A Inquisição surge na Idade Média, em torno do século XIII e foi comandada pela Igreja Católica Romana. Segundo a enciclopédia livre, o termo Inquisição refere-se a várias instituições dedicadas à supressão da heresia no seio da Igreja Católica. E foi criada inicialmente para combater o sincretismo entre grupos religiosos que praticavam a adoração de plantas e animais e se utilizavam de mancias, que são métodos de adivinhação.
De acordo com o site da História da Inquisição, a origem da palavra vem do latim: Inquisitio Haereticae Sanctum Officium. É um termo que deriva do ato judicial de "inquirir", que quer dizer perguntar, averiguar, pois não havia tribunais naquela época e muitos eram condenados pela mão do povo.
A Inquisição da Igreja Católica Romana é uma página vergonhosa da história da humanidade, onde em nome de Jesus Cristo milhares de pessoas foram mortas, por representar uma ameaça à hegemonia católica, por discordar da política oficial. As justificativas eram as mais diversas: podia ser a frequência irregular à igreja, razões de cunho racista (especialmente com os judeus), excesso de banho e limpeza (alma suja e cheia de pecado?) e tantos outros motivos que a Igreja Católica decidisse.
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As torturas da Inquisição faziam parte do processo realizado contra os hereges |
Cenas de tortura e de pessoas queimando nas fogueiras se repetiam e se tornavam frequentes à medida em que se estimulava que as pessoas condenadas por heresia, para alcançar algum benefício deveriam entregar os seus "cúmplices".
A Espanha é citada como o país onde a Inquisição foi mais marcante e mais famosa na lembrança. Veja o que diz o site História da Inquisição, citado anteriormente:
Em Castela, na década de 1480, diz-se que mais 1500 vítimas foram queimadas na estaca em conseqüência de falso testemunho, muitas delas sem identificar a origem da acusação contra elas. As prisões da Inquisição viviam abarrotadas de presos. As vítimas podiam ficar encarcerados durante anos sem ao menos saber o transgressão de que diziam ser culpados. A prisão era seguida de imediato confisco de todos os pertences dos acusados, enquanto o acusado definhava na cadeia, seus bens eram vendidos para pagar sua manutenção na cadeia. Se fossem soltos, estariam na mais completa miséria. Nas sessões de interrogatório os Inquisidores esforçavam-se para evitar o derramamento de sangue a que foram proibidos nas torturas. Idealizavam os métodos de modo a adequar-se às restrições prevalecentes. Havia a toca na qual se forçava água pela goela da vítima abaixo. Havia o potro, onde a vítima era amarrada num ecúleo com cordas, que podiam ser apertadas mais ainda pelo torturador. Havia a polia, em que amarravam-se as mãos das vítimas às costas e depois penduravam pelos pulsos numa polia ao teto, com pesos amarrados nos pés. Levantavam-na devagar para aumentar a dor e depois abaixavam-na bruscamente sendo seus membros deslocados. E havia outros procedimentos obscenos demais para serem transcritos. Reservava-se a pena de morte basicamente para os hereges não arrependidos, e para os que haviam recaído após conversão nominal ao catolicismo. Se ele se arrependesse nos últimos momentos na estaca, era "piedosamente" estrangulado antes de acenderem a fogueira. Se não, era queimado vivo.
Maleus Maleficarum. O Martelo das Bruxas ou Martelo das Feiticieiras, segundo a Wikipédia, era uma espécie de manual de diagnóstico para identificar bruxas, publicado em 1847 e dividido em três partes. A primeira parte ensinava os juízes a reconhecerem uma bruxa e seus disfarces. A segunda parte do Martelo das Bruxas, explicava e classificava todos os tipos de malefícios. A terceira e última parte mostrava como agir "legalmente" com as bruxas, ensinando como inquiri-las e condená-las. Diz ainda a enciclopédia livre, que o Martelo das Bruxas é provavelmente o tratado mais importante que foi publicado no contexto da perseguição da bruxaria do Renascimento.
Foi um tenebroso período de caça às bruxas, a maioria queimada e enforcada num período de quatro séculos: do século XV ao século XVIII. Em média, 75% das vítimas eram mulheres. Muitas dessas mulheres eram parteiras, curandeiras e sábias. Mas ousaram desafiar o poder dos homens. Por isso Bruxas, Histéricas, Loucas.
Neste Dia das Bruxas, quero prestar a minha homenagem a todas aquelas que arderam e queimaram nas fogueiras da Inquisição. E quero reafirmar a necessidade de seguir lutando contra todas as fogueiras que ainda teimam em nos colocar: preconceito, violência doméstica e sexual, machismo, lesbofobia e todo tipo de discriminação contra as mulheres.
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