Trovador pelo ar, como a onda no mar, ecoando ao sonhar como o ouro do anel que contorna seu véu, orbitando no céu como um carretel...
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
Maresia
Parti pra longe, como as ondas do mar
A insegurança a me torturar
E tão somente com a trouxa na mão
Senti a areia afundar, tranqüila, pelo chão
E parecia não haver nenhum sentido
A maresia insistia em meu ouvido.
E nada conseguia muito tempo me entreter
Mesmo os mistérios que lá estavam a se esconder
Todos aqueles que, inclusive, eu podia ver
Mais pareciam, eram como uma concha a se encolher
Então doía me portar como uma onda
Mais me sentia como a praia que a ronda.
Tirei os tênis, pus-me logo a andar
Eu precisava descobrir se era água ou ar
E de repente o meu corpo começou a puxar
Ia voltando sem querer saber se era lá o meu lugar,
Era como maresia
Se era onda eu não sei, mas parecia.
Confissão
Em um momento, sem tormento, só alento, sentimento
Enfrento lá de dentro, bem de dentro do que se diz centro
Os aposentos mais escuros, mais longínquos, mais dormentes da minha razão
É um conflito infinito, em que acredito, que me deixa
Aflito, que tortura todo dia a pele que habito
Por parecer simplesmente um conflito que não apresenta solução
Mas de repente uma luz crescente ofusca qualquer ambiente
E se posta aos meus lados e à minha frente
Protegendo com sua força minha mente contra qualquer tipo de aflição
E agora, enfim, sei que não é o fim
Eu sei que tenho você, é a luz que me faz ver
Que uma luta tão interna não é solução
Que acalma o mar, que faz garoar
É tudo que eu sempre sonhei, tudo em que acreditei
Quando ouvia belas fábulas sobre paixão
E a euforia, a folia tão sombria que me envolvia
Em forma de agonia toda noite todo
Dia se transforma em alegria pela sua companhia ao me dar as mãos
Você me ensina que a vida não precisa ser uma rotina
Que sinônimo de dor não tem que ser
Ruína, e como uma dançarina você me envolve em sua imensidão
E me arranca a dor, mostra o que é o amor
Puro, incondicional, permanente, natural
Sentimento mais bonito que eu já vivi
E que cria então, essa confissão
Na esperança de alcançar, de mais próximo chegar
Da grandeza e realeza de seu coração.
domingo, 5 de fevereiro de 2012
Certamente não o último afago
Claridade... Hoje a luz do sol me cega
E de cada raio, cada facho, cada traço que aparece
Eu procuro simplesmente fugir
Raridade... Hoje a vida com bondade entrega
De seu ventre, lá do fundo, da origem de uma prece
Algo que pareci sempre pedir.
E apesar de eu saber que não posso merecer
Um presente tão bonito, grandioso e infinito
Ela vem ao meu encontro, das entranhas da terra
Ela alcança o meu peito e minhas dores encerra
Ela mostra que o amor é o sentimento mais bonito.
Sem nenhuma pretensão ela faz da imensidão
Tão palpável, tão real, majestosa, sem igual
Ela faz o universo emergir de seu peito
Ela diz: mesmo que fundo seja o corte, tem jeito
Ela cria em minha mente a crença de que sou real.
Natureza... Hoje ela me parece bela
Não consigo ver motivos, impulsos, ou qualquer razão
Para pensar que devo desistir
Que beleza... Foi você quem acendeu a vela
O presente mais bondoso, perfeito na concepção
A pessoa mais incrível que haverá de existir.
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