Num artigo da autoria de
Rodrigo Alves Taxa
publicado esta manhã
no "Jornal i"
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Rodrigo Alves Taxa
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Há já algumas semanas que ando para escrever sobre este tema tão badalado do denominado negacionismo e começo por aclarar desde já que não sou negacionista. Não sou negacionista e muito menos sou contra a vacinação. Pelo contrário. A covid existe, está aí, já matou milhões de pessoas em todo o mundo, é um problema real e, portanto, se ser negacionista for negar a existência deste vírus e da pandemia, isso, por si só, é apenas uma parvoíce. Uma grande parvoíce.
Dizer isto não significa que não compreenda quem entende que este vírus possa ter uma natureza e origem laboratorial, que pode estar a servir de trampolim para um determinado caminho global subjugado a forças ainda desconhecidas na sua totalidade ou, até mesmo, que as vacinas possam não ter a garantia de salvação que se verifica noutras patologias. São dinâmicas distintas e julgo que as apresentei de forma equilibrada e lógica. Portanto, até aqui, julgo ficar bem claro que a minha grande preocupação é a saúde dos portugueses. De todos os portugueses. Repito, de todos os portugueses. Isto significa também que pese embora respeite todas as opiniões, mesmo, por incrível que pareça, a do negacionismo que considero uma parvoíce, aquilo que já não admito, são alguns comportamentos que tenho assistido na nossa sociedade e que passam do razoável para o inadmissível. Em primeiro lugar, quero condenar de forma bem vincada os graves ataques e ofensas que têm sido feitos ao vice-almirante Henrique Gouveia e Melo. É indigno, inadmissível, intolerável e vergonhoso que alguém chame a Henrique Gouveia e Melo, assassino. Assassino ou qualquer outro epíteto desta dimensão. Defendo aliás que quem o fizer deve ser duramente punido. Gouveia e Melo merece respeito e admiração numa tarefa hercúlea a que tem sabido responder. Ser negacionista é uma coisa, ser parvo, é outra.
Daqui parto para outra dinâmica que penso já estar a atingir os limites do suportável. Falo dos episódios que têm como principal interveniente o ainda juiz Fonseca e Castro. Se o homem é negacionista ou não, não sei. Já disse até, que não sendo eu negacionista não me caem na lama os parentes por respeitar quem o seja, ainda que com essa posição não concorde. Aliás, em bom rigor, estou-me a borrifar para o facto de o homem ser ou não, negacionista. Aquilo para o qual já não me estou a borrifar é a imagem errada que esta personagem dá dos juízes portugueses, pelo que defendo que deve ser o mais rapidamente possível expulso da magistratura. Da mesma forma que condeno absolutamente o episódio a todos os níveis miserável que protagonizou ao faltar grosseiramente ao respeito a forças de autoridade, fazendo peito aos agentes presentes e dizendo-lhes que estava numa posição superior a eles pelo que estes se deviam colocar no seu lugar.
Penso que quem tem que se meter no seu lugar é Fonseca e Castro. E esse lugar é fora da magistratura e do palco mediático. Comigo, Portugal respeita as suas forças de autoridade. Ponto final. Por fim, e por incrível que pareça, termino este artigo falando do episódio em que Ferro Rodrigues, presidente da Assembleia da República, foi fortemente ofendido enquanto almoçava perto do parlamento.
Deixo claro. Não tenho a mais pequena simpatia humana, política e social por Ferro Rodrigues. Nenhuma. Absoluta e rigorosamente nenhuma. Pelo contrário. Mas que diabo, ninguém minimamente equilibrado pode achar normal aquilo que se passou. E quem disser o contrário, diz outra parvoíce. Eu que tantas vezes, e sempre convictamente, sou rápido a pedir respeito para com o presidente do meu partido sempre que sinto que alguém não o respeita, não posso ter uma postura diferente para com qualquer outro agente político, por muito que, como é o caso, não me identifique minimamente com ele.
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in "Jornal i"