(clicando em cima da imagem, aumenta...)
O choque do detalhe
"Ele notou pela primeira vez algumas figurinhas em azul, que a areia era rosa e, finalmente, a preciosa substância do minúsculo trecho de muro amarelo. Sua tontura aumentou; ele fixou o olhar, como uma criança numa borboleta amarela que deseja apanhar"
MARCEL PROUST cita mais de cem obras de arte em "Em busca do tempo perdido". A partir de um livro que analisa o romance, Jorge Coli escreve um ensaio sobre a relação do autor francês com a pintura.
Alguns trechos de Em Busca do Tempo Perdido são verdadeiros manifestos sobre a arte, como aquela em que Proust fala sobre o muro amarelo que aparece no quadro Vista de Delft , de Vermeer.
No quinto volume , A Prisioneira, o personagem Bergotte, um escritor, aprecia o quadro à procura de um detalhe: o pequeno muro amarelo comentado por um crítico da época. Quando se depara com a mancha amarela na extremidade direita do quadro, ele tem um ataque fulminante e morre ali mesmo, no chão do museu.
(pesquisa in Revista Bravo!, de Março de 2009)