Quando Ela Perguntou a Ele se estava caindo
Ele caiu.
Sentiu claramente o corpo flutuar no ar e despencar para baixo.
Achava que tinha asas, mas não.
Caía.
Não havia janela, penhasco, escada, ponte de onde partiu, ele apenas caiu.
Uma queda livre onde apenas o que o segurava eram seus pensamentos.
Tentou se agarrar a tudo. Ao beiral da janela, a beirada do precipício, a corda que pendia, as tranças da mulher, as suas lembranças, esperanças, amores perdidos, mentiras, sonhos... Nada o segurava e ele apenas caía.
Um corpo feito de queda.
Às vezes rápido, rasgando o céu, deixando aquelas trilhas brancas e geladas dos aviões no azul.
Achava que tinha asas, mas não.
Caía.
Não havia janela, penhasco, escada, ponte de onde partiu, ele apenas caiu.
Uma queda livre onde apenas o que o segurava eram seus pensamentos.
Tentou se agarrar a tudo. Ao beiral da janela, a beirada do precipício, a corda que pendia, as tranças da mulher, as suas lembranças, esperanças, amores perdidos, mentiras, sonhos... Nada o segurava e ele apenas caía.
Um corpo feito de queda.
Às vezes rápido, rasgando o céu, deixando aquelas trilhas brancas e geladas dos aviões no azul.
Outras vezes lentamente, como o sofrimento prolongado de um vilão morrendo antes dos créditos.
Pensou que talvez que fosse um astronauta com amnésia, flutuando livre entre as estrelas.
Ou talvez estivesse nascendo após dias preso num útero.
Lembrou de sua labirintite, de não ter medo de altura, do Coiote, do Bip-bip.
E se não fosse mais gente? Fosse chuva. Uma gota que busca apenas existir em grupo, fazendo o molhado.
- E se isso não der em lugar nenhum? – Murmurou.
Toda queda tem seu fim. Ou ao menos sua finalidade.
O fundo do poço, o fim do abismo, chegar mais rápido ou pelo menos cair em si. E ele caindo.
Sentiu seu corpo girar e o vento forte o pegou de frente deformando seu rosto.
Lembrou que talvez estivesse de pára-quedas e tateou suas costas. Nada. No fundo teve aquela esperança de ter asas.
Pensou na morte. Mas não havia filme passando em frente aos seus olhos. Ou talvez sua vida não rendesse fotogramas suficientes que valesse algum registro.
Olhou para baixo apertando os olhos e enxergou uma luz tímida. A tal luz no fim de túnel.
Talvez lá embaixo para proteger seu corpo houvesse uma rede de proteção, uma tina de água, um colchão, uma palavra amiga.
Talvez não houvesse nada e ele não parasse de cair.
Ele sabia que a queda era o meio e não o fim.
Caiu mais tranqüilo.
Pensou que talvez que fosse um astronauta com amnésia, flutuando livre entre as estrelas.
Ou talvez estivesse nascendo após dias preso num útero.
Lembrou de sua labirintite, de não ter medo de altura, do Coiote, do Bip-bip.
E se não fosse mais gente? Fosse chuva. Uma gota que busca apenas existir em grupo, fazendo o molhado.
- E se isso não der em lugar nenhum? – Murmurou.
Toda queda tem seu fim. Ou ao menos sua finalidade.
O fundo do poço, o fim do abismo, chegar mais rápido ou pelo menos cair em si. E ele caindo.
Sentiu seu corpo girar e o vento forte o pegou de frente deformando seu rosto.
Lembrou que talvez estivesse de pára-quedas e tateou suas costas. Nada. No fundo teve aquela esperança de ter asas.
Pensou na morte. Mas não havia filme passando em frente aos seus olhos. Ou talvez sua vida não rendesse fotogramas suficientes que valesse algum registro.
Olhou para baixo apertando os olhos e enxergou uma luz tímida. A tal luz no fim de túnel.
Talvez lá embaixo para proteger seu corpo houvesse uma rede de proteção, uma tina de água, um colchão, uma palavra amiga.
Talvez não houvesse nada e ele não parasse de cair.
Ele sabia que a queda era o meio e não o fim.
Caiu mais tranqüilo.
Mal sabia ele, que lá estava ela, em algum lugar, de braços abertos esperando ele chegar.
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