La Gieringonza, ontem na capa da revista italiana Internazionale: http://www.internazion
ale.it/ AQUI
( do mural de Rui Curado Silva , FB )
terça-feira, 7 de março de 2017
quarta-feira, 1 de março de 2017
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017
O pintor e poeta que foi cantado por José Afonso . António Quadros.
Pintor António Quadros (1933-1994 ) AQUI |
Riscos, Rabiscos e Sarrabiscos, Homenagem a Eduardo Luís (o amigo Oliva) , 1992 |
Torcinário Depondo Troféus No Altar da Pátria, 1972 |
Velha Gaiteira com Chave, 1980 |
Guardei a sua postura e forma de vestir pela diferença que fazia. Boina, cabelo grande, óculos de massa e camisa de fazenda aos quadrados como a dos pescadores.
Quando conheci Zeca e soube das afinidades com o pintor e poeta, imaginei-os "clones"um do outro.
Os feitios de ambos também não eram fáceis...
"Vida", dirá o meu amigo Oliva, a viver em Viseu e a quem António Quadros dedica o primeiro quadro que aqui vos deixo.
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017
Venham mais cinco ....
Como também gosto de recordar o Zeca. Era com este aspecto que muitas vezes o via para os lados da Trindade.
Há 30 anos choveu copiosamente neste dia. Nunca esquecerei o quanto difícil foi .
O céu rebentou em lágrimas a chorar o seu/nosso cantor.
terça-feira, 21 de fevereiro de 2017
muros com vista de mar....
Desta janela de ar e ansiedade
podemos ver compor-se a primavera
lentamente por cima das casas
podemos ver compor-se a primavera
lentamente por cima das casas
Gastão Cruz
domingo, 19 de fevereiro de 2017
Miséria, do latim MISER, “infeliz, desafortunado, desprezível”, de origem desconhecida.
La Vie, Picasso, (1903) Cleveland Museum of Art |
Os miseráveis ficam sempre melhor dentro das páginas de um romance ou num retrato estético do sofrimento.
Há miseráveis a mais nas nossas ruas. Nas ruas de Londres, Paris, Madrid, Bruxelas... Lisboa.
....
a não perder e ler AQUI.
Artigo de Clara Ferreira Alves, Expresso de 18-02-2017
sábado, 18 de fevereiro de 2017
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017
Como um jogo de bem- me- quer , mal-me-quer.. São pedras, Senhor....
domingo, 12 de fevereiro de 2017
Não nos podemos queixar. Estamos no Inverno.
sábado, 11 de fevereiro de 2017
"Se bem me lembro...." , hoje é o dia de adeus aos seus" oitentas"...
"Vou no meu quarto ano de Figueira. Isto é um curso: no primeiro ano nem se conhecem condiscípulos, que são os outros banhistas. No segundo já há relações - não muitas, porque as disciplinas são absorventes e variadas: escolher banheiro, mercearia, farmácia para a pomada contra as queimaduras do sol e alguma tintura de iodo, conhecer as manhas da porta da casa alugada (uma ciência), etc. Até que, no terceiro, saudados logo à chegada pelo banheiro, pelo merceeiro, pelo rapaz do pão que nos dá o inútil bilhete de visita segurando o guiador da bicicleta, estamos quási formados (...)
Não me formei propriamente em Figueira da Foz (nome de Faculdade) mas em Palheiros, Universidade de Buarcos.(...) estudar o regime das nortadas, a psicologia das mulheres que vendem peixe e que nos saturam de sardinha, as laparotinhas que descem ao povoado com o cesto da fruta ou do feijão.
(...) O Dr. Oceano é na verdade a pessoa mais importante da Figueira. Emquanto gizo êste artigo êle muge atrás de mim. O crescente da lua estampa-se no céu. Abaixo uma esteira de luz, para cá, na areia, ondas que se desdobram como grupos de quatro atiradores deitados, que na carreira de tiro, à voz de 'fogo!' disparam ao alvo certo.
(...) No resto a Figueira é trivial e adorável como um híbrido de praia mundana e cidade de pequenos armadores. O turismo apregoa a parte confortável, recreativa e fresca do simpático produto, e tem para isso as razões especiais de todo o turismo moderno: boa esplanada, praia de aro imponente, casinos e cafés populosos, um delicioso ténnis instalado com muito gosto num forte abandonado das bombardas. Eu apego-me mais à Figueira de todo o ano, morta no Bairro Novo (...).
Não sei se êste interesse pela Figueira de inverno me veio de um romance de João Gaspar Simões, Amores Infelizes, em que a alma burguesa da cidade diz uma parte importante daquilo que tem a dizer."
por Vitorino Nemésio, in Diário de Lisboa - "A Banhos", 7 de Setembro de 1935.
Não me formei propriamente em Figueira da Foz (nome de Faculdade) mas em Palheiros, Universidade de Buarcos.(...) estudar o regime das nortadas, a psicologia das mulheres que vendem peixe e que nos saturam de sardinha, as laparotinhas que descem ao povoado com o cesto da fruta ou do feijão.
(...) O Dr. Oceano é na verdade a pessoa mais importante da Figueira. Emquanto gizo êste artigo êle muge atrás de mim. O crescente da lua estampa-se no céu. Abaixo uma esteira de luz, para cá, na areia, ondas que se desdobram como grupos de quatro atiradores deitados, que na carreira de tiro, à voz de 'fogo!' disparam ao alvo certo.
(...) No resto a Figueira é trivial e adorável como um híbrido de praia mundana e cidade de pequenos armadores. O turismo apregoa a parte confortável, recreativa e fresca do simpático produto, e tem para isso as razões especiais de todo o turismo moderno: boa esplanada, praia de aro imponente, casinos e cafés populosos, um delicioso ténnis instalado com muito gosto num forte abandonado das bombardas. Eu apego-me mais à Figueira de todo o ano, morta no Bairro Novo (...).
Não sei se êste interesse pela Figueira de inverno me veio de um romance de João Gaspar Simões, Amores Infelizes, em que a alma burguesa da cidade diz uma parte importante daquilo que tem a dizer."
por Vitorino Nemésio, in Diário de Lisboa - "A Banhos", 7 de Setembro de 1935.
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017
E porque o caminho se faz caminhando, calorosamente, fui lanchar à Versailles...
As minhas fotografias (exposição de rua, Av. Duque d' Avila ) |
MEDITAÇÃO NA PASTELARIA
Por favor, Madame, tire as patas,
Por favor, as patas do seu cão
De cima da mesa, que a gerência
Agradece.
Nunca se sabe quando começa a insolência!
Que tempo este, meu Deus, uma senhora
Está sempre em perigo e o perigo
Em cada rua, em cada olhar,
Em cada sorriso ou gesto
De boa-educação!
A inspecção irónica das pernas,
Eis o que os homens sabem oferecer-nos,
Inspecção demorada e ascendente,
Acompanhada de assobios
E de sorrisos que se abrem e se fecham
Procurando uma fresta, uma fraqueza
Qualquer da nossa parte...
Mas uma senhora é uma senhora.
Só vê a malícia quem a tem.
Uma senhora passa
E ladrar é o seu dever – se tanto for preciso!
Alexandre O´Neill
domingo, 5 de fevereiro de 2017
Leituras breves mas profundas....
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017
Ainda Almada Negreiros e bom fim de semana...
O que me apeteceu partilhar hoje, das leituras matinais, Expresso Curto, por Nicolau dos Santos.
... mas também porque ontem ao fim da tarde foi inaugurada uma das maiores retrospetivas da sua obra na Fundação Gulbenkian (que hoje abre ao público) não pude deixar de me lembrar da forma como José de Almada Negreiros, “Poeta d’Orpheu, futurista e tudo”, termina o seu “Ultimatum futurista às gerações portuguesas do séc. XX”: “O povo completo será aquele que tiver reunido no seu máximo todas as qualidades e todos os defeitos. Coragem, Portugueses: só vos faltam as qualidades”.
E noutro texto, “Manha e falso prestígio, os dois males de que sofre a vida portuguesa”, Almada zurze sem dó nem piedade: “Entretanto, a nossa querida terra está cheia de manhosos, de manhosos e de manhosos, e de mais manhosos. E numa terra de manhosos não se pode chegar senão a uma terra de falsos prestígios. É o que há mais agora por aí em Portugal: os falsos prestígios”. O texto foi publicado no Diário de Notícias em 3 de Novembro de 1933. E sim, não vou escrever o óbvio.
Almada era assim. Abrasivo, implacável, polemista (o muito glosado Manifesto Anti-Dantas é talvez o melhor exemplo), cujo talento extravasou para múltiplas atividades. Há 24 anos que não havia uma mostra antológica da sua obra visual. São mais de 400 peças, que percorrem os 50 anos de trabalho da figura de proa do modernismo português. Pelo olhar das netas, Rita e Catarina de Almada Negreiros, o Expresso visitou “José de Almada Negreiros: Uma maneira de ser moderno”, e propõe uma viagem pela Lisboa do artista.
O(s) mundo(s) de Almada são o tema de capa da revista E deste sábado. Mas não pode deixar de ir à Gulbenkian.
E se quiser conhecer melhor o seu pensamento, então é indispensável que leia “Almada Os Painéis A Geometria E tudo”, um conjunto de entrevistas que o jornalista António Valdemar fez a Almada, com epicentro nos Painéis de São Vicente de Fora, “um dos temas fundamentais, polémicos e mais absorventes da cultura portuguesa”.
Já agora também não pode deixar de ir visitar a exposição de um grande amigo de Almada e um artista genial, infelizmente desaparecido aos 30 anos: Amadeo de Souza Cardozo. Está no Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado e invoca a exposição individual que Amadeo realizou de 4 a 18 de dezembro de 1916 na Liga Naval Portuguesa. Almada, aliás, não faz a coisa por menos: “Amadeo de Souza Cardozo é a primeira descoberta de Portugal na Europa no século XX. O limite da descoberta é infinito porque o sentido da descoberta muda de substância e cresce em interesse – por isso que a descoberta do caminho marítimo prá Índia é menos importante que a exposição de Amadeo de Souza Cardozo na Liga Naval de Lisboa”.
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