uma a uma vão descendo feito gotas que escorrem pela janela, mas com uma diferença, não são substituídas por nenhuma outra nova gota, vão virando borrões e sumindo.

A mão soca o vidro da janela com certa violência, não! Eu não vou sair, sou ferrugem nos ponteiros.

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quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Canção Eterna.






Ouvi a doce canção.
A canção que perdura.
Contra a violência do Tempo.
Já não tinha mais o volume.
Ou intensidade.
O Piano não tinha mais, tanta classe.
Mas a canção viajava pelo vento.
A mais triste e bela canção.
Que fala de alguém.
Que passou a vida a esperar.
O Amor.

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quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Esquecer.




Me esqueci como é ser abraçado, por uma pessoa que te ama e que faz questão de demonstrar esse amor.
Me esqueci das ligações pela madrugada, que não tinham objetivo nenhum, " Liguei para escutar sua voz ", ela dizia.
Me esqueci do seu silêncio, quando queria apenas deitar em meu peito, até adormecer.
Me esqueci da sensação de ser amado e desejado.
Me esqueci das cartas escritas a mão em um tempo de tecnologia.
Me esqueci de como é sonhar com um futuro, com um lar, filhos e longas noites " normais ", entre aspas, por que seriam encantadas se acontecessem.
Me esqueci de como eu era melhor, mais confiante e sorridente, feliz por cada dia que não acontecia
" nada ", entre aspas novamente, por que o " tudo " já havia acontecido.
Me esqueci em cada, novo amor que imaginei.
Me esqueci em cada esmola de carinho que pedi.
Me esqueci da possibilidade do amor, em cada negativa.
Me esqueci de como é ser visto como algo mais do que amigo.
Me esqueci do amor.
Me esqueci do sonho singelo.
Me esqueci em algum lugar.




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