Raptou as areias das praias,
Aprisionou-as em frascos.
Não separa classes e laias,
Não distingue fortes e fracos.
Tem a forma que quiser,
Mas não é divindade.
Foge da sina de morrer,
Sequer nota os sinais da idade.
Sempre ilude os amantes,
Adiantando a partida.
Quando se quer ir embora antes,
Os ponteiros retardam a saída.
Governa ditador e soberano,
Numa ampulheta monárquica.
Envelhecemos ano a ano,
E ele prossegue sua vida intacta.