quarta-feira, 15 de junho de 2011
"Três amores e um ódio", assim aconteceu a Jorge Luís Borges
" Mas a tua é a voz da paixão em seu poder e glória
e ela inunda as palavras que pronuncias.
Como esquecer o que não cabia a nós ouvir?
Como esquecer tua voz de paixão,
quando vozes que outrora disseram "eu te amo" foram esquecidas
e a tua nos mantém na escravidão?"
Do poema A la Doctrina de Pásion de Tu Voz, escrito por Borges em 1927
e ela inunda as palavras que pronuncias.
Como esquecer o que não cabia a nós ouvir?
Como esquecer tua voz de paixão,
quando vozes que outrora disseram "eu te amo" foram esquecidas
e a tua nos mantém na escravidão?"
Do poema A la Doctrina de Pásion de Tu Voz, escrito por Borges em 1927
Hoje, Carlos Barbosa, no seu Crónicas do Rochedo levou-me até Borges ... Não sou uma leitora profunda de Jorge Luís Borges, mas suficientemente curiosa da sua personalidade e vida. Sei que no Brasil já saiu uma biografia muito detalhada, escrita pelo britânico Edwin Williamson,(aqui) isto, passados 20 anos sobre a sua morte.
Ao contrário do que se pensavam a maior parte dos seus leitores, Borges era um homem permanentemente atormentado por paixões eróticas e políticas. O livro de Williamson ilumina aspetos pouco conhecidos desse gigante da literatura. Ele mostra que , imerso em um mundo de fantasia, Borges viveu ao longo da vida pelo menos duas paixões reais - dessas que, como diria Nabokov, abrem um clarão na vida e deixam marcas indeléveis na carne. Foram duas mulheres independentes para o padrão de suas épocas, Norah Lange e Estela Canto.Borges, um homem inábil para lidar com os próprios sentimentos, segundo o biógrafo , transparece esse sofrimento para a sua obra.
A vida de Borges é também marcada por um grande ódio, - o que nutria pelo ditador Juan Peron. Ao decompôr a vida do escritor pelo metro das suas paixões - dois amores intensos, um relacionamento de maturidade com Maria Kodoma, sua última mulher, e uma antipatia visceral.
Não nos podemos esquecer de Dona Leonor, mãe de Borges, que queria arranjar alguém para tomar conta do filho... mas isso fica para um outro episódio.
Ao contrário do que se pensavam a maior parte dos seus leitores, Borges era um homem permanentemente atormentado por paixões eróticas e políticas. O livro de Williamson ilumina aspetos pouco conhecidos desse gigante da literatura. Ele mostra que , imerso em um mundo de fantasia, Borges viveu ao longo da vida pelo menos duas paixões reais - dessas que, como diria Nabokov, abrem um clarão na vida e deixam marcas indeléveis na carne. Foram duas mulheres independentes para o padrão de suas épocas, Norah Lange e Estela Canto.Borges, um homem inábil para lidar com os próprios sentimentos, segundo o biógrafo , transparece esse sofrimento para a sua obra.
A vida de Borges é também marcada por um grande ódio, - o que nutria pelo ditador Juan Peron. Ao decompôr a vida do escritor pelo metro das suas paixões - dois amores intensos, um relacionamento de maturidade com Maria Kodoma, sua última mulher, e uma antipatia visceral.
Não nos podemos esquecer de Dona Leonor, mãe de Borges, que queria arranjar alguém para tomar conta do filho... mas isso fica para um outro episódio.
Pesquisa feita na revista BRAVO!de Abril de 2011
terça-feira, 14 de junho de 2011
Neste momento a Antena 1 trouxe-me até aqui... é nosso...
O título podia ser :- "A menina dança?"...
-Não obrigada, já tenho par... mas fico a pensar nisso.
segunda-feira, 13 de junho de 2011
" António, rapaz de Lisboa"... - 1 -
Faz três anos que me iniciei na atividade blogueira e associo-a sempre a este “santo padroeiro” o” António Rapaz de Lisboa”.
Mal dominava as novas tecnologias quando o dono do blogue ANTREUS fez um convite a várias “personalidades” para colaborarem no seu blogue numa via socializante e de partilha. Cada pessoa escolheu o seu” nikname”, eu fiquei “anamar”, até hoje e para sempre.
Essa cooperação existiu prazeirosamente e desafiadora mas ao mesmo tempo fui sendo seduzida e ensinada pelo Antreus a criar o meu próprio blogue, “porque tinha jeitinho”, “sensibilidade” “," o prazer da pintura e da fotografia”, enfim todas as razões para me aventurar mais tarde neste MAR À VISTA que já trouxe mágoas e prazeres mas onde estes últimos são altamente superados. Vidas...
Mas vem esta pequena estória das minhas origens blogosféricas a propósito de uma das muitas escolhas para serem publicadas nessa altura… complicadas, porque longas, mas que fazem parte de um livro que adoro, que penso esgotado, Os Santos Populares, de Fernando Pessoa, com ilustrações de Almada Negreiros e Eduardo Viana, Edições Salamandra.
Mas ao fim de três anos, ei-la, a escolha , aqui postada. Vale a pena ler...
SANTO ANTÓNIO
Nasci exactamente no teu dia —
Treze de Junho, quente de alegria,
Citadino, bucólico e humano,
Onde até esses cravos de papel
Que têm uma bandeira em pé quebrado
Sabem rir...
Santo dia profano
Cuja luz sabe a mel
Sobre o chão de bom vinho derramado!
Santo António, és portanto
O meu santo,
Se bem que nunca me pegasses
Teu franciscano sentir,
Católico, apostólico e romano.
(Reflecti.
Os cravos de papel creio que são
Mais propriamente, aqui,
Do dia de S. João...
Mas não vou escangalhar o que escrevi.
Que tem um poeta com a precisão?)
Adiante ... Ia eu dizendo, Santo António,
Que tu és o meu santo sem o ser.
Por isso o és a valer,
Que é essa a santidade boa,
A que fugiu deveras ao demónio.
És o santo das raparigas,
És o santo de Lisboa,
És o santo do povo.
Tens uma auréola de cantigas,
E então
Quanto ao teu coração —
Está sempre aberto lá o vinho novo.
Dizem que foste um pregador insigne,
Um austero, mas de alma ardente e ansiosa,
Etcetera...
Mas qual de nós vai tomar isso à letra?
Que de hoje em diante quem o diz se digne
Deixar de dizer isso ou qualquer outra coisa.
Qual santo! Olham a árvore a olho nu
E não a vêem, de olhar só os ramos.
Chama-se a isto ser doutor
Ou investigador.
Qual Santo António! Tu és tu.
Tu és tu como nós te figuramos.
Valem mais que os sermões que deveras pregaste
As bilhas que talvez não concertaste.
Mais que a tua longínqua santidade
Que até já o Diabo perdoou,
Mais que o que houvesse, se houve, de verdade
No que — aos peixes ou não — a tua voz pregou,
Vale este sol das gerações antigas
Que acorda em nós ainda as semelhanças
Com quando a vida era só vida e instinto,
As cantigas,
Os rapazes e as raparigas,
As danças
E o vinho tinto.
Nós somos todos quem nos faz a história.
Nós somos todos quem nos quer o povo.
O verdadeiro título de glória,
Que nada em nossa vida dá ou traz
É haver sido tais quando aqui andámos,
Bons, justos, naturais em singeleza, Que os descendentes dos que nós amámos
Nos promovem a outros, como faz
Com a imaginação que há na certeza,
O amante a quem ama,
E o faz um velho amante sempre novo.
Assim o povo fez contigo
Nunca foi teu devoto: é teu amigo,
Ó eterno rapaz.
(Qual santo nem santeza!
Deita-te noutra cama!)
Santos, bem santos, nunca têm beleza.
Deus fez de ti um santo ou foi o Papa? ...
Tira lá essa capa!
Deus fez-te santo! O Diabo, que é mais rico
Em fantasia, promoveu-te a manjerico.
És o que és para nós. O que tu foste
Em tua vida real, por mal ou bem,
Que coisas, ou não coisas se te devem
Com isso a estéril multidão arraste
Na nora de uns burros que puxam, quando escrevem,
Essa prolixa nulidade, a que se chama história,
Que foste tu, ou foi alguém,
Só Deus o sabe, e mais ninguém.
És pois quem nós queremos, és tal qual
O teu retrato, como está aqui,
Neste bilhete postal.
E parece-me até que já te vi.
És este, e este és tu, e o povo é teu —
O povo que não sabe onde é o céu,
E nesta hora em que vai alta a lua
Num plácido e legítimo recorte,
Atira risos naturais à morte,
E cheio de um prazer que mal é seu,
Em canteiros que andam enche a rua.
Sê sempre assim, nosso pagão encanto,
Sê sempre assim!
Deixa lá Roma entregue à intriga e ao latim,
Esquece a doutrina e os sermões.
De mal, nem tu nem nós merecíamos tanto.
Foste Fernando de Bulhões,
Foste Frei António —
Isso sim.
Porque demónio
É que foram pregar contigo
Fernando Pessoa
domingo, 12 de junho de 2011
sábado, 11 de junho de 2011
" Espírito de brasilidade"...
(sem título)
De Ismael Nery, Enseada de Botafogo, de 1928
De Ismael Nery, Enseada de Botafogo, de 1928
Em tempo de comunidades , expressões e outras festividades e... porque gosto do Brasil e da continuidade da minha língua materna em forma de torrão de açúcar, uma nova descobreta, hoje na pintura. Um surrealista brasileiro, Ismael Nery, aqui (wikipédia) . Vale a pena ver mais quadros nas imagens do Google.
sexta-feira, 10 de junho de 2011
As escolhas de Dilma... a presidente
Um destes dias falarei mais de Tarsila do Amaral,pintora brasileira (1886-1973). Esta artista e autora desta tela "Abaporu" tornaram-se símbolos nacionais - a ponto de a presidente Dilma se empenhar para ter o quadro em Brasília. Nesta momento há uma exposição de Tarsila em Belo Horizonte.
"Abaporu", faz parte do acervo de um grande banqueiro argentino e segundo especialistas em arte,o desejo da presidente em ter de volta ao Braisl a tela que tanto ama, não encontra grande suporte.
Pena que as escolhas de Dilma não tenham o mesmo encanto em todas as vertentes.... como aqui se pode ver...
Informação revista BRAVO!
quinta-feira, 9 de junho de 2011
Novo museu a céu aberto
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