a Zila (in memórian)
Em caixa guardado
sozinha furtei
retrato amado
pra ele olhei.
A vejo de perto
de olhos tristonhos
olheiras pintadas
escondem seus sonhos.
Cabelos sedosos
nos ombros caindo
contornam a face
amada - que lindo!
Seu vulto menina
faceiro, risonho
- embora bem longe
falava de sonho.
Fecho meus olhos:
de musgos molhada
vejo outra face
no mar encantad!
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
Tributo a Zila
Se você estivesse entre nós, eu cantaria uma canção, como seu canto de amor à terra, com versos de flor do campo; faria ume coroa de girassóis amarelos e do vermelho do milharal em flor, para lhe adornar... Mas, "procuro em vão os milharais vermelhos, de vermelhas papoulas adornando as vaidosas tranças das espigas, bonecas brancas, minha meninice"...que ficou distante de nós, escorregou nas águas, voou com as palavras, perdeu-se no tempo... [...]
Se você estivesse esperado mais, teria visto do alto de sua janela, naquela manhã, que a chuva estava com seu véu finíssimo prestes a escorregar das nuvens, e o sol continuava oculto. O mar, então, não recebia seus raios coloridos, cheios de magia e encantamento... nem suas ondas beijavam as areias, languidamente... A suave brisa do mar estava fria e as areias molhadas - antes quentes e fofinhas -, não ofertavam o lugar ideal ao exercício de seu corpo e de sua mente, em tempos de conversas com versos... Mas, você estava ansiosa por liberdade - pelo passeio nas areias da praia; pelo encontro matinal com seus amigos-poetas; pelo abraço à imensidão do mar e pela suavidade e carinho de suas águas ecorregando em seu corpo...
E você partiu cheia de graça antecipada. Sua alma, impregnada de lirismo, em canto de amor ao mar, como você anunciou em sua canção: "Quero abraçar, na fuga, o pensamento da brisa, das areias, dos sargarços; quero partir levando nos meus braços a paisagem que bebo no momento". E agora, o sussurro de sua voz: "Empossei-me dos caminhos convergentes para o mar... Fui areia, agora búzios chamando os ventos do mar... Agora nascida estrela, algas, recifes coral, não me contentam areias nem me prende litoral... Sou como o sal das salinas pois fui nascida no mar"...
E junto aos irmãos, à família, aos amigos, à natureza - parceiros de seu caminhar no mundo - minha voz se eleva neste canto de amor!
ZILA, DEUS LHE ABENÇOE!
(Texto publicado em 20 de outubro de 2008, no Diário de Natal, atualizado em outubro de 2009,
homenageando minha irmã Zila Mamede, pela data de 13 de dezembro de 1985, quando o mar a levou de nosso convívio).
Se você estivesse esperado mais, teria visto do alto de sua janela, naquela manhã, que a chuva estava com seu véu finíssimo prestes a escorregar das nuvens, e o sol continuava oculto. O mar, então, não recebia seus raios coloridos, cheios de magia e encantamento... nem suas ondas beijavam as areias, languidamente... A suave brisa do mar estava fria e as areias molhadas - antes quentes e fofinhas -, não ofertavam o lugar ideal ao exercício de seu corpo e de sua mente, em tempos de conversas com versos... Mas, você estava ansiosa por liberdade - pelo passeio nas areias da praia; pelo encontro matinal com seus amigos-poetas; pelo abraço à imensidão do mar e pela suavidade e carinho de suas águas ecorregando em seu corpo...
E você partiu cheia de graça antecipada. Sua alma, impregnada de lirismo, em canto de amor ao mar, como você anunciou em sua canção: "Quero abraçar, na fuga, o pensamento da brisa, das areias, dos sargarços; quero partir levando nos meus braços a paisagem que bebo no momento". E agora, o sussurro de sua voz: "Empossei-me dos caminhos convergentes para o mar... Fui areia, agora búzios chamando os ventos do mar... Agora nascida estrela, algas, recifes coral, não me contentam areias nem me prende litoral... Sou como o sal das salinas pois fui nascida no mar"...
E junto aos irmãos, à família, aos amigos, à natureza - parceiros de seu caminhar no mundo - minha voz se eleva neste canto de amor!
ZILA, DEUS LHE ABENÇOE!
(Texto publicado em 20 de outubro de 2008, no Diário de Natal, atualizado em outubro de 2009,
homenageando minha irmã Zila Mamede, pela data de 13 de dezembro de 1985, quando o mar a levou de nosso convívio).
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
Dança da libélula
Percorri os caminhos das ciências dos homens
- animais, plantas, terra, água, céus, mas nunca vi
uma dança no ar. Mas, a libélula,de asas diáfanas, doiradas de sol,
movimentava-se como as bailarinas clássicas, rodopiando, rodopiando,
tal pião solto do fio... Sempre apressada, trocava de lugar através do mimetismo
entre caules e folhagens verdes e amarelas... Eram imagens
e ecos da disputa entre uma libélula e um sapo.
Ouvi falas de animais, de homens, do vento, da chuva
mas nunca escutei a música da dança da libélula
- bater de asas girando, girando com rapidez -, ao som
da orquestração de besouros e cigarras,
ludibriando sapo asqueroso com seus gestos.
Vi o teatro da natureza - serras azuis -, cortina verde
em palco cheio de flores, muitas flores, animais,
ouvindo-se o canto do sabiá. Mas, nunca vi uma libélula,
numa dança, em instantes, abrir incisão em talo verde:
aí, escondeu seus ovos da língua fina e afiada dum sapo.
Num labor constante, este queria roubar-lhe,
em ágeis movimentos, seu maior tesouro,
gerado do amor materno.
Somente o tempo e a ciência encontraram a conclusão...
(Postado por Maria José Mamede Galvão, inspirada em programa de televisão sobre o tema: "Coisas que meus olhos não alcançam").
- animais, plantas, terra, água, céus, mas nunca vi
uma dança no ar. Mas, a libélula,de asas diáfanas, doiradas de sol,
movimentava-se como as bailarinas clássicas, rodopiando, rodopiando,
tal pião solto do fio... Sempre apressada, trocava de lugar através do mimetismo
entre caules e folhagens verdes e amarelas... Eram imagens
e ecos da disputa entre uma libélula e um sapo.
Ouvi falas de animais, de homens, do vento, da chuva
mas nunca escutei a música da dança da libélula
- bater de asas girando, girando com rapidez -, ao som
da orquestração de besouros e cigarras,
ludibriando sapo asqueroso com seus gestos.
Vi o teatro da natureza - serras azuis -, cortina verde
em palco cheio de flores, muitas flores, animais,
ouvindo-se o canto do sabiá. Mas, nunca vi uma libélula,
numa dança, em instantes, abrir incisão em talo verde:
aí, escondeu seus ovos da língua fina e afiada dum sapo.
Num labor constante, este queria roubar-lhe,
em ágeis movimentos, seu maior tesouro,
gerado do amor materno.
Somente o tempo e a ciência encontraram a conclusão...
(Postado por Maria José Mamede Galvão, inspirada em programa de televisão sobre o tema: "Coisas que meus olhos não alcançam").
sábado, 9 de outubro de 2010
Banho de estrelas
Ontem a lua não apareceu.
Na calçada
conversamos e tomamos vinho
até tarde, sob as estrelas
que ampliaram sua luz
para nos banhar!
Na calçada
conversamos e tomamos vinho
até tarde, sob as estrelas
que ampliaram sua luz
para nos banhar!
terça-feira, 5 de outubro de 2010
terça-feira, 21 de setembro de 2010
Imagens
Todos ainda dormem.
E o sereno da manhã nascitura
veste de branco
(como num instante único)
o verde dos roçados bordados
de flores amarelas
respirando, de longe
o ar que das serras desce.
E folhas secas
enroladas pelo vento andarilho
forram os caminhos quentes da tarde
minorando as dores e a solidão dos homens
no retorno do trabalho sertanejo.
E o sereno da manhã nascitura
veste de branco
(como num instante único)
o verde dos roçados bordados
de flores amarelas
respirando, de longe
o ar que das serras desce.
E folhas secas
enroladas pelo vento andarilho
forram os caminhos quentes da tarde
minorando as dores e a solidão dos homens
no retorno do trabalho sertanejo.
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Poema; Palmira Wanderley
Clara a manhã de ouro desfia
A meada de luz para tecer o dia.
Já a estrela da Alva tão formosa e boa
Terminara a tarefa de fiar,
Nas derradeiras flores de estiagem,
A toalha do altar,
Para a boda selvagem
Do cajueiro em flor e da lagoa...
Ao longe, os morros verdes,
Embebidos na luz da manhã cor de rosa,
Mostraram ao sol as flores da grinalda
Da noiva casta, linda e venturosa.
A meada de luz para tecer o dia.
Já a estrela da Alva tão formosa e boa
Terminara a tarefa de fiar,
Nas derradeiras flores de estiagem,
A toalha do altar,
Para a boda selvagem
Do cajueiro em flor e da lagoa...
Ao longe, os morros verdes,
Embebidos na luz da manhã cor de rosa,
Mostraram ao sol as flores da grinalda
Da noiva casta, linda e venturosa.
domingo, 12 de setembro de 2010
BANHO DE LUA
A lua continua sua incursão pela natureza. Não posso vê-la no momento. Naturalmente, está cumprindo a missão que lhe foi destinada: vencendo, dialeticamente, sua trajetória num 'contínuo' circular de altos e baixos, de claros e escuros, de luzes e sombras.
Por isso, por esperá-la no cumprimento dessa missão, não coloquei minha cadeira na calçada da casa onde moro. Esses momentos são especiais. Coletivos, de múltiplos espaços, Hoje, não há momentos, apenas, para reviver tradições e costumes sertanejos. Neste momento, além da escuridão, há muito barulho na cidade, afetando minha rua. Há festa com dança e música, há buzinaços, há roncos de motores dos automóveis, há gritos de euforias dos homens e mulheres, há sons de pagodes, axés com batidas originariamente diversas, em tambores e tamborins.
E a noite vestida de negro, contaminada por esses sons espalhados pelos ventos, não é propícia a aconchegos nas calçadas. Alguns, solitários, costumeiramente, arriscam-se a balançar-se em sua cadeiras; outros, preferem esperar o retorno do brilho da lua, como eu.
Nesse retorno à tradição, as calçadas revestem-se de luzes - um misto de prazer e sedução -, quando em noites do banho dourado da lua. Seus raios diáfanos, claros, permitem-nos avistar, de longe, as pessoas em grupos pelas suas calçadas, participantes dos saraus de poesias e canções, de risos, de falas, de abraços, de alegria e saudade, enfim, de emoções diversas.
E, ainda, é possível cumprimentar e abraçar os que caminham pela rua - 'os passantes' -, aqueles que desejariam, também, estar ali, participando da homogeneidade do grupo, naquele aconchego singular: recordando fatos do passado, fazendo planos, contando de suas esperanças, vitórias ou de suas desventuras, enfim, trocando idéias, contando 'causos', jogando conversa fora durante aquele banho de lua.
Ali, naqueles momentos singulares, às vezes, todos falam ao mesmo tempo... Quem sabe... Talvez, na próxima lua cheia, tudo tenha mudado... Porque, como disse um poeta: "A vida é, apenas, um instante que passa".
E num outro olhar por esta rua, de onde estou, diviso um rio que a corta banhando-a com suas águas - ora turbulentas, ora mansas -, lá no começo da ladeira, onde os homens e mulheres iniciaram a história desta cidade: esta foi uma de suas ruas nacituras, construídas pelo esforço dos que aqui chegaram, aqui viveram e cresceram, impregnados da Fé e Amor à Sant´Ana.
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Caminhos
Andei. Andei pelos seus caminhos
cheios de sóis e luas. O vento forte
não desmanchou meus cabelos castanhos
longos e lisos. Nem a brisa da tarde
empurrando as maretas
dedilharam as cordas do meu coração.
Ouvia-se, apenas, o murmúrio do canto
da saudade: um sussurro
que se perdeu na areia...
cheios de sóis e luas. O vento forte
não desmanchou meus cabelos castanhos
longos e lisos. Nem a brisa da tarde
empurrando as maretas
dedilharam as cordas do meu coração.
Ouvia-se, apenas, o murmúrio do canto
da saudade: um sussurro
que se perdeu na areia...
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Homenagem à Virgem Mãe da Guia
E por falar em Seridó
palpita meu coração,
rico, belo, hospitaleiro
antigo chão do meu chão
seu povo é corajoso, chei de Fé e tradição!
Tradição que se arraigou
com muita Fé, devoção
na Igreja amor dedicado
com muita satisfação
preces erguendo aos céus, sempre com emoção!
Emoção que me enternece
- meu coração prenuncia -
quando se fala na Festa
da Padroeira da Guia
a mais bela do lugar, amor e luz irradia!
E por falar em beleza,
também não vi outra igual,
na cidade do Acari
festa que não tem igual
vêm acarienses de longe, em vôo internacional!
De longe, os filhos daqui
dão sua contribuição
Acari logo se enfeita
ruas, praças, calçadão
durante toda a festa, grande é a animação!
Tem show na praça e leilão
traz saudade e nostalgia
tem também a Cavalgada
reúne filhos de da Guia
Festa do Agricultor, com muita cor e alegria!
Todos correm nessa hora
pra ver o desfile passar
acompanhar o povão
e ouvir a Banda tocar
dobrados de Seu Felinto e a todos abraçar!
E a Banda toca dobrados
de causar admiração
de manhã, na Alvorada
no Giro, com atenção
à noite, aos Cafus, todos com muita emoção!
Quem assim o escreveu
foi o Dr. Bianor
dizendo sobre o Acari
e o fez com muito amor
se não fosse o seu livro, não se sabia expor!
E neste momento alegre
propício para lembrar
quero chamar atenção
para a Banda ouvir tocar
subindo para a Igreja e a festa abrilhantar!
Ouve-se "Ernesto Galvão"
fazendo a alma chorar
um dobrado refinado
a Banda se esmera ao tocar
belo, também, é "Estréia", faz um circo relembrar!
Todo ano em agosto
tem nova programação
tem missa, banda na rua
tem novena e foguetão
e disputa de noitários, com muita agitação!
Do lado direito do rio,
a noite foi grande brilhou!
Muita gebte veio de longe
mais dinheiro arrecadou,
Acauã do outro lado, a sua noite cantou!
E cantou com muita alegria
o povo também encantou
homens de Fé - sua gente
girândula também soltou
na novena de Da Guia, a Banda, hino tocou!
E tocou em frente a Matriz
retreta bem afinada
depois saudou os amigos
por eles sendo louvada
diante de suas casas indo até à madrugada!
Satisfação é dizer
Acari é beleza, harmonia
seus filhos têm Fé, tradição
louvando a Virgem da Guia
na noite festiva de agosto, canto versos com alegria!
E em sua Matriz secular
temos que a Missa assistir
às 10 horas, 15 de agosto
vozes sopranos a ouvir
do coral "Amália Rodrigues", razão de seu existir!
No encerramento da Festa
tem a grande Procissão
de Nossa Senhora da Guia,
caminhos de oração
e a Banda desce tocando, com muita satisfação!
Nos grandes Bailes de Outrora
na alma, muita emoção
dos jovens cheios de vida
dançando com animação
samba, valsa e bolero, estremecendo o coração!
E amigo, ano após ano
dançarinos em caminhada
após o Baile da Festa
- ventos frios da madrugada -
nas largas ruas passando, uma emoção suacitada!
E atenção, minha gente
esta noite é de saudade
convido os amigos presentes
pra registrar felicidade
num livro sobre Acari, folhas tecendo amizade!
A tinta vem da quixaba
do coco, faz-se o tinteiro
o papel, da bananeira
todo verdinho, inteiro
a pena, do rabo do gato, um história com roteiro!
Agora, vocês dão licença
para eu, o livro escrever
depois que todos registrem
o que quiserem dizer:
pego na pena e escrevo, pra história não esquecer!
terça-feira, 20 de julho de 2010
Exaltação ao Mons. Ausônio
O Senhor nos deixou rumando para a eternidade...
Essa partida foi plenificada com orações e cânticos sublimes,
regados com lágrimas de saudades.
Seu caminhar deixou impresso em nosso coração
o sinete do amor, da fraternidade, da justiça social,
sentimentos repartidos entre homens e mulheres de sua cidade amada.
Na nobre missão de Sacerdote, pontilhada de momentos felizes e belos
e de horas de angústia e sofrimento, suas mãos de Sacerdote
foram instrumentos para externar o que trazia na alma e no coração
no cumprimento do seu ministério sagrado.
As mãos do Sacerdote, mãos que abençoavam contritamente, as pessoas
acalmando tormentos e aflições, ao ajoelharem-se, timidamente para a Confissão.
Mãos que elevaram o Corpo de Deus presente na Sagrada Eucaristia,
dividindo-o mansamente com homens e mulheres nesse momento sublime,
momento de Fé e de Amor. [...]
Mãos do Sacerdote, mãos que na Santa Missa presidiam o gesto solene
da Bênção Final: em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo
e do Hino à Sant ´Ana, Excelsa Padroeira, desejando momentos felizes a todos
na reunião fraterna e no aconchego morno da família.
Mãos de Sacerdote, mãos de amigo que num toque peculiar
e carinhoso dizia, acolhendo os que o procuravam:
- Você está bem?
- Você está feliz?
Era o desejo nascido de sua alma de ver todos felizes...
Mãos de Sacerdote, mãos de Professor
apontando os caminhos da vida na Igreja, na sala de aula.
Mãos de escritor, registrando poesia e encantamento com a vida
do mais íntimo do pensamento, deixando impressos em seu arquivo "Coisas da vida",
onde, naturalmente, revelará o cerne de seu coração e o infinito do seu amor
a Deus e aos homens e mulheres desta terra!
(Parte da Mensagem proferida por ocasião da Missa de 30º dia na Matriz de Sant´Ana, em C. Novos, no dia 14 de março de 2001-Publicado em Currais Novos em Revista - 2001)
Essa partida foi plenificada com orações e cânticos sublimes,
regados com lágrimas de saudades.
Seu caminhar deixou impresso em nosso coração
o sinete do amor, da fraternidade, da justiça social,
sentimentos repartidos entre homens e mulheres de sua cidade amada.
Na nobre missão de Sacerdote, pontilhada de momentos felizes e belos
e de horas de angústia e sofrimento, suas mãos de Sacerdote
foram instrumentos para externar o que trazia na alma e no coração
no cumprimento do seu ministério sagrado.
As mãos do Sacerdote, mãos que abençoavam contritamente, as pessoas
acalmando tormentos e aflições, ao ajoelharem-se, timidamente para a Confissão.
Mãos que elevaram o Corpo de Deus presente na Sagrada Eucaristia,
dividindo-o mansamente com homens e mulheres nesse momento sublime,
momento de Fé e de Amor. [...]
Mãos do Sacerdote, mãos que na Santa Missa presidiam o gesto solene
da Bênção Final: em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo
e do Hino à Sant ´Ana, Excelsa Padroeira, desejando momentos felizes a todos
na reunião fraterna e no aconchego morno da família.
Mãos de Sacerdote, mãos de amigo que num toque peculiar
e carinhoso dizia, acolhendo os que o procuravam:
- Você está bem?
- Você está feliz?
Era o desejo nascido de sua alma de ver todos felizes...
Mãos de Sacerdote, mãos de Professor
apontando os caminhos da vida na Igreja, na sala de aula.
Mãos de escritor, registrando poesia e encantamento com a vida
do mais íntimo do pensamento, deixando impressos em seu arquivo "Coisas da vida",
onde, naturalmente, revelará o cerne de seu coração e o infinito do seu amor
a Deus e aos homens e mulheres desta terra!
(Parte da Mensagem proferida por ocasião da Missa de 30º dia na Matriz de Sant´Ana, em C. Novos, no dia 14 de março de 2001-Publicado em Currais Novos em Revista - 2001)
Para o Dia do Amigo
Do baú da vida:
retirei todos os momentos felizes
as flores coloridas com amor e poesia
os sonhos guardados para repartir com os amigos
as linhas para, diariamente, tecer os sonhos
e hoje distriuir a tessitura de tudo que guardei!
retirei todos os momentos felizes
as flores coloridas com amor e poesia
os sonhos guardados para repartir com os amigos
as linhas para, diariamente, tecer os sonhos
e hoje distriuir a tessitura de tudo que guardei!
segunda-feira, 12 de julho de 2010
O outro lado
Sopra o vento frio da manhã sertaneja.
Faz coro aos pardais, aos chiados de vasouras
de palha varrendo folhas secas, enroladas na minha rua.
A cidade está nua de gente
de carros espanlhando sons e ruídos
alarmantes - músicas gritantes aos meus ouvidos.
Todos dormem. Cavalos não troteiam
mais. Apenas, dormem. Seus cascos não repetem
a música das cavalgadas longínquas em estreitas veredas.
Nem desenham os caminhos
estreitos nas manhãs/tardes/noites formatados
no pátio da vaquejada para o brilho dos vaqueiros!
E os bois, machucados e sonolentos
ruminam sede e fome. Todos sonham com o capim verdinho
dos pastos, e a água corrente dos riachos defrescantes.
E os vaqueiros? Que dizer também
do corpo cansado, de noites insones, da saudade?
De onde seus sonhos? Seus desejos? Seu alvorecer?
Faz coro aos pardais, aos chiados de vasouras
de palha varrendo folhas secas, enroladas na minha rua.
A cidade está nua de gente
de carros espanlhando sons e ruídos
alarmantes - músicas gritantes aos meus ouvidos.
Todos dormem. Cavalos não troteiam
mais. Apenas, dormem. Seus cascos não repetem
a música das cavalgadas longínquas em estreitas veredas.
Nem desenham os caminhos
estreitos nas manhãs/tardes/noites formatados
no pátio da vaquejada para o brilho dos vaqueiros!
E os bois, machucados e sonolentos
ruminam sede e fome. Todos sonham com o capim verdinho
dos pastos, e a água corrente dos riachos defrescantes.
E os vaqueiros? Que dizer também
do corpo cansado, de noites insones, da saudade?
De onde seus sonhos? Seus desejos? Seu alvorecer?
sábado, 10 de julho de 2010
Campo de poesias:
do céu - lua nuvens chuva
sol estrelas
da terra - folhas flores vento
rios pedras
da alma - tristeza mágoa alegria
amor saudade pranto
tecendo poemas com os fios do coração: choros, falas, encanto!
sol estrelas
da terra - folhas flores vento
rios pedras
da alma - tristeza mágoa alegria
amor saudade pranto
tecendo poemas com os fios do coração: choros, falas, encanto!
sexta-feira, 9 de julho de 2010
Homenagem à Cavalgada de Sant´Ana
[...]
Do lombo das serras, a cavalgada
transforma-se em miragem, com
a visão de perfil dos cavaleiros e
amazonas, através do contraste do
azul do céu e do raiar do sol, espraiando
seus raios e iluminando a manhã sertaneja! [...]
Do lombo das serras, a cavalgada
transforma-se em miragem, com
a visão de perfil dos cavaleiros e
amazonas, através do contraste do
azul do céu e do raiar do sol, espraiando
seus raios e iluminando a manhã sertaneja! [...]
quinta-feira, 8 de julho de 2010
Sant`Ana: mulher forte
Sua doce presença
suscite Fé e Amor,
reacenda-os no coração
de todos os fiéis
- dos filhos da terra,
dos visitantes,
de todos que a veneram!
Sant´Ana,
sua doce presença
alivie penas, cure e encorage,
nos anime a superar
momentos de angústia e aflição!
A Fé e o amor
sugeridos por sua doce presença,
nos levaram a partilhar ações
para a realização
da Festa de Sant´Ana!
Sua doce presença, SANTANA
é o farol que alumia
os caminhos dos que acreditam,
dos que sofrem, dos que amam.
Sant´Ana, guarde-nos em seu coração!
(poema de minha autoria, a partir de uma oração à Sant´Ana, publicado em 2001).
suscite Fé e Amor,
reacenda-os no coração
de todos os fiéis
- dos filhos da terra,
dos visitantes,
de todos que a veneram!
Sant´Ana,
sua doce presença
alivie penas, cure e encorage,
nos anime a superar
momentos de angústia e aflição!
A Fé e o amor
sugeridos por sua doce presença,
nos levaram a partilhar ações
para a realização
da Festa de Sant´Ana!
Sua doce presença, SANTANA
é o farol que alumia
os caminhos dos que acreditam,
dos que sofrem, dos que amam.
Sant´Ana, guarde-nos em seu coração!
(poema de minha autoria, a partir de uma oração à Sant´Ana, publicado em 2001).
sexta-feira, 11 de junho de 2010
Fogueira
[...]
Manhã cedo:
cinzas branquinhas
- ainda quentes -
pintam quadro no terreiro sertanejo!
De longe
o eco de cantigas juninas
nas quebradas das serras...
Manhã cedo:
cinzas branquinhas
- ainda quentes -
pintam quadro no terreiro sertanejo!
De longe
o eco de cantigas juninas
nas quebradas das serras...
quinta-feira, 27 de maio de 2010
Aos amantes da poesia, como eu
"Se alguém ama uma flor,
daquela que existe apenas
mais que um exemplar
entre milhões e milhões de estrelas,
é bastante para que seja feliz
quando olhar para as estrelas".
Antoine de Exupery
( Postado no ORKUT, pela amiga e museóloga Guia Medeiros, Diretora do Museu Histórico de Acari).
daquela que existe apenas
mais que um exemplar
entre milhões e milhões de estrelas,
é bastante para que seja feliz
quando olhar para as estrelas".
Antoine de Exupery
( Postado no ORKUT, pela amiga e museóloga Guia Medeiros, Diretora do Museu Histórico de Acari).
quarta-feira, 26 de maio de 2010
sexta-feira, 14 de maio de 2010
P a l h a ç o
No olhar do palhaço
a agonia verde, escondida.
No colorido da face - a alegria
fugidia, fingida.
Depois de acobracias
torna-se delgado: curva-se à platéia,
some-se no fundo do picadeiro:
- vertem-se lágrimas de seus olhos...
a agonia verde, escondida.
No colorido da face - a alegria
fugidia, fingida.
Depois de acobracias
torna-se delgado: curva-se à platéia,
some-se no fundo do picadeiro:
- vertem-se lágrimas de seus olhos...
sábado, 8 de maio de 2010
Mamãe: homenagem ao Dia das Mães
Hoje recebi o teu retrato. É a imagem de tua beleza e mocidade presentes em minha saudade. Assim, sempre bela e jovial, passaste pela vida deixando em teu caminho o exemplo de amor e dedicação.
As Mães nunca envelhecem aos olhos dos filhos. Por isso, apesar da prata de teus cabelos, eras sempre a Mãe mais jovem, a mais bela, a mais querida para mim.
Olhando teu retrato, senti em minh´alma os sentimentos de amor filial, transmudados numa saudade que magoa o coração e faz jorrar o pranto. Fitei teus olhos negros que tanto choraram... Foi como uma retrospecção em minha vida: ví-me, outra vez, criança e adolescente - senti teus lábios e tuas mãos em beijos e carícias, como somente tu sabias fazer; ouvi novamente, palavras de ternura e conselhos infinitamente bons. Oh, como daria tudo de mim para tê-la bem perto! Receberia de joelhos os teus sermões e castigos,e benderia aos céus o privilégio de ter Mãe! [...]
Hoje, na antevisão do declínio da vida, eu te bendigo e te glorifico em todas as batidas do meu coração, e te agradeço por ter-me dado a vida.[...]
Teu retrato, ó Mãe, volto a contemplá-lo. Tenho o pranto na face, e no coração a saudade que jamai se extinguirá.
(texto redigido em homenagem a minha Mãe Elydia, em Acari, maio de 1970. Modificado pela autora para este blog).
As Mães nunca envelhecem aos olhos dos filhos. Por isso, apesar da prata de teus cabelos, eras sempre a Mãe mais jovem, a mais bela, a mais querida para mim.
Olhando teu retrato, senti em minh´alma os sentimentos de amor filial, transmudados numa saudade que magoa o coração e faz jorrar o pranto. Fitei teus olhos negros que tanto choraram... Foi como uma retrospecção em minha vida: ví-me, outra vez, criança e adolescente - senti teus lábios e tuas mãos em beijos e carícias, como somente tu sabias fazer; ouvi novamente, palavras de ternura e conselhos infinitamente bons. Oh, como daria tudo de mim para tê-la bem perto! Receberia de joelhos os teus sermões e castigos,e benderia aos céus o privilégio de ter Mãe! [...]
Hoje, na antevisão do declínio da vida, eu te bendigo e te glorifico em todas as batidas do meu coração, e te agradeço por ter-me dado a vida.[...]
Teu retrato, ó Mãe, volto a contemplá-lo. Tenho o pranto na face, e no coração a saudade que jamai se extinguirá.
(texto redigido em homenagem a minha Mãe Elydia, em Acari, maio de 1970. Modificado pela autora para este blog).
quarta-feira, 5 de maio de 2010
Maio
Maio se repete. Novamente
flores perfumadas nos caminhos,
girassóis amarelos se alongando
ao céu, florescidos entre espinhos.
Maio renova flores nos altares.
Brancas noivas cintilam
jóias -, botões de rosas nos ares
doce perfume evolam.
Maio reveste branco manto
de Maria. Véu de pureza
empana a face de encanto
- face de Fé a refletir beleza.
Maio se transmuda e terno
amor ressurge n´alma.
Maio, amor de Maria, eterno
amor de Mãe, nosso peito acalma.
( Versos dedicados à Maria, Mãe de Jesus e a todas as Mães do universo).
flores perfumadas nos caminhos,
girassóis amarelos se alongando
ao céu, florescidos entre espinhos.
Maio renova flores nos altares.
Brancas noivas cintilam
jóias -, botões de rosas nos ares
doce perfume evolam.
Maio reveste branco manto
de Maria. Véu de pureza
empana a face de encanto
- face de Fé a refletir beleza.
Maio se transmuda e terno
amor ressurge n´alma.
Maio, amor de Maria, eterno
amor de Mãe, nosso peito acalma.
( Versos dedicados à Maria, Mãe de Jesus e a todas as Mães do universo).
domingo, 2 de maio de 2010
Para o Dia do sertanejo
Hoje não tem lua.
Da calçada, na cadeira de balanço
o silêncio da antiga rua
escreve a pauta de uma canção!
No lugar de "Didinha lua"
vejo você num coração!
Da calçada, na cadeira de balanço
o silêncio da antiga rua
escreve a pauta de uma canção!
No lugar de "Didinha lua"
vejo você num coração!
sábado, 1 de maio de 2010
Cantigas ao vento
O vento canta, ainda,
no movimento das águas
no riacho;
quando empurra as maretas do açude
e as ondas crespas do mar.
Ele canta e encanta
quando se enrola aos fios de chuva
caindo, caindo...
e cria e recria os rodamoinhos
girando, girando...
Nas tardes secas do sertão.
(A Maria José, no Blog Espartilhos da EME).
no movimento das águas
no riacho;
quando empurra as maretas do açude
e as ondas crespas do mar.
Ele canta e encanta
quando se enrola aos fios de chuva
caindo, caindo...
e cria e recria os rodamoinhos
girando, girando...
Nas tardes secas do sertão.
(A Maria José, no Blog Espartilhos da EME).
segunda-feira, 26 de abril de 2010
* S a u d a d e
Saudade, vaga presença
que muito bem não se explica;
algo de nós que alguém leva...
Algo de alguém que nos fica.
Do tempo a leve lembrança,
de tudo um pouco ficou;
ficou somente a presença
da saudade que restou
* Poema da autoria do Prof. José Celestino Galvão, meu grande amigo e colega da UFRN/Campus de Caicó. Abraços para sua esposa e amiga Maria José.
que muito bem não se explica;
algo de nós que alguém leva...
Algo de alguém que nos fica.
Do tempo a leve lembrança,
de tudo um pouco ficou;
ficou somente a presença
da saudade que restou
* Poema da autoria do Prof. José Celestino Galvão, meu grande amigo e colega da UFRN/Campus de Caicó. Abraços para sua esposa e amiga Maria José.
quinta-feira, 22 de abril de 2010
Tessitura das horas
No relógio do tempo
gravaram-se anseios
sono, cansaço - choros
de crianças.
Em murmúrios
cantares de meninos
teceram horas - noites
de espera despontando auroras.
Voz do vaqueiro
antecipava madrugada
ainda escura. Era alegria
quando rósea manhã surgia.
gravaram-se anseios
sono, cansaço - choros
de crianças.
Em murmúrios
cantares de meninos
teceram horas - noites
de espera despontando auroras.
Voz do vaqueiro
antecipava madrugada
ainda escura. Era alegria
quando rósea manhã surgia.
quarta-feira, 14 de abril de 2010
terça-feira, 13 de abril de 2010
Um dia você aprende que...
"Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil
diferença, entre dar a mão e acorrentar a alma. E você aprende que
amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa
segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos e
presentes não são promessas. [...]"
William Shakespeare
diferença, entre dar a mão e acorrentar a alma. E você aprende que
amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa
segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos e
presentes não são promessas. [...]"
William Shakespeare
sexta-feira, 9 de abril de 2010
EMOÇÕES EM ACARI
Grandes emoções permeiam o ser humano em cada aurora, em cada anoitecer, em momentos especiais.
São mudanças internas, variações do espírito-corpo que ocorrem no homem, manifestando-se como tristeza, alegria, abalo moral, comoção, raiva, amor... Para que aconteçam essas mudanças existem os motivos. Difícil é prever a hora, o dia em que possam ocorrer... Contudo, há fases da vida em que as emoções afloram com maior intensidade... Enfatizo a adolescência, onde o novo, o sonho se sobrepõem com grande força. Mas, esse preâmbulo é, apenas, para eu falar sobre emoções sentidas em Acari!
Foi em 1951, depois do encantamento e alegrias de nosso casamento, a 5 de maio: viajando de automóvel - Natal/Acari -, tive o encontro com o novo, ao divisar aquela pequenina cidade, incrustada num colar de serras azuis, da cor de anil...Emocionei-me ante aquela paisagem inesperada, tão bela e tão diferente de outros caminhos pisados... Aí, naturalmente, tive que guardar meus sohos e vivenciar uma realidade nunca antes imaginada! Emoção maior, foi o contato com outras pessoas, diferentes em seu modo de pensar e de agir, e cujos códigos de vida teria que assimilar e acrescer aos que trouxera comigo.
Em nossa cultura, maio é o mês das flores, das noivas, do culto à Maria, Virgem e Mãe! É o mês que nos fala de anjos aloirados, de orações, de cânticos sublimes, de incensos perfumados, de altares revestidos de flores coloridas.. Portanto é tempo de emoções: um misto de saudade e pesar; de tristezas e alegria...
Situo-me, então, na Matriz da Virgem Mãe da Guia, numa noite de maio em Acari: 10 de maio de 1951, aniversário de Juarez; noite patrocinada por sua famíia, nos moldes tradicionais da época. Um banco de madeira marcado com as iniciais da família nos acolheu naquela noite singular; junto a nós, sua mãe, irmãs e outros familiares. As mulheres usavam mantilhas de renda protegendo-lhes as cabeças, e portavam um manual religioso. Eram gestos costumeiros para acompanhar as orações inerentes àquele ato litúrgico, tradicional, como algumas leituras, ainda em latim.
Ao adentrar, pela primeira vez, no átrio da Matriz da Virgem da Guia, o fervor religioso uniu-se à contemplação à beleza do lugar: meus olhos extasiaram-se ante a visão dos santos nos altares e à imgem do Cristo, no alto, por trás do altar-mor, com os braços estendidos, como se estivesse relembrando seu sofrimento no Calvário.
Há muitos anos, participo, ainda, de momentos de grande emoção nas novenas e missas durante a Festa da Padroeira. Nesses momentos ímpares, a emoção se extravasa em lágrimas vertidas, impulsionadas pelo amor e saudade dos que não se encontram mais perto de mim. E durante a Missa solene de 15 de agosto, uma emoção sublime releva meu ser, anualmente, ao escutar o cântico "Coros Angélicos", uma louvação à Maria Imaculada; "O Glória" (Felinto Lúcio Dantas), e o poema "Magnificat", de Maria Santíssima. Nesses momentos, minh ´alma transporta-se ao infinito, através das vozes angelicais dos sopranos e barítonos do Coral "Amália Rodrigues de Carvallho".
Mas, "Há sempre um momento no tempo em que uma porta se abre para deixar entrar o futuro" (Grahan Green). E foi assim... uma nova porta abriu-se modificando meu modo de pensar... uma nova forma de ver o mundo passou a guiar minha vida... O tempo, amigos, se não sabem, se escorrega de mansinho, como gotas d´água, no encontro angular dos dedos.
E só o tempo registrará novas emoções permeando nosso caminhar na vida:
[...] No novo tempo que virá
quero cantar a canção que não cantei
ao te encontrar, ao te abraçar...
pelas estradas da vida
agora solitários caminhos sem você... [...]
* Para ser publicado no blog acaridomeuamor.nafoto.net, agradecendo as inúmeras mensagens
recebidas pelo dia de meu aniversário comemorado em Acari: dos familiares, amigos alunos e a Jesus, pela mensagem carregada de carinho e ternura por ele publicada.
São mudanças internas, variações do espírito-corpo que ocorrem no homem, manifestando-se como tristeza, alegria, abalo moral, comoção, raiva, amor... Para que aconteçam essas mudanças existem os motivos. Difícil é prever a hora, o dia em que possam ocorrer... Contudo, há fases da vida em que as emoções afloram com maior intensidade... Enfatizo a adolescência, onde o novo, o sonho se sobrepõem com grande força. Mas, esse preâmbulo é, apenas, para eu falar sobre emoções sentidas em Acari!
Foi em 1951, depois do encantamento e alegrias de nosso casamento, a 5 de maio: viajando de automóvel - Natal/Acari -, tive o encontro com o novo, ao divisar aquela pequenina cidade, incrustada num colar de serras azuis, da cor de anil...Emocionei-me ante aquela paisagem inesperada, tão bela e tão diferente de outros caminhos pisados... Aí, naturalmente, tive que guardar meus sohos e vivenciar uma realidade nunca antes imaginada! Emoção maior, foi o contato com outras pessoas, diferentes em seu modo de pensar e de agir, e cujos códigos de vida teria que assimilar e acrescer aos que trouxera comigo.
Em nossa cultura, maio é o mês das flores, das noivas, do culto à Maria, Virgem e Mãe! É o mês que nos fala de anjos aloirados, de orações, de cânticos sublimes, de incensos perfumados, de altares revestidos de flores coloridas.. Portanto é tempo de emoções: um misto de saudade e pesar; de tristezas e alegria...
Situo-me, então, na Matriz da Virgem Mãe da Guia, numa noite de maio em Acari: 10 de maio de 1951, aniversário de Juarez; noite patrocinada por sua famíia, nos moldes tradicionais da época. Um banco de madeira marcado com as iniciais da família nos acolheu naquela noite singular; junto a nós, sua mãe, irmãs e outros familiares. As mulheres usavam mantilhas de renda protegendo-lhes as cabeças, e portavam um manual religioso. Eram gestos costumeiros para acompanhar as orações inerentes àquele ato litúrgico, tradicional, como algumas leituras, ainda em latim.
Ao adentrar, pela primeira vez, no átrio da Matriz da Virgem da Guia, o fervor religioso uniu-se à contemplação à beleza do lugar: meus olhos extasiaram-se ante a visão dos santos nos altares e à imgem do Cristo, no alto, por trás do altar-mor, com os braços estendidos, como se estivesse relembrando seu sofrimento no Calvário.
Há muitos anos, participo, ainda, de momentos de grande emoção nas novenas e missas durante a Festa da Padroeira. Nesses momentos ímpares, a emoção se extravasa em lágrimas vertidas, impulsionadas pelo amor e saudade dos que não se encontram mais perto de mim. E durante a Missa solene de 15 de agosto, uma emoção sublime releva meu ser, anualmente, ao escutar o cântico "Coros Angélicos", uma louvação à Maria Imaculada; "O Glória" (Felinto Lúcio Dantas), e o poema "Magnificat", de Maria Santíssima. Nesses momentos, minh ´alma transporta-se ao infinito, através das vozes angelicais dos sopranos e barítonos do Coral "Amália Rodrigues de Carvallho".
Mas, "Há sempre um momento no tempo em que uma porta se abre para deixar entrar o futuro" (Grahan Green). E foi assim... uma nova porta abriu-se modificando meu modo de pensar... uma nova forma de ver o mundo passou a guiar minha vida... O tempo, amigos, se não sabem, se escorrega de mansinho, como gotas d´água, no encontro angular dos dedos.
E só o tempo registrará novas emoções permeando nosso caminhar na vida:
[...] No novo tempo que virá
quero cantar a canção que não cantei
ao te encontrar, ao te abraçar...
pelas estradas da vida
agora solitários caminhos sem você... [...]
* Para ser publicado no blog acaridomeuamor.nafoto.net, agradecendo as inúmeras mensagens
recebidas pelo dia de meu aniversário comemorado em Acari: dos familiares, amigos alunos e a Jesus, pela mensagem carregada de carinho e ternura por ele publicada.
quinta-feira, 1 de abril de 2010
ZILA MAMEDE: pedaços da vida
[...]SEU FLORESCER COMO POETISA E ESCRITORA
Desde o início da vida estudantil no Colégio da Imaculada Conceição, Zila projetou-se como uma das melhores alunas, revelando-se com tendências a escrever. Nesse tempo, circulava em Natal um jornal católico, "A ORDEM", no qual tivera chances de publicar alguns contos modernos e outros artigos relevantes para sua idade.
Certa vez, Pe. Francisco das Chagas Neves Gurgel, Capelão da Marinha, jornalista e Professor do Seminário São Pedro - e grande amigo da família -, escrevera nesse jornal, um artigo sobre Zila, sob o título "ZILA: ELA ESCREVERÁ". Esse fato, talvez teha sido um incentivo maior para o florescer de sua vida como escritora, gravado para sempre em minha memória. Entretanto, não tenho lembranças de suas publicações nesse jornal natalense.
Anos depois - 1951-1952 -, Zila publicou no Diário de Natal, 38 poemas e 06 textos em prosa, matéria inédita até o ano de 2009, fato desconhecido por sua família. Depois de "achados" nesse jornal, foram organizados num livro sob o título de EXERCÍCIOS DE POESIA - textos esparsos. Coube aos professores Humberto Hemenegildo de Araújo, Marise Adriana Mamede Galvão e Maria José Mamede Galvão a incumbência de organizá-lo. Esse livro incluiu-se na continuidade à "Coleção de Estudos Norte-Riograndenses", um programa efciente da UFRN, através do Núcleo Câmara Cascudo de Estudos Norte-Riograndenses e da Editora da UFRN-EDUFRN, apresentado ao público pelo Prof.José Ivonildo do Rego, Reitor da Universidade, no ano de 2009 [...].
(Este texto foi extraído do tema acima, integrante de uma mesa redonda em homenagem à Zila, em comemoração ao Dia Nacional da Poesia, organizado pelo Grupo Casarão de Poesia, UFRN/Campus de C. Novos e IFRN/Campus de C. Novos, no dia 26 de março de 2010).
Desde o início da vida estudantil no Colégio da Imaculada Conceição, Zila projetou-se como uma das melhores alunas, revelando-se com tendências a escrever. Nesse tempo, circulava em Natal um jornal católico, "A ORDEM", no qual tivera chances de publicar alguns contos modernos e outros artigos relevantes para sua idade.
Certa vez, Pe. Francisco das Chagas Neves Gurgel, Capelão da Marinha, jornalista e Professor do Seminário São Pedro - e grande amigo da família -, escrevera nesse jornal, um artigo sobre Zila, sob o título "ZILA: ELA ESCREVERÁ". Esse fato, talvez teha sido um incentivo maior para o florescer de sua vida como escritora, gravado para sempre em minha memória. Entretanto, não tenho lembranças de suas publicações nesse jornal natalense.
Anos depois - 1951-1952 -, Zila publicou no Diário de Natal, 38 poemas e 06 textos em prosa, matéria inédita até o ano de 2009, fato desconhecido por sua família. Depois de "achados" nesse jornal, foram organizados num livro sob o título de EXERCÍCIOS DE POESIA - textos esparsos. Coube aos professores Humberto Hemenegildo de Araújo, Marise Adriana Mamede Galvão e Maria José Mamede Galvão a incumbência de organizá-lo. Esse livro incluiu-se na continuidade à "Coleção de Estudos Norte-Riograndenses", um programa efciente da UFRN, através do Núcleo Câmara Cascudo de Estudos Norte-Riograndenses e da Editora da UFRN-EDUFRN, apresentado ao público pelo Prof.José Ivonildo do Rego, Reitor da Universidade, no ano de 2009 [...].
(Este texto foi extraído do tema acima, integrante de uma mesa redonda em homenagem à Zila, em comemoração ao Dia Nacional da Poesia, organizado pelo Grupo Casarão de Poesia, UFRN/Campus de C. Novos e IFRN/Campus de C. Novos, no dia 26 de março de 2010).
quinta-feira, 18 de março de 2010
PARA O DIA DA POESIA
Nesta casa pequena, quente
falta-lhe espaço - caminhos de vento, chuva, sol.
A outra casa
varrida pelo vento
banhada pela chuva e sol
ecoa choros, cantares, conhos:
hoje é uma casa qualquer
numa rua qualquer
- sem choro, sem canto e encanto.
falta-lhe espaço - caminhos de vento, chuva, sol.
A outra casa
varrida pelo vento
banhada pela chuva e sol
ecoa choros, cantares, conhos:
hoje é uma casa qualquer
numa rua qualquer
- sem choro, sem canto e encanto.
terça-feira, 2 de março de 2010
C A R T A S
guardadas na caixa
desbotadas
sexagenárias.
Nas linhas e entrelinhas
linda história de amor:
primeiro encontro
primeiro beijo
o ciúme
a valsa azul
na festa da despedida
- a s a u d a d e...
desbotadas
sexagenárias.
Nas linhas e entrelinhas
linda história de amor:
primeiro encontro
primeiro beijo
o ciúme
a valsa azul
na festa da despedida
- a s a u d a d e...
SAUDADE
a Jorácio
Onde as marcas do amor
em sonhos depositadas
rosa brancas / vermelhas rosas
desfolhadas ao vento da tarde?
Onde os sonhos / brancas mãos
entrelaçados dedos / em manhã doirada
felizes dias / construindo amores
ao longo dos caminhos / ardentes de sol?
Onde as tardes / multicores
longos abraços
docemente emolduraram / rostos
presença /ausência?
De repente
estrela azul caiu...
No negror da noite
restou a saudade...
(Para Jorácio, no aniversário de sua partida)
Ah Jorácio,
Se eu pudesse, meu pensamento não deixaria você. Voltaria no tempo e abraçava-o, aconchegando-o mornamente. Embalava-o em seu berço balouçante, como o fiz em muitas em muitas noites mal dormidas.
Ah Jorácio,
Se eu pudesse, esperaria você todas as noites quando retornava da escola, para abrir a porta e sentí-lo feliz, em casa.
Ah Jorácio,
Se eu pudesse, você não teria saído naquele dia, em que não retornou...
(Para Jorácio, as marcas de minha saudade)
Onde as marcas do amor
em sonhos depositadas
rosa brancas / vermelhas rosas
desfolhadas ao vento da tarde?
Onde os sonhos / brancas mãos
entrelaçados dedos / em manhã doirada
felizes dias / construindo amores
ao longo dos caminhos / ardentes de sol?
Onde as tardes / multicores
longos abraços
docemente emolduraram / rostos
presença /ausência?
De repente
estrela azul caiu...
No negror da noite
restou a saudade...
(Para Jorácio, no aniversário de sua partida)
Ah Jorácio,
Se eu pudesse, meu pensamento não deixaria você. Voltaria no tempo e abraçava-o, aconchegando-o mornamente. Embalava-o em seu berço balouçante, como o fiz em muitas em muitas noites mal dormidas.
Ah Jorácio,
Se eu pudesse, esperaria você todas as noites quando retornava da escola, para abrir a porta e sentí-lo feliz, em casa.
Ah Jorácio,
Se eu pudesse, você não teria saído naquele dia, em que não retornou...
(Para Jorácio, as marcas de minha saudade)
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