quarta-feira, 28 de abril de 2010

Quando a Lua Cheia Chegar....

Lua cheia, hoje... a não perder


QUANDO A LUA CHEIA CHEGAR IREI A SANTIAGO DE CUBA

Quando a lua cheia chegar, irei a Santiago de Cuba

Irei a Santiago num coche de água negra

Irei a Santiago

Cantarão os tetos de palmeira

Irei a Santiago

Quando a palma quer ser cegonha

Irei a Santiago e quando quer ser medusa a bananeira

Irei a Santiago

Irei a Santiago com a loura cabeça de Fonseca

Irei a Santiago

E com a rosa de Romeu e Julieta

Irei a Santiago

Mar de papel e prata de moedas

Irei a Santiago

Oh, Cuba! Oh ritmo de sementes secas!

Irei a Santiago

Oh, cintura quente e gota de madeira!

Irei a Santiago

Harpa de troncos vivos

Jacaré

Flor de tabaco

Irei a Santiago

Sempre disse que iria a Santiago num coche de água negra

Irei a Santiago

Brisa e álcool nas rodas

Irei a Santiago

Meu coral na treva

Irei a Santiago

O mar afogado na areia

Irei a Santiago

Calor branco fruta morta irei a Santiago

Oh, bovino frescor de carriço!

Oh, Cuba! Oh, curva de suspiro e barro!

Irei a Santiago


Federico Garcia Lorca



segunda-feira, 26 de abril de 2010

Ritmos....

Os ritmos da Natureza continuam...
E os nossos também mas nem sempre com o sabor doce do mel...

domingo, 25 de abril de 2010

Abrilando.... só chegámos ao fim do dia ...







Os adultos dizem tantos disparates nestas comemorações oficiais... que depois deste desfile sempre prazeiroso e de encontros há muito adormecidos, a festa de ver ramalhetes de gente jovem com as suas crianças... fez-me centrar nelas o dia que se passou ...
Espero bem que lhes tenham explicado porque estavam a brincar numa chaimite.... porque elas não esquecem...



Abril, 25...e já passaram 36 anos...

Fotografia de Abril de 1999- Castelo O meu semblante não é muito diferente do do Rafael de quem falei aqui há 1 ano.
Muitos rostos têm mudado com o tempo na expressão da alegria e da tristeza, os tempos são de desconfiança...
Mas ninguém nos pode tirar a magia do grande dia 25 de Abril de 1974.

Luanda Cozetti, Retalhos

sexta-feira, 23 de abril de 2010

António no Outro Lado do Mundo - dia mundial do livro



Esta a estória , quer pelo conteùdo quer pelos desenhos, que eu gostaria de oferecer neste dia , a míudos e graúdos, tal como o fez o meu rebento António, depois de regressar de três dias de puro lazer, em tempo de juventude em fase de autonomia.... como acto de reconciliação...

É muito lindo.... (Edições Kual, de Malachy Doyle e ilustração de Carll Cneut)
ANTÓNIO FOI VISITAR A SUA ENCANTADORA AVÓ, numa pequena ilha no outro lado do mundo.
Divertiram-se a valer, remando no barco da avó por todo lado e a atirarem pão com doce aos rabugentos monstros marinhos.
Mas depois de uma semana muito divertida, António já não conseguia chegar aos remos.
E depois de outra semana também muito divertida, já nem conseguia
espreitar pela borda do barco.
“ Gosto muito que estejas comigo,” disse a avó.
“Mas estás com metade do tamanho que tinhas quando chegaste. Tens saudades da tua mãe, esse é que é o problema. Está na hora de ir para casa.”
Então a avó preparou-lhe um grande saco cheio de pão com doce, beijou-o na adorável cabecita, e ele lá partiu.
De regresso a casa, António arranjou trabalho num navio, “És muito pequeno para grumete” disse o velho capitão mal humorado, “Mas acho que serves”.
O trabalho era duro e o mar agitado, mas “Vou para casa!” cantava António alegremente.
“Porque quero estar em casa com a minha Mãe!”
O pequeno António chegou finalmente a terra firme, mas agora estava ainda mais pequeno.
Muito mais pequeno.
(bom, como aa estória é longuita, só quero dizer que o pequeno António foi tendo várias ocupações ,, mesmo dentro da sua pequenez mas sempre cantando “Vou para casa!”
“Vou para junto da minha mãe!”

Finalmente , António chegou a casa, mas estava tão pequenino que a sua mãe não deu por ele.
“Olá mãe!” guinchou, mas ela não o conseguia ver e muito menos ouvir….
“O que é?” disse, olhando á sua volta.
“É um rato?”
“Sou eu, o teu filho!” gritou António puxando-lhe a saia.
“Quem está aí?” disse a mãe
“É um duende”
Então o pequeno António saltou para cima da mesa, mesmo à frente dos seus olhos, e gritou,
“SOU EU, O ANTÓNIO, CHEGUEI FINALMENTE!”
“É maravilhoso ter-te de volta, meu amor, mas seria melhor se crescesse um pouco.”
E então a mãe deu-lhe pão
E deu-lhe leite, deu-lhe carne
E deu-lhe cenouras, deu-lhe bolo e deu-lhe papas,
Até que ele cresceu,
E cresceu
E cresceu.
Cresceu tanto que podia sentar-se no telhado a gritar,
“QUE BOM QUE É ESTAR EM CASA!”
E acenava à sua encantadora avó no outro lado do mundo.
E a avó acenava-lhe de volta.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Ainda com os olhos a brilhar...(2)


Não esquecer- a biodiversidade existente entre a baia de Cascais e o Cabo da Roca é superior à que existe em toda a costa da Califórnia!!! VERDADE!

terça-feira, 20 de abril de 2010

Olhos que brilham... porque só pode ser assim... (1)













É de emoção a visita guiada à Reserva Natural Cascais-Sintra e ainda por cima numa manhã plena de luz e ca
lor . Nada ensombrou o céu limpido .... Não fosse o diabo tece-las... em tempo de tanta escuridão atmosférica...

Já não era para mim desconhecida a existência de um património florestal único no mundo assim como património geológico do período jurássico com grutas vulcânicas, junto a uma praia de sonho , a do Abano, aonde precisamente começa o esplendoroso Cabo da Roca...
Não deixem de aí passar durante esta primavera que se divide entre dias de sol e tardes de chuva, como a de hoje...
...desculpem a repetição de uma fotografia...

domingo, 18 de abril de 2010

Domingos...

Pintura de José Maria Collado
Domingos "parados", desasados, inspiração zero...
Melhores dias hão-de vir.
Afinal há coisas piores... E, os anjos hão-de chegar...

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Retratos de L. Freud e a vida como ela é....

Entre o aqui o agora, não posso mesmo sair daqui...
"Eles"... não querem que eu saia mesmo daqui.... Máximo, máximo...Fuentes Oñoro....
Há um ano estava em Paris...
Hoje vou fazer de conta... Reconverter, novo verbo a trabalhar todos os dias...
Por isso, vou continuar pelo Centro G. Pompidou...
Bom fim de semana.

O vazio e a solidão na pintura de Hopper

Edward Hopper(1882-1967) pintor norte americano, misterioso nas suas representações realistas plenas de solidão...

"Os edifícios, geralmente enormes e vazios, assumem um aspecto inquietante e as cenas parecem ser denominadas por um silêncio perturbardor"....