… no Diário de
Vasco Pulido Valente
no "Público" de 27 de Julho.
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Vasco Pulido Valente
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No dia 22 de Julho, VPV escreveu no seu Diário:
"As regiões onde há incêndios são regiões de povoamento disperso, de pequena propriedade e de agricultura de subsistência (ou pouco mais), em que a unidade de produção é a família. No último meio século, esta antiquíssima civilização foi destruída pela CEE e pela modernização da economia. É por isso que uma considerável parte do território está desabitada e que, como dizem na televisão, não há ninguém para "gerir" a floresta. Pois não há, desde os anos 60 que os filhos fogem ao triste destino dos pais e vão para a Europa ou para o litoral.
Quando agora se pede ou se promete uma intervenção do Estado para resolver os problemas do "interior" (e não são só os do "interior"), não se faz mais do que enganar premeditada e desprezivelmente o próximo. Nenhuma medida do Governo e nenhuma fantasia do Presidente são capazes de reinventar um mundo para substituir o que morreu."
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Em 23 de Julho, Vasco Pulido Valente escreveu:
"Li um tweet de Rui Rio sobre a sondagem Pitagórica que certamente toda a imprensa portuguesa irá reproduzir. Fiquei estupefacto, apesar de 77 anos de convivência com a idiotia portuguesa, E isto, sabendo eu muito bem quem é a criatura.
Para se perceber o tumulto que tem sido o PSD é preciso partir do princípio de que o homem não se ajustou à sociedade."
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No dia 25 de Julho, voltou a escrever no seu diário:
"Santana Lopes foi à Televisão, em pânico, para se queixar de que não "tem" televisão.
O que Santana Lopes não percebeu do mundo é infinito. Mas algumas verdades são estrepitosamente óbvias. Não percebeu:
1. Que os meios de comunicação se interessavam por ele porque ele era militante do PSD;
2. Que se ele saísse do PSD, os meios de comunicação deixavam de se interessar por ele;
3. Que se ele saísse do PSD para formar um partido, os meios de comunicação iriam ignorá-lo e ignorar o partido que ele formasse;
4. Que sendo o primeiro a operar uma cisão na direita, não podia depois ser o centro da unidade da direita;
5. Que a sua política de unidade da direita seria vista por toda a gente como a sua última bóia de salvação;
6. Que Pedro Santana Lopes é Pedro Santana Lopes, e que nada nos livra de nós próprios.
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No dia 26 de Julho, ele termina o seu diário semanal, desta maneira:
"O sindicato dos Motoristas de Matérias Perigosas acha que a proximidade das eleições o favorece. Erro dele. Se António Costa recorrer à requisição civil, ganha mais um milhão de votos."