«Amo-te,
disseste-me, assim!
Sem delongas, sem toque, sem atavios a florear o momento.
Apenas os lábios a proferir a palavra e os olhos a
acariciar-me o rosto.
[Confundi-me? Seriam apenas os olhos a soletrar as letras?]
[Confundi-me? Seriam apenas os olhos a soletrar as letras?]
De permeio todo o espaço imenso das vidas.
O silêncio após forçou o eco das palavras no pensamento.
Diz outra vez,
pedi
[Terei ordenado?].
Amo-te, disseste
[Terás obedecido?].
Enleada com a surdina da palavra, toquei os teus lábios com
a ponta dos meus dedos [Beijando-te?]
E sem tempo...deixei-os aí ficar, transferindo o som
para dentro de mim, como se a vida e o futuro se concentrasse nessa mera
palavra.»